quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 363/?

 

À procura da VERDADE nos Evangelhos 

Evangelho segundo S. JOÃO – 57/?

 – Então… vamos! Vamos todos fazer aqui um destes pedidos que Jesus nos diz tão insistentemente para fazermos em seu nome, pois, segundo as suas palavras, seremos prontamente atendidos pelo Pai:

 «PAI, EM NOME DO TEU FILHO MUITO AMADO, JESUS CRISTO, TAL COMO ELE NOS INCITOU A FAZER, DANDO-NOS GARANTIAS ABSOLUTAS DE QUE SERÍAMOS ATENDIDOS, VIMOS PEDIR-TE QUE:

   NOS DÊS FÉ, UMA GRANDE FÉ, OU SIMPLESMENTE FÉ PARA ACREDITAR QUE EXISTES E QUE O FILHO E O ESPÍRITO SANTO SÃO APENAS FORMAS TUAS DE TE EXPRIMIRES PERANTE AS NOSSAS INCAPACIDADES DE TE PERCEBERMOS DE OUTRO MODO…

  NOS DÊS A CERTEZA DA VIDA ETERNA POIS ESTA JÁ BEM SABEMOS QUE É EFÉMERA E QUE NÃO PODE DURAR SEMPRE…

   NOS DÊS A CERTEZA DE UM CÉU ONDE ESTARÃO TODOS OS HOMENS QUE FOREM BONS NA TERRA…

    NOS DÊS A CERTEZA DE UM INFERNO ONDE ESTEJAM TODOS OS MAUS QUE NÃO FORAM BONS PARA COM OS SEUS IRMÃOS NESTA MESMA TERRA…

    NOS DÊS ESTAS CERTEZAS, NÃO COM PALAVRAS MAS COM… FACTOS ABSOLUTAMENTE CLAROS PARA QUE SEJAM ENTENDÍVEIS POR TODOS OS HOMENFIM, PEDIMOS-TE, Ó PAI, QUE NÃO DEIXES FICAR MAL O TEU FILHO, NÃO NOS OUVINDO, COMO O DEIXASTES FICAR MAL NA MORTE DA CRUZ QUE NÃO ENTENDEMOS, EMBORA A CULPA DEVA SER MESMO NOSSA… ÁMEN!»

 – Aí está a oração das orações, o pedido dos pedidos, pois nele se encerram todas as nossas angústias! Nem já nos importam realmente doenças ou falta de riqueza ou mesmo a fome e o sofrimento, pois tão depressa que se acabe esta vida terrena tão depressa entraremos na eterna, no Céu, em bem-aventurança por toda a eternidade! De facto, que nos adianta mais um ou dez ou vinte anos numa vida toda feitinha a prazo? Que nos adianta? Se o Pai nos conceder o que atrás Lhe pedimos em nome de Jesus Cristo, e que de modo algum nos pode recusar, por que se não põe em causa toda a PALAVRA do seu Filho muito amado, queremos é ir sem demora, em busca de tal vida, de tal Céu, de tal eternidade!…

– Agora, se não nos forem concedidas tais certezas pedidas…, se formos frustrados por haver um Pai que afinal não faz aquilo que o Filho – que é Deus com o Ele! – afirma que fazia, ao menos que nos faça o “milagre” de termos uma vida terrena… feliz, onde se morra tarde, vendendo até lá saúde a toda a gente, alegrando-nos e alegrando toda a gente que a nosso lado estiver, ao usufruirmos deste calor do Sol, destas belezas incalculáveis da Terra, sonhando sempre, sonhando que tudo isto nunca acabará como certamente não começou, sendo apenas um eterno retorno do mesmo ao mesmo através do diverso…

– Ficamo-nos assim, com o tempo e com as coisas, perpetuando-nos para além de nós mesmos, nos átomos e moléculas que de nós fazem parte e que depois farão parte de outros seres vivos ou não vivos da Terra e das Estrelas quando esta Terra também acabar os seus dias, perdendo-nos no Espaço que quase de certeza é infinito e… eterno!

– É que, se não é infinito, onde estão os limites de começo e fim? Onde? Mas esta total incerteza já não nos interessa pedir a Deus-Pai que no-la desvende, pois não viveremos certamente da infinitude do Espaço e, nele, o Universo, mas sim da eternidade ou não das nossas vidas… com esta individualidade, com esta forma e conteúdo que nos faz a mim ser eu, a ti seres tu, a cada um de nós sermos apenas nós e mais ninguém, por mais que alguém o quisesse ou acredite em reencarnações totalmente infundadas…

BOM ANO NOVO PARA TODOS! COM MUITA SAÚDE E ALEGRIA! 

É QUE AINDA ESTAMOS VIVOS!...

sexta-feira, 16 de dezembro de 2022

NATAL - Mito, ficção ou realidade?

 As três Verdades do Natal

 Primeira Verdade (histórica):

Pelo ano 6 antes de Cristo, em Belém, nasceu dos pais Maria e José, vindos de Nazaré da Galileia para o recenseamento, um menino a quem puseram o nome de Jesus.

Ao chegar à idade adulta, Jesus revelou-se um homem com capacidades extraordinárias, um bom coração e uma mente inconformada com a sociedade político-religiosa com que se deparou. Resolveu, então, remar contra a maré, atacando a hipocrisia dos mandantes religiosos do povo: sacerdotes, escribas e fariseus, mas furtando-se a confrontos de ordem política, já que percebeu que nada poderia fazer contra o poderoso jugo romano a que o povo estava sujeito.

O resto da história não importa para o Natal.

Segunda Verdade (mítico-histórica):

Uma façcão religiosa, entre as várias da altura, talvez derivada dos Essénios, perante a doutrina pregada, onde sobressaía a fraternidade universal e a igualdade entre todos os humanos, pois todos filhos do mesmo Deus-Pai, e as atitudes tomadas por Jesus, resolveram divinizá-lo, torná-lo Filho de Deus, chamando-lhe Cristo – o Ungido, o Primogénito, o Messias prometido – fazendo dele a base de uma nova religião, a futura religião cristã.

Para tal, era necessário dar corpo a uma história razoavelmente credível de Jesus, quer da vida, quer da pregação.

Surgiram, então, os evangelistas, bem como os escritores de cartas às comunidades que entretanto se iam formando, sendo alguns apóstolos dos doze que Jesus havia escolhido para o seguirem, juntando-se-lhes Paulo, um outsider, mas o mais importante deles, por ser o real mentor-impulsionador-criador da chamada teologia cristã.

Assim, o evangelista Lucas, médico e discípulo de Paulo, decidiu criar a história do nascimento e primeiros anos da vida de Jesus, inspirando-se nas histórias, mais ou menos românticas, mais ou menos dramáticas do nascimento dos deuses antigos, nomeadamente os deuses solares hindus, egípcios e gregos.

O romantismo está manifesto no estábulo onde terá nascido por não haver lugar na estalagem, na estrela que poisou sobre a cabana, nos pastores que vieram dos campos onde pernoitavam, ao relento – o que faz lembrar que Jesus não terá nascido em Dezembro, mas em meses de Primavera – do cântico dos anjos que anunciaram o acontecimento aos mesmos pastores, isto, já depois, da anunciação feita pelo anjo a Maria da sua gravidez, sem ter "conhecido" homem, tendo concebido pelo Espírito Santo, pondo-se o real marido, José, um excelente carpinteiro, como pai adoptivo da criança.

Como teria de haver dramatismo na história, segue-se a perseguição do Rei Herodes, a fuga para o Egipto e a matança dos inocentes, terminando Lucas esta romântico-dramática história do nascimento e infância, com a cena de Jesus, já com doze anos, a discutir a Bíblia, com os sacerdotes do Templo.

Terceira Verdade (do presente):

O Natal é hoje uma das festas mais celebradas em todo o mundo, mesmo por povos não cristãos, reunindo para além da valência religiosa, cada vez menos importante e impactante – embora as igrejas ainda se encham para a missa da meia-noite – a valência da celebração da família e a do consumismo próprio da época, fazendo a delícia dos comerciantes de bugigangas que os pais compram para encharcarem de presentes os seus filhos, juntando-se os muitos presentes que se oferecem uns aos outros.

Um ESCÂNDALO, este NATAL, apesar das muitas iniciativas de solidariedade para com os mais pobres! Quando em tantas partes do mundo se morre de fome, de frio e de sede, na civilização dita judaico-cristã, construtora de um capitalismo selvagem, sendo o mundo governado por homens maus que sujeitam as sociedades à tirania dos sistemas económico-financeiros, não sendo capazes de evitar que tantos causem sofrimento nos seus semelhantes, sobretudo em mulheres e crianças, aquelas obrigadas a ter deles filhos que não queriam por n razões…, celebra-se a pornografia do desenfreado desperdício…

Enfim, viva o Natal e cantemos as suas belas melodias, com um largo sorriso!

 A TODOS, UM BOM NATAL!

quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 362/?

 À procura da VERDADE nos Evangelhos 

Evangelho segundo S. JOÃO – 56/?

 – “«Daqui a pouco, não Me vereis mais; porém, mais um pouco e tornareis a ver-Me.» Alguns discípulos comentaram: «O que é que Ele quer dizer com isto? (…) E ainda com ‘Eu vou para o Pai’? Não compreendemos o que Ele quer dizer.» Jesus percebeu (…) e disse: «(…) Garanto-vos que ides gemer e lamentar-vos enquanto o mundo vai alegrar-se. Ficareis angustiados mas a vossa angústia transformar-se-á em alegria. Quando a mulher está para dar à luz, sente angústia porque chegou a sua hora. Mas quando a criança nasce, já nem se lembra da aflição porque fica alegre por ter dado um novo ser ao mundo. Agora também vós estais angustiados. Mas quando tornardes a ver-Me, ficareis alegres e essa alegria ninguém vo-la tirará. Nesse dia, não Me fareis perguntas. Garanto-vos: se pedirdes alguma coisa a meu Pai em meu nome, Ele vo-la concederá. Até agora, não pedistes nada em meu nome. Pedi e recebereis para que a vossa alegria seja completa.»” (Jo 16,16-24)

– Eis um texto paradigmático por ser tão intrigante e… confuso e… desconexo. Primeiro, os discípulos não perceberam o que Jesus tinha dito e o próprio Jesus apercebendo-se disso, em vez de explicar-se melhor, perde-se em considerações ainda mais confusas, revelando uma falta de bom senso totalmente inexplicável.

