sexta-feira, 30 de setembro de 2022

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 356/?

 

À procura da VERDADE nos Evangelhos 

Evangelho segundo S. JOÃO – 50/?

 (Para uma melhor continuação da análise, repetimos o texto):

– “«O meu mandamento é este: amai-vos uns aos outros como Eu vos amei. Não existe amor maior do que dar a vida pelos amigos. Sereis meus amigos se fizerdes o que vos mando. Não vos chamo empregados pois o empregado não sabe o que o patrão faz; chamo-vos amigos porque vos comuniquei tudo o que ouvi a meu Pai. Não fostes vós que Me escolhestes mas fui Eu que vos escolhi. Eu destinei-vos para irdes e dardes fruto e para que o vosso fruto permaneça. O Pai dar-vos-á tudo o que Lhe pedirdes em meu nome. O que vos mando é que vos ameis uns aos outros.»” (Jo 15,12-17)

– Mas… como é que somos amigos de Cristo se nos amarmos uns aos outros? Não somos é amigos de nós mesmos, porque estamos assegurando a nossa salvação eterna onde usufruiremos com Ele, de toda a glória celeste? Aliás, objectivamente, que nos importa ser amigos de Cristo?

Simpático é o não nos chamar “empregados”! Muito simpático! Continuamos é sem entender o que é que Ele ouviu do Pai que não sabia desde toda a eternidade que, por ser eternidade, não tem “desde” nenhum!…

E alguém já sabe o que há-de pedir ao Pai em nome de Jesus para que lhe seja concedido? – Bem, o que toda a gente deveria pedir era a… Fé! A Fé em Jesus Cristo e na sua palavra! E se Deus não a concedesse a todos os que Lha pedissem, seria Ele o responsável pela perdição no inferno de toda a humanidade…

Mas o melhor mesmo é começarmos por nós, pois isto de salvação ou de condenação, quer queiramos quer não, queiramos ou não ser solidários, é pessoal e intransmissível: tens que cuidar da tua como eu tenho de cuidar da minha… Ninguém se pode substituir a ninguém…

Problema é sabermos quando é que Deus nos vai dar a tal Fé, uma vez que Lha tivermos pedido… Então, é assim tão fácil, tão simples, a salvação eterna? Basta pedir a Fé, depois acreditar, depois amar-nos uns aos outros e… aí vamos nós para o Céu? – Assim parece! Assim apontam as palavras de Jesus!… Só não nos disse Jesus que era simples e… fácil! O caminho foi o da… cruz!… E que caminho!… Aliás, para que é necessária uma cruz! Cruz que nunca sabemos se é a “cruz” desta vida se é outra cruz qualquer! Pois não foi Jesus à procura da morte na cruz, para cumprir as Escrituras e fazer a vontade do Pai que para tal O enviara? (Jo 12,27)

Já estamos confundidos! É que tudo há pouco parecia tão fácil!… Assim, já não sei se precisamos que Deus nos dê Fé, se discernimento para descortinarmos a Verdade de todas estas supostas “verdades” que não nos sossegam a alma mas a mergulham nas trevas da total incerteza…

 

segunda-feira, 26 de setembro de 2022

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 355/?

 

À procura da VERDADE nos Evangelhos 

Evangelho segundo S. JOÃO – 49/?

 – O discurso de Jesus está longe de terminar… Aliás, o velho João, escrevendo uns sessenta anos depois dos acontecimentos, velho já dos seus oitentas, teria feito grande esforço de memória para reproduzir tal discurso de conteúdos tão complicados… Daí talvez este repetitivismo - e não pouca confusão! – sobretudo quando se fala do Pai e do Filho e das suas relações de dependência e de igualdade…

– Espanta, no entanto, a “precisão” com que se referem perguntas e respostas dos intervenientes… Mais parece escrito amanhã aquilo que se ouviu hoje… Claro que estamos excluindo a hipótese de milagre ou de revelação ou de inspiração do Espírito Santo que foi enviado aos discípulos, encontrando-se João sempre presente, como faz questão de afirmar mais tarde. (Jo 19,35) Infelizmente, mesmo a haver milagre de inspiração, Jesus, através de João, deixou mais dúvidas do que certezas, mais confusão do que clara luz.

– “«Eu sou a videira e o meu Pai é o agricultor (…) Vós sois os ramos. Quem fica unido a Mim e Eu a ele dará muito fruto, porque sem Mim não podeis fazer nada.»” (Jo 15,1 e 5)

– A comparação com a videira em que o Pai é o agricultor, Jesus a videira e nós os ramos, é… bonita mas… mas não nos traz novidades, e nada adianta à Verdade que procuramos: a da vida eterna após a vida terrena! Depois, não será arrogância infundada ao dizer que “Sem Ele não podemos fazer nada”? Não somos nós que, pelo nosso esforço, temos de alcançar a vida eterna (se a houver, claro! – coisa totalmente improvável, já que pertencemos ao Tempo…)?

