sexta-feira, 26 de novembro de 2021

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 331/?

 À procura da VERDADE nos Evangelhos 

Evangelho segundo S. JOÃO – 26/?

 – As palavras-enigma-mistério… continuam: “«Eu vou-Me embora. Vós haveis de procurar-Me e morrereis no vosso pecado. Para onde Eu vou, vós não podeis ir. (…) Vós sois cá de baixo. Eu venho lá de cima. Vós sois deste mundo, mas Eu não sou deste mundo. É por isso que Eu digo que vós ireis morrer nos vossos pecados.» Então, as autoridades dos judeus perguntaram-Lhe: «Quem és Tu, afinal?» Respondeu-lhes Jesus: «O que estou a dizer desde o princípio. Eu poderia dizer muitas coisas a vosso respeito e condenar-vos. Mas aquele que Me enviou é verdadeiro e Eu digo ao mundo as coisas que Lhe ouvi.» (…) Quando levantardes o Filho do Homem, então sabereis quem Eu sou e que não faço nada por Mim mesmo, pois digo apenas aquilo que o Pai Me ensinou. Aquele que Me enviou está comigo. Ele não Me deixou sozinho porque faço sempre o que Lhe agrada.»” (Jo 8,21-29)

– Perante tais palavras, as perguntas saltam-nos da mente, em catadupa, como angústias descontroladas!… Pois, quando O havemos de procurar? Porque morreremos no nosso pecado? Que pecado? O de não acreditarmos nele por incapacidade de entendimento dos seus argumentos-sofismas?

Que somos cá de baixo, já nós sabemos. Mas… o que é vir lá de cima? Linguagem popular para indicar o Céu ou desconhecia Jesus que o “lá em cima” não existe realmente, pois tudo é apenas espaço interplanetário?

Onde será realmente o Seu mundo, já que não é deste? Como podemos acreditar em tal mundo se apenas sabemos que existe pelas suas afirmações sem provas?

E compreenderam a resposta de Jesus à pergunta “Quem és Tu?”? – Não! Embora, desde o princípio, esteja sugerindo que é o Filho de Deus-Pai. Aliás, esquiva-se à pergunta, remetendo a resposta para mais tarde: “Quando levantardes o Filho do Homem…”. Obviamente, uma não-resposta, o que já aconteceu em outras ocasiões em que se exigiu que se definisse claramente. E uma não-resposta é de todo inadmissível num Jesus dito o Salvador da Humanidade.

Também não entendemos como pode ser o seu testemunho verdadeiro, apesar de todos os seus argumentos do Pai que O enviou e que dá testemunho dele…

E novamente a total dependência do… Pai: “digo as coisas que Lhe ouvi.” Com que ouvidos? Com que olhos Jesus viu ou… vê o Pai? Que coisas Lhe diz o Pai? Quem é realmente o Pai? Onde está o Pai? Lá em cima, quando o “lá em cima” não existe?

Sempre o mesmo mistério divino de Pai e Filho que ora parecem ser Um ora Dois, obedecendo o Filho cegamente ao Pai, o que metafisicamente não é possível aceitar…

E se é mistério, como exigir-nos que o entendamos? Como?…

Por outro lado, que “teve” Deus-Pai que ensinar ao Deus-Filho? É tão estranho! Tão incongruente! Tão negador da sua suposta essência divina!…

E há pelo menos uma situação em que o Deus-Pai O abandonou, segundo as suas próprias palavras: “Meu Deus, meu Deus, porque Me abandonaste?!” (Mt 27,46) Então, não fazia Jesus a vontade de Deus-Pai, aquilo que Lhe agradava: morrer na cruz, não sabemos se para cumprir as Escrituras se… para salvar a humanidade, redimindo-a do pecado, também não sabendo nós o que realmente é o pecado, nem o que é redimir?…

Nem o que é realmente a salvação… Uma salvação sem dúvida tardia em relação ao Homem existente há cerca de quatro milhões de anos na Terra…

– Dirão os crentes: Mas temos os milagres!… Os milagres provam que Cristo é divino. Por isso as suas palavras merecem toda a credibilidade… E, então, se não entendemos, temos de procurar entender…

Ora, de milagres, já falámos demasiadamente, tentando provar a sua total falta de credibilidade… No entanto, apesar de estarmos lidando com um Jesus enigmático, continuamos com a boa vontade de o entender!

sábado, 20 de novembro de 2021

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 330/?

