quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 335/?

 

À procura da VERDADE nos Evangelhos

Evangelho segundo S. JOÃO – 30/?

 – Perante a cura do cego, Jesus não perde a oportunidade para “alfinetar” alguns fariseus que ainda por ali ficaram. Depois de ter obtido a confissão do cego curado de que acreditava no Filho do Homem, diz: “Eu vim a este mundo para julgar: os que são cegos hão-de ver e os que vêem hão-de ficar cegos. (…) Se fôsseis cegos, não teríeis culpa do mal que fazeis. Mas como afirmais que vedes, continuais a ter culpa.” (Jo 9,6-41)

– Só não sabemos qual a dimensão e o número dos que são cegos e irão ver e dos que vêem e irão ficar cegos… É um bonito “jogo” de palavras, mas nós ficamos nitidamente “fora da jogada”!… E é pena! Muita pena que Jesus, que vinha salvar a humanidade, faça tais jogos, sem qualquer clarificação de ideias!…

– Mas… mais um milagre! Cego de nascença que começa a ver… É! Por muito que não consigamos acreditar em Jesus Cristo – embora o quiséssemos veementemente! – estes milagres deixam-nos sem… armas para O “atacar”, dizer-Lhe que nos deixou em total confusão, que as suas palavras de vida eterna não conseguem dar-nos certezas de que tal vida exista…, pois, quando chega o momento da VERDADE, do fazer a ponte entre a Terra e o Céu, entre o humano e o divino, entre o Filho e o Pai… tudo fica envolto no mistério, ou… nas palavras!

No entanto, continuamos na séria dúvida da veracidade de tal facto. É que é muito difícil acreditar que a grande maioria dos judeus que presenciaram o suposto facto não tenham acreditado em Jesus e não tenham tentado entendê-lo.

– Jesus compara-se com o pastor: “Eu sou a porta por onde entram as ovelhas. Todos os que vieram antes de Mim, são ladrões e salteadores mas as ovelhas não os ouviram. Eu sou a porta. Quem entra por Mim será salvo. (…) Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância. Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas suas ovelhas. (…) Conheço as minhas ovelhas e elas conhecem-Me, assim como o Pai Me conhece e Eu conheço o Pai. Eu dou a vida pelas ovelhas. Tenho ainda outras ovelhas que não são deste redil. Tenho de as conduzir também. Elas ouvirão a minha voz e haverá um só rebanho e um só pastor. O Pai ama-Me porque estou disposto a sacrificar a minha vida para a receber de novo. Ninguém Me tira a vida. Eu dou-a livremente. Tenho poder de a dar e de tornar a tomá-la. Este é o mandamento que recebi de meu Pai.” (Jo 10.7-18)

– A comparação do pastor até é de fácil entendimento. Já não compreendemos é quem são realmente os ladrões e salteadores, como é que entramos por aquela porta, como é a vida que nos é oferecida em abundância, que vida dá Jesus pelas suas ovelhas e realmente quem são essas ovelhas… Acaso estaremos nós incluídos nelas?… Aliás, quando é que haverá um só rebanho? Com que ovelhas?

(A análise a este belo mas confuso texto continua.)

quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

Dezembro: mês da Imaculada Conceição, mês do Natal

 

1 – Da Imaculada Conceição de Maria

Todos sabemos que a Imaculada Conceição (concepção de Maria pelos seus pais, Ana e Joaquim, sem ser atingida pelo pecado original, pecado comum, segundo a teoria cristã, a todos os mortais…) foi um dogma proclamado pelo papa Pio IX, em 1854, arrogando-se daquilo a que os papas chamaram de infalibilidade pontifícia quando falam “Ex-catedra” (da cadeira do saber e poder pontifícios), sendo pecado mortal os crentes não acreditarem em tal proclamação/afirmação.

Ora, não só fora da Igreja, mas sobretudo dentro dela, e por teólogos conceituados e não fundamentalistas, a infalibilidade pontifícia afirma-se como não tendo qualquer base doutrinal e o pecado original simplesmente não existiu, tendo sido uma invenção medieval também fundamentalista. Logo, não houve – por não necessária – nenhuma concepção imaculada de Maria, nem o papa tem qualquer poder sobre as consciências dos fiéis para lhes impor tal nonsense... Este dogma é uma excelente prova da não infalibilidade pontifícia.