– “«Se ficardes unidos a Mim e as minhas palavras permanecerem em vós, pedi o que quiserdes e ser-vos-á concedido.»” (Jo 15,7)

– Novamente, uma afirmação de esperança mas continuando nós sem saber o que pedir para que nos seja concedido… Afinal, sempre que os discípulos lhe pediram alguma coisa, lhe puseram alguma questão, ele não quis/pôde/soube responder! E será mais uma afirmação que deve ter saído da cabeça de João e não de Jesus enquanto vivo…

– “«Assim como o Pai Me amou, Eu também vos amei: permanecei no meu amor. Se obedecerdes aos meus mandamentos, permanecereis no meu amor, assim como Eu obedeci aos mandamentos de meu Pai e permaneço no seu amor. Disse-vos isto para que a minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja completa.»” (Jo 15,9-11)

– Novamente, o Pai! Estas relações de amor ou outras de Pai-Filho já nos vão cansando até à exaustão...

E que mandamentos são os do Pai aos quais Jesus obedeceu e quais os seus aos quais nos pede que obedeçamos? Enfim, que alegria é aquela de Jesus? A do salmo: “Que alegria quando me disseram: vamos para a casa do Senhor!”(Sl 121)?

Primeiro, não sabemos o que é “ir para a casa do Senhor”; depois, o que será a nossa “alegria completa”? – Certamente a de irmos para o Céu… Infelizmente, um Céu nunca provado como existente ou como possível! Se provar a existência do Céu era a missão de Jesus, podemos afirmar sem qualquer dúvida que foi… uma missão completamente falhada! Uma frustração total!

– Agora, repete João uma das mais célebres frases de Jesus: “«O meu mandamento é este: amai-vos uns aos outros como Eu vos amei. Não existe amor maior do que dar a vida pelos amigos. Sereis meus amigos se fizerdes o que vos mando. Não vos chamo empregados pois o empregado não sabe o que o patrão faz; chamo-vos amigos porque vos comuniquei tudo o que ouvi a meu Pai. Não fostes vós que Me escolhestes mas fui Eu que vos escolhi. Eu destinei-vos para irdes e dardes fruto e para que o vosso fruto permaneça. O Pai dar-vos-á tudo o que Lhe pedirdes em meu nome. O que vos mando é que vos ameis uns aos outros.»” (Jo 15,12-17)

– O amor! Podemos escrevê-lo com maiúsculas: AMOR! É a palavra fetiche de Jesus! O amor a Deus, o amor ao próximo… Aqui, no “amai-vos uns aos outros”, até esqueceu o amor a Deus!…

Certamente por ter “percebido” que nenhum de nós entenderia bem o que é isso de amar a Deus…

(A análise continua no próximo texto)

sexta-feira, 16 de setembro de 2022

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 354/?

 

À procura da VERDADE nos Evangelhos 

Evangelho segundo S. JOÃO – 48/?

 (Para mais fácil análise, repetimos o texto de João):

–“«Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz. A paz que vos dou não é a paz que o mundo dá. Não fiqueis perturbados nem tenhais medo. Ouvistes o que vos disse: ‘Eu vou mas voltarei para vós.’ Se Me amásseis, alegrar-vos-íeis porque vou para o Pai, pois o Pai é maior do que Eu. Digo-vos isto agora antes que aconteça, para que, quando acontecer, acrediteis. Já não tenho muito tempo para falar convosco, pois o príncipe deste mundo vai chegar. Ele não tem poder sobre Mim, mas vem para que o mundo reconheça que amo o Pai, e é por isso que faço tudo o que o Pai Me mandou.»” (Jo 14,27-31)

– Que confusão, Santo Deus! Afinal, qual é a paz que Jesus nos deixa? Só no-lo disse pela negativa: que não era a que o mundo dá…

E o “voltarei para vós” era a vinda do Espírito Santo sobre os apóstolos ou era a vinda no fim dos tempos… não entendendo nós claramente nem uma nem outra?

Depois, o Pai é maior do que o Filho!… Não disse há pouco que “Quem Me viu a Mim viu o Pai”? Como é agora maior? Metáfora? Símbolo? Mas… símbolo de quê? E, segundo o mistério da Santíssima Trindade, o Pai não é igual ao Filho e ambos iguais ao Espírito Santo, havendo um só Deus uno e trino?

