Ah, como gostaríamos de ser eternos!
Num belo dia – DIA que todos os anos festejamos! – aparecemos,
nesta Terra. Um homem e uma mulher, certamente apaixonados – e levados pela
paixão do instinto da procriação – fizeram amor e aí viemos nós!
Com um ADN à partida bem definido: carácter, inteligência (nem
sempre todos os tipos que dizem ser sete), capacidades as mais diversas e os
respectivos defeitos, tudo sediado no cérebro, cérebro que, sendo matéria,
consegue o milagre de produzir não-matéria, como sejam ideias, raciocínios,
desejos…, o chamado CAMPO PSICOLÓGICO; mas também definindo as carcaterísticas
do corpo-matéria, as suas formas, as suas forças e fragilidades, imbuído do
instinto vital que o leva a resistir às doenças e às intempéries, fugindo à
morte; e ainda definindo a nossa durabilidade no Tempo, podendo, no entando,
não ser artingida porque somos, desde que nascemos, no corpo e na alma, NÓS E A
NOSSA CIRCUNSTÂNCIA.
ESTA, A BELEZA DA VIDA!
ESTE, O PRIVILÉGIO DE, ENTRE MILHÕES DE HIPÓTESES QUE NÃO SE CONCRETIZARAM,
TERMOS NÓS NASCIDO!
O TRÁGICO é que,
pertencendo ao Tempo e tendo aparecido no Tempo, temos forçosamente de acabar
quando o nosso tempo se esgotar. E irá inexoravelmente esgotar-se! Cedo ou
tarde! Desde o momento em que nascemos, caminhamos irremediavelmente para o
desaparecimento. E um desaparecimento eterno!
Aliás, o Tempo não pára, nem pode parar: tudo, mas mesmo tudo, no
Universo, está, desde toda a eternidade, em constante movimento, em constante
mutação, nada se perdendo, porque não tem para onde ir perder-se, mas tudo se
transformando, seja matéria seja energia.
É aqui que se digladiam Religião e Ciência. Aquela afirma que há
uma eternidade para os humanos inteligentes porque têm aquela parte espiritual
a que chamam alma, dizendo-a imortal; esta, que, bastando olhar para a realidade
que nos circunda, a começar pelo que vai acontecendo aos humanos que vão
desaparecendo, sem deixar rasto, tudo o que aparece desaparece, melhor, se
transforma, sendo o ser vivo um elemento que, desde a concepção, se vai
continuamente transformando, até se desagregar nos átomos e moléculas de que é
feito, no final do seu tempo, deixando de constituir um SER, por perder o fluxo
ou sopro vital que lhe era próprio e único. O mesmo se passa nas plantas e nos
outros animais. É que o humano, apesar de racional, não é mais que um pedaço de
matéria energizado e organizado, funcionando como qualquer outro ser vivo. Nada
importa, nesta análise existencial, que seja racional! Dizer que é imortal por
ser racional é um completo absurdo, uma dedução sem qualquer fundamento.
O humano – vá-se lá saber porquê! – bem gostaria de ser eterno, mas
não o é, pois não há – não pode haver! – nenhuma EXCEPÇÃO!
A VIDA é realmente, para cada SER, um acontecimento único e
irrepetível. Como é possível que passemos tanto tempo – no pouco tempo que
temos, sejam cem ou fossem mil anos! – a desperdiçá-La em pequenas quezílias,
obcecados por coisas insignificantes? E como é possível que haja responsáveis
pelo mundo que a gastem a criar sofrimento e angústia nos seus semelhantes?
É DE UMA ESTUPIDEZ SEM LIMITES!
VALHA-NOS
O SORRISO!