quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 369/?

 

À procura da VERDADE nos Evangelhos 

Evangelho segundo S. JOÃO – 63/?

 – “«Pai, aqueles que Tu me deste quero que estejam comigo, onde Eu estiver, para que eles contemplem a glória que me deste, pois Me amaste antes da criação do mundo. Pai justo, o mundo não Te reconheceu mas Eu reconheci-Te. Estes também reconheceram que Me enviaste. Dei-lhes a conhecer o teu Nome e vou continuar a fazê-lo, para que eles se amem como Tu Me amas e o meu amor esteja neles.»” (Jo 17,24-26)

– Não parece haver dúvidas de que “aqueles que Tu me deste” são apenas os discípulos que ali estavam a ouvi-Lo rezar ao Pai, depois de Judas ter saído. (Jo 13,31) A oração foi longa… Repetitiva não poucas vezes… Enigmática, quase sempre, para as nossas mentes humanas…

Já dissemos que não entendemos que glória é que o Pai deu ao Filho por O ter amado antes da criação do mundo. Este “antes da criação do mundo” volta-nos a colocar Jesus como fazendo parte da eternidade que só a Deus pertence. O que é certo é que não passa de mais uma afirmação de Jesus sem provas! E não nos esqueçamos que esta criação do mundo nos reporta ao relato bíblico da criação, todos nós sabendo que não merece qualquer credibilidade, por ser pura efabulação fruto da fantasia dos judeus da época.

Aliás, parece que as únicas provas que Jesus apresenta para nos convencer da sua descendência divina, são as suas obras ou os seus milagres cuja veracidade, como já provámos, é altamente duvidosa. Não sabemos se poderia fazer outra coisa. O que é certo é que não fez. “Mandou-nos” acreditar nele!…

É: os milagres, além de pouca credibilidade, põem-nos perante outras realidades de outros profetas antes de Cristo, que também os realizaram a fazer Fé na Bíblia do Antigo Testamento. Que fazemos então com esses supostos testemunhos do poder de Deus?

– A afirmação “Eu reconheci-Te.” que outros referem como “Eu conheço-Te.” nada de novo nos traz. E aquele amor com que o Pai O amou ou ama querendo que também os discípulos se amem de igual modo, estando Ele neles, é belíssimo… Nós é que não entendemos em que dimensão tal amor se processará…

Mas… depois de tantas palavras bonitas de Jesus, quem é que ainda não se convenceu de que há realmente um Deus-Pai, que está num Céu e que existe um outro mundo onde há uma vida eterna feliz para os eleitos do Pai? Quem? – Senão, teremos de dizer que estamos no rol dos incrédulos. E que se não acreditamos, ficamos, de certeza, fora do… sistema! Acreditando, tudo nos é possível… e até talvez a eternidade nos sorria!

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023

O grande/pequenísimo mistério da Vida Humana

 

O que sei e o que não sei

 Sei:

De onde venho – Venho da Terra, fazendo parte da engrenagem da VIDA que, há cerca de 3.5 mil milhões de anos nela apareceu, nunca parando de evoluir para formas as mais diversas, vindo um ramo delas a desembocar no ser humano, há apenas uma meia-dúzia de milhões de anos.

Porque estou aqui – Muito simplesmente porque, levados pelo instinto da conservação da espécie – imperativo da própria VIDA – os meus pais fizeram amor e foi o espermatozoide que ganhou a corrida para fecundar o óvulo que me originou.

Para onde vou – Para o donde vim: a Terra, voltando a integrar-me na mesma engrenagem da qual, afinal, nunca cheguei a sair, num ciclo imparável de ir do mesmo ao mesmo através do diverso. Eu apenas fui um “diverso” e apenas por algum tempo, esse meu tempo de vida que me foi determinado, à partida, no ADN, no inexorável processo do nascer, crescer, morrer.

Até aqui, nada de mistério! Tudo muito fácil de explicar e de… entender. Mas

Não sei:

Para quê vim eu à Terra – Eis a grande questão, o grande mistério que tem originado tanta confusão nas mentes humanas, levando-as a criar religiões, com os seus deuses, obviamente todos inexistentes, sejam politeístas sejam monoteístas. Todos inventados para darem sentido à vida humana e uma possível resposta aceitável por seres racionais, inteligentes e emocionais. É que têm consciência do Bem e do Mal, da Ética e da Moral, do Fim último inexorável… e têm sentimentos, sejam de amor sejam de ódio…, e a sua inteligência é capaz de raciocínios abstratos, capaz de descobrir tantas coisas, de desvendar tantos segredos da Natureza, do Universo e da própria condição humana: têm consciência de Si.

