quarta-feira, 24 de julho de 2019

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 227/?


À procura da VERDADE nos Evangelhos 

Evangelho segundo S. MATEUS – 23/?

– Mais um milagre! Cura de um possesso cego e mudo! Milagre que gera controvérsia junto dos fariseus, para quem a força do milagre, mais uma vez, não foi suficiente para ter carácter de divino! Pelo contrário: “Ele expulsou os demónios através de Belzebu, o príncipe dos demónios!” E Jesus de responder-lhes: “Se Satanás expulsa Satanás, ele está dividido contra si mesmo. Como é que o seu reino poderá subsistir? Se é através de Belzebu que Eu expulso os demónios, através de quem os expulsam os vossos filhos? (…) Mas se é através do Espírito de Deus que Eu expulso os demónios, então o Reino de Deus chegou até vós.” (Mt 12,22-28)
– Que os fariseus O não tenham aceitado, talvez se compreenda. Poderíamos era perguntar: “Porque não nasceu Jesus noutro lugar ou noutro tempo em que outra gente O acolhesse totalmente? Sendo Deus e omnisciente, sabia de certeza o que O esperava. Então, porque não fez outra opção?” Ele ou o seu Pai que O enviou…
Ao retorquir aos fariseus, Jesus admite a existência de um Belzebu ou Satanás e que este tenha um reino… - certamente o reino dos demónios… - e que os filhos daquele povo também sabiam como expulsá-los, e que… Então, quem é realmente Satanás? Que reino de demónios tem ele, onde também há um príncipe? Como é que os filhos daquele povo expulsavam os demónios? Com que eficácia? Em nome de que Espírito? Que Reino de Deus chegou até eles?
– Que nós saibamos, nunca Jesus explicou coisa alguma destas realidades, tidas como certas, sem qualquer fundamento… Depois, não se percebe porque é que Jesus não se assume como “Deus total” e diz agir em nome do Pai ou do Espírito de Deus. Não é Ele Deus? Para quê confundir-nos com mais o Pai e o Espírito, obrigando-nos mais tarde a “inventar” o dogma da Santíssima Trindade - Deus uno e trino em pessoas - logo chamado de “Mistério da Santíssima Trindade”, exactamente por tal ser incompreensível?
– “A blasfémia contra o Espírito não será perdoada. Quem disser alguma coisa contra o Filho do Homem será perdoado. Mas quem disser alguma coisa contra o Espírito Santo, nunca será perdoado, nem neste mundo, nem no mundo que há-de vir.” (Mt 12,31-32)
– Palavras tremendas, estas! Incompreensíveis também! Não é o Espírito Santo igual ao Filho do Homem, no Deus uno e trino com o Pai? Como então duas medidas de perdão? Ofendendo o Filho não se ofende também - porque são um único Deus! - o Pai e o Espírito? E o que será a blasfémia contra o Espírito? E que coisa ou coisas se poderão dizer contra o Espírito? E porque é que quem tal disser nunca será perdoado? Enfim, que mundo é esse “que há-de vir”? Alguma vez Cristo no-lo explicou? Como quer Ele que nós - seres racionais - acreditemos assim sem provas? É que nós bem quiséramos acreditar! Bem quiséramos que tal mundo existisse! E bem quiséramos saber como, quando e onde - e já nos estamos repetindo… - mas ninguém nos dá certezas da sua existência! Só afirmações, só palavras!…
– Só mais uma pergunta bem cheia de coragem: “Acaso todas estas nossas interrogações são blasfémias contra o Espírito? E… sem perdão? Nem neste mundo nem no outro? Acaso é blasfémia contra o Espírito questionar o que o nosso espírito não entende? Não é mesmo um dever divino que nos foi dado por Deus, ao dar-nos uma razão e um discernimento, pôr-Lhe tais questões? Não merece ser condenado e não perdoado exactamente quem se cala, embora não compreendendo, ou aceita simplesmente porque lhe disseram que era assim? E espera que depois da morte se faça luz, quando já nada se pode questionar ou… equacionar?”
Assim raciocinando, cremos sinceramente que se Deus nos condenasse, condenar-Se-ia a Si mesmo! E como tal não é possível… Aleluia! Aleluia! Continuaremos corajosamente à procura da Verdade! Não contra o Espírito, evidentemente! Mas… juntamente com Ele! Porque Ele é o Espírito de Verdade, da Verdade absoluta!…

sábado, 20 de julho de 2019

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 226/?


À procura da VERDADE nos Evangelhos

Evangelho segundo S. MATEUS – 22/?