Depois, volta a falar em “mundo”. Que mundo era este? Os judeus que se lhe opunham, a começar pelos sumos-sacerdotes? Não sabemos.

Com o “Daqui a pouco não Me vereis mais, porém mais um pouco e tornareis a ver-Me”, parece que Jesus queria falar da sua paixão e morte e… ressurreição. Mas porque não falou claramente de modo a esclarecer os discípulos e a nós de todas as dúvidas? Obviamente, a comparação com a mãe que dá à luz é bonita mas não é nada esclarecedora, porque descontextualizada.

– Também não entendemos porque é que naquele dia de alegria de o tornarem a ver, os discípulos já não Lhe fariam perguntas. Acaso teriam compreendido tudo? Ou o Espírito da Verdade (que não sabemos bem o que é!) já lhes estava interpretando as palavras-enigma de Jesus? E se tal aconteceu, não precisamos nós que o mesmo Espírito nos venha iluminar e depressa que o tempo nos leva rápida e inexoravelmente para a “vida” sem retorno?…

– Novamente! Novamente o pedido ao Pai totalmente eficaz se for feito em nome de Jesus!… E se tentássemos? E se fizéssemos aqui um destes pedidos que Jesus nos diz tão insistentemente para fazermos?

Fá-lo-emos no próximo texto. Então, até lá e comecemos já a deliciar-nos com as alegrias do Natal, esse evento também tão belo e cheio de significado mas extraordinariamente enigmático, misturando o divino com as emoções humanas do nascimento para a VIDA.

quinta-feira, 24 de novembro de 2022

A Beleza trágica da VIDA

 Ah, como gostaríamos de ser eternos!

 O Outono faz-nos lembrar o quão efémera é a vida, a nossa vida, mas também a de qualquer ser vivo, e a inexorabilidade do seu fim.

Num belo dia – DIA que todos os anos festejamos! – aparecemos, nesta Terra. Um homem e uma mulher, certamente apaixonados – e levados pela paixão do instinto da procriação – fizeram amor e aí viemos nós!

Com um ADN à partida bem definido: carácter, inteligência (nem sempre todos os tipos que dizem ser sete), capacidades as mais diversas e os respectivos defeitos, tudo sediado no cérebro, cérebro que, sendo matéria, consegue o milagre de produzir não-matéria, como sejam ideias, raciocínios, desejos…, o chamado CAMPO PSICOLÓGICO; mas também definindo as carcaterísticas do corpo-matéria, as suas formas, as suas forças e fragilidades, imbuído do instinto vital que o leva a resistir às doenças e às intempéries, fugindo à morte; e ainda definindo a nossa durabilidade no Tempo, podendo, no entando, não ser artingida porque somos, desde que nascemos, no corpo e na alma, NÓS E A NOSSA CIRCUNSTÂNCIA.

ESTA, A BELEZA DA VIDA! ESTE, O PRIVILÉGIO DE, ENTRE MILHÕES DE HIPÓTESES QUE NÃO SE CONCRETIZARAM, TERMOS NÓS NASCIDO!

O TRÁGICO é que, pertencendo ao Tempo e tendo aparecido no Tempo, temos forçosamente de acabar quando o nosso tempo se esgotar. E irá inexoravelmente esgotar-se! Cedo ou tarde! Desde o momento em que nascemos, caminhamos irremediavelmente para o desaparecimento. E um desaparecimento eterno!

Aliás, o Tempo não pára, nem pode parar: tudo, mas mesmo tudo, no Universo, está, desde toda a eternidade, em constante movimento, em constante mutação, nada se perdendo, porque não tem para onde ir perder-se, mas tudo se transformando, seja matéria seja energia.

É aqui que se digladiam Religião e Ciência. Aquela afirma que há uma eternidade para os humanos inteligentes porque têm aquela parte espiritual a que chamam alma, dizendo-a imortal; esta, que, bastando olhar para a realidade que nos circunda, a começar pelo que vai acontecendo aos humanos que vão desaparecendo, sem deixar rasto, tudo o que aparece desaparece, melhor, se transforma, sendo o ser vivo um elemento que, desde a concepção, se vai continuamente transformando, até se desagregar nos átomos e moléculas de que é feito, no final do seu tempo, deixando de constituir um SER, por perder o fluxo ou sopro vital que lhe era próprio e único. O mesmo se passa nas plantas e nos outros animais. É que o humano, apesar de racional, não é mais que um pedaço de matéria energizado e organizado, funcionando como qualquer outro ser vivo. Nada importa, nesta análise existencial, que seja racional! Dizer que é imortal por ser racional é um completo absurdo, uma dedução sem qualquer fundamento.

O humano – vá-se lá saber porquê! – bem gostaria de ser eterno, mas não o é, pois não há – não pode haver! – nenhuma EXCEPÇÃO!

A VIDA é realmente, para cada SER, um acontecimento único e irrepetível. Como é possível que passemos tanto tempo – no pouco tempo que temos, sejam cem ou fossem mil anos! – a desperdiçá-La em pequenas quezílias, obcecados por coisas insignificantes? E como é possível que haja responsáveis pelo mundo que a gastem a criar sofrimento e angústia nos seus semelhantes?

É DE UMA ESTUPIDEZ SEM LIMITES!

VALHA-NOS O SORRISO!

quinta-feira, 17 de novembro de 2022

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 361/?

 

À procura da VERDADE nos Evangelhos 

Evangelho segundo S. JOÃO – 55/?

 – “«Quando o Espírito vier, Ele vai desmascarar o mundo, mostrando quem é pecador, quem é o justo e quem é o condenado. Pecadores são aqueles que não acreditaram em Mim; o justo sou Eu, mas não Me vereis mais porque vou para o Pai; o condenado é o príncipe deste mundo que já foi condenado.»” (Jo 16,8-11)

Entenderam?

Mesmo que tivéssemos entendido, não vemos para que servem tais afirmações ou em que é que ajudam à clarificação das nossas ideias e das ideias dos que O ouviram, ninguém sabendo de que Espírito Jesus está falando, nem que de que mundo, nem de que pecado, nem de que condenação… Depois, dizendo que “Pecadores são aqueles que não acreditaram em Mim”, sendo portanto condenados, porta-se como os muçulmanos de hoje: se não acreditas em Alá és infiel! - o que não abona nada em seu favor e da mensagem que quereria transmitir.

– E o enigma continua… “«Ainda tenho muitas coisas para vos dizer mas agora não teríeis capacidades para as ouvir. Quando vier o Espírito da Verdade, ensinar-vos-á toda a verdade. Ele não falará em seu nome mas dirá o que escutou e anunciar-vos-á o que ainda vai acontecer. O Espírito da Verdade manifestará a minha glória porque vai receber daquilo que é meu e vo-lo interpretará. Tudo o que pertence ao Pai também é meu. Por isso é que Eu disse: o Espírito vai receber daquilo que é meu e vo-lo interpretará.»” (Jo 16,12-17)

Perceberam? Acaso, os discípulos perceberam? – Nós não percebemos e não acreditamos que os discípulos tivessem percebido. Não há dúvida de que estamos nós, estariam eles necessitados de um Espírito de Verdade que nos e lhes explicasse tantas palavras enigmáticas…

E volta Jesus a interferir com o Pai para complicar as coisas…

Parece impossível! Porque é que Jesus, reconhecendo que os discípulos já não tinham capacidades para ouvir mais coisas, não simplifica não explica com clareza o que queria dizer? Assim, remetendo as explicações para o tal Espírito que ninguém nem os discípulos entendem, manifesta uma total incapacidade de transmitir a sua mensagem, o que leva a duvidar da sua divindade e do seu poder de comunicar... 

Ah, como se apouca, melhor, como João apouca - querendo talvez fazer o contrário - o "seu" Jesus Cristo, ao inventar a necessidade de um Espírito que procede do mesmo Pai donde certamente procedia o Filho, para interpretar as palavras desse mesmo Filho, quando estava ali Ele em pessoa para as interpretar! Temos, com toda a pena na alma, de admitir que não teria a capacidade para tal.

– Bem, admitir, não podemos admitir, pois era Deus com o Pai… Mas que não entendemos o porquê, é bem real!

– Enfim - e repetindo-nos - o que é realmente a… Verdade? Esta também será a pergunta que Pilatos fará a Jesus! (Jo 18,38) Mas é mais uma pergunta a que Jesus não soube, não pôde ou... não quis dar resposta! Com muita pena nossa que bem  gostaríamos de saber onde está a Verdade ou qual é a Verdade do nosso Fim último.

Mas talvez seja mais justo e mais verdadeiro dizer que não foi o Jesus real mas o Jesus inventado por João que não soube responder, sendo João a pôr na sua boca o que ele próprio ia fantasiando, não sabendo responder às perguntas que ele se ia fazendo a si próprio…

 

quinta-feira, 10 de novembro de 2022

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 360/?

 

À procura da VERDADE nos Evangelhos 

Evangelho segundo S. JOÃO – 54/?