 

À procura da VERDADE nos Evangelhos 

Evangelho segundo S. JOÃO – 25/?

 – A história da mulher adúltera é realmente singular e manifesta a “classe” de Jesus a “lidar” com a malvadez dos fariseus… “«Mestre, esta mulher foi apanhada a cometer adultério. A Lei de Moisés manda apedrejar tais mulheres. E Tu, que dizes?» (…) «Quem de vós não tiver pecado, atire-lhe a primeira pedra.» Ao ouvirem isto, foram saindo um a um, começando pelos mais velhos. (…) E Jesus ficou sozinho. (…) «Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou?» Ela respondeu: «Ninguém, Senhor.» E Jesus: «Eu também não te condeno. Vai e não voltes a pecar.»” (Jo 8,4-11)

– É… é de ficarmos sem palavras! E não sabemos que mais admirar: se a graciosidade da cena, se aquele passar de acusadores a acusados, se as palavras de não condenação, se o motivo pelo qual aquela mulher cometera adultério…

Enfim, estamos perante uma lei que manda apedrejar uma mulher por se enamorar de outro homem que não o seu marido… Acaso a Lei mandava também apedrejar o homem que tal “perversidade” cometesse?!…

– E voltamos ao enigma das palavras! “Eu sou a luz do mundo. Quem me seguir, deixa de andar nas trevas e possuirá a luz da vida. (…) Embora Eu dê testemunho de Mim mesmo, o meu testemunho é válido, porque Eu sei de onde venho e para onde vou. Vós julgais como homens, mas Eu não julgo ninguém. Mesmo que Eu julgue, o meu julgamento é válido, porque não estou sozinho, mas o Pai que Me enviou está comigo. Na vossa Lei está escrito que o testemunho de duas pessoas é válido. Eu dou testemunho de Mim mesmo e o Pai que Me enviou dá testemunho de Mim.” (Jo 8,12-18)

– Fez-se luz no vosso espírito? – No nosso, não! Porque é válido o testemunho de Jesus pelo facto de Ele saber de onde vem e para onde vai?… O seu testemunho não é para que nós O entendamos ou aceitemos e nós não sabemos nem de onde Ele vem nem para onde Ele vai, a não ser pelas suas próprias palavras?

Por ouro lado, como pode Jesus argumentar que o testemunho dele é válido porque é o de duas pessoas - Ele e o Pai - se continua a não nos mostrar o Pai, obrigando-nos a acreditar na sua palavra?

Jesus incorre no mesmo “erro” de querer provar aquilo que diz com aquilo que diz. Faz-nos lembrar os sofistas gregos, embora acreditemos que não tenha intenção de nos enganar, como é suposto na argumentação dos sofistas…

– “Perguntaram-Lhe: «Onde está o teu Pai?» Jesus respondeu: «Vós não Me conheceis nem a Mim nem ao meu Pai. Se Me conhecêsseis, também conheceríeis o meu Pai.»” (Jo 8,19)

– A resposta não esclareceu as dúvidas dos doutores da Lei - que continuavam à procura de uma boa oportunidade para o prenderem - nem… as nossas!

É! Como queria Jesus que O conhecêssemos para assim conhecer o Pai? E partindo do princípio que nós não conseguimos conhecê-Lo e portanto não conseguiremos conhecer o Pai, como quer que aceitemos o seu testemunho como válido se a validade está alicerçada no testemunho dele e do Pai que afinal não conhecemos? Novamente o sofisma a… atormentar-nos!

Continuamos é a não compreender como é que Jesus, tendo dito que nos vinha salvar, nos diz todas estas coisas que não entendemos nem conseguimos aceitar, parecendo depender de tal compreensão e aceitação a salvação ou condenação eternas. É que se não houver ninguém que compreenda totalmente tais palavras… ninguém se salvará! E a missão de um Filho de Deus e do Pai que O enviou será um logro total.

