sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 202/?r-


Preâmbulo 1
Para todos os amantes da Verdade…

“Eu sou o caminho, a verdade e a vida!” (Jo 14,6)

“O que é a verdade?” (Jo 18,38)

 A análise que ora iniciamos do NT interessa a todos os que se interrogam sobre Deus, a morte, o Além, a outra vida, a… eternidade! Todos os que se não contentam em acreditar porque os outros lhe dizem que é assim, mas vão à procura, para se firmarem na fé. Todos os que, embora crentes, já alguma vez duvidaram e ainda não têm certezas e quiseram tê-las. Todos os não crentes que, pelo facto de o ser ou de se afirmar como tal, não deixam de acreditar nalguma coisa que dê sentido às suas vidas.
E talvez todos bem quisessem que o NT falasse verdade, e que houvesse realmente um Deus e sobretudo um céu onde pudessem passar o “resto dos seus dias”… que é “simplesmente” a eternidade! Pois em que íntimo não se prefigura um perpetuar-se eternamente, não diria com este corpinho que inexoravelmente irá definhando com o Tempo, mas ao menos com esta alma que nos anima e faz com que nós sejamos nós e só nós e não outro qualquer que usurpe a nossa individualidade?
É que, como seres pensantes, sabemos que temos certa uma vida terrena, pois nos sentimos, nos apalpamos, nos comovemos, raciocinamos. Mas nada sabemos do que se seguirá, do que há para além das coisas e das vidas, dos corpos e das almas… e sentimo-nos no direito de saber, pois se joga neste saber, toda uma vida, toda uma eternidade, que já não é tempo porque as coisas do tempo têm forçosamente de ter um fim, como tiveram um princípio…
E, se há uma resposta, quiséramos sabê-la antes que nos vamos, pois por enquanto ainda conseguiremos remediar alguma coisa, se é que alguma coisa há a remediar e tudo não passa de um Ser que agora é e logo já não é, sem deixar rasto, nem se prolongar em coisa alguma, com qualquer identidade que o possa individualizar e que se possa sentir como ele mesmo e não como elemento de uma outra qualquer realidade, seja pedra, animal ou… estrela!
Ah, como ansiamos por tal RESPOSTA! Jesus Cristo, sendo o Messias, o Prometido desde toda a eternidade, sê-la-á? É que a Bíblia do Antigo Testamento raramente chegou à eternidade, à ressurreição, a um Céu com Deus, apesar de referências à ressurreição em Daniel (12,1-3) e 2Macabeus. (7,9.11.14.23.29; 12,43-45), prevalecendo na Sabedoria (1,15; 2,23; 6,18-19), as ideias de imortalidade e de incorruptibilidade, ao que parece, por influência da cultura helénica.
O que é certo é que Jesus Cristo, os apóstolos, Paulo, Agostinho, Xavier, todos os santos e santas - como qualquer pecador ou pecadora, que é quase toda a humanidade! - partiram. E onde estão agora? Onde? Que lugar lhes foi - nos vai! - preparar Jesus Cristo?! Há realmente um Céu? Há realmente um Inferno? Ou… é TUDO, uma grande EFABULAÇÃO, um grande NADA?!
Esta a grande interrogação para a qual exigimos de Jesus Cristo uma resposta! Ou não fora Ele o Filho de Deus!


sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Antigo Testamento (AT) - 201/?



Conclusão breve e objectiva

O AT, com os seus 46 livros – nem todos (sete) tidos por 
inspirados por Deus pelos judeus – não passa de um conjunto 
de pequenos livros:
1 – Livros da Lei, o Pentateuco (cinco livros), melhor dito, 
livros das leis que a classe política e religiosa, (levitas e 
sacerdotes sempre de mão dada com o poder político), 
impunham ao povo israelita.
2 – Livros históricos (dezasseis) pouco ou nada credíveis 
do ponto de vista da real história, fortemente influenciados 
pela classe político-sacerdotal.
3 – Livros sapienciais (sete), os mais interessantes do ponto 
de vista da análise existencial do ser humano, com as suas 
dúvidas, os seus anseios, o seu desejo de prazeres, sendo 
o exemplar mais poético, o “Cântico”. Livros onde pontuam 
frases tão humanas e sem qualquer pinta de divino, como:
“Aconselho que se desfrute o melhor que a vida pode 
proporcionar, porquanto debaixo do sol não existe nada 
mais feliz para o ser humano do que simplesmente: comer, 
beber e alegrar-se. (Eclesiastes 8:15), ou “Goza a vida com a 
mulher que amas, todos os dias da tua vida” (Eclesiastes, 9-9), 
ou “Não te prives de um dia feliz, nem deixes escapar um 
desejo legítimo. Acaso, não vais deixar para os outros o fruto das 
tuas fadigas? Dá e recebe e diverte-te porque no mundo dos 
mortos não há alegria.” (Eclesiástico, 14,14-16)
4 – Livros proféticos (dezoito) apresentados na Bíblia, por 
nós seguida, sem grande ordem cronológica, sendo o último – 
Malaquias – dado por ter sido escrito nos meados do séc. 
V aC. As ditas profecias e ditas de inspiração divina, ninguém 
sabe até que ponto foram/são ou não profecias, como tentámos 
demonstrar ao longo da análise crítica aos mesmos livros.

