À procura da VERDADE nos Evangelhos – 337/?
Evangelho segundo S. JOÃO – 32/?
– Analisando este longo
texto, a primeira pergunta é óbvia: “Porque é que os argumentos de Jesus não
convenceram os judeus de que ele era o Messias? Porque não foram claros?
Afinal, o que é que faltou? A boa vontade dos judeus em se renderem à evidência
de que as obras de Jesus eram as obras do Filho de Deus ou a pouca força dessas
obras para O revelarem como tal? E nós? Acaso as obras de Jesus, descritas nos
evangelhos, são realmente convincentes de que só o Filho de Deus seria capaz de
as realizar? E será o Filho de Deus o mesmo que Aquele que está com Deus?”
– Para tentar provar que é
Deus, Jesus apela para a tal frase das Escrituras: “Vós sois deuses.” Mas
alguém entende o que esta frase significa? E será convincente a explicação de
Jesus que a Escritura chama deuses às pessoas a quem foi dirigida a palavra de
Deus? – Não! Não nos parece… Também não pareceu aos judeus que logo ali O
queriam apedrejar por… blasfémia! Insensatos! Em vez de pedras, deveriam ter ido
mais longe nas suas perguntas. Irem até ao âmago em que Jesus tivesse que dizer
tudo aquilo que precisamos de saber:
– “Se é Filho de Deus, porque
não é capaz de falar mais claramente para que todos O consigam entender… Que
relações são aquelas de um Filho ser Deus com o Pai e o Filho ter que andar a
cumprir a vontade de um Pai que tem de ser forçosamente, pela sua essência
divina, exactamente igual à do Filho, podendo Ele dizer perfeitamente: «Eu
cumpro a minha vontade que o mesmo é dizer cumpro a vontade do Pai que Me
enviou, pois Ele sou Eu e Eu sou Ele.»…” Como, aliás, dirá a seguir: “Eu e o
Pai somos um: o Pai está em Mim e Eu estou no Pai.”…
E ainda: “Que obras são as
suas que provam ser Ele filho de Deus, se também Moisés e todos os profetas
fizeram “milagres”, e não poucos nem pequenos, e não foram considerados, nem se
arrogaram para si o serem Filhos de Deus, mas alguém a quem Deus se revelava e
com os quais “falava” e aos quais dava poderes "sobrenaturais"…
Enfim, o que é ser sua ovelha
e ouvir a sua voz para com certeza “não morrermos e termos a vida eterna”… Uma
vida eterna, onde, como e quando…
Pois essa é a nossa grande
dúvida, a nossa incessante busca, a verdade que procuramos, já que, sem ela,
nada nos restará depois que esta - a certa! - se termine…
Enfim, perguntaríamos onde é
realmente o Céu, onde está aquele Pai de que tanto fala mas que não nos consegue
mostrar, o que é muito estranho. Estranho que, sendo Deus, diga apenas: “Quem Me vê a Mim, vê o Pai.” (Jo 12,45), não
entendendo nós como é que aquela figura de homem poderia ser a figura de
Deus-Pai, pois, se não tinha a figura de homem e era apenas o espírito, como é
que é impossível a Deus conseguir fazer com que o Homem - nós! - vejamos Deus
face a face, pelo menos com os “olhos” da alma…
(As perguntas continuam.)
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