sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 339/?

 

 

À procura da VERDADE nos Evangelhos 

Evangelho segundo S. JOÃO – 33/?

 – A morte e ressurreição de Lázaro é explicitamente narrada apenas por João. E com pormenores que nos deixam envoltos em perplexidade… Lázaro tinha duas irmãs: Marta e Maria. “Maria era aquela que tinha ungido o Senhor com perfume e que Lhe tinha enxugado os pés com os cabelos.” Lázaro adoeceu. “Então as irmãs mandaram a Jesus um recado que dizia: «Senhor, aquele a quem amas está doente.» Ouvindo o recado, Jesus disse: «Essa doença não é doença de morte mas sim para manifestar o poder de Deus e para que o Filho de Deus seja glorificado por meio dela.» Jesus amava Marta, a sua irmã e Lázaro.” (Jo 11,1-5)

– Primeiras perguntas: Porque amaria Jesus estes três irmãos? Como era notório esse amor a ponto de o recado dizer “aquele a quem amas” e que como tal seja referenciado pelo evangelista? E como amaria Jesus: como homem ou como Deus?

A doença a existir para que se manifeste a glória do Filho do Homem e o poder de Deus… é mais um mistério que não entendemos.

E quem saberá entender o significado profundo das palavras: “Se alguém caminha de dia, não tropeça porque vê a luz deste mundo. Mas se alguém caminha de noite, tropeça porque nele não há luz.” (Jo 11,9-10)?

–“«Lázaro está morto e Eu alegro-Me por não ter estado lá, para que acrediteis.» (Jo 11,14-15)

– Compreende-se: é uma alegria simbólica não pela morte do amigo, mas porque sabia que, com aquele milagre, havia de convencer muitos de que era o Messias. No entanto, parece terem sido tão poucos os que ficaram convencidos! Vejamos:

–“Quando Jesus chegou, havia já quatro dias que Lázaro estava no túmulo. (…) Marta disse a Jesus: «Senhor, se estivesses aqui, meu irmão não tinha morrido. Mas também sei que tudo o que pedires a Deus, Ele to concederá.» Jesus disse: «Teu irmão vai ressuscitar.” Marta respondeu: «Eu sei que ele há-de ressuscitar para a vida, quando todos ressuscitarem no último dia.» E Jesus: «Eu sou a ressurreição e a vida. Quem acredita em Mim, mesmo que morra viverá. E todo aquele que vive e acredita em Mim nunca morrerá. Acreditas nisto?» Marta respondeu: «Sim, Senhor. Eu acredito que Tu és o Messias, o filho de Deus que havia de vir ao mundo.»

– A ressurreição! A ressurreição de todos para a vida eterna, no último dia! Jesus ser a ressurreição e a vida! Basta acreditar em Jesus para se ter essa ressurreição… para se ter a vida… para nunca se morrer!… Não é tudo isto que não entendemos? Não é tudo isto que Jesus não consegue explicar-nos?

Que nós não entendamos, vá lá, somos humanos, portanto limitados nas nossas capacidades de entendimento. Agora Jesus, Filho de Deus não conseguir explicar-nos de modo a compreendermos, é que é… inaceitável! Ou estarei a dizer alguma heresia? E aquele que me disser que é heresia, acaso compreenderá tudo isto sem ser pela fé na palavra de Jesus Cristo? Palavra que é tudo e… coisa nenhuma para a nossa razão que não entende?

Eu, se lá tivesse estado, também acreditaria como Marta nos poderes de Jesus. Não teria ela presenciado outros dos seus milagres? Aliás, de onde vinha aquele amor entre ela e Jesus? E eu também afirmaria, sem sombra de dúvidas, que Jesus era o Messias, o Filho de Deus. Embora não tivesse percebido, como certamente ela também não percebeu, porque e como Jesus era a ressurreição e a vida… E depois de ressuscitar o meu irmão, colocar-Lhe ia todas aquelas perguntas de há pouco, naquela oportunidade perdida pelos Judeus quando Jesus Se afirmou ser Filho de Deus. E agora, certamente, não teríamos nós – não teriam os Homens! – de estar nesta angústia de não sabermos tudo o que não sabemos sobre… Deus e a nossa vida eterna com Ele!

sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 338/?