Em modos de conclusão, é interessante referir o que o “nosso” 
exegeta diz, na Introdução ao exemplar da Bíblia que ele foi 
comentando e nós fomos citando: “O AT é uma colecção de 46 
livros onde encontramos a História de Israel (…): mostra como 
surgiu, como viveu escravo no Egipto, como possuiu uma terra, 
como foi governado, quais as relações que teve com outras nações, 
como estabeleceu as suas leis e viveu a sua religião. Apresenta os 
seus costumes, a sua cultura, os seus conflitos, derrotas e esperanças.” 
O que afirma, de seguida, não importa repetir, por desprovido de 
qualquer ponta de credibilidade.
Então, é isso e apenas isso, embora os cristãos queiram fazer da mesma 
Bíblia um livro de inspiração divina e, neste AT, um anúncio ou 
prenúncio do NT, onde apareceria Jesus que foi dito como o 
Messias, e “feito” o Filho de Deus, prometendo a salvação/vida eterna 
a quem acreditasse nele...
Uma teoria bonita se não fosse produto da imaginação e da fantasia 
de alguns, também eles ditos inspirados…
Enfim, restam-nos as palavras prè-introdutórias à mesma edição bíblica: 
“Este é um livro de verdades absolutas, de verdades para todas as 
gerações. É o Livro da Verdade.” Palavras, obviamente falsas ou sem 
sentido. É que de Verdade da Vida eterna que procurávamos que 
procurámos… NADA! Um grandíssimo NADA! Nada de 
VERDADE sobre o fim último da existência humana.





sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Antigo Testamento (AT) - 200/?


Como que despedindo-nos…

- E… acabámos! Aleluia! Aleluia!
Alívio? Frustração? Total desengano ou… a tal grande Alegria 
quando nos disseram “Vamos ler o Livro da VERDADE”?
Fizemos uma escolha! Muito mais poderíamos ter dito mas 
não quisemos alongar-nos maçadoramente em citações e comentários, 
quase sempre perguntas… sem respostas. Quem pudera responder a 
todas as questões, se não todas, pelo menos a maioria pertinentes, 
que fizemos ao longo destas páginas? Quem nos poderá acusar de 
má-fé e de falsos ou incompetentes exegetas mas com a presunção 
de o ser?
Não quisemos - de propósito! - embrenhar-nos em discussões 
teológicas ou de eruditos, ínfima parte não significativa da 
Humanidade! Quisemos pôr-nos, como de início advertimos, na pele 
de qualquer Homem que tem de entender a VERDADE da sua 
salvação eterna para que a vida terrena tenha algum sentido, algum 
objectivo de fim último. Não tem todo o Homem direito a entender 
tal verdade? Ou esse direito será apenas para os estudiosos e 
eruditos? Se tal fosse verdade, toda a justiça divina cairia por 
terra e Deus aniquilar-se-ia na sua própria inverdade!
Eis-nos enfim chegados… ao fim! E neste terminar de leituras e 
formulação de questões e mais questões, já vemos, já ouvimos 
coros de vozes em protesto, em ameaça com fogos do inferno, em 
anátemas de condenação eterna, em impropérios de furiosas 
excomunhões… Vindos de onde? – De tantos, desde o princípio dos 
séculos, após os primeiros textos bíblicos terem sido escritos e tidos 
por revelados: exegetas, santos que seguiram à letra profetas e 
autores sagrados, teólogos de todos os tempos, de todas as idades, 
de todos os países, judaicos, cristãos, ortodoxos, que se dedicaram 
a interpretar a Bíblia, nunca a discutindo pois, como discutir o 
que é sagrado? Como discutir a mensagem revelada? Como não 
acatar a Lei de Deus?
Todos esses nos dirão - nos diriam, se pudessem! - que a heresia tem 
limites, que não temos sequer o direito de questionar o 
inquestionável, mas tão somente de tentar entender o mistério que é 
Deus revelado na Bíblia, o Deus-Javé que aqui no Antigo Testamento 
falou pelos profetas, tal como rezam os judeus, tal como rezam 
os crentes católicos, ortodoxos, protestantes, todos cristãos, 
irmanados num Cristo que é o fruto do anúncio feito por Deus, pela 
boca dos profetas ao longo de mais de mil anos!…
Ele, Deus, por meio de Moisés, retirara o “Seu Povo” do Egipto, 
dera-lhe uma “Terra Prometida”, Terra onde nasceria o 
Rei-Salvador de Israel e de toda a humanidade, a fazer fé nos 
evangelistas, nos apóstolos, em S. Paulo, nos santos e mártires que 
deram a vida pela defesa de tal mensagem em que acreditavam com 
a força de um Divino Espírito Santo.
Mas nós teremos de responder: também nós quiséramos que tudo isso, 
tudo isto fosse a VERDADE, mas uma VERDADE incontestada, 
entendida e compreendida por todos os Homens sem excepção, 
para que todos tivessem a VIDA ETERNA, que ambicionamos. 
Infelizmente, não encontrámos na Bíblia do Antigo Testamento, 
tal VERDADE incontestada, a tal CERTEZA de que a vida 
eterna realmente existe, que Deus realmente existe, que a Bíblia e 
a sua mensagem são realmente reveladas e realmente divinas.
Pelo contrário, tudo nos pareceu demasiado humano, demasiado fora 
do divino, demasiado descrente num Deus que pouco mais era, foi, 
será ou seria que um Deus hipotecado a um povo que “jogou” com 
Ele o jogo do gato e do rato, na dicotomia perene de prémio-castigo, 
de pecado-louvor ou sacrifício de reparação, nunca passando além de 
uma relação familiar, como se de pai feroz e filhos mal 
comportados se tratasse!… De um Deus universal, de um Deus do 
Universo, nada ou… quase nada!
E então? – Então, continuamos à procura! À procura da VERDADE. 
Não para mim ou para ti ou para nós, mas para todos os Homens 
de todos os tempos de todos os lugares, da Terra, do Céu, dos 
Espaços infinitos do Universo, na universalização total de Deus que, 
por sê-Lo, não pode cingir-Se a nenhum tempo nem nenhum espaço, 
muito menos a um povo num dado espaço, num dado tempo. Iremos, 
pois, à procura da VERDADE no Novo Testamento.


sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Antigo Testamento (AT) - 199/?



À procura da VERDADE no livro de MALAQUIAS – 2/2

- “Vós cansais Javé (…) quando dizeis: «Quem pratica o mal é que é 
bom aos olhos de Javé. É desses que Ele gosta.» Ou ainda: «Onde é 
que está o Deus que faz justiça?» Eis que vou enviar o meu 
mensageiro para preparar o caminho à minha frente. De repente vai 
chegar ao seu templo o Senhor que procurais (…). Quem poderá 
suportar o dia da sua vinda? (…) Ele é como fogo (…)” (Ml 2-3)
- Comenta-se: “Um dos grandes escândalos para o povo fiel é ver que, 
na perspectiva da retribuição terrestre, os maus, mesmo prejudicando 
outros, levam sempre a melhor, e ainda são respeitados. 
Malaquias responde a esse escândalo, mostrando que Deus intervirá, 
produzindo uma nova ordem, na qual a justiça será feita e o direito 
será restabelecido para todos. (…) Deus fará justiça um dia no 
grande julgamento escatológico (…). O misterioso mensageiro era 
então uma personagem esperada para os últimos tempos. Jesus 
aplicará o texto a João Baptista (cf. Mc 1,2; Mt 11,14).” (ibidem)
Nós apenas perguntaríamos: Onde e como mostra Malaquias que 
Deus reporá a justiça? Apenas… palavras! De… fé! Sem qualquer 
credibilidade.
E o “misterioso mensageiro” não passa além do mistério! Mesmo 
que Jesus Cristo dele se tenha “apropriado” para seu precursor…
- “Sim, vós enganais-Me! (…) «Em que Te enganámos»? - No 
dízimo e na contribuição. Fostes ameaçados com a maldição e, 
mesmo assim, enganais-Me! (…) Trazei o dízimo completo para 
o cofre do Templo, para que haja alimento no meu Templo. (…) Eu 
vos abrirei as comportas do céu e derramarei sobre vós as minhas 
bênçãos de fartura. Acabarei com as pragas das plantações (…) 
Todas as nações vos chamarão felizes (…)” (Ml 3,8-12)
- O dízimo inventado pelos sacerdotes do Templo perseguiu-nos ao 
longo de toda a Bíblia. Aqui, com requintes de crueldade em 
ameaças e promessas fáceis… Abominação das abominações! Como 
nos fazem tais palavras lembrar exploradoras igrejas que proliferam 
por esse mundo, vendendo caro a esperança num desconhecido mas 
apetecido céu!…
- “Para vós que temeis a Javé, brilhará o sol da justiça, que cura com 
os seus raios. (…) Calcareis os maus como poeira debaixo da planta 
dos vossos pés, no Dia que Eu preparo - diz Javé dos exércitos.” 
(Ml3,20-21)
- Assim termina Malaquias. Com mais uma afirmação sem qualquer 
credibilidade: acredita quem quiser ou… quem não quiser pensar e 
questionar. Assim terminamos nós, pedindo desculpa aos leitores de 
tanto os termos massacrado com inúmeras repetições de um 
Javé-Deus dos… exércitos!
Constatámos que, afinal, os textos que, eventualmente, se podem 
referir a Jesus Cristo são em bem pequeno número. E não 
totalmente explícitos. Quando falarmos com Jesus Cristo, 
perguntar-lhe-emos se foi assim tão necessário apelar para as 
Escrituras - leia-se Antigo Testamento - para que sofresse o que 
sofreu, aparecesse um precursor a anunciá-Lo, nascesse de uma 
Virgem (virgem ou donzela?!), fosse rejeitado na sua própria terra, 
fosse levado ao matadouro como se fosse cordeiro a abater em 
oferenda…