 – “«Disse-vos tudo isto para que não tenhais medo. Expulsar-vos-ão das sinagogas. E vai chegar o tempo em que alguém, ao matar-vos, pensará prestar um serviço a Deus. Eles farão isso porque não conhecem nem o Pai nem a Mim. Disse-vos tudo isto para que quando chegar a hora, vos lembreis do que Eu disse.»” (Jo 16,1-4)

– Alguém entenderá - perdoem-nos mais esta pergunta repetida - porque é que sendo a mensagem de Jesus Cristo uma mensagem de paz e de amor, leva a matar quem a prega e… ensina? E a matar em nome de Deus ou prestando um serviço a Deus?… Realmente, sobretudo no início, muitos foram os cristãos mártires. Mas, depois, foi o inverso: a Igreja mandou matar muitos dos seus opositores tal e qual como fazem hoje os muçulmanos, chamando infiéis a abater a todos os que não querem seguir o seu Maomé.

– “«Não vos disse tudo isto logo no princípio porque estava convosco. Digo-vo-lo agora, que vou para aquele que Me enviou. Então, nenhum de vós Me pergunta para onde é que Eu vou? Mas porque vos disse estas coisas, a tristeza encheu o vosso coração. A verdade é que é melhor para vós que Eu vá pois, se Eu não for, o Espírito não virá a vós. Mas se Eu for, enviar-vo-Lo-ei.»” (Jo 16,4-7)

– Até Jesus estranha que não Lhe perguntem para onde é que Ele vai!… Não acabara de afirmar que ia para aquele que O enviou, portanto, para o Pai? Afinal, acreditava ou não que os discípulos tinham entendido tudo quanto dissera acerca do Pai e… do Céu?…

A tristeza é natural para quem ainda não sabia bem o que andava ali a fazer na companhia de Jesus… Qual deles já não teria pensado num reino qualquer de Jesus Cristo, mas ali, escorraçando os romanos, tendo eles um dos lugares nesse reino?

Não cremos é que tenham entendido porque é que Jesus tinha de ir para o Pai para que o Espírito lhes fosse enviado…

Nem certamente - tal como nós - para que era necessário mais um… Espírito! Não bastaria um… Jesus já tão cheio de palavras enigmáticas, tendo eles que, a cada passo, perguntar o seu significado, obtendo respostas menos claras ainda do que as palavras que originaram tais dúvidas?!…

Mais uma vez nos parece que não é Jesus que fala mas o velho João. Senão, teremos de admitir que Jesus, com o aproximar da morte, estava cada vez mais perturbado, escondendo-se atrás de palavras-mistério sobre a vinda de um Espírito também misterioso… Desse modo, os discípulos ficavam sem a possibilidade de lhe fazerem mais perguntas incómodas.

Não há dúvida: este Jesus de João, além de pouco ter a ver com o Jesus histórico apresentado nos outros três evangelhos, ditos sinópticos, revela-se uma criatura frágil e confusa, repetindo-se sem qualquer hipótese de ser entendido.

sexta-feira, 4 de novembro de 2022

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 359/?

 

 

À procura da VERDADE nos Evangelhos 

Evangelho segundo S. JOÃO – 53/?

 – “«Enviar-vos-ei o Espírito de Verdade que procede do Pai. Ele dará testemunho de Mim. Vós também dareis testemunho de Mim porque estais comigo desde o princípio.»” (Jo 15,26-27)

- É o mistério da Santíssima Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo ou Espírito da Verdade. Que Espírito é este, ninguém entende! Ou ninguém entende que, estando ali Jesus, tenha de vir o Espírito da Verdade (mas que Verdade?!) que procede do Pai…

Ou… mais uma atribuição a Deus de uma entidade que nos vem confundir. Se já não entendíamos - perdoem-nos a repetição - a relação dúbia entre um Pai que ordena e tem uma vontade e um Filho que, sendo Deus com o Pai, obedece às ordens e a essa vontade, agora com mais um Espírito de Verdade que também procede de Deus… é uma trindade totalmente desnecessária!… Aliás, ela só existe porque nos disseram que ela existia… Melhor: porque a inventaram os primeiros “doutores” da Igreja, imitando outras tríades divinas antigas.

E não sabemos se foi Jesus Cristo quem no-lo disse, se foi invenção do velho João que, escrevendo no final do séc. I, tenta criar uma teologia conforme às suas ideias “mirabolantes” acerca da configuração do Céu e um Deus-Pai, nele.

E, se foi Jesus, esqueceu-Se de que a confusão nas nossas mentes aumentava e nada nos esclarecia tal Espírito de Verdade… Sabendo isso, porque no-Lo revelou? Mesmo que existisse, teria sido bem mais sensato-eficiente não no-Lo ter revelado!…

Ah, como tudo ficaria mais simples se não nos tivesse revelado não só este Espírito como aquele Pai cuja função-existência/actuação também não entendemos!

Apelando para um Pai a quem obedecia cegamente, pensaria Jesus que assim conseguiria convencer melhor os do seu tempo, habituados aos tradicionais medos bíblicos de castigo pelo pecado? É que um Pai sempre mete algum respeito! E numa sociedade totalmente patriarcal e machista como a daquele tempo…

Se tal foi a intenção, os objectivos de certeza que não foram alcançados, pois os do seu tempo não só não acreditaram nele como o mataram. Assim, temos de colocar Jesus ao nível do humano e do fracasso, embora não seja esse o nosso intento nem essa a nossa convicção mais profunda. Jesus terá de ser um… vencedor!

Mas… que testemunho será ainda necessário que o Espírito de Verdade dê de Jesus Cristo? E junto de quem? Dos discípulos ou… do mundo? Aqueles, após três anos de companhia com Jesus, já não deveriam necessitar de tal testemunho, como, aliás, é referido: “Vós também dareis testemunho de Mim porque estais comigo desde o princípio.” O mundo, esse não O reconheceria. Então? Então, para quê veio Jesus a esse mundo?

quinta-feira, 27 de outubro de 2022

O Homem e o Universo

 

A VERDADE acerca do tudo existente e, nele, o Homem

 Pelos dados que a Ciência nos oferece, neste momento do Tempo, podemos concluir:

1 – Estamos num ESPAÇO Infinito e Eterno. E porque eterno, não criado, não havendo lugar a qualquer Criador…, excluindo-se, à partida, todas as religiões que o inventaram para seu suporte e lhe chamaram Deus.

2 – Nesse Espaço, sempre existiu a Matéria impregnada de Energia. Matéria e Energia sempre em movimento/transformação, eternas mas não infinitas porque forçosamente mensuráveis. Qual a sua dimensão é e será sempre um mistério.

3 – Esse conjunto de Matéria e Energia vão-se organizando e reorganizando, num dinamismo incompreensível mas perene, tudo sempre em movimento, nada se perdendo mas tudo se transformando, formando-se Universos, dos quais conhecemos apenas aquele de que fazemos parte. Um conhecimento limitadíssimo!

4 – A partir da análise deste Universo conhecido, poderemos dizer que os Universos são compostos por astros: nebulosas, galáxias, cometas, estrelas, planetas, asteroides…

5 – Neste Universo e num Planeta de uma Estrela de uma das suas galáxias (entre milhares de milhões) a que se chamou Terra, eclodiu a VIDA que se dividiu em plantas e animais, evoluindo sempre para formas novas desde o seu início, quando da matéria inerte brotou a VIDA.

6 - Após 3.5 mil milhões de anos de evolução, numa das espécies de animais, há apenas uns 4 milhões de anos, apareceu o Homem.

7 – O Homem tem tentado organizar-se em sociedades, para sobreviver e permanecer como espécie dominante e dominadora, no reino dos seres vivos.

8 – Infelizmente, a espécie humana ainda vive num razoável caos: predomina a ganância, a malvadez, o egoísmo, a insensatez, a exploração dos mais fracos, a sede de poder a qualquer custo de uns humanos sobre os outros e dos humanos sobre todos os seres vivos, animais e plantas, não havendo decisões que forçosamente teriam de ser a nível global, numa verdadeira ONU, sobre:

8.1 – Planeamento da quantidade de humanos que a Terra pode suportar.

8.2 – Organização das nações e, dentro delas, das sociedades, de tal modo que a economia e finanças se subordinassem totalmente ao bem comum, para que todos os indivíduos tivessem uma vida feliz, todos contribuindo para esse bem comum.

8.3 – Colocação dos avanços tecnológico-científicos ao serviço da construção da felicidade dos indivíduos e não ao serviço do poder e da guerra que faz a História e é o símbolo máximo da estupidez do Homem, criando-se armas de auto-destruição, cada vez mais eficientes e letais, falando-se embora de… paz!.

8.4 – Respeito integral pela Natureza e pelo Habitat de todos os seres vivos, todos vivendo na maior harmonia possível, embora sabendo-se que é uma realidade incontornável o Strugle for life (a luta pela vida), pois foi assim que ela nasceu e se desenvolveu, uns alimentando-se de outros, desde o micróbio e a bactéria à baleia ou elefante, mas numa harmonia que tende sempre para o equilíbrio, equilíbrio que, neste momento do Tempo e para sua própria ruína, está a ser quebrado pela estupidez do Homem que se diz inteligente.

É: O MUNDO ESTÁ A SER GOVERNADO POR HOMENS MAUS – alguma vez não esteve? – pondo a inteligência ao serviço dos seus mais baixos instintos: perversidade e ganância. E não são forçosamente os políticos, mas os que dominam as finanças e a economia.

Ora, cada Homem não é mais que um fogo-fátuo que aparece e desaparece no Tempo, tal como qualquer outro ser que vem à VIDA, perdendo-se para sempre na voragem do mesmo Tempo, não havendo lugar a qualquer eternidade – como enganosamente vendem os mentores das religiões! – sendo esta vida única e irrepetível: o EU nunca mais voltará a ser EU!...

E a pergunta que se impõe é esta:

Quando é que o Homem será capaz de criar uma sociedade onde haja HARMONIA entre todos os humanos e destes com todos os outros seres vivos, não esquecendo que todos estão em evolução/transformação, fazendo parte do contínuo e perene movimento do tudo existente neste Universo que vagueia pelo Espaço Infinito?