 

À procura da VERDADE nos Evangelhos 

Evangelho segundo S. JOÃO – 33/?

 (Continuamos com perguntas sobre o texto já referido em 31)

Gostaríamos que Jesus nos dissesse - já que deles fala - quem é realmente o Diabo, onde é e como é o seu inferno… E perguntar-lhe se sabia que o Céu não era lá em cima, nem o inferno lá em baixo, pois a Terra move-se no espaço e tudo se pode considerar o centro de tudo… E, se sabia, porque disse, incongruentemente: “Eu desci do Céu.”… (Jo 8,23)

– Ora, só quando Jesus tivesse respondido a todas estas perguntas e nos tivesse dado respostas absolutamente convincentes, é que pegaríamos não em pedras para o apedrejar, mas convidá-Lo-íamos para jantar connosco e estar sempre connosco até à consumação dos séculos… porque não tem lógica nenhuma O que Lhe aconteceu: morrer para redimir a humanidade, salvar a humanidade não se sabe bem de quê, não conseguindo salvar os próprios irmãos judeus que realmente também não souberam fazer-Lhe as perguntas adequadas mas logo estupidamente O quiseram apedrejar por blasfémia…

– Uma só coisa nos leva a “aceitar” tal inaceitável atitude: “Foi necessário que eles fossem o braço de Javé para que as Escrituras se cumprissem, matando-se o Messias Salvador…”

Claro que, se os judeus tivessem feito todas aquelas nossas perguntas e ficassem a saber tudo o que se passa no Céu, no Inferno, na Terra, na vida, na morte, com Deus-Pai, com Deus-Filho… a História teria sido toda escrita de outra forma.

– É! Temos vontade de amaldiçoar as Escrituras que tal determinaram, em cegueira dos judeus, em obediência de Jesus que nos foi tirado sem nada nos deixar de certo em relação ao Céu! Pois, que ocasião soberana desperdiçada, santo Deus! É por isso que se exige, é por isso que é absolutamente necessário que Jesus venha de novo à Terra… E não O deixaremos partir ou… fugir sem nos dar resposta a todas as nossas dúvidas, ficando a saber como ganhar o Céu e, nele, sermos felizes para sempre!

– Perguntaríamos enfim a Jesus como é que Ele queria que acreditássemos nas suas obras sem acreditar nele… E que, se para Ele era fácil compreender que estivesse no Pai e o Pai nele, para nós era mistério; deveria, por isso, ter-no-lo desvendado se queria que acreditássemos nele. É que - e repetindo-nos - parece querer dar-nos com uma mão e tirar-nos com a outra, não nos permitindo entender mas apenas aceitar, acreditando nas suas palavras.

E ainda: “Se acaso os judeus Lhe tivessem feito todas as perguntas que reputamos como nossas, acaso ele lhes teria respondido, e respondido de modo a que eles o entendessem e, finalmente, o aceitassem.”

– A pergunta fica. A resposta perde-se no mistério e no segredo dos deuses ou… de Deus-Pai, Deus-Filho e Deus-Espírito Santo!

Que também são mistério e não pequeno!…

Só mais uma “pequena” dúvida: “Se ninguém pode anular a Escritura - presume-se que nem Deus! - como pôde Jesus alterá-la, aqui e ali (lembremos, por exemplo, o sábado) ou… completá-la?” E já não falamos do enorme equívoco e da bizarra irracionalidade que é considerar as Escrituras como “palavra de Deus”… É que descredibilizam completamente o mesmo Deus, humanizando-o, tornando-o impossível na sua única possível definição: SER INFINITO E ETERNO, OMNIPOTENTE E OMNISCIENTE, O TODO ONDE TUDO SE INTEGRA, ESPAÇO E TEMPO, MATÉRIA E ENERGIA. E este não é de certeza o Deus das ditas sagradas Escrituras!

sábado, 15 de janeiro de 2022

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 337/?

 

À procura da VERDADE nos Evangelhos – 337/?

Evangelho segundo S. JOÃO – 32/?

