sábado, 25 de setembro de 2021

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 322/?

 

À procura da VERDADE nos Evangelhos 

Evangelho segundo S. JOÃO – 17/?

 – E voltamos ao enigma das palavras! “Eu sou a luz do mundo. Quem me seguir, deixa de andar nas trevas e possuirá a luz da vida. (…) Embora Eu dê testemunho de Mim mesmo, o meu testemunho é válido, porque Eu sei de onde venho e para onde vou. Vós julgais como homens, mas Eu não julgo ninguém. Mesmo que Eu julgue, o meu julgamento é válido, porque não estou sozinho, mas o Pai que Me enviou está comigo. Na vossa Lei está escrito que o testemunho de duas pessoas é válido. Eu dou testemunho de Mim mesmo e o Pai que Me enviou dá testemunho de Mim.” (Jo 8,12-18)

– Fez-se luz no vosso espírito? No nosso, não! Porque é válido o testemunho de Jesus pelo facto de Ele saber de onde vem e para onde vai?… Ora, o seu testemunho deveria ser para que nós O entendêssemos ou aceitássemos e nós não sabemos nem de onde Ele vem nem para onde Ele vai, a não ser pelas suas próprias palavras…

Por outro lado, como pode Jesus argumentar que o testemunho dele é válido porque é o de duas pessoas - Ele e o Pai - se continua a não nos mostrar o Pai, obrigando-nos a acreditar na sua palavra?

Jesus incorre no mesmo “erro” de querer provar aquilo que diz com aquilo que diz. Faz-nos lembrar os sofistas gregos…

– “Perguntaram-Lhe: «Onde está o teu Pai?» Jesus respondeu: «Vós não Me conheceis nem a Mim nem ao meu Pai. Se Me conhecêsseis, também conheceríeis o meu Pai.»” (Jo 8,19)

– A resposta não esclareceu as dúvidas dos doutores da Lei - que continuavam à procura de uma boa oportunidade para o prenderem - nem as nossas! Continua numa espécie de círculo vicioso de Pai desconhecido e Filho e de Filho e o mesmo Pai desconhecido… Aliás, mais à frente, ao pedido de Filipe “Mostra-nos o Pai”, Jesus respondeu “Quem me vê a mim, vê o Pai.” (Jo 14- 8 e 9) Obviamente, uma não-resposta. Inadmissível em alguém que diz possuir a Verdade… Então, ao deixar-nos nas trevas da incompreensão, não se pode arvorar a si mesmo como sendo a Luz do Mundo.

– É! Jesus queria que O conhecêssemos para assim conhecer o Pai. Ora, partindo do princípio que nós não conseguimos conhecê-Lo e portanto não conseguiremos conhecer o Pai, como quer que aceitemos o seu testemunho como válido se a validade está alicerçada no testemunho dele e do Pai que afinal não conhecemos? Novamente o sofisma a… a atormentar-nos!

Continuamos é a não compreender como é que Jesus, tendo dito que nos vinha salvar, nos diz todas estas coisas que não entendemos nem conseguimos aceitar, parecendo depender de tal compreensão-aceitação, a salvação ou condenação eternas. É que se não houver ninguém que compreenda totalmente tais palavras… ninguém se salvará!

E a missão de um Filho de Deus e do Pai que O enviou será um logro total…

Infelizmente, logro total para um Deus que logo ali deixou de o ser, por ser inadmissível atribuir-lhe qualquer falha… Mas muito mais infelizmente para nós, que ficámos sem nada a que nos agarrarmos como tábua de salvação para alcançar o tal Céu e a tal tão desejada eternidade. Vá-se lá saber porque é assim tão desejada!...

quinta-feira, 16 de setembro de 2021

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 321/?

 

À procura da VERDADE nos Evangelhos 

Evangelho segundo S. JOÃO – 16/?

 – Realmente não sabemos quem é o Espírito Santo. Dizê-lo 3ª pessoa da Santíssima Trindade, nada esclarece. Acaso, já alguém O viu ou ouviu? Ou… sentiu?

Só pela Fé em Jesus que o disse e nos seus seguidores que o mencionaram!… Mas só pela Fé, pode ser muito mas é objectivamente muito pouco! Ou… NADA!

Depois, o “medo” de Jesus Se assumir a Si como portador de uma doutrina: esta tem de vir do Pai, não se percebendo a confusa dependência de Pai e Filho e de Filho e Pai…

Depois, a problemática do sábado, imposição bíblica do AT, com Jesus a ter de justificar-Se por ter curado em dia de sábado, pois “o meu Pai trabalha todos os dias…”.

Depois, a sua afirmação sem titubeações de ser o Filho de Deus, de vir de junto dele e de voltar para Ele… Parece tão convincente este Jesus! Que pena que não nos tenha aberto as portas da compreensão do Céu e da tão desejada eternidade!… Que pena! É que nos deixou exactamente à porta! Mais um pouco e teríamos compreendido… Mais um pouco e ter-nos-ia claramente manifestado o Pai que Ele vira porque viera de junto dele e portanto era-Lhe fácil acreditar nele!… Mas a nós, quer - exige! - que acreditemos no Pai só porque nos diz que o Pai existe, que o Pai O enviou, que o Pai é verdadeiro, que o Pai quer isto e mais aquilo!… Não é injustiça a deste Jesus? A nós obriga-nos à Fé! Ele… acreditava porque vira…

Aonde nos levaria tal raciocínio, não de todo falacioso? Aonde?