Mas… é mais uma festa! É mais um feriado nacional, tendo a Imaculada Conceição (nome pelo qual impropriamente se designa Maria) sido feita padroeira de Portugal, por D. João IV, após a restauração da independência.

E as festas são sempre bem-vindas. É que a VIDA – esta vida que é a única certa! – deve ser vivida em festa!...

 

2 – Do Natal

1.1  – O Natal propriamente dito:

Para nosso gáudio intelectual, lembremos algumas inverdades acerca do NATAL:

2.2.1 – Os evangelhos, (Lc 2.8-22) dizem-nos que havia pastores a pernoitar ao relento; ora, naquela região, isso só acontece a partir dos tempos de Primavera; logo, o nascimento de Jesus deve ter-se dado em Abril ou Maio e não em Dezembro.

2.2.2 – Os evangelhos também referem que José e Maria vinham de Nazaré para Belém (Lc. 2-7) cumprindo ordens de recenseamento do édito do imperador César Augusto. É mais que provável que tal recenseamento não tenha sido marcado para o pico do Inverno.

2.2.3 – Mais provável é que, devido à afluência de pessoas para o recenseamento, não tenha havido lugar nas estalagens e que, devido às dores do parto, tenham improvisado. Uma gruta acolhedora não teria sido má opção.

2.2.4– A data do nascimento de Jesus que marca o início da era cristã pela qual nos regemos hoje, estará errada em 5/6 anos, por erro de cálculo do monge Dionísio que a estabeleceu, no séc. VI, tendo como base a data da fundação de Roma: 753 AC. De acordo com dados evangélicos, Jesus terá nascido cerca de 6 anos antes do que se considera e, por conseguinte, terá morrido com uns 40 anos de idade.

2.2.5 – O Natal foi colocado pela Igreja, nos finais de Dezembro para contrapor às festas pagãs do solstício de Inverno, celebradas por toda a região, agradecendo aos deuses a nova Primavera, o novo ressurgimento da Natureza e da Vida. Jesus seria esse ressurgimento, essa ressurreição para uma vida nova e… a vida eterna!

2.2.6 – Na narrativa de Lucas dos acontecimentos, com anjos, pastores, reis magos, etc., tudo tem a ver com as narrativas conhecidas do nascimento de deuses solares da cultura pagã. Muito provavelmente, nada aconteceu como descrito, nem tão pouco Maria era virgem, nem teve a anunciação do anjo a dizer-lhe que ela seria fecundada pelo Espírito Santo. Muito bonito, claro, mas tudo fantasia, tudo fruto de fértil imaginação, neste caso de Lucas, para se divinizar um simples ser humano, Jesus, que veio a revelar-se carismático ao defender “O Amor ao próximo e a Fraternidade Universal”.

 2.2 – O Natal, festa da família

 Mas é Natal sempre que nasce um ser humano, em qualquer parte do Mundo. E, apesar das dores do parto suportadas pela mãe, é sempre um momento de ternura.

E ternura, amor, dádiva é o que festejamos em cada Natal, a maior parte da humanidade, mesmo se a dita crente esquece completamente de homenagear aquele menino judeu que a ele deu origem, Jesus, bem como sua mãe, Maria.

E fica-se mais solidário, mais fraternal, mais humano, mais generoso, mais tolerante. E isso é bom, muito bom mesmo!

E é festa! E há comidas e bebidas mais sofisticadas, mais gulosas, mais abundantes mesmo para quem passa mal a maior parte do ano.

E há troca de prendas! Numa sociedade de consumo, nada importando o problema da sustentabilidade e diversidade da vida no Planeta, o slogan é consumir. Então, não são uma ou duas prendinhas, mas muitas! E montes de lindos papéis para o lixo…

Enfim, um dia, a humanidade tomará juízo. Oxalá não seja tarde demais para o Homem. A Terra – faça o Homem o que fizer – seguirá o seu percurso até ao desaparecimento com a morte anunciada do Sol, daqui a uns 4,5 mil milhões de anos. Muito tempo, mas inexorável! Para nós também. Então, vivamos alegremente esta FESTA! Enquanto há vida!

sábado, 18 de dezembro de 2021

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) -334/?