A resposta é pessimista: talvez um milhão! Talvez mil milhões! Ou, mais optimista, talvez apenas uns milhares de anos!

Ah, quem me dera estar cá para ver e… viver nesse paraíso!

quinta-feira, 20 de outubro de 2022

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 358/?

 

À procura da VERDADE nos Evangelhos 

Evangelho segundo S. JOÃO – 52/?

 – “«Se Eu não tivesse vindo e não lhes tivesse falado, não seriam culpados de pecado. Mas agora não têm nenhuma desculpa do seu pecado. Quem Me odeia odeia também o meu Pai. Se Eu não tivesse feito no meio deles obras como nenhum outro fez, não seriam culpados de pecado. Mas eles viram o que Eu fiz e, apesar disso, odiaram-Me a Mim e a meu Pai. Deste modo, realiza-se o que está escrito na Lei deles: ‘Odiaram-me sem motivo’.»” (Jo 15,22-25)

– Parece que, sem dúvida, Jesus falaria dos do seu tempo que O não receberam e O mataram: os judeus. Eles realmente viram tudo o que Jesus fez e odiaram-no, não falando já no ódio ao Pai que certamente não entenderam como nós também não entendemos porque é preciso um Deus-Pai, bastando-nos apenas… DEUS! O que é certo é que os judeus se, antes de Cristo, já erraram de cativeiro em cativeiro, depois de Cristo, a sorte não lhes tem sorrido, sendo - como já dissemos - escorraçados ao longo da História de tudo quanto é lugar, culminando com os horrores do holocausto, vivendo hoje num pequeno território que parece e não parece pertencer-lhes… e em permanente conflito, ficando-lhes bem amargos o leite e o mel que desde tempos imemoriais desejaram que corresse na sua terra, a Terra Prometida!…

Se bem que o que está escrito “Odiaram-Me sem motivo” não seria motivo para tal rejeição a nível do Planeta… Se a Lei ou Escritura completasse com “Por isso nunca mais terão a paz.”, então sim, então justificar-se-ia tudo quanto lhes tem acontecido…

Mas, infelizmente, temos de voltar à mesma incontornável pergunta: “Se os judeus O tivessem recebido, acaso se cumpririam as “Sagradas” Escrituras?”

E, se os filhos não têm que pagar pelos pecados dos pais, numa perspectiva religiosa, porque sofrem os judeus de hoje pelos pecados cometidos pelos seus antepassados de há dois mil anos? Ou continuam a rejeitá-Lo como naquele tempo e, no seu coração, matá-Lo-iam se cá viesse de novo?…

Voltamos também à ideia de pecado. O pecado dos judeus que O não receberam e O mataram, o pecado de Judas que O entregou nas suas mãos… Pecados afinal – absurdo dos absurdos! – “necessários” porque, sem eles, não se cumpririam as Escrituras nem os desígnios do Pai a respeito de Jesus: “Foi precisamente para esta hora que Eu vim.” (Jo 12,27)!…

Enfim, ninguém entende aquele «Se Eu não tivesse feito no meio deles obras como nenhum outro fez, não seriam culpados de pecado.» Tal afirmação revela um fracasso total de Jesus: é que não conseguiu com tais obras extraordinárias “converter” os judeus. E será mais um argumento a favor de quem não crê que Jesus tenha feito qualquer milagre digno desse nome, tendo todos sido inventados pelos evangelistas para divinizarem Jesus para a posteridade. Um tremendo logro!

sexta-feira, 14 de outubro de 2022

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 357/?

 

À procura da VERDADE nos Evangelhos

Evangelho segundo S. JOÃO – 51/?

 – “«Se o mundo vos odiar, sabei que Me odiou primeiro a Mim. Se fôsseis do mundo, o mundo amaria o que é dele. Mas o mundo odiar-vos-á porque não sois do mundo, pois Eu escolhi-vos e tirei-vos do mundo. Lembrai-vos do que vos disse: ‘Nenhum empregado é maior do que o seu patrão. Se Me perseguiram a Mim, perseguir-vos-ão também a vós; se guardardes a minha palavra, guardarão também a vossa palavra. Far-vos-ão tudo isto por causa do meu nome, pois não reconhecem aquele que Me enviou.»” (Jo 15,18-21)

– O mundo!… Será a sociedade das injustiças, dos corruptos, do ódio, do não-amor ao próximo? - Aceitemos que sim. Mas nunca entenderemos - alguém entenderá? - porque é que vindo Jesus salvar o mundo, com a tal mensagem de… AMOR, o mundo O tenha odiado, O tenha matado, não tenha aceite de braços abertos tal mensagem pois assim alcançaria a vida eterna na bem-aventurança do Céu… Que falta de força a de Jesus, ou da sua mensagem, ou do Pai que O enviou que não conseguiu tal intento!

Falta de força inadmissível em… Deus, está claro!

Pior! Que Jesus reconheça tal “falhanço” e o apregoe, embora como que “desculpando-Se” dizendo que só aceita a sua mensagem quem não é do mundo…, não é fugir às responsabilidades? Não é o mundo o que Ele veio salvar? Se tirou os discípulos do mundo… e vão ser odiados e certamente perseguidos e mortos, quem poderá salvar-se, fazendo parte do tal mundo? Sejamos realistas, práticos e… olhemos à nossa volta! Quem pensa na mensagem de Jesus Cristo? Os que se dedicam à caridade? À recolha de donativos para os pobres deste mundo? Os que dão esmola? Os que rezam ou… enchem as igrejas ou fazem peregrinações a santuários? Os que ainda permanecem enclausurados em conventos? Os que se dedicam ao ministério das suas igrejas? Afinal, não parece nada fácil saber quem é o mundo e quem é a outra parte! Se quisermos, a parte que vai para o inferno e a parte que se salva…

– E os pobres e os oprimidos, com que meios ganham o… Céu? Já que não têm “meios” para fazer o tal amor ao próximo, ganham o Céu se manifestarem tal desejo quando, um eventual dia, tiverem com que ajudar? E os que não tiverem nunca tal dia, vão assim direitinhos para o Céu, tendo apenas sido “servidos” pela caridade alheia?

– “Eu escolhi-vos e tirei-vos do mundo”. “Escolher” foi real porque Jesus chamou os discípulos, mesmo o desgraçado do Judas…;“tirar do mundo” é que deve ser simbólico pois significa que os livrou de serem perversos, injustos, amantes do poder e das riquezas terrenas…

– Perseguir, odiar, matar… por causa do nome de Cristo, que o mesmo é dizer da sua mensagem de amor e de paz… é tão inconcebível!… Pois não deveria o amor gerar amor, a paz gerar a paz naqueles que tal mensagem escutassem? Porque tem efeitos contrários de ódio e de guerra? Bem precisávamos de mais este milagre de Jesus que, afinal não o soube ou não o pôde fazer, nem para Si nem para os discípulos que realmente foram perseguidos, torturados e mortos por pregarem Jesus Cristo…

– Não se compreende é porque Jesus justifica tal rejeição com o facto de o mundo não ter reconhecido aquele que O enviou: o Pai. Se Jesus nunca tivesse falado no Pai, acaso o Pai teria feito falta à força da sua mensagem, apoiada na força das suas obras?

Que acrescentou o Pai a Jesus Cristo? Apenas uma tremenda confusão de dependência que não é dependência, de uma filiação que não se entende, de um Pai que ama e que tortura um Filho…, Filho que não faz a sua vontade mas a do Pai que O enviou, não podendo a sua vontade ser diferente da do Pai…

Que confusão, Santo Deus! Que confusão!

sexta-feira, 30 de setembro de 2022

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 356/?

 

À procura da VERDADE nos Evangelhos 

Evangelho segundo S. JOÃO – 50/?

 (Para uma melhor continuação da análise, repetimos o texto):

– “«O meu mandamento é este: amai-vos uns aos outros como Eu vos amei. Não existe amor maior do que dar a vida pelos amigos. Sereis meus amigos se fizerdes o que vos mando. Não vos chamo empregados pois o empregado não sabe o que o patrão faz; chamo-vos amigos porque vos comuniquei tudo o que ouvi a meu Pai. Não fostes vós que Me escolhestes mas fui Eu que vos escolhi. Eu destinei-vos para irdes e dardes fruto e para que o vosso fruto permaneça. O Pai dar-vos-á tudo o que Lhe pedirdes em meu nome. O que vos mando é que vos ameis uns aos outros.»” (Jo 15,12-17)

– Mas… como é que somos amigos de Cristo se nos amarmos uns aos outros? Não somos é amigos de nós mesmos, porque estamos assegurando a nossa salvação eterna onde usufruiremos com Ele, de toda a glória celeste? Aliás, objectivamente, que nos importa ser amigos de Cristo?

Simpático é o não nos chamar “empregados”! Muito simpático! Continuamos é sem entender o que é que Ele ouviu do Pai que não sabia desde toda a eternidade que, por ser eternidade, não tem “desde” nenhum!…

E alguém já sabe o que há-de pedir ao Pai em nome de Jesus para que lhe seja concedido? – Bem, o que toda a gente deveria pedir era a… Fé! A Fé em Jesus Cristo e na sua palavra! E se Deus não a concedesse a todos os que Lha pedissem, seria Ele o responsável pela perdição no inferno de toda a humanidade…

Mas o melhor mesmo é começarmos por nós, pois isto de salvação ou de condenação, quer queiramos quer não, queiramos ou não ser solidários, é pessoal e intransmissível: tens que cuidar da tua como eu tenho de cuidar da minha… Ninguém se pode substituir a ninguém…

Problema é sabermos quando é que Deus nos vai dar a tal Fé, uma vez que Lha tivermos pedido… Então, é assim tão fácil, tão simples, a salvação eterna? Basta pedir a Fé, depois acreditar, depois amar-nos uns aos outros e… aí vamos nós para o Céu? – Assim parece! Assim apontam as palavras de Jesus!… Só não nos disse Jesus que era simples e… fácil! O caminho foi o da… cruz!… E que caminho!… Aliás, para que é necessária uma cruz! Cruz que nunca sabemos se é a “cruz” desta vida se é outra cruz qualquer! Pois não foi Jesus à procura da morte na cruz, para cumprir as Escrituras e fazer a vontade do Pai que para tal O enviara? (Jo 12,27)

Já estamos confundidos! É que tudo há pouco parecia tão fácil!… Assim, já não sei se precisamos que Deus nos dê Fé, se discernimento para descortinarmos a Verdade de todas estas supostas “verdades” que não nos sossegam a alma mas a mergulham nas trevas da total incerteza…

 

segunda-feira, 26 de setembro de 2022

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 355/?