Ora a pergunta é: “Então vão ter a mesma sorte de desaparecimento eterno, sem deixar qualquer rasto, como acontece aos da mesma espécie – os PRIMATAS – que têm sentimentos e inteligência e talvez consciência de si mas muito mais rudimentares?”

A resposta é fácil, embora tremenda, por difícil de aceitar: SIM! Nós viemos por NADA (ou, se quisermos, por ACASO) e para… NADA! Aliás, poderíamos perfeitamente ter sido substituídos: bastava que o “nosso” espermatozoide não tivesse acertado no alvo ou outro tivesse ganho a corrida…

Fazendo parte da mesma engrenagem da VIDA, nenhuma excepção é possível. O ser humano aparece e desaparece para sempre, sem deixar qualquer rasto, como tem acontecido com todos os que já viveram e acontecerá com os que hão-de viver. Mesmo que deixassem algum rasto, ele acabaria inexoravelmente com o acabar da Terra cuja morte se anuncia para daqui a 4.5 mil milhões de anos – o que, para o TEMPO UNIVERSAL é como o dia de ontem que já passou… – com a morte também anunciada do Sol que lhe dá vida. Qualquer veleidade de uma possível eternidade é pura fantasia ou… demagogia das religiões!

É ASSIM A VIDA! E se é assim, VIVA O SORRISO ENQUANTO GOZAMOS DELA!!!

PS – Numa perspectiva optimista/realista, uma possível resposta para este “Para quê” poderia ser: PARA GOZAR TODOS OS PRAZERES QUE A VIDA CONTÉM E DE TODA A BELEZA QUE NOS RODEIA E NOS É ASSIM OFERECIDA GRATUITATAMENTE. (Mas, para tal, precisamos de ser inteligentes e emocionalmente equilibrados. Senão, passamos parte da vida a sofrer e a fazer sofrer os que nos são próximos…)

Que sorte termos vindo à VIDA!

Na Escola, toda a educação/ensino deveria estar baseada nesta premissa realista. A educação seria mais completa, universal, abrangente e levaria a criar cidadãos do país e do mundo muito mais solidários e felizes.

sábado, 11 de fevereiro de 2023

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 368/?

 

À procura da VERDADE nos Evangelhos 

Evangelho segundo S. JOÃO – 62/?

 – “«Agora, vou para junto de Ti. Entretanto, continuo a dizer estas coisas, neste mundo, para que eles possuam toda a minha alegria. Dei-lhes a tua palavra e o mundo odiou-os, porque não pertencem ao mundo, como também Eu não pertenço. Não Te peço que os tires do mundo, mas que os guardes do Maligno. Eles não são do mundo como Eu também não sou. Consagra-os na verdade: a verdade é a tua palavra. Assim como Tu Me enviaste ao mundo, assim Eu também os envio ao mundo. Eu ofereço a minha vida por eles para que eles Te sirvam pela verdade.»” (Jo 17,13-19)

– As palavras postas na boca de Jesus por João, até são interessantes… o seu sentido é que se nos escapa completamente!… Onde é que afinal Deus mora? Qual é a alegria de Jesus que Ele quer que os discípulos possuam? E, mais uma vez, que significado tem aqui a palavra “mundo”: a Terra? a sociedade corrupta e perversa? o próprio Mal? Quem é o Maligno? O que é a verdade da palavra de Deus? O que realmente significa a oferta de Jesus da sua vida para que eles sirvam o Pai pela verdade? Tantas perguntas a que Jesus não dá resposta! Tantas! Mais lhe valera estar calado…

É! Bonitas são as palavras! Mas nós não conseguimos passar além do bonito que as palavras são!… Qualquer analista imparcial diria que são uma grande confusão…

– “«Eu não Te peço só por estes mas também por aqueles que vão acreditar em Mim por causa da tua palavra, para que todos sejam um como Tu, Pai, estás em Mim e Eu em Ti. E para que também eles estejam em Nós, a fim de que o mundo acredite que Tu Me enviaste. Eu mesmo lhes dei a glória que Tu Me deste, para que eles sejam um como Nós somos um. Eu neles e Tu em Mim, para que sejam perfeitos na unidade. E para que o mundo reconheça que Tu me enviaste e que os amaste como Me amaste a Mim.»” (Jo 17,20-23)

– Repararam? Repararam na confusão repetitiva de Ele estar no Pai e o Pai estar nele e ambos serem um, etc., etc.? Confusão repetitiva não só neste trecho como repetitivo do texto anterior?