 

À procura da VERDADE nos Evangelhos 

Evangelho segundo S. JOÃO – 29/?

 – Jesus vai curar um cego de nascença: “Mestre, quem foi que pecou para que nascesse cego? Foi ele ou seus pais?” Aqui está uma pergunta bem ao nosso modo humano. Realmente, se o mal vem do pecado, sendo a cegueira um mal, deveria vir do pecado… Mas Jesus não respondeu! Orientou a resposta noutro sentido: “Não foi ele que pecou nem seus pais mas é cego para que nele se manifeste o poder de Deus.” (Jo 9,2-3)

– Que estranho! Alguém já nascer cego para que nele se manifeste o poder de Deus, fazendo Jesus mais um milagre!… Então, também os doentes curados por Jesus adoeceram para que neles se manifestasse o poder de Deus? Mais uma vez, é uma não-resposta de Jesus. Inconcebível!

– E mais palavras de fácil entendimento mas de fundo realmente obscuro: “Nós temos que realizar as obras daquele que Me enviou, enquanto é dia. Vai chegar a noite e ninguém poderá trabalhar. Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo.” (Jo 9,4-5)

– É! Se és a luz do mundo, a nós deixas-nos completamente nas trevas do não-entendimento do… Céu! Que pena, Jesus Cristo! Como nos decepcionas! Nem colhem as metáforas de “dia” significar “vida” e “noite” significar “morte”. Apenas algum estilo do narrador João.

E parece que as obras daquele que O enviou - o Pai - são portanto os milagres que confirmariam a sua origem divina. Mas – perguntamos mais uma vez – como podem ter sido verdadeiros os milagres se, com eles, não convenceu os do seu tempo dessa sua suposta divindade? Como?

Também não conseguimos entender como é que Cristo faz a ponte entre a Terra e o Céu, entre Ele e o Pai, entre o corpo perecível e o espírito incorruptível… Acaso no-lo explicou claramente? E acaso não era isso que precisávamos de saber? E acaso, não sabia Ele que, sem sabermos isto, não conseguíamos aceitá-Lo, apesar dos seus milagres? Então?…

– Há todo um ritual na cura deste cego de nascença: “Jesus cuspiu no chão, fez com a saliva um pouco de lama e com a lama ungiu os olhos do cego. Depois disse-lhe: «Agora vai lavar-te à piscina de Siloé.» (…) O homem foi lavar-se e ficou a ver.” (Jo 9,11)

– O povo quase não acreditava, menos ainda os fariseus, que argumentavam estupidamente: “Quem fez isso não é homem de Deus porque não respeitou a lei do sábado.”, pois era sábado, aquele dia.

E, duvidando que o cego fosse realmente cego, foram perguntar aos pais…

E, após confirmação, voltaram a importunar o miraculado que, já farto de tamanha teimosia em não quererem ver o que era evidente, lhes respondeu: “Já vos contei como foi mas vós não acreditais em mim. Porque é que quereis ouvir novamente? Será que também quereis tornar-vos seus discípulos?”

– Aí, os fariseus, feridos na sua “alta dignidade”, não se contiveram e… oiçamos: “«Tu é que és discípulo dele. Nós somos discípulos de Moisés. Sabemos que Deus falou a Moisés, mas quanto a este homem, nem sabemos de onde Ele é.» Ele replicou: «Isso é de admirar! Não sabeis de onde Ele é e, no entanto, Ele abriu-me os olhos. Sabemos que Deus não ouve os pecadores mas ouve aqueles que O respeitam e fazem a sua vontade. Nunca se ouviu dizer que alguém tenha aberto os olhos de um cego de nascença. Se esse homem não viesse de Deus, nada poderia fazer.» Disseram-lhe então os fariseus: «Tu nasceste cheio de pecados e queres ensinar-nos?» E expulsaram-no dali.” (Jo 9,27-34)

E não é que falava bem este miraculado que fora cego!...