Infelizmente, logro total para um Deus que logo ali deixou de o ser… Mas, muito mais infelizmente, logro total para nós que ficámos sem nada a que nos agarrarmos como tábua de salvação para alcançar o tal Céu e a tal vida eterna no… Céu!

sábado, 13 de novembro de 2021

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 329/?

 

À procura da VERDADE nos Evangelhos 

Evangelho segundo S. JOÃO – 24/?

 – Mais palavras de… vida eterna: “A doutrina que Eu ensino não vem de Mim mas daquele que Me enviou. Se alguém está disposto a fazer a vontade de Deus, saberá se a minha doutrina vem de Deus ou se falo por Mim mesmo. Quem fala por si mesmo busca a própria glória, mas aquele que procura a glória de quem O enviou diz a verdade e nele não há falsidade. Não foi Moisés que vos deu a Lei? No entanto, nenhum de vós a cumpre. Então, porque Me quereis matar? (…) Uma pessoa pode receber a circuncisão em dia de sábado sem violar a Lei de Moisés. Então porque é que vos irritais comigo por ter curado um homem ao sábado? (…) Será que de facto Me conheceis e sabeis de onde Eu sou? Eu não vim por Mim mesmo. Quem Me enviou é verdadeiro e vós não O conheceis. Mas Eu conheço-O porque venho de junto dele e foi Ele quem me enviou. (…) Ainda ficarei convosco mais algum tempo. Depois, irei ter com aquele que Me enviou. Ireis procurar-Me mas não Me encontrareis porque não podeis ir para onde Eu vou. (…) Se alguém tem sede, venha ter comigo que Eu lhe darei de beber. Do coração daquele que acredita em Mim, hão-de nascer rios de água viva, como diz a Sagrada Escritura.” (Jo 7,16-38)

– João tenta explicar: “Com estas palavras, Jesus queria dizer que todos os que acreditassem nele, haviam de receber o Espírito Santo. Na verdade, o Espírito Santo ainda não tinha sido enviado, porque Jesus ainda não tinha sido glorificado.” (Jo 7,39)

– Nós não sabemos o que dizer. Simplesmente, se queria falar no Espírito Santo e não na água, deveria ter sido mais claro, já que não falava para intelectuais e literatos mas para o vulgar povo inculto. Nem sabemos quem é realmente o Espírito Santo… Acaso, já alguém O viu ou ouviu? Ou… sentiu?

– Só pela Fé!… Ora, pela Fé, pode ser muito mas é realmente tão pouco!…

Depois, novamente, o “medo” de Se assumir a Si como portador de uma doutrina. Esta tem de vir do Pai, mantendo-se a mesma confusa relação/dependência de Pai-Filho. Porquê?…

E novamente também, a problemática do sábado, Jesus justificando-Se por ter curado naquele dia, denegrindo o fundamentalismo dos antigos legisladores.

Ainda novamente a sua afirmação, sem titubeações, de ser o Filho de Deus, de vir de junto dele e de voltar para Ele…

É tão convincente este Jesus! Que pena! Que pena não nos tenha aberto as portas da compreensão do Céu… que não nos tenha realmente aberto as portas desse Céu e da tão desejada eternidade!… Que pena! É que nos deixou exactamente à porta! Mais um pouco e teríamos compreendido… Mais um pouco e ter-nos-ia claramente manifestado o Pai que Ele vira porque viera de junto dele e portanto era-Lhe fácil acreditar nele! Mas a nós, quer - exige! - que acreditemos no Pai só porque nos diz que o Pai existe, que o Pai O enviou, que o Pai é verdadeiro, que o Pai quer isto e mais aquilo!… Não é injustiça a deste Jesus? A nós obriga-nos à Fé! Ele acreditava porque vira…

Aonde nos levaria tal raciocínio não de todo falacioso? Aonde?