 

À procura da VERDADE nos Evangelhos 

Evangelho segundo S. JOÃO – 49/?

 – O discurso de Jesus está longe de terminar… Aliás, o velho João, escrevendo uns sessenta anos depois dos acontecimentos, velho já dos seus oitentas, teria feito grande esforço de memória para reproduzir tal discurso de conteúdos tão complicados… Daí talvez este repetitivismo - e não pouca confusão! – sobretudo quando se fala do Pai e do Filho e das suas relações de dependência e de igualdade…

– Espanta, no entanto, a “precisão” com que se referem perguntas e respostas dos intervenientes… Mais parece escrito amanhã aquilo que se ouviu hoje… Claro que estamos excluindo a hipótese de milagre ou de revelação ou de inspiração do Espírito Santo que foi enviado aos discípulos, encontrando-se João sempre presente, como faz questão de afirmar mais tarde. (Jo 19,35) Infelizmente, mesmo a haver milagre de inspiração, Jesus, através de João, deixou mais dúvidas do que certezas, mais confusão do que clara luz.

– “«Eu sou a videira e o meu Pai é o agricultor (…) Vós sois os ramos. Quem fica unido a Mim e Eu a ele dará muito fruto, porque sem Mim não podeis fazer nada.»” (Jo 15,1 e 5)

– A comparação com a videira em que o Pai é o agricultor, Jesus a videira e nós os ramos, é… bonita mas… mas não nos traz novidades, e nada adianta à Verdade que procuramos: a da vida eterna após a vida terrena! Depois, não será arrogância infundada ao dizer que “Sem Ele não podemos fazer nada”? Não somos nós que, pelo nosso esforço, temos de alcançar a vida eterna (se a houver, claro! – coisa totalmente improvável, já que pertencemos ao Tempo…)?

– “«Se ficardes unidos a Mim e as minhas palavras permanecerem em vós, pedi o que quiserdes e ser-vos-á concedido.»” (Jo 15,7)

– Novamente, uma afirmação de esperança mas continuando nós sem saber o que pedir para que nos seja concedido… Afinal, sempre que os discípulos lhe pediram alguma coisa, lhe puseram alguma questão, ele não quis/pôde/soube responder! E será mais uma afirmação que deve ter saído da cabeça de João e não de Jesus enquanto vivo…

– “«Assim como o Pai Me amou, Eu também vos amei: permanecei no meu amor. Se obedecerdes aos meus mandamentos, permanecereis no meu amor, assim como Eu obedeci aos mandamentos de meu Pai e permaneço no seu amor. Disse-vos isto para que a minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja completa.»” (Jo 15,9-11)

– Novamente, o Pai! Estas relações de amor ou outras de Pai-Filho já nos vão cansando até à exaustão...

E que mandamentos são os do Pai aos quais Jesus obedeceu e quais os seus aos quais nos pede que obedeçamos? Enfim, que alegria é aquela de Jesus? A do salmo: “Que alegria quando me disseram: vamos para a casa do Senhor!”(Sl 121)?

Primeiro, não sabemos o que é “ir para a casa do Senhor”; depois, o que será a nossa “alegria completa”? – Certamente a de irmos para o Céu… Infelizmente, um Céu nunca provado como existente ou como possível! Se provar a existência do Céu era a missão de Jesus, podemos afirmar sem qualquer dúvida que foi… uma missão completamente falhada! Uma frustração total!

– Agora, repete João uma das mais célebres frases de Jesus: “«O meu mandamento é este: amai-vos uns aos outros como Eu vos amei. Não existe amor maior do que dar a vida pelos amigos. Sereis meus amigos se fizerdes o que vos mando. Não vos chamo empregados pois o empregado não sabe o que o patrão faz; chamo-vos amigos porque vos comuniquei tudo o que ouvi a meu Pai. Não fostes vós que Me escolhestes mas fui Eu que vos escolhi. Eu destinei-vos para irdes e dardes fruto e para que o vosso fruto permaneça. O Pai dar-vos-á tudo o que Lhe pedirdes em meu nome. O que vos mando é que vos ameis uns aos outros.»” (Jo 15,12-17)

– O amor! Podemos escrevê-lo com maiúsculas: AMOR! É a palavra fetiche de Jesus! O amor a Deus, o amor ao próximo… Aqui, no “amai-vos uns aos outros”, até esqueceu o amor a Deus!…

Certamente por ter “percebido” que nenhum de nós entenderia bem o que é isso de amar a Deus…

(A análise continua no próximo texto)

sexta-feira, 16 de setembro de 2022

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 354/?

 

À procura da VERDADE nos Evangelhos 

Evangelho segundo S. JOÃO – 48/?

 (Para mais fácil análise, repetimos o texto de João):

–“«Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz. A paz que vos dou não é a paz que o mundo dá. Não fiqueis perturbados nem tenhais medo. Ouvistes o que vos disse: ‘Eu vou mas voltarei para vós.’ Se Me amásseis, alegrar-vos-íeis porque vou para o Pai, pois o Pai é maior do que Eu. Digo-vos isto agora antes que aconteça, para que, quando acontecer, acrediteis. Já não tenho muito tempo para falar convosco, pois o príncipe deste mundo vai chegar. Ele não tem poder sobre Mim, mas vem para que o mundo reconheça que amo o Pai, e é por isso que faço tudo o que o Pai Me mandou.»” (Jo 14,27-31)

– Que confusão, Santo Deus! Afinal, qual é a paz que Jesus nos deixa? Só no-lo disse pela negativa: que não era a que o mundo dá…

E o “voltarei para vós” era a vinda do Espírito Santo sobre os apóstolos ou era a vinda no fim dos tempos… não entendendo nós claramente nem uma nem outra?

Depois, o Pai é maior do que o Filho!… Não disse há pouco que “Quem Me viu a Mim viu o Pai”? Como é agora maior? Metáfora? Símbolo? Mas… símbolo de quê? E, segundo o mistério da Santíssima Trindade, o Pai não é igual ao Filho e ambos iguais ao Espírito Santo, havendo um só Deus uno e trino?

Alegrar-nos com a morte!… Com a partida!… Com a ida para o Pai!… É! A morte para os crentes deveria ser um dia de festa! Um dia do encontro definitivo do Homem com Deus, do Filho com o Pai, a entrada na vida eterna, em eterna bem-aventurança e felicidade… Então, porque choram, se vestem de luto, se enchem de tristeza?… Que pouca Fé nas palavras de vida eterna de Jesus, a destes crentes! Que pouca Fé!…

Mas parece que a Fé é um dom de Deus que o dá a quem Ele muito bem quiser, e não algo que se adquire com esforço, meditação, amor…

E quem é realmente o príncipe deste mundo? O Diabo ou… a morte?

– Neste contexto, parece nitidamente ser a morte. Mas…

E mais uma vez o total incompreensível: Jesus a ter de morrer para que o mundo reconheça que Ele ama o Pai e que faz tudo o que o Pai Lhe mandou fazer…

Aliás, que importa a Jesus que o mundo reconheça que Ele ama o Pai? Ou… que faz tudo o que o Pai lhe mandou fazer? É para que cumpra o que Ele disse porque disse aquilo que o Pai lhe ordenou que dissesse?

– E parece não haver dúvidas, por muito que nos custe acreditar, de que foi o Pai que ordenou a Jesus que morresse e morresse ignominiosamente numa cruz!…

É caso para repetirmos: “Intolerável por parte de um Pai que diz «Este é o meu filho muito amado.»! Inacreditável que venha de… Deus!”

E tanta incompreensão leva-nos ao descrédito quase total! (Ou total?!) Mas, mais uma vez, a esperança de que haja respostas para as nossas angústias, também nos leva a “aceitar” mesmo o inacreditável, para que nem toda a luz se perca…

domingo, 11 de setembro de 2022

La Rentrée - Porquê tanta invenção, Santo Deus?

 E como é que tantos - muitos milhões - acreditam nessas invenções, sem questionarem?

É: o Cristianismo - como todas as religiões - é um conjunto de invenções ou efabulações, baseadas num homem-judeu, de seu nome Jesus, a quem os seus discípulos divinizaram, chamando-lhe Filho de Deus. E, depois, outros epítetos que constituem as bases da mesma religião: Redentor, Salvador, Senhor, Filho do Homem (único título que Ele se deu a si próprio), o Cristo, o Messias, o Prometido, o Ungido de Deus...

Tantas coisas acerca de um homem que não foi, não era, não podia ser mais do que um homem! Embora um homem com um cariz especial, aptidões especiais, ideias contrárias às político-sociais do tempo em que viveu, ideias revolucionárias como as do amor ao próximo, o amar os inimigos e o dar a outra face, enfim, a ideia de todos serem iguais, enquanto filhos de Deus, fossem escravos ou homens livres.

E a época era propícia ao aparecimento de uma nova religião, digladiando-se entre si grupos como os essénios, os zelotas, os saduceus, os fariseus.