 – “Os judeus perguntaram-Lhe: «Até quando nos irás deixar em dúvida? Se Tu és o Messias, diz-no-lo claramente.» Jesus respondeu: «Eu já vo-lo disse, mas não acreditastes em Mim. As obras que faço em nome de meu Pai dão testemunho de Mim; vós, porém, não quereis acreditar porque não sois minhas ovelhas. As minhas ovelhas ouvem a minha voz; Eu conheço-as e elas seguem-Me. Eu dou-lhes a vida eterna e elas não morrerão. Ninguém vai arrancá-las da minha mão. Meu Pai é que mas entregou, e ninguém é mais forte do que Ele. Por isso, ninguém pode arrancá-las das mãos de meu Pai. O Pai e Eu somos um só.» Os judeus pegaram outra vez em pedras para O apedrejar. Então Jesus disse: «Por ordem de meu Pai, tenho feito muitas coisas boas na vossa presença. Por qual delas Me quereis apedrejar?» Os judeus responderam: «Não queremos apedrejar-Te por boas obras, mas por blasfémia: Tu és apenas um homem e fazes-Te passar por Deus.» Jesus disse: «Não é na vossa Lei que está escrito: ‘Eu disse: vós sois deuses’? Ninguém pode anular a Escritura. Ora, a Lei chama deuses às pessoas a quem foi dirigida a palavra de Deus. O Pai consagrou-Me e enviou-Me ao mundo. Porque Me acusais de blasfémia por Eu dizer que sou Filho de Deus? Se não faço as obras do meu Pai, não precisais de acreditar em Mim. Mas se as faço, mesmo que não queirais acreditar em Mim, acreditai pelo menos nas minhas obras. Assim conhecereis que o Pai está presente em Mim e Eu no Pai.» Eles tentaram outra vez prender Jesus mas Ele escapou-Se das suas mãos.” (Jo 10,24-39)

– Analisando este longo texto, a primeira pergunta é óbvia: “Porque é que os argumentos de Jesus não convenceram os judeus de que ele era o Messias? Porque não foram claros? Afinal, o que é que faltou? A boa vontade dos judeus em se renderem à evidência de que as obras de Jesus eram as obras do Filho de Deus ou a pouca força dessas obras para O revelarem como tal? E nós? Acaso as obras de Jesus, descritas nos evangelhos, são realmente convincentes de que só o Filho de Deus seria capaz de as realizar? E será o Filho de Deus o mesmo que Aquele que está com Deus?”

– Para tentar provar que é Deus, Jesus apela para a tal frase das Escrituras: “Vós sois deuses.” Mas alguém entende o que esta frase significa? E será convincente a explicação de Jesus que a Escritura chama deuses às pessoas a quem foi dirigida a palavra de Deus? – Não! Não nos parece… Também não pareceu aos judeus que logo ali O queriam apedrejar por… blasfémia! Insensatos! Em vez de pedras, deveriam ter ido mais longe nas suas perguntas. Irem até ao âmago em que Jesus tivesse que dizer tudo aquilo que precisamos de saber:

– “Se é Filho de Deus, porque não é capaz de falar mais claramente para que todos O consigam entender… Que relações são aquelas de um Filho ser Deus com o Pai e o Filho ter que andar a cumprir a vontade de um Pai que tem de ser forçosamente, pela sua essência divina, exactamente igual à do Filho, podendo Ele dizer perfeitamente: «Eu cumpro a minha vontade que o mesmo é dizer cumpro a vontade do Pai que Me enviou, pois Ele sou Eu e Eu sou Ele.»…” Como, aliás, dirá a seguir: “Eu e o Pai somos um: o Pai está em Mim e Eu estou no Pai.”…

E ainda: “Que obras são as suas que provam ser Ele filho de Deus, se também Moisés e todos os profetas fizeram “milagres”, e não poucos nem pequenos, e não foram considerados, nem se arrogaram para si o serem Filhos de Deus, mas alguém a quem Deus se revelava e com os quais “falava” e aos quais dava poderes "sobrenaturais"…

Enfim, o que é ser sua ovelha e ouvir a sua voz para com certeza “não morrermos e termos a vida eterna”… Uma vida eterna, onde, como e quando…

Pois essa é a nossa grande dúvida, a nossa incessante busca, a verdade que procuramos, já que, sem ela, nada nos restará depois que esta - a certa! - se termine…

Enfim, perguntaríamos onde é realmente o Céu, onde está aquele Pai de que tanto fala mas que não nos consegue mostrar, o que é muito estranho. Estranho que, sendo Deus, diga apenas: “Quem Me vê a Mim, vê o Pai.” (Jo 12,45), não entendendo nós como é que aquela figura de homem poderia ser a figura de Deus-Pai, pois, se não tinha a figura de homem e era apenas o espírito, como é que é impossível a Deus conseguir fazer com que o Homem - nós! - vejamos Deus face a face, pelo menos com os “olhos” da alma…

(As perguntas continuam.)

