sexta-feira, 30 de julho de 2021

Onde a verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 318/?

 

À procura da VERDADE nos Evangelhos 

Evangelho segundo S. JOÃO – 13/?

 – Se pensávamos que as palavras enigmáticas tinham acabado, enganámo-nos! Após narrar dois milagres, já narrados pelos outros evangelistas, o da multiplicação dos pães e o de Jesus ter caminhado por sobre as águas, João volta a surpreender-nos com as palavras de Jesus: “Vós procurais-Me porque comestes até ficardes satisfeitos e não por compreenderdes o significado dos meus milagres. Trabalhai não pelo alimento que se acaba, mas pelo alimento que dura para a vida eterna. Esse é o alimento que o Filho do Homem vos há-de dar porque Deus, o Pai, Lhe concedeu esse poder. (…) A vontade de Deus é que acrediteis naquele que Ele enviou. (…) Não foi Moisés que vos deu o pão que veio do Céu. Meu Pai é que vos dá o verdadeiro pão que vem do Céu, porque o pão de Deus é aquele que desce do Céu e que dá a vida ao mundo. (…) Eu sou o pão da vida. Quem vem a Mim, nunca mais terá fome e quem acredita em Mim, nunca mais terá sede. Eu já vos disse: vós vistes-Me e não acreditastes. Todos aqueles que o Pai me dá virão a Mim. E Eu nunca rejeitarei aquele que vem a Mim, pois Eu desci do Céu, não para fazer a minha própria vontade mas para fazer a vontade daquele que Me enviou. E a vontade daquele que Me enviou é esta: que Eu não perca nenhum daqueles que Ele Me deu, mas que Eu os conduza à vida eterna. Esta é a vontade de meu Pai: que todo o Homem que vê o Filho e nele acredita, tenha a vida eterna e Eu ressuscitá-lo-ei no último dia. (…) Ninguém pode vir a Mim se o Pai que me enviou o não trouxer. E Eu lhe darei a vida eterna. (…) Todo aquele que escuta o Pai e recebe a sua instrução vem a Mim. Não que alguém já tenha visto o Pai. O único que viu o Pai é aquele que vem de Deus. Eu vos garanto: aquele que acredita em Mim tem a vida eterna. Eu sou o pão da vida. Os vossos pais comeram o maná no deserto e no entanto morreram. Eis aqui o pão descido do Céu. Quem dele comer nunca morrerá. (…) Eu sou esse pão vivo que desceu do Céu. Quem comer deste pão viverá para sempre. E o pão que Eu dou é o meu próprio corpo, oferecido para que todos tenham vida. (…) Eu vos garanto: se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna e Eu ressuscitá-lo-ei no último dia. Porque a minha carne é verdadeira comida e o meu sangue é verdadeira bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue vive em Mim e Eu nele. E como o Pai, que vive, me enviou e Eu vivo por Ele, assim aquele que Me receber como alimento viverá por Mim. Este é o pão que desceu do Céu. Não é como o pão que os vossos pais comeram e depois morreram. Quem come deste pão viverá para sempre.” (Jo 6,26-58)

– Mais um longo texto! Por vezes repetitivo e, literariamente, pouco inspirado. Confuso e de difícil entendimento. Teríamos de ser Deus para o entender!… Afinal, são considerações de ordem teológica, feitas a partir do suposto milagre da multiplicação dos cinco pães e dos dois peixes alimentando cerca de cinco mil pessoas, considerações que só João fez, pondo-se no lugar de um Jesus falante: os outros evangelistas limitaram-se a narrar o suposto facto.

(Análise crítica no próximo texto)

sábado, 24 de julho de 2021

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 317/?

 

À procura da VERDADE nos Evangelhos 

Evangelho segundo S. JOÃO – 112/?