(Não referimos todos os pormenores da descrição que João faz deste episódio, por não serem relevantes; a análise crítica continua no próximo texto.)

sábado, 11 de dezembro de 2021

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 333/?

 

À procura da VERDADE nos Evangelhos 

Evangelho segundo S. JOÃO – 28/?

 – Novamente Jesus se afirma como tendo saído de Deus e ter sido enviado por Ele… E parece grande a convicção com que assim Se afirma. Mas o que é certo é que não conseguimos acreditar, por não apresentar nenhuma prova credível do que afirma: continuamos apenas com palavras e… palavras enigmáticas.

E continuamos a não entender que a vontade de Deus-Pai não seja forçosamente a vontade do Deus-Filho. Aliás, acaso o Filho não teria vindo à Terra, se dependesse da sua vontade? Quem entenderá tal não-coincidência de vontades, sendo eles um Só Deus? Quem?

É que nós até aceitaríamos a sua doutrina se Ele se explicasse claramente. E, assim, aceitamos o seu grande mandamento do amor ao próximo, a sua teoria da fraternidade universal. O que nós não compreendemos são todas estas misteriosas relações entre um Pai que quer e um Filho que obedece e que não faz a sua vontade mas a do Pai que O enviou, lá de cima!…

– Imaginamos a revolta que os judeus sentiriam ao ouvirem Jesus afirmar que o Diabo era o pai deles, e isto por insistirem na mentira. Ora, os judeus simplesmente não entendiam a suposta verdade que Jesus hermeticamente lhes apresentava, nem conseguiam acreditar que Ele era Filho de Deus-Pai já que não lhes apresentava provas claras de tal facto.

– Repetindo-nos, perguntaríamos: “Onde estaria a capacidade de Jesus de ser mais claro, mais convincente perante um povo que certamente O aceitaria se compreendesse as suas palavras, apesar de descendentes dos “de cabeça dura” do A.T., mas que continuam ainda hoje a manifestar não pouca esperteza ao “ dominarem” economicamente o mundo…?”

E Ele sabia, certamente, pois era Deus, que, assim, nada mais conseguiria do que ódios e vontade de extermínio, por parte daqueles que O ouviam e nada entendiam…

Por nossa parte, é a angústia de ficarmos com bonitas palavras sem nada de apoio à razão que tanto precisava de auxílio para suporte da Fé!…

– Depois, fala de ser honrado pelo Pai e não por Si próprio… e novamente a vida eterna para os que aceitarem a sua palavra… Mas, após ter ouvido tais palavras, ninguém conseguirá dizer: “Bem, faço isto e mais aquilo e… tenho a vida eterna!” Não! Temos um Céu, uma vida eterna, um Pai apenas de… palavras!

Nem conseguimos acreditar que Jesus conheça o Pai no qual nos diz para acreditar. E o modo como Ele o conhece será realidade que nos ultrapassa completamente!…

Também nos garante que já existia antes de Abraão, o mesmo é dizer que é eterno. Garante-nos com… palavras e nada mais que… palavras!

– Mas será que Jesus poderia ter agido de outro modo para connosco que somos humanos e, por isso, limitados nas nossas capacidades?… Será que é de algum modo possível, nós, com esta realidade física, conseguirmos vislumbrar as realidades divinas? Não será mesmo para Deus um impossível – o único impossível? (Impossível inadmissível, claro, já que a Deus nada é impossível. Se admitíssemos impossíveis em Deus, negávamos-Lhe a sua própria essência!)

E Cristo era Deus! E sabia dessas nossas limitações para O entender… Porque não Se tornou entendível? Porquê Se frustrou a Si mesmo e os planos de seu Pai a quem diz que obedece e de quem faz a vontade e só o que Lhe agrada?

É! Perante tal rejeição da parte dos que O ouviam, Jesus teria de se sentir forçosamente frustrado, decepcionado, constrangido perante seu Pai, ao ver que as suas palavras não criavam amor mas ódio, nem adeptos e seguidores mas homens desejos de o matarem!

Enfim, não sabemos se é tudo mistério ou tudo falsidade. Ou, como já atrás referimos, discursatas do velho João colocadas na boca de Jesus para tentar dar-lhes credibilidade. Obviamente, sem o conseguir. Lançou foi mais uma acha para a nossa pobre razão desacreditar! Com toda a pena deste mundo e do outro, se é que o outro existe realmente!…

sábado, 4 de dezembro de 2021

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 332/?

