quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023

O grande/pequenísimo mistério da Vida Humana

 

O que sei e o que não sei

 Sei:

De onde venho – Venho da Terra, fazendo parte da engrenagem da VIDA que, há cerca de 3.5 mil milhões de anos nela apareceu, nunca parando de evoluir para formas as mais diversas, vindo um ramo delas a desembocar no ser humano, há apenas uma meia-dúzia de milhões de anos.

Porque estou aqui – Muito simplesmente porque, levados pelo instinto da conservação da espécie – imperativo da própria VIDA – os meus pais fizeram amor e foi o espermatozoide que ganhou a corrida para fecundar o óvulo que me originou.

Para onde vou – Para o donde vim: a Terra, voltando a integrar-me na mesma engrenagem da qual, afinal, nunca cheguei a sair, num ciclo imparável de ir do mesmo ao mesmo através do diverso. Eu apenas fui um “diverso” e apenas por algum tempo, esse meu tempo de vida que me foi determinado, à partida, no ADN, no inexorável processo do nascer, crescer, morrer.

Até aqui, nada de mistério! Tudo muito fácil de explicar e de… entender. Mas

Não sei:

Para quê vim eu à Terra – Eis a grande questão, o grande mistério que tem originado tanta confusão nas mentes humanas, levando-as a criar religiões, com os seus deuses, obviamente todos inexistentes, sejam politeístas sejam monoteístas. Todos inventados para darem sentido à vida humana e uma possível resposta aceitável por seres racionais, inteligentes e emocionais. É que têm consciência do Bem e do Mal, da Ética e da Moral, do Fim último inexorável… e têm sentimentos, sejam de amor sejam de ódio…, e a sua inteligência é capaz de raciocínios abstratos, capaz de descobrir tantas coisas, de desvendar tantos segredos da Natureza, do Universo e da própria condição humana: têm consciência de Si.

Ora a pergunta é: “Então vão ter a mesma sorte de desaparecimento eterno, sem deixar qualquer rasto, como acontece aos da mesma espécie – os PRIMATAS – que têm sentimentos e inteligência e talvez consciência de si mas muito mais rudimentares?”

A resposta é fácil, embora tremenda, por difícil de aceitar: SIM! Nós viemos por NADA (ou, se quisermos, por ACASO) e para… NADA! Aliás, poderíamos perfeitamente ter sido substituídos: bastava que o “nosso” espermatozoide não tivesse acertado no alvo ou outro tivesse ganho a corrida…

Fazendo parte da mesma engrenagem da VIDA, nenhuma excepção é possível. O ser humano aparece e desaparece para sempre, sem deixar qualquer rasto, como tem acontecido com todos os que já viveram e acontecerá com os que hão-de viver. Mesmo que deixassem algum rasto, ele acabaria inexoravelmente com o acabar da Terra cuja morte se anuncia para daqui a 4.5 mil milhões de anos – o que, para o TEMPO UNIVERSAL é como o dia de ontem que já passou… – com a morte também anunciada do Sol que lhe dá vida. Qualquer veleidade de uma possível eternidade é pura fantasia ou… demagogia das religiões!

É ASSIM A VIDA! E se é assim, VIVA O SORRISO ENQUANTO GOZAMOS DELA!!!

PS – Numa perspectiva optimista/realista, uma possível resposta para este “Para quê” poderia ser: PARA GOZAR TODOS OS PRAZERES QUE A VIDA CONTÉM E DE TODA A BELEZA QUE NOS RODEIA E NOS É ASSIM OFERECIDA GRATUITATAMENTE. (Mas, para tal, precisamos de ser inteligentes e emocionalmente equilibrados. Senão, passamos parte da vida a sofrer e a fazer sofrer os que nos são próximos…)

Que sorte termos vindo à VIDA!

Na Escola, toda a educação/ensino deveria estar baseada nesta premissa realista. A educação seria mais completa, universal, abrangente e levaria a criar cidadãos do país e do mundo muito mais solidários e felizes.

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