– Talvez à descrença total… Mas, de certeza, que não é isso que nós queremos. Nós queremos acreditar! Não sabemos bem em quem nem em quê, mas queremos acreditar que há Deus, que há um Céu e que há uma eternidade para ser vivida nele…

Resta dizer que Jesus continua enigmático e que foi o obscurantismo das suas palavras que levou muitos dos que O seguiam a abandoná-lo. Não é tremendamente estranho?!

domingo, 7 de novembro de 2021

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 328/?

 

À procura da VERDADE nos Evangelhos 

Evangelho segundo S. JOÃO – 23/?

 – Perante a incompreensão por parte dos que o ouviam - “O que Ele diz é difícil de aceitar. Quem pode continuar a ouvir tais coisas?” (Jo 6,60) - Jesus ainda esboçou uma explicação: “Escandalizais-vos com as minhas palavras? Que direis então se virdes o Filho do Homem voltar para o lugar de onde veio? O que dá a vida é o Espírito; a carne não serve para nada. As palavras que Eu vos disse são espírito e vida. Mas entre vós, há alguns que ainda não acreditam. (…) É por isso que Eu disse: ‘Ninguém pode vir a Mim se isso não lhe é concedido pelo Pai.’” (Jo 6,61-65)

– Perceberam melhor? – Nós, não! Os do seu tempo, também não: “A partir desse momento, muitos discípulos voltaram atrás e já não andavam com Jesus. Então Jesus disse aos doze: «Vós também vos quereis ir embora?» Simão Pedro respondeu: «A quem havemos de seguir, Senhor? Só Tu tens palavras de vida eterna. Agora nós acreditamos que Tu és o Messias, o Enviado de Deus. Jesus disse-lhes: «Não sois vós os doze que Eu escolhi? Apesar disso, um de vós é o demónio.» Jesus falava de Judas (…) que O iria atraiçoar.” (Jo 6,60-71)

– É estranho: Jesus parece não se importar com a debandada dos discípulos… Então não vinha Ele para salvar tudo o que estava perdido?… Como é que agora os afasta com o enigma das suas palavras que nem nós, dois mil anos após tantas exegeses, não compreendemos, e não Se importa nem altera a sua forma de falar? Sendo Deus, não sabia que, falando assim, não convencia ninguém, mas afastava toda a gente?… Ficou apenas com os doze, afirmando que um deles era o demónio! Nem mais nem menos: o diabo! Como? Como escolheu o “diabo” para os doze? Há tanto de incongruência nestas afirmações postas por João na boca de Cristo que a nossa já fraca Fé fica ainda mais abalada, definhando… definhando…

– No entanto, apetece-nos gritar como Pedro: «Para quem havemos de ir, Senhor, se só Tu tens palavras de vida eterna?»

– Também não entendemos é como Pedro, depois de ouvir tudo quanto Jesus disse e do qual certamente pouco ou nada percebeu, deduz que Jesus é realmente o Messias, o Enviado de Deus!…

Enfim, como a temática parece cada vez mais difícil, e inadmissível o fracasso de Jesus, ao ver partir os que o acompanhavam, por não o entenderem, voltaríamos a perguntar: Estaria o velho João com a cabeça suficientemente clara e saudável para dar fiel testemunho de tudo quanto coloca na boca de Jesus? Ou foi um dos últimos milagres deste Novo Testamento, a sua clarividência para narrar fielmente difíceis conversas, supostamente tidas por Jesus mais de cinquenta anos antes?…

segunda-feira, 1 de novembro de 2021

Hoje é “Dia de todos os Santos”, amanhã, “Dia dos mortos”

 

Dos santos

Benditos sejais, ó vós, santos e santas do Céu que nos destes mais um feriadozinho!

Mesmo sabendo nós que o Céu não existe e vós também não, mas fostes inventados por uma Igreja necessitada de referentes e de modelos para os fiéis que vão acreditando em fantasias e sonhos de Céus com Deus, os seus anjos e arcanjos, a Virgem e todos os santos que foram guindados aos altares, por, em vida, terem feito obras valerosas e, depois de mortos, terem feito pelo menos dois milagres, sempre curas de difícil explicação pela medicina actual. Obviamente, uma falácia!