Um homem com aquelas ideias anti-sistema, pregando e defendendo tais "novidades" ("Se amardes os vossos amigos, que mérito tereis?) tinha de ser "aproveitado" para mentor de um novo movimento. E aí temos o CRISTIANISMO.

Toda a história conhecida de Jesus a quem chamaram de Cristo está impregnada de lacunas, acrescentos, invenções. Nas invenções, pontificam os milagres, milagres que obviamente não existiram por impossíveis.

Tendo-se tornado revolucionário e do desagrado do poder político-religioso vigente ("Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas..."), facilmente se conluiaram contra ele e o condenaram à morte e morte de cruz, o suplício preferido pelos romanos ocupantes aplicado aos "desobedientes". O que era mais uma manifestação da total perversidade da raça humana...

Já provámos aqui que Jesus não é Filho de Deus e da mesma essência que Deus porque Deus, pela sua própria essência - que ninguém sabe o que é! - não pode ter um Filho. Jesus também não foi Redentor nem Salvador porque não havia nada para redimir ou salvar. (Até há pouco tempo, ainda se falava no tal pecado original, recordando os míticos Adão e Eva bíblicos, dizendo-se a barbaridade de que Jesus tinha redimido, com o seu sangue, a humanidade dos pecados). Arquitectarem tal enleio foi o modo que os discípulos encontraram para divinizar o seu "Senhor" que viam morrer ali numa cruz como um malfeitor ou revoltoso político, dando, aliás, mais conteúdo à nova religião nascente.

E aí temos uma religião fundada ou fundamentada em nada de substancial, de credível, de racionalmente aceitável. Um grande NADA! Por isso, os seus mentores - padres, teólogos, bispos e papas - não podem fazer outra coisa senão apelarem para a Fé e o Mistério: não se entende, é Mistério; não se percebe, aceita-se pela Fé na "palavra do Senhor", palavra que não é de nenhum Senhor, mas de alguém que as escreveu e lhas atribuiu. É, aliás, o que se passa com toda a Bíblia!

PERGUNTO: QUE HAVEMOS DE PENSAR DE TUDO ISTO?



terça-feira, 26 de julho de 2022

Tema de reflexão para férias

 

Quando é que o Homem perderá os seus mitos? – 2/2

 3 – Conclusões:

Enquanto houver gente (papas, imãs, emires, rabinos, gurus, sacerdotes de toda a espécie…) que vê uma oportunidade de “Boa Vida”, física e psicologicamente falando, nas religiões, essa gente tudo fará para ter seguidores – obviamente, mais os incautos, os incultos, os fragilizados – convencendo-os das suas “Verdades imutáveis e eternas”.

Materialmente, terão sempre em apoio, sumptuosas igrejas e catedrais, conventos e mosteiros (embora já despovoados dos seus antigos numerosos ocupantes, enganados por falsos misticismos, infernos ou paraísos que lhes pregaram…), templos, sejam judaicos, hindus ou budistas, mesquitas sumptuosamente ricas, cuja construção tem sido subsidiada pela riqueza petrolífera dos países muçulmanos, e muitos outros locais de culto, mais ricos uns que outros…

E há os Livros! As Sagradas Escrituras: Thora, Bíblia, Vedas, Corão, etc, livros que de sagrado só têm o nome, contendo em si tanto o gérmen da paz e do amor como o da guerra e do ódio e da violência do Homem para com o outro Homem que não segue a mesma “religião”. E guerras e mortandades, tudo em nome de… DEUS! Tanto no passado como no presente!

Tendo locais de culto e… Livros, basta “cozinhar” tudo com rituais e cerimónias de pompa e circunstância, festas de arromba, sermões de arrebatar consciências, sempre apelando para o mistério e o grande poder de Deus… do seu Deus, claro!

Ah, como o Homem está ainda atrasado em relação ao construir uma sociedade verdadeiramente fraterna, inteligente e respeitadora da Natureza, Natureza que lhe dá o Ser e o alimenta nos seus oitenta a cem anos de vida! Que estultícia!

É: o Homem só perderá os seus mitos quando for mais civilizado, mais inteligente, mais sensato, pondo a sabedoria acumulada ao longo de milénios ao serviço da construção da tal sociedade perfeita que já ambicionamos mas que vemos ainda muito, muito longínqua no horizonte. Um horizonte de muitos milénios. Que pena! É que a nossa vida acabará em breve sem termos visto alcançar minimamente tal objectivo.

Resta-nos a esperança de que ainda algum dos nossos descendentes possa contemplar uma mostra dessa tal sociedade e nela viver. A nós fica-nos a consolação de termos lutado por ela!...

Nota: Há que referir os intelectuais e até cientistas que se dizem crentes. Razões? – As mais diversas, mas convergirão todas no mistério que nos ultrapassa a todos do Grande Desconhecido, após esta vida, e da incapacidade que todos temos em aceitarmos acabar como qualquer outro ser vivo à face da Terra, sem deixar qualquer rasto… eterno, já que somos dotados de uma inteligência e de uma consciência da nossa própria e inexorável finitude, além da noção do Bem e do Mal, da Ética e da Moral (não presente, supõe-se, nos outros seres vivos).

No entanto, pensando bem e objectivamente, constatamos que somos partículas vivas de um TODO, TODO que está em perpétuo movimento, em perpétua transformação, do átomo ao Universo: tudo nasce e tudo o que nasce morre, não desaparecendo mas transformando-se em outra coisa qualquer que já não o ser que um dia foi, mas nada se perdendo, parecendo eterna a matéria, eterna a energia que enforma a mesma matéria e a transforma e lhe faz ter tantas formas diferentes, umas de vida outras mais de “pedra”, e até fez da matéria brotar seres vivos inteligentes… NÓS!

Haverá alguma razão para nos querermos excluir desta bela embora tremenda e inexorável engrenagem, em que tudo vai do mesmo ao semelhante ao mesmo através do diverso?

É: tudo está em constante mutação/transformação, nada parando, tanto no infinitamente pequeno como no infinitamente grande: os átomos e moléculas que compõem os seres não param um só momento (se, no ser, parassem, o ser morria e, mesmo no ser já morto, continuam a movimentar-se em direcção a outra coisa qualquer), as estrelas, as galáxias o próprio Universo também não!

Não há dúvida de que só o Movimento gera VIDA, mas assim como a dá assim a tira! Aos seres animados com o “sopro” vital; aos inanimados, sempre mudando-lhes a forma e conteúdo.

Perante tanta Beleza e Perplexidade, que nos inundam corpo e alma, resta-nos o… SORRISO! Um grande SORRISO por estarmos aqui e sermos capazes de pensar tudo isto!

Frustração ou desencanto, porquê e para quê? Foi tão BOM – é tão BOM! –podermos fazer parte do TUDO e desse TUDO termos tão clara CONSCIÊNCIA!

Temos dentro de nós, pelo ADN, o instinto vital que nos faz agarrar à Vida e isso é bom! Mas não há que ter medo de morrer. O ter medo só nos perturba o SORRISO. Embora, quando partirmos, tenhamos a plena consciência de que não fomos mais do que uma partícula que, um dia, veio à luz e que, num outro, se “perdeu” para sempre no Grande, Eterno e sempre Novo Desconhecido… No entanto, sorrimos: é que vamos partilhar-nos, átomos e moléculas, com muitos outros seres que estão prontos para vir à luz, tal como nós, um dia, tivemos a sorte de vir. DRAMÁTICO E ATERRADOR ou… FANTÁSTICO?!

Mas o mais admirável disto tudo é que tudo se passa num minúsculo ponto azul, perdido algures no imensíssimo Universo, que dá pelo nome de Terra, uma bolinha de matéria cheia de energia, movimento e VIDA, mas que não está sozinha e depende também ela da implacável força gravítica que a regula e põe em movimento, tendo a sua grande transformação anunciada para daqui a uns 5 mil milhões de anos quando a sua fonte de energia se apagar para sempre: o gigante mas tão pequeno SOL, apenas uma estrela entre milhares de milhões de biliões de outras que povoam o Universo, Universo que tudo leva a crer que seja eterno e infinito…

Ah, como somos tão pequenos mas também tão grandes porque capazes de pendar tudo isto!

BOAS FÉRIAS! BOAS REFLEXÕES… PARA SORRIR À VIDA!

 

terça-feira, 5 de julho de 2022

TEMA DE REFLEXÃO PARA FÉRIAS

 


Quando é que o Homem perderá os seus mitos? – 1/2

 A resposta é uma total incógnita. É que são múltiplos os factores, quer de natureza subjectiva quer de natureza objectiva, que levam a Humanidade à dependência de mitos, de crenças, de fés, de crendices…

Em certo sentido, até é bom que o Homem não perca os seus mitos, dado o subdesenvolvimento da Humanidade, em questões de ÉTICA e de MORAL, subdesenvolvimento manifestado, por exemplo, no arsenal bélico que todos os países ostentam e do qual se orgulham, dissuadindo de um ataque um seu suposto inimigo qualquer, arsenal representando muitos pontos do PIB desse país, montante que bem poderia ser utilizado, por exemplo, no apoio à Ciência, à Educação, à Saúde. Neste estádio ainda tão primitivo, os mitos contribuirão para tornar as sociedades mais justas e mais fraternas, quer dentro quer fora de fronteiras, fronteiras que, um dia, deixarão de existir para haver apenas a Humanidade povoando inteligentemente a Terra, sua MÃE e seu BERÇO. E serão um freio à tendência do Homem para a violência, a ganância, o egoísmo, a corrupção, o desprezo pelo seu semelhante...

Portanto, só quando o Homem tiver transformado em “rosas” as armas que inventou/inventa para destruir os seus semelhantes, é que também será bom que perca todos os seus mitos, mitos que o degradam como ser humano total, i. é, racional e emocionalmente.