– “Isto aconteceu para se cumprir o que foi dito pelo profeta Isaías: «Eis aqui o meu servo, que escolhi; o meu amado no qual a minha alma se compraz. Colocarei sobre Ele o meu Espírito e Ele anunciará o julgamento às nações. Não discutirá nem gritará e ninguém ouvirá a sua voz nas praças. (…) E as nações depositarão a sua esperança no seu nome.»” (Mt 12,17-21)
– Mais uma vez se esforça Mateus por apresentar Jesus como o servo de Javé, cumprindo-se nele as Escrituras. A nós parece-nos obsessão, de fundamento pelo menos duvidoso. Depois, as Escrituras escrevem por enigmas. As interpretações podem ser diversas. Esta catequese de Mateus pode bem não passar de uma interpretação subjectiva.
E as Escrituras do A.T. têm tanto de reprovável, apoucaram tanto Javé-Deus, humanizaram-no tanto - como já referimos noutros escritos - que não sabemos se dá credibilidade a Jesus Cristo, colocá-Lo como sendo Ele intérprete dessas Escrituras. Compreende-se que Mateus o faça. A influência e a força das Escrituras, imposta ao povo pela forte classe sacerdotal tinha de deixar marcas em judeus e primeiros cristãos provindos do judaísmo. Mas nós…
Recordamos também que essas “Sagradas Escrituras” – como concluímos na análise ao AT - nos deixaram sem qualquer prova da existência da Verdade que procuramos.
Assim – e francamente! – gostaríamos que Jesus Cristo viesse novamente à Terra. Primeiro, para nos responder a todas as dúvidas e questões que por aqui vamos formulando, acerca da sua mensagem de vida eterna num Paraíso de delícias ou num Inferno de sofrimento... Depois, sendo Deus e tudo conhecendo do passado, presente e futuro, para nos revelar todos os mistérios que desconhecemos: se há ou não outros mundos habitados no Universo; se o Universo é infinito ou não; se Deus e o Universo onde tudo se move são ou não UM SÓ; se o tempo é apenas uma parte da eternidade; se alguma vez poderemos transformar-nos em energia, sem perdermos a nossa capacidade de voltarmos à matéria que nos individualiza e assim podermos caminhar por esse espaço à velocidade da Luz – ou do pensamento! - e podermos “colonizar” outros espaços habitáveis para não morrermos sozinhos, quando este sistema solar acabar e com ele esta nossa querida Terra!…
E tudo ficaria claro! E já não haveria mistérios, nem enigmas, nem segredos acerca de nós e acerca da realidade-Universo…
E talvez até revelasse os segredos da matéria e da forma de obter a longevidade através da multiplicação das células que nunca mais envelheceriam, podendo o Homem prolongar-se indefinidamente no tempo até se querer suicidar, cansado de viver uma vida que fora inicialmente programada para ser vivida a prazo…
Realmente, seria a revolução total no pensamento humano e na Ciência se Deus viesse assim ter connosco… o que parece nitidamente impossível de se concretizar… Do mesmo modo que também um Jesus Cristo, Filho desse Deus e Deus com ele, terá sido impossível. Apenas mito, não passando o nível da crença e da Fé…
 - O Cristo da Bíblia, claro que foi possível. Mas é um Cristo, muito específico, muito humano, com uma missão muito determinada, limitado num tempo de trinta e três anos, dos quais apenas três de vida pública, deixando-Se matar para cumprir a suposta vontade daquele que apregoou toda a vida como o “Pai que está nos Céus”, e cumprir também umas Escrituras cuja verdade de terem sido divinamente reveladas é praticamente nula…
Enfim, uma última pergunta retórica: “Se Deus viesse à Terra, fosse em que forma fosse, revelar-nos todos os segredos acerca de nós e do universo, o que ficaria para nós fazermos e descobrirmos?”

Desculpem-nos estas delirantes considerações que, mesmo assim, não são de todo impertinentes em relação ao real Jesus Cristo com quem estamos dialogando…

domingo, 14 de julho de 2019

Onde a Verdade de Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 225/?



À procura da VERDADE nos Evangelhos

Evangelho segundo S. MATEUS – 21/?

