À procura da VERDADE nos Evangelhos
Evangelho segundo S. JOÃO – 54/?
– Alguém entenderá -
perdoem-nos mais esta pergunta repetida - porque é que sendo a mensagem de
Jesus Cristo uma mensagem de paz e de amor, leva a matar quem a prega e…
ensina? E a matar em nome de Deus ou prestando um serviço a Deus?… Realmente,
sobretudo no início, muitos foram os cristãos mártires. Mas, depois, foi o
inverso: a Igreja mandou matar muitos dos seus opositores tal e qual como fazem
hoje os muçulmanos, chamando infiéis a abater a todos os que não querem seguir
o seu Maomé.
– “«Não vos disse tudo isto
logo no princípio porque estava convosco. Digo-vo-lo agora, que vou para aquele
que Me enviou. Então, nenhum de vós Me pergunta para onde é que Eu vou? Mas
porque vos disse estas coisas, a tristeza encheu o vosso coração. A verdade é
que é melhor para vós que Eu vá pois, se Eu não for, o Espírito não virá a vós.
Mas se Eu for, enviar-vo-Lo-ei.»” (Jo 16,4-7)
– Até Jesus estranha que não
Lhe perguntem para onde é que Ele vai!… Não acabara de afirmar que ia para
aquele que O enviou, portanto, para o Pai? Afinal, acreditava ou não que os
discípulos tinham entendido tudo quanto dissera acerca do Pai e… do Céu?…
A tristeza é natural para
quem ainda não sabia bem o que andava ali a fazer na companhia de Jesus… Qual
deles já não teria pensado num reino qualquer de Jesus Cristo, mas ali,
escorraçando os romanos, tendo eles um dos lugares nesse reino?
Não cremos é que tenham
entendido porque é que Jesus tinha de ir para o Pai para que o Espírito lhes
fosse enviado…
Nem certamente - tal como nós
- para que era necessário mais um… Espírito! Não bastaria um… Jesus já tão
cheio de palavras enigmáticas, tendo eles que, a cada passo, perguntar o seu
significado, obtendo respostas menos claras ainda do que as palavras que
originaram tais dúvidas?!…
Mais uma vez nos parece que não é Jesus que fala mas o velho João. Senão,
teremos de admitir que Jesus, com o aproximar da morte, estava cada vez mais
perturbado, escondendo-se atrás de palavras-mistério sobre a vinda de um
Espírito também misterioso… Desse modo, os discípulos ficavam sem a
possibilidade de lhe fazerem mais perguntas incómodas.
Não há dúvida: este Jesus de João, além de pouco ter a ver com o Jesus
histórico apresentado nos outros três evangelhos, ditos sinópticos, revela-se
uma criatura frágil e confusa, repetindo-se sem qualquer hipótese de ser
entendido.
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