sábado, 20 de abril de 2024

Afinal, qual a finalidade da Vida do Homem?

 Sofrer ou divertir-se?

À pergunta existencial: “Afinal, o que faço eu aqui?”, pode facilmente responder-se: “Vivo para me divertir.”

A VIDA – essa força misteriosa da Natureza que explodiu, neste planeta TERRA, há cerca de 3.5 mil milhões de anos e que, de evolução em evolução, “viu” aparecer muitas espécies e desaparecer muitas outras, chegando ao estado actual em que uma espécie evoluiu de tal modo que desenvolveu um cérebro capaz de raciocínios abstractos, espécie a que se deu o nome de Homem e que partilha o Planeta com milhares de milhões de outras, animais, plantas, fungos, bactérias, vírus – a VIDA deverá encher de alegria os incontáveis universos (que não só o “nosso”), espalhados pelo ESPAÇO infinito onde toda a realidade se desenrola. 

Aliás, o ESPAÇO infinito vai ser por muitos milhares de anos, o MISTÉRIO DOS MISTÉRIOS para a Ciência, dadas as limitações profundas das capacidades intelectuais dos humanos. É que ficamos “aterrorizados” ao constatarmos as colossais distâncias em que os astros – planetas, estrelas, cometas, galáxias, nebulosas, enfim, todos os astros – se movimentam e se atraem e se repelem, movidos por uma não menos misteriosa Força Gravítica, apesar dessas colossais distâncias. E num ESPAÇO que tudo leva a crer que seja infinito, logo eterno! Tal como DEUS, ou o próprio DEUS!

O HOMEM! Nós! 

Tivemos a sorte de termos vindo à VIDA. Aparecemos no Tempo – categoria metafísica existente apenas para quem ou o que alguma vez começa – com a única certeza absoluta de que vamos desaparecer no Tempo, após um certo tempo: com sorte, uma centena de anos!

E voltamos à pergunta-chave da nossa existência: “Para quê, se aparecemos e, inexoravelmente, desaparecemos e… para sempre? E sem deixar rasto ou se deixarmos será sempre por um brevíssimo espaço de tempo, dado o Tempo Universal”?

Olhando à nossa volta – mesmo para dentro de nós, ser complexo que somos no corpo e na alma – vemos que há muitos humanos que, por factores vários, uns de ordem pessoal e hormonal ou intelectual, outros por má sorte, levam vidas desgraçadas, com sofrimentos inauditos, limitações que lhes tornam amarga a mesma vida, desejando muitas vezes não ter nascido.

No entanto, a maior parte é feliz, no corpo e na alma, e tenta ou luta diariamente por manter essa “felicidade”. Mas a felicidade consigo próprio, no ambiente familiar, no social de amigos e colegas de emprego, com ou não projecção mundial, não é fácil e depende da capacidade de cada um de se adaptar a si próprio, ao meio que o rodeia e ainda às circunstâncias que se lhe deparam no dia-a-dia.

Uma “regra” que vem no ADN: fugir ao sofrimento, fugir à morte, ao mesmo tempo que se procura o prazer!

Então, qual será a resposta à pergunta “Para quê?”. Não há dúvida que o melhor da vida é o divertimento/prazer, divertimento físico e intelectual. Divertimento, no sentir-se bem consigo, sentir-se bem em ambiente familiar, depois no ambiente social e laboral e em todas as actividades, mais ou menos difíceis e desafiantes, mas que, aproveitadas com inteligência, não geram angústia nem stress, mas o tal prazer, prazer que até se pode encontrar nessa angústia perante o desconhecido ou nesse stress, perante a competitividade desenfreada, tal é a saga das sociedades em que vivemos.

Aqui, constatamos que há muitos que, por falta de inteligência ou vítimas de um ADN desfavorável quanto à assertividade com que reagem a pessoas e circunstâncias, são infelizes e sofredores e fazem sofrer os outros tornando-lhes a vida negra e sufocante, chegando ao suicídio e ao assassínio, como acontece nas guerras entre vizinhos ou na violência doméstica levada ao extremo.

Mas é assim que temos o Mundo e o Homem dentro dele. Sempre evoluindo, porque na Natureza e no Universo, tudo está em contínuo movimento, nada se perdendo mas tudo se transformando, indo do mesmo ao mesmo através do DIVERSO. Nós, agora, somos o Diverso de qualquer coisa que já foi e que se seguirá a nós…

Realidade trágica ou… fantástica, porque tivemos a sorte de ter vindo à VIDA e conhecer esta realidade? – Eu prefiro o FANTÁSTICO!

E não me preocupo nada com a monótona e implacável sincronia do Tempo, envelhecendo-me a cada momento que passa, por nada poder fazer contra ela.

Quando chegar a minha hora de partir, espero poder dizer: valeu a pena ter vindo à VIDA!

Ou, mais contundente: EU VALI A PENA! Aproveitei ao máximo o tempo que me foi dado, divertindo-me e divertindo.

E… com um grande grito de “VIVA A VIDA!”, outro ainda maior: “DIVIRTA E DIVIRTA-SE, CARAMBA”!

 

sábado, 13 de abril de 2024

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 401/?