 – O enigma continua ou… repete-se: “Eu não posso fazer nada por Mim mesmo. Eu julgo conforme o que escuto de meu Pai e o meu julgamento é justo, porque não procuro fazer a minha vontade, mas sim a vontade daquele que Me enviou. Se dou testemunho de Mim mesmo, o meu testemunho não tem qualquer valor. Mas há Outro que dá testemunho de Mim e sei que o testemunho que Ele dá de Mim é verdadeiro. (…) Eu tenho um testemunho ainda maior que o de João Baptista: são as obras que o meu Pai Me encarregou de realizar. As obras que Eu faço dão testemunho de Mim e mostram que o Pai me enviou. (…) Vós nunca ouvistes a voz de Deus nem vistes a sua face. Desse modo, a sua palavra não permanece em vós, porque não acreditais naquele que Ele enviou. Vós estudais as Escrituras, pensando encontrar nelas a vida eterna. No entanto, as Escrituras dão testemunho de Mim e, apesar disso, vós não quereis seguir-Me para terdes a vida eterna. Eu não procuro elogios dos Homens. Quanto a vós, sei muito bem que não amais a Deus. Eu vim em nome de meu Pai e vós não quereis receber-Me. Mas se outro vier em seu próprio nome, vós já o recebereis. Como é que podereis acreditar em Mim, se viveis a elogiar-vos uns aos outros e não buscais a glória que vem de Deus-Pai? Não penseis que vos vou acusar diante de meu Pai. Já existe alguém que vos acusa: é o próprio Moisés em quem pondes a vossa esperança. Se acreditásseis em Moisés, também acreditaríeis em Mim porque foi a respeito de Mim que Moisés escreveu. Mas se não acreditais naquilo que ele escreveu, como ireis acreditar nas minhas palavras?” (Jo 5,29-47)

– Perdoem-nos ter-nos alongado. O texto é cheio de… desentendimentos. Por isso, perguntamos: “Porque não pode o Filho fazer nada só por Si? O que escuta o Filho do Pai? O que é não fazer a sua vontade e fazer a vontade do Pai? Porque não pode dar testemunho de Si e tem de ser o Pai a dar esse testemunho, nada valendo o que o Filho dá de Si? Que obras dão testemunho de Jesus? Os milagres? Não fez Eliseu também tantos milagres sem no entanto se “arvorar” em Filho de Deus? Ou os milagres de Cristo têm credibilidade e os de Eliseu, não? Como é que se pode acreditar nas palavras de Jesus, dizendo que foi o Pai que O enviou, se Ele próprio nos diz que não ouvimos a sua voz nem vimos a sua face? Como podemos ter a certeza absoluta de que as Escrituras dão testemunho dele? Novamente porque Ele o afirma?”

E novamente a firmação da vida eterna tendo de seguir-se Jesus para a alcançar, sem sabermos o que é realmente seguir Jesus…

Depois, o que é buscar a glória que vem de Deus? O que é “acusar diante de meu Pai”? Porque é que Moisés é aqui chamado para condenar os doutores da Lei que parecem desconhecer que alguma vez tenha falado deste Filho de Deus?

Realmente, os doutores da Lei não o entenderam e… mataram-no! Nós também não o entendemos mas, obviamente, não O “matamos”, na esperança de que alguma vez vislumbremos o caminho para a vida eterna, vida eterna que teimosamente – vá-se lá saber porquê – os humanos desejam alcançar…

Esta longa e enigmática conversa de Jesus com as autoridades judaicas, desencadeada lá atrás pela cura em dia de sábado, não é referida por nenhum dos outros evangelistas. Poderá haver duas explicações: 1 – A dificuldade de entendimento e de reprodução fiel destas palavras e ideias tê-los-á coibido de fazê-lo. 2 – Jesus não teve conversa alguma, não passando de literatura inventada pelo velho João, no intuito de continuar a construir o seu próprio Jesus Cristo como Filho de Deus.