E os santos vêm da antiguidade e dos primórdios do cristianismo: todos os mártires (e foi preciso coragem extrema para darem a vida pela Fé!), todos os apóstolos, muitos dos primeiros bispos e padres e muitos outros, ao longo destes dois mil anos.

E há templos, capelas, capelinhas e santuários espalhados por todos os cantos do mundo, normalmente em montes ou colinas para serem bem visíveis pelos mortais que ainda vivem esta vida – a única certa! – mas têm de pensar no Além, na morte, na ressurreição para a vida eterna.

E cada crente e cada aldeia e cada país tem os seus santinhos de devoção, os seus padroeiros, os seus intercessores junto de Deus, lá em cima, no Céu!

E há festas e romarias, festas de arromba, rivalizando aldeia com aldeia para que o seu santo patrono seja o mais bem festejado!

Que lindo! Que conforto para a alma! Mas… como tudo não passa de sonho ou fantasia, meu Santo Deus!

 Da total impotência perante a irreversibilidade da morte

 Olha, morreu o Fulano! Tinha 20, 40, 60, 80 anos? – A idade importa. Morrer aos oitenta, ou depois disso, na actual sociedade ocidental, tem lógica e é facilmente aceitável pelos seus próximos. O morrer antes, não! E quanto mais novo menos aceitável se torna. É que a gente não se despede de uns pais já no fim do seu ciclo de vida, mas de um filho, um irmão, um amigo de farras ou de trabalho.

Imaginemos um de 40. O peso da impotência é enorme. Impotência do não haver nada a fazer. Nem importam muito as causas, normalmente incompreensíveis. Importa o facto, o real de ontem ainda estar vivo e saudável e, hoje, ali encaixotado para a última viagem: o pó da Terra, já apenas átomos e moléculas prontos a voltarem para o donde vieram e foram vindo ao longo da vida.

Os crentes rezam, gemidos daqui, choros dali, lamentos por uma vida que se foi e que ainda tinha tanto para dar a si e aos outros. Mas todos sofrem, crentes e não crentes, partilham dor, comentam causas, fazem promessas de cuidar melhor do corpo que os traz vivos.

No velório, há encontros dos que já não se viam há muito e, após os primeiros momentos de pesar e lamentos, a conversa instala-se, animada, esquecendo-se completamente os mais próximos que continuam de semblante carregadíssimo, olhos marejados de lágrimas, rostos sofridos. Enfim, parece inevitável que estes reencontros também façam parte dos rituais fúnebres.

Mas os próximos, os pais, os irmãos, os amigos mais amigos como suportar a dor da perda?

E lá vem a religião consoladora, apregoando, baseando-se nos evangelhos, a vida eterna e a esperança na ressurreição, já que Cristo ressuscitou dos mortos e foi-nos preparar um lugar na casa do seu Pai, lá no Céu. Lindo, não é? Nestas ocasiões, que bom é ser-se crente! Pronto: ficámos sem ele “cá em baixo”, mas nada está perdido, pois iremos encontrá-lo, mais tarde, quando nos formos, “lá em cima”. E continua-se: “Esta vida é apenas uma passagem para a verdadeira vida, a eterna. Quem acredita em Mim, mesmo que morra, viverá”!

Problema maior é para os que não acreditam, para os que sabem que o que as religiões dizem não é conforme à realidade, nem à lógica, nem à História de qualquer ser vivo: pertencendo ao Tempo, a única certeza absoluta que tem, ao nascer, é que, mais tarde, irá acabar. Inexoravelmente!

Para estes, a perda é muito mais irreparável. A impotência perante o facto consumado é avassaladora, levando a uma dor muito mais profunda. Resta-lhes a consciência de que a vida continua para os que ficam. E que há que apressar o luto, sem esquecer que faz parte da vida, e pensar mais racionalmente do que emocionalmente, privilegiando  a alegria de viver! Assim, a morte será uma lição de vida, apelando, mesmo na dor, ao sempre eterno “Carpe diem!” – Desfruta da vida o melhor que puderes!

Ámen!...