sábado, 5 de fevereiro de 2022

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 340/?

 

À procura da VERDADE nos Evangelhos 

Evangelho segundo S. JOÃO – 34/?

(Continuação da análise da narrativa do milagre da ressurreição de Lázaro)

–“Jesus viu que Maria e os judeus que vinham com ela estavam a chorar. Então, perturbou-Se e ficou comovido. E perguntou: «Onde colocastes Lázaro?» Disseram-Lhe: «Senhor, vem e vê.» Então, Jesus chorou. «Vede como Ele o amava!» - diziam uns. Outros, porém, comentavam: «Ele que abriu os olhos do cego não poderia ter impedido que este homem morresse?»” (Jo 11,33-37)

– Parece tudo tão natural… tão humano! Mas… porque é que Jesus Se perturbou, ficou comovido e chorou, se antes Se tinha alegrado porque o poder de Deus-Pai e a glória do Filho se iam manifestar naquele que adoecera e morrera?… Uma doença e uma morte que tinham por objectivo - na economia divina! - fazer manifestar tal poder e tal glória, segundo o próprio Jesus…

E que sentimentos experimentaria realmente Jesus: os de homem triste por ver ali o amigo morto - e chora! - ou os de Filho de Deus que vai manifestar-Se em glória e Se alegra?!

Quase parece fingimento!… Mas isto de se ser Deus e homem ao mesmo tempo não seria fácil para o judeu Jesus…

Mais: se aquele amor era assim tão forte e notório, porque não é dele dado testemunho nos outros Evangelhos? Não parece ter sido singular o amor àquela família por parte de Jesus que até parece “desprezar” os seus irmãos e - que espanto! - a sua própria mãe? (Mt 12,46-50) Como nasceu, cresceu, se manifestou tal amor?

E quem não perguntaria, como os judeus presentes, a razão pela qual Jesus deixara morrer Lázaro?

Nós já sabemos a resposta, quer a aceitemos quer não!… E a história continua… Cheia de interesse…

– “Jesus disse: «Tirai a pedra!» Mas Marta, irmã do defunto interveio: «Senhor, já cheira mal. Já está aqui há quatro dias.» E Jesus: « Eu não te disse que, se acreditares, verás a glória de Deus?» Então, tiraram a pedra. Jesus levantou os olhos para o alto e disse: «Pai, Eu te dou graças porque me ouviste. Eu sei que sempre Me ouves. Mas Eu falo por causa dos que me rodeiam, para que acreditem que Tu Me enviaste.» Dizendo isto, gritou bem alto: «Lázaro, sai cá para fora!» O morto saiu. Tinha os braços e as pernas amarrados com panos e o rosto coberto com um sudário. Jesus disse aos presentes: «Desligai-o e deixai-o ir.»” (Jo 11,39-44)

– Ora bem, estamos perante um morto e bem morto!… Já cheirava mal!… E aquilo foi mesmo um voltar para a vida!… Um renovar de células totalmente destruídas pelo acto de morrer… Como acontecem tais coisas? Haverá alguma outra possibilidade além de milagre ou intervenção divina, que algum dia a ciência consiga explicar? É com esta remota hipótese que se contentam os incrédulos, negando assim, sem mais, qualquer possibilidade de intervenção superior, chamemos-lhe divina.

Mas mais uma vez, o milagre nos deixa completamente perplexos perante a dificuldade de aceitar Jesus como Filho de Deus ou… como Deus ou… como a face de Deus-Pai, chamando-Se Ele Deus-Filho…

O que é certo é que domina a Natureza! Inverte o seu curso normal e brinca com tudo até com a inevitável morte - violando as leis da Natureza ou sobrepondo-Se a elas - e promete a vida eterna a quem acreditar nele!…

Levantou os olhos para o alto, o mesmo é dizer, para o Céu… Não sabemos se de olhos abertos como quem realmente visse alguém… ou de olhos fechados, concentrando-Se. Que pena não termos podido ver!… É que - repetindo-nos - Jesus deveria bem saber que não existe alto, nem céu, mas apenas espaço…

Aqui, certamente, fez o gesto que qualquer pessoa do seu tempo teria entendido. Aliás, quem o entenderia se dissesse que não há alto, nem céu, mas simplesmente espaço?…

É! Mas Ele já disse tantas coisas que ninguém entendeu nem entende!… Essa seria mais uma para os judeus do seu tempo o quererem matar… (Convenhamos: um querer incompreensível numa economia divina inteligente de salvação do Homem para a eternidade!)

 


1 comentário:

  1. Realmente não se entende como é que Jesus, sendo Filho de Deus e Deus com Ele, portanto omnisciente, não soube fazer uma coisa simples: explicar com clareza a sua missão e a sua origem para que todos o entendessem e aceitassem a sua mensagem, em vez de tentarem arranjar meio para o levar à morte. Assim, o Jesus que nos é apresentado por todos os evangelistas, e aqui por João, é um Jesus que se descredibiliza a si mesmo, não diria como homem, mas como presumível Deus ou Filho de Deus. Acreditar nele sem provas claras da sua divindade, é, obviamente, irracional e quase anti-humano.

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