E o que será estar em Deus, ser um com Ele, como Jesus diz ser um com o Pai? Isto dito em tão pouco espaço, por duas vezes!… Q

Depois, quem entenderá esta obsessão de Jesus para que o mundo acredite que foi o Pai que O enviou? Quem?… Se não consegue mostrar-nos o Pai, dizendo-nos que quem o vê a Ele vê o Pai? Este Jesus de João mostra-se realmente confuso e completamente incapaz de explicar o que afinal quereria dizer aos Homens, perdendo-se em considerações sem nexo e sem clareza.

Enfim, que glória deu Jesus aos que o Pai lhe deu? E o que é ser perfeito na unidade?

– Mais umas quantas perguntas sem qualquer resposta…

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 367/?

 

À procura da VERDADE nos Evangelhos 

Evangelho segundo S. JOÃO – 61/?

 – “«Eu glorifiquei-Te na Terra, pois completei a obra que Me deste a realizar. Agora, Pai, glorifica-Me com a glória que Eu tinha junto de Ti, antes que o mundo existisse. Eu manifestei o teu poder aos Homens que me deste do meio do mundo. Eles eram teus e Tu deste-mos e eles guardaram a tua palavra. Agora, eles conhecem que tudo o que Me deste provém de Ti e que as palavras que lhes dei são aquelas que Me deste. Eles receberam-nas e conheceram verdadeiramente que saí de junto de Ti e acreditaram que Me enviaste. Eu peço por eles. Não peço pelo mundo mas por aqueles que Me deste, porque são teus. E tudo o que é meu é teu, e tudo o que é teu é meu, e assim sou glorificado neles. Eu já não estou no mundo, mas eles permanecem no mundo enquanto Eu vou para junto de Ti. Pai Santo, protege-os com o teu poder, poder que Tu Me deste, para que eles sejam um assim como Tu e Eu somos um. Enquanto estive no mundo, guardei-os pelo teu poder e nenhum deles se perdeu, a não ser o filho da perdição, para que se cumprisse a Escritura.»” (Jo 17,4-12)

– Ora bem, começando pelo final desta repetitiva tirada do Jesus inventado por João, que havemos de pensar deste ter de haver um filho da perdição para que se cumprissem as Escrituras? Porque não guardou Jesus igualmente Judas como guardou os outros das tentações do “mundo”? Não era ele que mais precisava?

Continuamos sem entender o que é “glorificar” o Filho ou o Pai. E que glória é que Jesus tinha junto do Pai antes que o mundo existisse. Pois, que glória precisa DEUS de ter? Manifestá-la junto de quem e para quê? Para ser… temido, à boa maneira do A.T.?

E continuamos sem entender quem são realmente aqueles que eram do Pai e que o Pai deu ao Filho… Se são apenas os discípulos, são realmente muito poucos, sendo eles fruto dos inúmeros milagres (supostamente milagres!...) realizados por Jesus, manifestando o poder de Deus-Pai!…

Depois, como e porque está Jesus convencido que, finalmente, os discípulos acreditaram nele?

E pede para eles, protecção ao Pai… E afirma que Ele e o Pai são um só… Quem entenderá este Pai e este Filho que têm e não têm o mesmo poder, têm e não têm os mesmos discípulos, têm e não têm a mesma pessoa, têm e não têm a mesma vontade?…

E porque não pede Jesus pelo mundo que afinal era quem precisava - precisa! - de conversão?

E ainda: que é isso de querer que os que o Pai lhe deu sejam um como Ele e o Pai o são?!

Enfim, após tantas palavras de Jesus, ninguém ainda entendeu claramente, qual foi a obra que Deus-Pai Lhe deu para Ele realizar. Depois, um Deus-Pai dar a um Deus-Filho uma obra para realizar, glorificando-O o Filho, ao cumprir tais ordens… só humanizando a divindade de ambos é que se entenderia. Ao nível do divino, é um completo absurdo.

A tal conclusão nos leva este confuso Jesus criado por João e que nunca deverá ter existido, a não ser na sua cabeça, velha já de 90 anos…