Para nós, esta é a mais provável. Aliás, no confuso emaranhado de ideias expostas – e que irão continuar – revela-se a velhice de João cujo raciocínio, pelos 90 anos, já não deveria estar muito lúcido e capaz de clareza nas revelações. E uma das provas mais evidentes da falsidade de uma mensagem é a sua incompreensão por enigmática.

sábado, 17 de julho de 2021

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 316/?

 

À procura da VERDADE nos Evangelhos 

Evangelho segundo S. JOÃO – 11/?

 – As palavras que se seguem, postas por João na boca de Jesus, embora pareçam ser claras como água, são confusas, enigmáticas e de uma complexidade sem sentido: “Ficai sabendo que o Filho nada pode fazer só por si. Faz apenas o que vê fazer ao Pai. O que o Pai faz o Filho também o faz. O Pai ama o Filho e por isso mostra-Lhe tudo quanto faz. E mostrar-Lhe-á obras ainda maiores, que vos deixarão admirados. Assim como o Pai ressuscita os mortos e lhes dá a vida, assim também o Filho dá a vida a quem Ele a quiser dar. O Pai não julga ninguém. Ele deu ao Filho todo o poder de julgar, para que todos honrem o Filho como honram o Pai. Quem não honra o Filho também não honra o Pai que O enviou. Eu vos garanto: quem ouve a minha palavra e acredita naquele que Me enviou, possui a vida eterna. Não será condenado, porque já passou da morte para a vida. Digo-vos mais: chegou a hora em que os próprios mortos ouvirão a voz do Filho de Deus: aqueles que ouvirem a sua voz terão a vida. Como o Pai é a fonte da vida, concedeu ao Filho o poder de dar a vida. Deu-Lhe ainda o poder de julgar porque é o Filho do Homem. Não fiqueis admirados com isto, porque vai chegar a hora em que todos os mortos que estão nos túmulos ouvirão a voz do Filho e sairão dos túmulos: aqueles que fizeram o bem vão ressuscitar para a vida; os que praticaram o mal vão ressuscitar para a condenação. (Jo 5,19-29)

– Realmente longas e…enigmáticas. Mas espanta a determinação com que Cristo (ou João?!) faz tais declarações. Declarações que, obviamente, não se entendem: o Filho nada poder fazer… fazer apenas o que vê fazer… o Pai mostrar ao Filho tudo quanto faz… e mostrará ainda obras maiores que nos vão deixar admirados… Aliás, contradizendo-se, logo a seguir, ao dizer, por exemplo, que “concedeu ao Filho o poder de dar a vida.”

Depois, o contrassenso aumenta: o Pai a ressuscitar os mortos e o Filho… também… mas só a quem Ele quiser… Mais: o Pai a não julgar porque deu ao Filho todo o poder de julgar… Mais ainda: para que honrem o Pai e honrem o Filho, não sabendo nós o que será isso de “honrar” o Pai ou… o Filho…

Enfim, para ter a vida eterna, não ser condenado e passar logo da morte para a vida, temos de ouvir a palavra de Jesus e acreditar naquele que O enviou… sem sabermos o que é ouvir a palavra de Jesus nem muito menos o que é acreditar em Deus-Pai… E sem sabermos, por falta de provas credíveis, que Jesus é o Enviado, o Filho do Homem, o Filho de Deus…

Tantas palavras… enigmáticas, Santo Deus! Para quê precisamos nós de enigmas, ó Jesus Cristo? Para quê? Para quê falares de “vida eterna” se não clarificas os caminhos para a alcançar? Para quê tanta confusão entre um Filho e um Pai que não se sabe onde começa a dimensão de um e acaba a dimensão do outro, ora parecendo que são uma e única pessoa, ora duas com poderes e funções distintos?

Mais confuso ainda e sem qualquer sentido: como é que os mortos ouvirão a voz do Filho? Que voz? E sairão dos túmulos, ressuscitando para a vida ou para a condenação eternas…

Tudo afirmações, tudo palavras, tudo declarações sem… nada que lhes sirva de suporte de validade. Para quê?