 

À procura da VERDADE nos Evangelhos 

Evangelho segundo S. JOÃO – 27/?

 – Ainda mais palavras enigmáticas que levam os judeus ao desespero do não entendimento, querendo apedrejá-Lo: “Então, pegaram em pedras para Lhas atirar.” (Jo 8,59):

“Se obedecerdes ao que Eu ensino, (…) conhecereis a verdade e a verdade vos libertará. (…) Quem comete o pecado é escravo do pecado. (…) Eu sei que sois descendentes de Abraão; no entanto, procurais matar-Me porque não aceitais o que Eu digo. Eu falo do que o Pai Me mostrou; vós também deveis fazer o que ouvistes ao vosso pai Abraão. (…) Se sois filhos de Abraão, procedei como ele. Tudo quanto Eu faço é dizer-vos a verdade que ouvi junto de Deus. Vós, no entanto, quereis matar-Me e Abraão não faria semelhante coisa. (…) Se Deus fosse vosso Pai, amar-Me-íeis porque Eu saí de Deus e fui enviado por Ele. Não vim pela minha própria vontade mas foi Ele que me enviou. Por que é que não compreendeis o que Eu digo? É porque não sois capazes de aceitar a minha doutrina. O vosso pai é o Diabo e quereis realizar o que lhe agrada. Desde o começo, ele foi assassino e nunca esteve com a verdade, porque nele não existe verdade. Quando ele profere a mentira, fala do que é dele, porque ele é mentiroso e pai da mentira. Eu falo a verdade e por isso não acreditais em Mim. Quem de vós pode acusar-Me de pecado? Se digo a verdade, porque não acreditais em Mim? Quem é de Deus, ouve as palavras de Deus. Vós porém não ouvis porque não sois de Deus. (…) Eu honro o meu Pai e vós desonrais-Me. Eu não procuro a minha glória. Existe alguém que a procura e julga. Eu garanto-vos: quem obedecer à minha palavra, nunca mais há-de morrer. (…) Se Me glorifico a Mim mesmo, a minha glória não vale nada. Quem Me glorifica é o meu Pai, aquele que dizeis ser o vosso Pai. Vós não O conheceis, mas Eu conheço-O. Se dissesse que não O conheço, seria mentiroso como vós. Mas Eu conheço-O e faço o que Ele diz. Abraão, vosso pai, alegrou-se porque viu o dia da minha vinda. Viu e encheu-se de alegria. (…) Garanto-vos: antes que Abraão existisse, Eu já era aquele que sou.” (Jo 8,31-58

– Mais uma vez nos alongámos… As palavras são difíceis… Quem as entenderá? Foi aqui, e por isso, que os judeus pegaram em pedras para lhas atirar. Aliás, Jesus insulta-os e vangloria-se (embora diga a seguir que não procura a sua glória…) de ser o detentor da Verdade (Verdade que nunca explicou bem o que era…), de ter vindo do Pai, nada explicando como é isso de vir de Deus. Depois, diz que o Pai dos judeus é Abraão para, mais abaixo, dizer que o seu pai é o Diabo. Nem mais! E todos sabemos que o Diabo é uma figura mitológica que nada tem a ver com a Verdade ou a realidade, embora esteja conectado com o Mal, sendo, portanto, o oposto de Deus.

– Mas vamos por partes. Começa por dizer que “Se obedecerdes ao que Eu ensino, (…) conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.” Grande frase, não há dúvida. Problema é saber onde está a Verdade e o que é a Verdade. E isso Jesus fica-se por palavras que em nada são convincentes. Pois, como é que a verdade liberta, não sabendo nós qual é realmente a verdade deste Jesus Cristo?

Nem o que é realmente o pecado… embora saibamos o que é ser escravo de um vício…

E o que é que realmente Jesus nos mostra que Lhe tenha sido mostrado pelo Pai?

E que verdade é que Jesus nos diz que tenha ouvido junto de Deus?

 (A análise crítica continua no próximo texto)