À procura da VERDADE nos Evangelhos
Evangelho segundo S. JOÃO – 36/?
– “Os sacerdotes e os
fariseus reuniram o Conselho e disseram: «O que é que vamos fazer? Esse homem
está a fazer muitos milagres. Se deixamos que Ele continue, todos vão acreditar
nele; os romanos virão e destruir-nos-ão o Templo e a nação.» Um deles, chamado
Caifás, sumo-sacerdote naquele ano, disse: «Vós não percebeis nada. Não vedes
que é melhor um só homem morrer pelo povo do que perecer a nação inteira?» Ora
Caifás não disse isto por si mesmo. Sendo sumo-sacerdote naquele ano,
profetizou que Jesus ia morrer pela nação. E não só pela nação mas para reunir
os filhos de Deus que estavam dispersos. A partir desse dia, as autoridades dos
judeus decidiram matar Jesus.” (Jo 11,47-53)
– Não se percebe a lógica
farisaica de que Jesus seria a causa, ao fazer milagres e outras boas obras,
das invasões romanas e da destruição do Templo… Antes parece nitidamente um
“ensaio” para levarem a população a amaldiçoar Jesus que os não livrara do jugo
romano, relembrando velhas profecias que atribuíam ao Messias a missão de libertador
do jugo assírio…
Há sempre o velho e
abominável problema: “Se eles não tivessem agido assim, como se realizariam as
omnipotentes Escrituras?” Mote, aliás, sugerido por João: “Ora Caifás não disse
isto por si mesmo. Sendo sumo-sacerdote naquele ano, profetizou que Jesus ia
morrer pela nação. E não só pela nação mas para reunir os filhos de Deus que
estavam dispersos.”
E sempre as mesmas e
incontornáveis perguntas: “Porque não se deixaram convencer eles do poder divino
de Jesus perante tantos e tamanhos milagres? Ainda se fossem fenómenos
facilmente explicáveis por magia!… Que penumbra não deixava que seus olhos se
abrissem? Como é que Jesus, que teve tanto poder sobre os elementos da
Natureza, não teve poder sobre as mentes daqueles judeus que - como já
dissemos, repetidamente - parece não terem sido mais do que meros instrumentos
nas mãos de Deus-Pai para imolar o seu muito amado Filho, cumprindo assim as
Escrituras? Quem saberá responder a esta também incontornável pergunta? Quem?”
– Que venha! Que venha de
novo Jesus à Terra e responderá por Ele, pelo Pai que o imolou, pelas
Escrituras que não conseguimos aceitar… É que Elas roubaram-nos o Cristo, o
Jesus, o único que nos poderia ter explicado, caso não O tivessem matado, caso
Deus-Pai O não tivesse imolado, tudo, mas tudo acerca da nossa dúvida da
existência de - perdoem-nos, por favor, mil vezes a repetição! - uma eternidade
num Céu junto de Deus que realmente existiria ou… num inferno, “alegrando-nos”
com o Diabo que certamente quebrará a monotonia do inferno em que está passando
a eternidade com fortes risos e grandiosos bailes até já não haver forças
naqueles espíritos de homens e de mulheres, de rodarem com as chamas ao vento,
tudo se movendo, brincando com o fogo e no meio do fogo…
E Deus, no Céu, terá de fazer
o mesmo senão será uma eterna desgraçada monotonia, como se comêssemos, todos
os dias e a todas as horas, caviar ou bebêssemos o melhor néctar do mundo ou
experimentássemos qualquer outro prazer ininterruptamente… É que certamente na
eternidade também haverá prazer de… e de… e de…, não sabendo nós até que ponto
é que os prazeres serão infinitos, como infinito é tudo o que rodeará os
espíritos que gozam de tal eternidade… Ah, como nos é difícil perceber o que se
passa nessa eternidade que não sabemos se existe, apesar das palavras de vida
eterna de Jesus! Como é difícil!… O entendimento que temos não ultrapassa o
humano e, se pensamos em prazer, pensamos nos prazeres que rapidamente o deixam
de ser, se desejados e realizados em excesso…
Onde haverá aqui lugar para a
Fé? Ou... como é possível acreditar em tanta fantasia?!