 

À procura da Verdade nas Cartas de Paulo 

 Primeira Carta aos Coríntios - 9

 Como o tema da ressurreição, tanto de Cristo como de todos os mortos, é complexo, Paulo continua tentando explicar a sua veracidade. Mas – infelizmente – o que ele vai debitando não só é confuso, como não provado, entrando em sofismas nas afirmações que faz. Eis algumas:

– “Se nós pregamos que Cisto ressuscitou dos mortos, como é que alguns entre vós dizem que não há ressurreição dos mortos?” (15,12)

– Não se percebe, como é óbvio, a admiração de Paulo. Então, ele acha que é por pregar a ressurreição de Cristo que essa ressurreição aconteceu mesmo e que daí todos os mortos ressuscitam? Não vê que é um sofisma sem qualquer possibilidade de aceitação? E, agora, vêm as célebres frases (frases que contêm em si a prova daquela impossibilidade):

– “Se não há ressurreição dos mortos, então Cristo também não ressuscitou e se Cristo não ressuscitou a nossa pregação é vazia e também vazia é a fé que tendes. Se os mortos não ressuscitam então somos testemunhas falsas de Deus…” (15,13-15)

– E continua, repetindo-se e argumentando na mesma linha, o que não leva a conclusão alguma provada, mas apenas à confirmação de que, pelo facto de ele acreditar e pregar a ressurreição de Cristo, em nada prova a sua verdade ou credibilidade.

E aqui concluímos com Paulo que é bem verdade que se Cristo não ressuscitou, é vã a sua pregação e é vã a fé dos fiéis porque pregam uns outros acreditam em supostos factos ou factos falsos. E como Cristo não ressuscitou, nenhum morto ressuscitará. Nem ressuscitou desde que o Homem apareceu à face da Terra, há apenas uns 4 milhões de anos, encimando actualmente a linha dos primatas, não se sabendo até quando, tudo dependendo da evolução da vida na Terra, Terra que ainda terá mais uns 4,5 mil milhões de anos de vida… Mas Paulo ainda tenta mais uma explicação:

– “O corpo é semeado (compara com a semente que se deita à terra: “Aquilo que semeias não volta à vida a não ser que morra.”) corruptível, mas ressuscita incorruptível…, glorioso…, cheio de força…, espiritual.” (15,36-44)

Depois, continua, às vezes delirando:

– “Nem todos morremos, mas todos seremos transformados, num instante, ao som da trombeta final. A trombeta tocará e os mortos ressuscitarão incorruptíveis. De facto é necessário que este ser corruptível seja revestido de incorruptibilidade…” (15,51-53)

Comentaremos no próximo texto de análise crítica.

quarta-feira, 3 de abril de 2024

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 400/?

 À procura da Verdade nas Cartas de Paulo

 Primeira Carta aos Coríntios - 8

 – “Cristo morreu pelos nossos pecados… foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, conforme as Escrituras… e apareceu a Pedro, aos doze, a mais de quinhentos irmãos, a Tiago, aos apóstolos e também a mim… Aqui está o que nós pregamos…” (15,3-11)

– Analisemos:

Primeiro, Cristo morreu mas não para redimir qualquer pecado. Isto é pura invenção. Aliás, que pecados? O dito pecado original, não, porque simplesmente não existiu já que os seus supostos autores, Adão e Eva, também não existiram. Depois, ter ressuscitado e ter aparecido a muitos dos seus, também não pode ter sido verdade. Apenas suposições incongruentes. Já explicámos lá mais atrás, aquando da análise dos evangelhos, que a ressurreição é impossível ao ser humano e que, no caso de Jesus, as várias narrativas não são coincidentes e, em alguns trechos, contraditórias. E, já o dissemos, se Cristo pretendia que acreditassem nele e na sua ressurreição, não aparecia aos seus ou não aparecia só aos seus mas também aos seus algozes e aos que o condenaram e a todo o povo. Era o mínimo que se exigia de uma pessoa inteligente para atingir os seus objectivos. Então porque não o fez?

Depois, aquele “conforme as Escrituras” também não colhe já que as Escrituras não têm qualquer valor em termos de credibilidade histórica, como já provámos por variadíssimas vezes. Nem muito menos são de inspiração divina: Deus teria ficado muito mal ao inspirar tanta narrativa de guerra, tanta história infantil que nada tem a ver com a realidade que a Ciência vai descortinando, enfim, tanta ignorância…

A Paulo, acreditando no que vai dizendo, aceita-se que diga: “Aqui está o que nós pregamos.” Mas o que é falso não se torna verdadeiro por se acreditar nele, seja qual for o crente, Paulo ou o Papa ou o próprio Jesus a quem chamaram de Cristo. Por isso, nós dizemos que o que ele prega é falso e sem conteúdo que corresponda à Verdade.

Eis a VERDADE: 1 – Jesus não foi concebido por obra e graça do Divino Espírito Santo no seio de Maria Virgem; 2 – Não era filho de Deus; 3 – Não morreu para redimir o Homem do pecado; 4 – Não ressuscitou e não subiu aos Céus, céus que não existem...

Enfim, Jesus pregou um Céu inventado, com um Deus-Pai inventado, uma vida eterna impossível a qualquer ser vivo que aparece no Tempo e ao Tempo pertence, corpo e alma, seja animal seja planta, alimentando-se da Terra onde nasce e onde morre… Esta a VERDADE de qualquer ser vivo!

O que os inventores do Cristianismo quiseram fazer foi simplesmente “dar voz” aos anseios de eternidade que calam fundo no coração do Homem, embora sabendo racionalmente que um ser que começa no Tempo, tem forçosamente de acabar no Tempo e… para sempre! Realmente, o Homem não é mais do que um bocado de matéria energizada, que, sendo NADA, começou em duas moléculas – uma masculina e outra feminina – formou-se num ser, desenvolveu-se, viveu, morreu, voltando ao NADA donde veio, num fantástico processo em que nada se perdeu, mas tudo se foi transformando, indo do mesmo ao mesmo através do diverso, ficando átomos e moléculas que o compuseram disponíveis para novas “aventuras”. 

Fantástico e… REAL!