– É! Mais uma vez se fala no essencial da vida: a passagem para o outro lado! Com uma ressurreição, uma vida eterna ou uma condenação eterna… Mas… apenas se diz, apenas se afirma, apenas palavras…

E é com palavras que este Jesus de João nos abandona…

Um Jesus confuso, enigmático e paradoxal criado pelo velho João que escreve isto pelos anos 90, pretendendo, de algum modo, já fazer teologia do fenómeno carismático que foi Jesus, uns 50 anos antes, tentando apresenta-Lo como divino ou Filho de Deus-Pai, quando ele não foi mais do que um Judeu inconformado com a sociedade político-religiosa do seu tempo.

sábado, 10 de julho de 2021

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 315/?

 

 À procura da VERDADE nos Evangelhos 

Evangelho segundo S. JOÃO – 10/?

(Continuação da análise da narrativa da cura do paralítico, na piscina de Jerusalém)

– “Ora isto aconteceu em dia de sábado. (…) Os judeus começaram a perseguir Jesus porque Ele curara em dia de sábado. Jesus então disse-lhes: «Meu Pai trabalha continuamente e Eu também trabalho.» Por isso, as autoridades judaicas tinham cada vez mais vontade de matar Jesus porque, além de violar a lei de sábado, chegava até a dizer que Deus era seu Pai, fazendo-Se assim igual a Deus.” (Jo 5,9 e16-18)

– Não importa muito dissertar sobre o fundamentalismo judaico quanto ao sábado. No A.T. e agora com Jesus que o quis quebrar, embora baseado no AT:”E ao sétimo dia Deus descansou”. A justificação de Jesus com o Pai que “trabalha continuamente” é que… humaniza tanto o “seu” Deus-Pai que ficamos sem saber que trabalho anda Deus a fazer ou tem Deus de… fazer!

–“Mais tarde, Jesus encontrou aquele homem no Templo e disse-lhe: «Ficaste curado. Não tornes a pecar para que não te aconteça ainda pior.»” (Jo 5,14) Temos vontade-necessidade de perguntar a Jesus: “É a doença resultado do pecado? Quem não peca não adoece? Então, esses justos todos que andam por aí sofrendo e esse pecadores todos que andam respirando saúde?… De que jeito tal lhes acontece?…” Este temor foi sempre uma arma utilizada pela Igreja para aterrorizar santos e pecadores, levando-os a temer não propriamente a doença mas morte e o inferno, conseguindo dois objectivos: 1 – que as pessoas ficassem menos pecaminosas; 2 – que enchessem os cofres da mesma Igreja, pagando missas e indulgências e justificando o dito sacramento da Confissão.

– Última pergunta: “A quem aproveitou este milagre? Aos judeus, não, porque só acirrou neles a vontade de serem o braço de Javé-Deus para fazerem cumprir em Jesus as Escrituras. Aos outros doentes da piscina, também não porque certamente, se souberam, ficaram com inveja e não sem alguma revolta por não terem sido contemplados com a benesse da cura. Outros que por ali estivessem, parece que nem deram pelo prodígio… Então?…”

– Só resta dizer que aquele acreditar “cego” na cura das águas agitadas pelo anjo… é pelo menos lamentável e que Jesus deveria ter desmistificado tal crendice que era, com total certeza, invenção de algum “piedoso” judeu, sacerdote ou levita, sabe-se lá se bem pago pelo dono da piscina que lucraria com tais ajuntamentos… É que era uma questão de intervenção divina. E não tinha sido dado todo o poder divino a Jesus? Como passa Ele por ali sem… reivindicar as suas prerrogativas? Sem pôr ordem na “casa” de… Deus?

Incompreensível!

sábado, 3 de julho de 2021

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 314/?

 

À procura da VERDADE nos Evangelhos 

Evangelho segundo S. JOÃO – 9/?