Alegrar-nos com a morte!… Com a partida!… Com a ida para o Pai!… É! A morte para os crentes deveria ser um dia de festa! Um dia do encontro definitivo do Homem com Deus, do Filho com o Pai, a entrada na vida eterna, em eterna bem-aventurança e felicidade… Então, porque choram, se vestem de luto, se enchem de tristeza?… Que pouca Fé nas palavras de vida eterna de Jesus, a destes crentes! Que pouca Fé!…

Mas parece que a Fé é um dom de Deus que o dá a quem Ele muito bem quiser, e não algo que se adquire com esforço, meditação, amor…

E quem é realmente o príncipe deste mundo? O Diabo ou… a morte?

– Neste contexto, parece nitidamente ser a morte. Mas…

E mais uma vez o total incompreensível: Jesus a ter de morrer para que o mundo reconheça que Ele ama o Pai e que faz tudo o que o Pai Lhe mandou fazer…

Aliás, que importa a Jesus que o mundo reconheça que Ele ama o Pai? Ou… que faz tudo o que o Pai lhe mandou fazer? É para que cumpra o que Ele disse porque disse aquilo que o Pai lhe ordenou que dissesse?

– E parece não haver dúvidas, por muito que nos custe acreditar, de que foi o Pai que ordenou a Jesus que morresse e morresse ignominiosamente numa cruz!…

É caso para repetirmos: “Intolerável por parte de um Pai que diz «Este é o meu filho muito amado.»! Inacreditável que venha de… Deus!”

E tanta incompreensão leva-nos ao descrédito quase total! (Ou total?!) Mas, mais uma vez, a esperança de que haja respostas para as nossas angústias, também nos leva a “aceitar” mesmo o inacreditável, para que nem toda a luz se perca…

domingo, 11 de setembro de 2022

La Rentrée - Porquê tanta invenção, Santo Deus?

 E como é que tantos - muitos milhões - acreditam nessas invenções, sem questionarem?

É: o Cristianismo - como todas as religiões - é um conjunto de invenções ou efabulações, baseadas num homem-judeu, de seu nome Jesus, a quem os seus discípulos divinizaram, chamando-lhe Filho de Deus. E, depois, outros epítetos que constituem as bases da mesma religião: Redentor, Salvador, Senhor, Filho do Homem (único título que Ele se deu a si próprio), o Cristo, o Messias, o Prometido, o Ungido de Deus...

Tantas coisas acerca de um homem que não foi, não era, não podia ser mais do que um homem! Embora um homem com um cariz especial, aptidões especiais, ideias contrárias às político-sociais do tempo em que viveu, ideias revolucionárias como as do amor ao próximo, o amar os inimigos e o dar a outra face, enfim, a ideia de todos serem iguais, enquanto filhos de Deus, fossem escravos ou homens livres.

E a época era propícia ao aparecimento de uma nova religião, digladiando-se entre si grupos como os essénios, os zelotas, os saduceus, os fariseus.

Um homem com aquelas ideias anti-sistema, pregando e defendendo tais "novidades" ("Se amardes os vossos amigos, que mérito tereis?) tinha de ser "aproveitado" para mentor de um novo movimento. E aí temos o CRISTIANISMO.

Toda a história conhecida de Jesus a quem chamaram de Cristo está impregnada de lacunas, acrescentos, invenções. Nas invenções, pontificam os milagres, milagres que obviamente não existiram por impossíveis.

Tendo-se tornado revolucionário e do desagrado do poder político-religioso vigente ("Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas..."), facilmente se conluiaram contra ele e o condenaram à morte e morte de cruz, o suplício preferido pelos romanos ocupantes aplicado aos "desobedientes". O que era mais uma manifestação da total perversidade da raça humana...

Já provámos aqui que Jesus não é Filho de Deus e da mesma essência que Deus porque Deus, pela sua própria essência - que ninguém sabe o que é! - não pode ter um Filho. Jesus também não foi Redentor nem Salvador porque não havia nada para redimir ou salvar. (Até há pouco tempo, ainda se falava no tal pecado original, recordando os míticos Adão e Eva bíblicos, dizendo-se a barbaridade de que Jesus tinha redimido, com o seu sangue, a humanidade dos pecados). Arquitectarem tal enleio foi o modo que os discípulos encontraram para divinizar o seu "Senhor" que viam morrer ali numa cruz como um malfeitor ou revoltoso político, dando, aliás, mais conteúdo à nova religião nascente.

E aí temos uma religião fundada ou fundamentada em nada de substancial, de credível, de racionalmente aceitável. Um grande NADA! Por isso, os seus mentores - padres, teólogos, bispos e papas - não podem fazer outra coisa senão apelarem para a Fé e o Mistério: não se entende, é Mistério; não se percebe, aceita-se pela Fé na "palavra do Senhor", palavra que não é de nenhum Senhor, mas de alguém que as escreveu e lhas atribuiu. É, aliás, o que se passa com toda a Bíblia!

PERGUNTO: QUE HAVEMOS DE PENSAR DE TUDO ISTO?