 1 – Factores de natureza subjectiva:

Em primeiro lugar, debatemo-nos com a capacidade de convencimento por parte de alguns profetas da “Verdade”, obviamente, de todos aqueles que não querem pensar ou fazer uma análise crítica do que ouvem como Verdades e – pasme-se! – Verdades absolutas! E aí estão os crentes nas religiões, nas lendas, nas magias, nas fantasias, só porque alguém – alguém que eles, sem fundamento, consideram credível – lhes afirmou serem Verdades. Uma aberração do ponto de vista intelectual e racional, mas totalmente compreensível do ponto de vista subjectivo-emocional.

No entanto, o maior factor de natureza subjectiva é o da ajuda que essas crenças, fés, lendas, fantasias dão às pessoas, sobretudo quando pressionadas pelo sofrimento, mais ou menos atroz, como a perda de um ente querido ou o encarar de uma doença irreversível. É que aí, só Deus “me pode valer” com a esperança de que exista mais alguma coisa para além da dor e do sofrimento ou da sua causa.

Depois, a pessoa não consegue confrontar-se emocionalmente com a morte, morte que, inexoravelmente, nos atingirá mais cedo ou mais tarde.

Para quem tem fé numa vida eterna, uma outra vida – após esta a que muitos chamam de “vale de lágrimas”, numa total injustiça para com o próprio dom da Vida – tudo parece fazer mais sentido: as dores suportam-se mais facilmente, as perdas irremediáveis também e até a própria morte é vista como uma passagem para essoutra vida e não como o acabar de tudo, dizendo-se até de quem partiu: "Foi desta para melhor".

E não é que esta visão é muito mais apelativa e ajuda mais à vida do que o puro racionalismo? Em sociedade, já o referimos, se tirássemos a fé aos Homens, tudo se tornaria mais ingovernável. Durante estes dois milénios de cristianismo, por exemplo, terá sido o medo do Inferno – Inferno eterno! – que tornou as sociedades mais governáveis e controladas nos seus instintos de destruição, apesar das muitas guerras e dos muitos crimes que homens cometeram contra outros homens…

 2 – Factores de natureza objectiva:

As civilizações estão intimamente ligadas às religiões, crenças e mitos. Quer nos tempos dos politeísmos, quer, depois, com as três religiões abraâmicas: judaísmo, cristianismo e maometismo. Isto no Médio Oriente e no Ocidente. No Oriente – Índia, China e os diversos povos e nações da Ásia do Sul – desde há uns três milénios, pontificam duas grandes religiões ou filosofias de vida: o hinduísmo e o budismo. Na África e Américas, é a miscelânea de todas aquelas religiões, sobretudo as abraâmicas, devido à colonização, misturadas com muitas crendices e feitiçarias locais.

E em todas as religiões emergiu uma forte classe sacerdotal, ombreando sempre com o poder político, quando não subjugando-o aos seus interesses. Sempre, claro, em nome e para glória de Deus, melhor, do seu Deus!

Aliás, ao longo da História, são conhecidos os muitos crimes praticados por esta classe sacerdotal, crimes físicos mas sobretudo ao nível das consciências dos Homens.

Agora, poderíamos perguntar o que é, afinal, um ser humano.

– Quando acordo, indo já alta a madrugada, penso comigo e digo: “Aproveita o dia!” É que, em breve – seja este breve 5, 10, 20, …mil anos que fossem! – será a última manhã, a última tarde, a última noite, não havendo nova manhã, nem nunca mais um novo amanhã!

É esse o fado, queira-se ou não, do ser humano, ser que, como qualquer ser vivo, ou mesmo como qualquer ser inanimado mas que tenha começado um dia, pertence ao Tempo. 

Pertencer ao Tempo significa estar completamente dependente dele. E o Tempo passa inexoravelmente, cadenciado, segundo a segundo, não havendo força natural ou sobrenatural (esta inexistente, claro!) que o faça parar ou… atrasar. Ai de TUDO O QUE EXISTE se o Tempo algum dia parasse! Nunca mais haveria vida nem o movimento que a alimenta. Só MORTE! 

Nascemos, crescemos e caminhamos para o desaparecimento total, não deixando qualquer rasto para a eternidade. Esta existe – e só existe! – para o TODO ONDE TUDO SE INTEGRA, MATÉRIA E ENERGIA, DO ÁTOMO AO UNIVERSO, MELHOR, AOS PLURIVERSOS, existindo desde sempre e para sempre, sendo esse TODO, por isso, o PRÓPRIO DEUS ou aquele/aquilo a que, com propriedade, poderemos chamar DEUS.

Tudo o que alguns Homens disseram, ao longo da História, sobre Deus ou deuses, inventando ou não dúzias deles, é FALSO! Sem qualquer dúvida! Nenhum dos deuses inventados pelos Homens tem cabimento na lógica de se ser SER HUMANO.

 (Conclusões no próximo texto)

sexta-feira, 1 de julho de 2022

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 353/?

 

À procura da VERDADE nos Evangelhos 

Evangelho segundo S. JOÃO – 47/?

 –“Judas, não o Iscariotes, perguntou: «Senhor, porque vais manifestar-Te a nós e não ao mundo?» Jesus respondeu: «Se alguém Me ama, guarda a minha palavra e meu Pai o amará. Eu e meu Pai viremos e faremos nele a nossa morada. Quem não me ama não guarda as minhas palavras. E a palavra que ouvis não é minha mas é a palavra do Pai que me enviou. Estas são as coisas que tinha para vos dizer, estando ainda convosco. Mas o Espírito Santo que o Pai vai enviar em meu nome, ensinar-vos-á todas as coisas e far-vos-á recordar tudo o que Eu vos disse.»” (Jo 14,22-26)

– Acaso Judas ficou esclarecido? Não fugiu Jesus, mais uma vez, à resposta directa, clara, necessária?…

Mas que havia Judas de fazer? Repetir a pergunta? Protestar? Como, se Jesus era o Senhor, o Mestre? Se ele, Judas, não entendia era porque a inteligência não o ajudava para tanto…

Nós também não conseguimos entender! Aliás, que iluminado haverá no mundo que consiga explicar-no-lo sem qualquer sombra de dúvida? Que se apresente!… Mas com certezas e não com muitos “Talvez…”!…

Fácil! Fácil, no entanto, é entender a simbologia do Pai e de Jesus virem morar naquele que cumpre os seus mandamentos… Falta, porém, o resto! E o que resta é tanto ou quase tudo ou… mesmo tudo!

Mais: não contente por deixar Judas sem nada entender, ainda, para mais o confundir, lhe anuncia a vinda de um Espírito, o Santo que o Pai lhes vai enviar em seu nome.

Se Judas fosse rebelde, ter-lhe-ia dito: “Para quê, Senhor, para quê precisamos mais de um Espírito que certamente fará como Vós que nada explicais do que nós perguntamos mas fugis a todas as questões, com palavras enigmáticas?” E, assim, Jesus “escapou-se mais uma vez, por entre os pingos da chuva…”

–“«Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz. A paz que vos dou não é a paz que o mundo dá. Não fiqueis perturbados nem tenhais medo. Ouvistes o que vos disse: ‘Eu vou mas voltarei para vós.’ Se Me amásseis, alegrar-vos-íeis porque vou para o Pai, pois o Pai é maior do que Eu. Digo-vos isto agora antes que aconteça, para que, quando acontecer, acrediteis. Já não tenho muito tempo para falar convosco, pois o príncipe deste mundo vai chegar. Ele não tem poder sobre Mim, mas vem para que o mundo reconheça que amo o Pai, e é por isso que faço tudo o que o Pai Me mandou.»” (Jo 14,27-31)

– Eis mais um emaranhado de ideias: a sua paz que não é deste mundo; o alegrar-nos porque ele vai para o Pai; a aproximação da morte; ele amar o Pai porque vai... morrer. Infelizmente, ideias confusas e sem nexo entre si.

(Análise no próximo texto)

 

quinta-feira, 23 de junho de 2022

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 352/?

 

À procura da VERDADE nos Evangelhos 

Evangelho segundo S. JOÃO – 46/?

 (Continuamos ainda a análise crítica ao texto de Jo 14,1-14)

– A dado momento, Jesus garante-nos que, se acreditarmos nele, faremos obras ainda maiores do que as que Ele fez… Garante!… Faz-nos lembrar o ter Fé mesmo do tamanho de um grão de mostarda e sermos capazes de mover montanhas!… Garante!… Só não nos diz o que é realmente ter Fé… o que é realmente acreditar nele… o que é pedir em seu nome… o que é Deus ser glorificado e o Filho ser também glorificado… numa morte de cruz!… Garante! E nós… que fazemos com tal garantia? Que nos adianta para resolver as nossas dúvidas, ou para conseguirmos ter certezas da vida eterna, se a evidência se nos escapa totalmente?! Não continuamos afinal sem respostas? Não ficou Filipe sem… resposta?

Garante! Garante que, se pedirmos qualquer coisa em seu nome, Ele o fará! E o que realmente poderemos pedir em seu nome para que Ele no-lo faça? Pedir saúde, felicidade, dinheiro? Pedir alívio na angústia, no desespero de nada entendermos do que seria fundamental entender, para sabermos com que contar após esta efémera vida terrena? Pedir… Fé?! Pedir que nos fale de modo a que o entendamos e… acreditemos!