– Se calhar, à descrença total… Mas, de certeza, que não é isso que nós queremos! Nós queremos acreditar! Não sabemos bem nem em quem nem em quê, mas queremos acreditar que há Deus, que há um Céu, que há uma eternidade, que há mais alguma coisa para além desta vida, objectivamente fadada ao eterno esquecimento…

– A história da mulher adúltera é realmente singular e manifesta a “classe” de Jesus a “lidar” com a malvadez dos fariseus… “«Mestre, esta mulher foi apanhada a cometer adultério. A Lei de Moisés manda apedrejar tais mulheres. E Tu, que dizes?» (…) «Quem de vós não tiver pecado, atire-lhe a primeira pedra.» Ao ouvirem isto, foram saindo um a um, começando pelos mais velhos. (…) E Jesus ficou sozinho. (…) «Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou?» Ela respondeu: «Ninguém, Senhor.» E Jesus: «Eu também não te condeno. Vai e não voltes a pecar.»” (Jo 8,4-11)

– É… é de ficarmos com um gostoso sorriso nos lábios! E não sabemos que mais admirar: se a graciosidade da cena, se aquele passar de acusadores a… acusados, se as palavras de não condenação, se o motivo pelo qual aquela mulher cometera adultério… E… mulher apedrejada por se enamorar de outro homem que não o seu marido! Acaso a Lei mandava também apedrejar o homem que tal suposta “perversidade” cometesse?!…

 

quinta-feira, 9 de setembro de 2021

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 320/?

 

À procura da VERDADE nos Evangelhos 

Evangelho segundo S. JOÃO – 15/?

 – É estranho: Jesus parece não se importar com a debandada dos discípulos, discípulos que nada entenderam – tal como nós! – do que Ele dissera. Então não vinha Ele para salvar tudo o que estava perdido?… Como é que agora afasta os que o seguiam com o enigma das suas palavras que nem nós, dois mil anos após tantas exegeses, não compreendemos, e não Se importa nem altera a sua forma de falar? Sendo Deus, não sabia que falando assim, não convencia ninguém, mas afastava toda a gente?… Ficou apenas com os doze, afirmando que um deles era o demónio! Nem mais nem menos: o diabo! Como? Como escolheu o “diabo” para os doze? Há tanto de incongruência nestas afirmações postas por João na boca de Cristo que a nossa já fraca Fé fica ainda mais abalada, definhando… definhando… É: se Jesus fosse Filho de Deus e Deus com Ele (como se diz na teologia cristã), nunca agiria de tal forma: um Jesus falhado na sua suposta missão, ao vir à Terra.

– No entanto, apetece-nos, não dizer mas gritar, como Pedro: «Para quem havemos de ir, Senhor, se só Tu tens palavras de vida eterna?», embora pareça que se tenha expressado de tal modo por nada ter entendido do que ouvira…

Também não entendemos é como Pedro, logo a seguir, pouco ou nada tendo entendido de tais palavras, deduz que Jesus é realmente o Messias, o Enviado de Deus!…

E a temática parece cada vez mais difícil! Por isso voltaríamos a perguntar: “Estaria o velho João com a cabeça suficientemente clara e saudável para ser testemunha fiel de tudo quanto coloca na boca de Jesus, palavras supostamente pronunciadas mais de cinquenta anos antes?…”

– Mas há mais palavras de… vida eterna, embora na mesma linha enigmática e já repetitiva: “A doutrina que Eu ensino não vem de Mim mas daquele que Me enviou. Se alguém está disposto a fazer a vontade de Deus, saberá se a minha doutrina vem de Deus ou se falo por Mim mesmo. Quem fala por si mesmo busca a própria glória, mas aquele que procura a glória de quem O enviou diz a verdade e nele não há falsidade. Não foi Moisés que vos deu a Lei? No entanto, nenhum de vós a cumpre. Então, porque Me quereis matar? (…) Uma pessoa pode receber a circuncisão em dia de sábado sem violar a Lei de Moisés. Então porque é que vos irritais comigo por ter curado um homem ao sábado? (…) Será que de facto Me conheceis e sabeis de onde Eu sou? Eu não vim por Mim mesmo. Quem Me enviou é verdadeiro e vós não O conheceis. Mas Eu conheço-O porque venho de junto dele e foi Ele quem me enviou. (…) Ainda ficarei convosco mais algum tempo. Depois, irei ter com aquele que Me enviou. Ireis procurar-Me mas não Me encontrareis porque não podeis ir para onde Eu vou. (…) Se alguém tem sede, venha ter comigo que Eu lhe darei de beber. Do coração daquele que acredita em Mim, hão-de nascer rios de água viva, como diz a Sagrada Escritura.” (Jo 7,16-38)

– João tenta explicar: “Com estas palavras, Jesus queria dizer que todos os que acreditassem nele, haviam de receber o Espírito Santo. Na verdade, o Espírito Santo ainda não tinha sido enviado, porque Jesus ainda não tinha sido glorificado.” (Jo 7,39)

– Nós não sabemos o que dizer. Simplesmente, se queria falar no Espírito Santo e não na água, porque não foi mais claro? Mas todo o texto anterior é de uma total confusão. É que afirma, afirma, afirma e… provas das suas afirmações, nada! Parece nitidamente que o Jesus de João estava paranoico, pensando ser Filho de Deus e que Deus o tinha enviado à Terra, não se sabe bem para quê: se para salvar o Homem, se para o redimir dos seus pecados, se para lhe prometer a vida eterna… Ora, caro Jesus, nós exigimos provas de que és Filho de Deus, provas de que foste enviado, certezas do objectivo da tua viagem do Céu à Terra, certezas aonde é esse Céu, certezas sobre esse teu Pai. E disso… NADA NOS DÁS! Apenas... PALAVRAS! Logo, não podemos acreditar em TI!