 – O Jesus de João continua a falar por enigmas: “A minha comida é fazer a vontade daquele que Me enviou e terminar a obra que Me mandou fazer.(…) Levantai os olhos e vede como as searas já estão maduras para a ceifa. Aquele que colhe recebe desde já o salário e recolhe fruto para a vida eterna.” (Jo 4,34-36)

– A metáfora sempre presente para… nos confundir. Na comida e na ceifa da seara. Alguém entendeu o que João pôs na boca de Jesus? – Não! Logo, um objectivo – o de passar a mensagem da vida eterna – falhado!

– O milagre da cura do filho do funcionário romano “foi o segundo de Jesus”. (Jo 4,54) Esta precisão de “segundo” deixa-nos algumas dúvidas… Não tinha já Nicodemos dito “Ninguém pode fazer os milagres que Tu fazes se Deus não estiver com Ele.”? (Jo 3,2) Então este “segundo” foi lapso histórico ou… de memória do velho João? Aliás, por esta altura da História de Jesus, já Mateus tinha narrado uma boa dezena deles… Se realmente tivessem acontecido, era impossível que João não tivesse conhecimento deles. Logo…

– “E tanto ele como toda a sua família acreditaram em Jesus.” (Jo 4,53) Embora a facilidade de fazer milagres fosse muita, neste caso, foi muito pouco frutífero: uma só família acreditou por ter visto o filho do oficial ficar curado. Deus, SUPREMA INTELIGÊNCIA, não “trabalharia” por tão pouco… Imaginemos que Jesus vinha cá de novo à Terra… Era inconcebível que fizesse um milagre em cada família para que toda a família acreditasse.

– Aliás, Cristo, ao ouvir o pedido do oficial “Vem depressa comigo antes que o meu filho morra” queixou-se: “Vós só acreditais quando vedes prodígios e milagres.” Mas lá lhe fez a vontade: “Podes ir, que o teu filho está vivo.” E naquela mesma hora, o rapaz ficou curado… É realmente espantosa esta suposta capacidade de fazer milagres, mesmo à distância… Gostaríamos de ter visto para acreditar. No entanto, estavam lá os outros que não acreditaram e o mataram. A pouca eficácia dos milagres na conversão das pessoas é o maior argumento para afirmar a sua total invenção, embora sejam narrados como históricos.

– A narrativa da cura do paralítico tem algo de caricato ou… de estranho. Oiçamos: “Existe em Jerusalém (…) uma piscina (…) que tem à volta cinco galerias de colunas. As galerias estavam apinhadas de doentes, cegos, coxos e paralíticos que esperavam o movimento da água. Dizia-se que, de tempos a tempos, um anjo de Deus descia à piscina e agitava a água. O primeiro que entrasse na água depois de agitada pelo anjo, ficaria curado de qualquer doença. Encontrava-se lá um homem que estava doente há trinta e oito anos. Jesus (…) perguntou-lhe: «Queres ficar curado?» O doente respondeu: «Senhor, não tenho ninguém que me lance na piscina quando a água começa a agitar-se. Quando lá chego, já outro entrou na minha frente.» Jesus disse-lhe: «Levanta-te, toma a tua enxerga e vai para casa.” (Jo 5,1-8)

– A situação é realmente estranha e uma avalanche de perguntas nos invade: “Porque perguntou Jesus ao doente se queria ficar curado? Não era… evidente? E porque não curou todos os outros se, em outras ocasiões, curara todos os doentes que lhe apresentaram? Porquê só aquele e não todos? Onde o… critério? Acaso, se Jesus tivesse feito tal pergunta a todos os outros, algum lhe teria respondido: «Não! Estou aqui para ‘confraternizar’, para ser solidário com estes meus irmãos…»? Afinal, quantos dos que entraram na água, depois de agitada - imaginemos a deprimente correria de coxos, paralíticos, estropiados, para um ser o primeiro… - ficaram curados? O agitar da água por um anjo que ficaria milagrosa, mas só para o primeiro, era uma crença, um mito; porque não o desmistificou Jesus Cristo?”

(A análise crítica continua no próximo texto)