– Mas isso, pelas não-respostas que dá a Filipe, parece ser pedido que Cristo-Deus não consegue satisfazer…

Realmente, como quer Jesus que acreditemos nele e em Deus se, em boa verdade, não responde às perguntas que lhe fizeram os discípulos, às perguntas que Lhe fazemos nós? Como? E não estamos nós de coração aberto para abraçar com todo o nosso entendimento a… VERDADE? Afinal, se é isto que Lhe pedimos e em seu nome, porque não no-lo concede? Porque falta à sua palavra?…

– A “saga” das palavras enigmáticas não tem fim na boca de Jesus… “«Se Me amais, obedecereis aos meus mandamentos. Então, Eu pedirei ao Pai e Ele dar-vos-á um outro que vai permanecer convosco para sempre. Ele é o Espírito da Verdade que o mundo não pode acolher, porque não O vê nem O conhece. Vós conhecei-Lo porque Ele mora convosco e estará convosco.»” (Jo 14,15-17)

– Agora, é o Espírito que, apesar de Verdade, só nos vem confundir mais um pouco! Não nos bastava um Pai e um Filho que já não entendemos! Temos agora um Espírito que os discípulos conhecem porque mora neles… Estranho este morar nos discípulos e em mais ninguém… Ou o mundo não são todos os outros? Aliás que discípulo teria compreendido estas palavras? Certamente, não tendo compreendido respostas a perguntas anteriores, também aqui se coibiram de perguntar… Não podemos senão considerar mais um falhanço na comunicação de Jesus.

– No entanto, obstinadamente, continua: “«Não vos deixarei órfãos mas voltarei para vós. Mais um pouco e o mundo não Me verá, mas vós ver-Me-eis porque Eu vivo e vós também vivereis. Nesse dia, conhecereis que Eu estou em meu Pai, vós em Mim e Eu em vós. Quem aceita os meus mandamentos e lhes obedece, esse é que Me ama. E quem me ama será amado por meu Pai. Eu também o amarei e manifestar-me-ei a Ele.»” (Jo 14,18-21)

– Compreenderam? Compreenderam alguma coisa além de que em breve Jesus iria morrer e o mundo já não O veria? Que entenderiam os discípulos de o Pai estar em Jesus e Jesus estar neles?…

Como Jesus Se repete, santo Deus! Quantas vezes fala no Pai e ninguém a entender nada! 

INCOMPREENSÍVEL e… INACEITÁVEL!

quinta-feira, 16 de junho de 2022

A cruz símbolo do amor de Deus pelos Homens

 

Como foi possível, como é possível tão estranho conceito?

 Todos sabemos que a CRUZ era o suplício de morte usado pelo romanos, à época de Cristo, para castigar/matar os que se lhes opunham, incluindo muitos prisioneiros feitos nas terras que iam conquistando para alargar o Império, subjugando os seus povos.

Também sabemos que o judeu Jesus, a quem os discípulos chamaram de Cristo, foi condenado a tal suplício por ordem do governador romano na Judeia, Pilatos, instigado pelas autoridades religiosas judaicas: Fariseus, Escribas e Sacerdotes, que não gostavam do modo como Jesus se lhes opunha, chamando-lhes, por exemplo, “sepulcros branqueados por fora e cheios de podridão por dentro” (Mt 23, 27-28)

Toda a tragédia que rodeia a condenação à morte e morte na cruz de Jesus vem descrita nos evangelhos, acompanhando-a Mateus de vários milagres, concluindo a narrativa de modo magistral, ao colocar na boca do centurião romano e dos soldados que o executaram: “Este era realmente o Filho de Deus”. (Mt 27, 54)

Embora os evangelhos tenham sido escritos uns 40 a 60 anos após os factos narrados, presume-se que algo de insólito tenha ocorrido. Não de tal modo como Mateus descreve, pois o historiador da época Flávio Josefo, não se refere ao facto explicitamente, parecendo as poucas referências a Jesus como interpolações de cristãos na sua obra, no séc. IV, nomeadamente do bispo Eusébio de Cesareia. Ora, se tivessem acontecido todos aqueles milagres, era impossível que um historiador como Josefo, que narra episódios quase sem importância, nas suas “Antiguidades Judaicas”, não se referisse largamente aos insólitos fenómenos.

Pensando nós, então, que Mateus terá inventado aqueles milagres, também terá inventado a frase que colocou na boca dos soldados, algozes de Jesus.

O que é certo é que foi essa narrativa que atravessou os séculos e que todos os crentes aprendem nas catequeses.

Os construtores da religião cristã – logo de início, os discípulos de Jesus e Paulo –começaram a chamar a Jesus o “Cristo”, o “Filho de Deus vivo”, o Redentor, o Salvador, inventando aquela macabra teoria de que Jesus veio redimir o Homem dos seus pecados, proporcionando-lhe a salvação eterna, com o derramamento do seu sangue na cruz.

Daí, a cruz se ter tornado o símbolo dos cristãos, sobrepondo-se ao outro símbolo pelo qual os primeiros cristãos se identificavam: o ICHTHYS (peixe, em grego), letras que são, também em grego, as iniciais de “Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador".

Foi também nos primórdios que se inventou a Eucaristia ou a comemoração da última Ceia, quando se reuniam para participarem numa refeição comunitária.

Aqui, houve uma invenção mirabolante: que Jesus, ao abençoar o pão e o vinho e dizendo “Isto é o meu corpo / Isto é o meu sangue que vai ser entregue por vós”, criara a eucaristia, tornando-se, para sempre, realmente o corpo e sangue de Jesus, às palavras do sacerdote na missa, sobre o pão e sobre o vinho. INCRÍVEL! Mas é nisso que os crentes têm de acreditar e que, quando comungam, i.é., recebem a hóstia, comungam o corpo e sangue de Jesus realmente presente. Se tal fosse verdade, seria uma revolução: o homem-sacerdote ficava detentor do poder de tornar presente Jesus Cristo sempre que estivesse em modos de missa. Uma espécie de aprisionamento de Deus… Mais uma vez, INCRÍVEL!

E aí está: a CRUZ, de horrendo suplício inventado pela malvadez dos homens para martirizarem o seu semelhante, ficou símbolo do Amor de Deus para com os mesmos Homens, por ter sido Deus que enviou o seu Filho Jesus Cristo – neste caso um judeu com bastante carisma e ideias revolucionárias, nada mais – para, no seu amor infinito, salvar o Homem da perdição eterna, sacrificando-o numa CRUZ.

Podemos realmente dizer: “Que falta de imaginação, santo Deus!” ou: “Meu Deus, que macabra imaginação!”

Mais uma vez, INCRÍVEL!

segunda-feira, 6 de junho de 2022

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 351/?

 

À procura da VERDADE nos Evangelhos 

Evangelho segundo S. JOÃO – 45/?

 Jesus amava realmente aqueles discípulos! (Já não estava entre eles, o desventurado do Judas!) Voltará para os levar com Ele para estarem todos juntos no mesmo lugar! Nós é que continuamos a não compreender-aceitar que o Pai tenha uma casa, que haja lá muitas moradas, que seja necessário preparar lugares… É tudo visão demasiado humana para que o divino “rasteje” pela mesma nomenclatura! Que crédito nos pode merecer tal descrição do Céu, mesmo vinda de Jesus Cristo?

– É símbolo, dirão alguns! É simbólico! São imagens! Senão, como poderiam entendê-lo os humanos mortais?

– Já nos insurgimos noutros lugares contra a simbologia! Contra as imagens! Contra as parábolas! Pois nunca se sabe onde acaba o símbolo e começa a realidade e - pior! - parece que quando convém, diz-se que é símbolo e logo a seguir afirma-se tudo como real! Tal arbitrariedade não pode, não cabe dentro das nossas mentes que realmente não se alimentam de símbolos mas de realidades!…

– Aliás, a pergunta de Filipe revela querer resposta concreta, clara, real. E Jesus, o que faz? - Dá uma resposta - tão bonita! tão comovente! tão cheia de significado! - mas… evasiva!… Pois, como é que Ele é o Caminho? Como é a Verdade? Como é a Vida? -  Nada! Não diz! Que seja o caminho do bem, da justiça, do amor ao próximo e até ao inimigo, do perdão, da paz, do desapego às riquezas terrenas, segundo o fulcro da sua mensagem… entende-se. Mas, porque não conseguiu fazer a ponte entre este viver humano, terrenal, temporal e a vida eterna, o Céu, Deus? Porque esta limitação de… um Filho de Deus, igual a Deus e, portanto, limitação do próprio Deus? Como entendê-la? – Não se entende! E por isso, o descrédito total na realidade divina que lhe atribuíram e que Ele se atribuiu a si próprio. Tivesse-lo provado sem apelar para a Fé e, então, sim, então acreditaríamos nele!

– E mais uma vez se “refugia” no Pai. E, apesar de tantas vezes ter falado no Pai, Filipe ainda não percebeu aquela relação de Pai igual ao Filho e Filho igual ao Pai! Claro que nós também não! Mas porque é que Jesus fica admirado com a pergunta de Filipe? Ele que sabia tudo, que conhecia o íntimo dos que O rodeavam, não sabia que as suas palavras não eram compreendidas? E, se não eram compreendidas, como queria que eles, os discípulos, e nós as aceitemos… sem mais? Mesmo apoiadas nos seus milagres? É que uma coisa é vermos um milagre, outra coisa é termos de aceitar palavras daquele que tal realizou sem as entendermos!

– A solução estará na… Fé! A misteriosa Fé! Temos de acreditar sempre, quer queiramos quer não, em alguma coisa, não pela força da evidência e da razão, mas pela força das palavras de quem as pronuncia.

– Mas porque é que esse “QUEM”, se tem poder para fazer milagres, não tem poder para fazer a ponte entre o humano e o divino? Porquê? Temos também aqui de ter Fé e esperar para… ver?!

– Aquele apelo de Filipe “Mostra-nos o Pai e isso nos basta!” merecia melhor resposta de Jesus. Realmente Filipe queria que Jesus fizesse a ponte, queria acreditar com… provas evidentes! E Jesus? - Novamente, foge à questão. Novamente, nos induz na confusão do Pai que está no Filho e do Filho – Ele! – que quem o vê vê o Pai e que só faz aquilo que o Pai Lhe manda realizar. Mais: - custe-nos embora a palavra, por tão forte! - cinicamente pede que Filipe acredite e que nós acreditemos também…