 

domingo, 9 de janeiro de 2022

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 336/?

 

À procura da VERDADE nos Evangelhos 

Evangelho segundo S. JOÃO – 31/?

 (Referimo-nos ainda ao texto anterior onde Jesus se considera o Bom Pastor.)

– As relações continuam “confusas” entre Pai e Filho: “O Pai me conhece e eu conheço o Pai.” “O Pai ama-Me porque estou disposto a sacrificar a minha vida para a receber de novo.” Alguém percebe que tipo de amor é aquele do Pai que faz perder a vida ao filho para lha dar de novo? Depois, para o filho, se recebia a vida de novo, o sacrifício de a perder não seria assim tão grande…

– Perante tais confusões, compreende-se que os judeus que ouviam Jesus não soubessem o que pensar dele: “Muitos comentavam: «Ele tem um demónio! Está louco! Porque é que ainda O escutais?» Outros porém diziam: «Estas palavras não são de um possesso, porque um demónio não pode abrir os olhos a um cego.»” (Jo 10,20-21)

Concluímos que são bonitas as comparações, são bonitas as palavras que até enlevam a alma e criam emoção, mas não conseguimos passar além das emoções… humanas. Embora possamos dizer que “Um demónio não dá vista a cegos”. O que não quer dizer que quem a dá seja… Deus! (Se é que Jesus a deu e não foi a fé na cura que fez o cego recuperar a vista: “Vai, a tua fé de salvou, i.é. te curou”, disse Jesus ao paralítico depois de o ter curado.)

Enfim, afinal, que Deus seria o Pai de Jesus Cristo? E que milagre foi aquele que não convenceu os judeus que o presenciaram?

– Agora, mais um texto que, sem estranheza, nos deixa cheios de perplexidade:

“Os judeus perguntaram-Lhe: «Até quando nos irás deixar em dúvida? Se Tu és o Messias, diz-no-lo claramente.» Jesus respondeu: «Eu já vo-lo disse, mas não acreditastes em Mim. As obras que faço em nome de meu Pai dão testemunho de Mim; vós, porém, não quereis acreditar porque não sois minhas ovelhas. As minhas ovelhas ouvem a minha voz; Eu conheço-as e elas seguem-Me. Eu dou-lhes a vida eterna e elas não morrerão. Ninguém vai arrancá-las da minha mão. Meu Pai é que mas entregou, e ninguém é mais forte do que Ele. Por isso, ninguém pode arrancá-las das mãos de meu Pai. O Pai e Eu somos um só.» Os judeus pegaram outra vez em pedras para O apedrejar. Então Jesus disse: «Por ordem de meu Pai, tenho feito muitas coisas boas na vossa presença. Por qual delas Me quereis apedrejar?» Os judeus responderam: «Não queremos apedrejar-Te por boas obras, mas por blasfémia: Tu és apenas um homem e fazes-Te passar por Deus.» Jesus disse: «Não é na vossa Lei que está escrito: ‘Eu disse: vós sois deuses’? Ninguém pode anular a Escritura. Ora, a Lei chama deuses às pessoas a quem foi dirigida a palavra de Deus. O Pai consagrou-Me e enviou-Me ao mundo. Porque Me acusais de blasfémia por Eu dizer que sou Filho de Deus? Se não faço as obras do meu Pai, não precisais de acreditar em Mim. Mas se as faço, mesmo que não queirais acreditar em Mim, acreditai pelo menos nas minhas obras. Assim conhecereis que o Pai está presente em Mim e Eu no Pai.» Eles tentaram outra vez prender Jesus mas Ele escapou-Se das suas mãos.” (Jo 10,24-39)

(Análise crítica no próximo texto)