– Finalmente! Após os sacerdotes terem passado o A.T. a defender freneticamente o sábado, fazendo pagar com a vida todo aquele que bulisse uma só palha em tal dia… e tudo por ordem de Javé!…, vem Cristo “matar” tal fundamentalismo, com provas tão simples como o ter de apanhar algo para comer ou salvar a ovelha que caíra ao poço. (Mt 12,1-11)
Só não se entende como é que Cristo tem de corrigir tanto as Escrituras. Então, o Javé de há mil anos, que inspirou os profetas a porem na sua boca todas as normas e leis do tempo e do Templo, não era o mesmo Deus de Jesus Cristo? Como é que o que era sagrado há mil anos, deixou de o ser? Para os autores bíblicos – já o dissemos noutros textos a propósito do A.T. - o imutável Deus afinal andava ao sabor dos tempos e dos costumes…
– Mas Cristo, mesmo assim, tenta “justificar-se”: “Nunca lestes o que David e os seus companheiros fizeram, quando sentiram fome? Como ele entrou na casa de Deus e comeram os pães oferecidos a Deus? (…) Não lestes também na Lei que em dia de sábado, no Templo, os sacerdotes violam o sábado, sem cometer falta?” (Mt 12,3-5)
É uma justificação que só vem condenar as Escrituras… que discriminaram e mataram o povo que não respeitou o sábado. E David, quem poderia algo contra ele? Que sacerdote - mesmo inspirado por Deus - se aventuraria a condená-lo?… E aos sacerdotes, sendo os escribas das Escrituras, ser-lhes-ia fácil justificar o violar do sábado sem cometerem falta!…
Mas é uma justificação “política” por parte de Jesus Cristo…, justificação que, apesar de política, não convenceu os fariseus que “Logo depois saíram e fizeram um plano para matar Jesus.” (Mt 12,14)
Tal atitude é incompreensível ou revela total insensibilidade humana! Então, a força do milagre de Jesus que cura a mão paralítica do homem não foi suficiente para “encantar” os fariseus? Porque despertou neles o ódio a Jesus e não a admiração e o reconhecimento? Que Hitler não ficaria “de olhos em bico” ao presenciar tal milagre, reconsiderando o seu desejo de extermínio e de holocausto?
É incompreensível e levanta inúmeras questões! Os milagres de Jesus parecem tão pouco convincentes, parecem convencer tão pouco os do seu tempo - vejam-se as cidades há pouco amaldiçoadas pelo próprio Jesus por não se terem convertido ao verem todos os seus milagres - que nos custa acreditar que se tenham mesmo realizado… É que os sacerdotes podiam ser estúpidos… podiam não entender… mas não ver o que estava a acontecer em frente dos próprios olhos, ali com toda a força de milagre… não é crível.
– “Numerosas multidões O seguiram e Ele curou todos os enfermos mas ordenou que não dissessem quem Ele era.” (Mt 12,15-16)
– De novo! Sempre o mesmo enigma: “Porque quer Jesus ocultar-Se e ocultar o seu poder quando a sua missão era mostrar-Se a toda a gente como o Enviado do Pai, fundamentando com milagres a sua mensagem?”
Em boa verdade, porque não usou os rudimentares meios publicitários da época - o boca-a-boca - para Se dar a conhecer? Não teria aumentado o número dos que O seguiam? Não eram outros tantos apóstolos que transmitiriam a mensagem? Não encheria rapidamente a Terra inteira da sua mensagem? Assim, com tal política de ocultamento, temos uma Terra onde, após dois mil anos passados, mais de metade ainda não conhece o doce Jesus Cristo!… Tal atitude - de medo! - não parece de um Deus, pois não?…

domingo, 7 de julho de 2019

Onde a verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 224/?


À procura da VERDADE nos Evangelhos

Evangelho segundo S. MATEUS – 20/?

– “Eu Te louvo, ó Pai, Senhor do Céu e da Terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e inteligentes e as revelaste aos pequeninos. (…) Meu Pai entregou-Me tudo a Mim. Ninguém conhece o Filho a não ser o Pai e ninguém conhece o Pai a não ser o Filho e aquele a quem o Filho O quiser revelar.” (Mt 11,25-27)
– Mais uma vez Jesus se assume claramente como Filho de Deus. As relações entre tal Pai e tal Filho é que nos são completamente escondidas! Depois, sendo Filho de Deus e portanto Deus com o Pai, porquê “tudo” foi necessário entregar e passar de Pai para Filho? E porquê insistir no seu direito de só revelar o Pai a quem Ele quiser? A verdade é que nunca O revelou a ninguém… Então, para quê este aparato de… exclusividade?
Ainda: Louvando o Filho, o Pai e sendo Eles um só, não se estaria a louvar a Si mesmo?
O que é certo é que, a não compreender tantas coisas, não estaremos, infelizmente, no rol dos pequeninos, mas dos sábios e inteligentes que, apesar de toda a sua ciência, parecem não entender nada do divino!… Ou, talvez que por “inteligentes e sábios” Cristo se queira referir aos doutores da Lei e sumos sacerdotes… que sobrecarregavam o povo com Leis e normas do Templo e do… pecado!
Ou, talvez, mais um inútil – para a mensagem divina que Jesus quereria transmitir - enigma!
Enfim – e perdoem-nos mais esta heresia! - Deus-Pai sai mais humanizado do que divinizado deste contexto: Ele esconde… Ele revela… Ele entrega… Ele quer… Onde estarão realmente aqui, com Jesus Cristo, as fronteiras entre o humano e o divino? Onde?… – De certeza, mais uma pergunta sem resposta…
– “Vinde a Mim todos os que estais cansados e oprimidos e Eu vos darei descanso. Juntai-vos a Mim e aprendei de Mim, porque sou manso e humilde de coração e encontrareis descanso para as vossas vidas. Porque a minha carga é suave e o meu fardo é leve.” (Mt 11,28-29)
– As palavras envolvem-nos de ternura… Talvez uma vida simples, sem preocupações, sem ambições terrenas mas apenas celestiais… talvez fosse a melhor forma de vida… E assim, entender-se-ia porque a “carga é suave e o fardo é leve”… Talvez!… Porque a realidade não nos permite tal vida, nem se compadece com lirismos de aves que não semeiam ou lírios que não tecem…
Depois, Cristo dar-nos-á certamente o descanso no Céu… Mas o Céu, continuamos sem saber onde é, como se alcança, e quando o teremos. Por isso… não sabemos porque é suave a carga e leve o fardo… Haverá fardo mais pesado do que este de nada entender claramente e de não ter certezas absolutas sobre a vida eterna que Cristo apregoa mas não credibiliza com provas?