sábado, 24 de julho de 2021

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 317/?

 

À procura da VERDADE nos Evangelhos 

Evangelho segundo S. JOÃO – 112/?

 – O enigma continua ou… repete-se: “Eu não posso fazer nada por Mim mesmo. Eu julgo conforme o que escuto de meu Pai e o meu julgamento é justo, porque não procuro fazer a minha vontade, mas sim a vontade daquele que Me enviou. Se dou testemunho de Mim mesmo, o meu testemunho não tem qualquer valor. Mas há Outro que dá testemunho de Mim e sei que o testemunho que Ele dá de Mim é verdadeiro. (…) Eu tenho um testemunho ainda maior que o de João Baptista: são as obras que o meu Pai Me encarregou de realizar. As obras que Eu faço dão testemunho de Mim e mostram que o Pai me enviou. (…) Vós nunca ouvistes a voz de Deus nem vistes a sua face. Desse modo, a sua palavra não permanece em vós, porque não acreditais naquele que Ele enviou. Vós estudais as Escrituras, pensando encontrar nelas a vida eterna. No entanto, as Escrituras dão testemunho de Mim e, apesar disso, vós não quereis seguir-Me para terdes a vida eterna. Eu não procuro elogios dos Homens. Quanto a vós, sei muito bem que não amais a Deus. Eu vim em nome de meu Pai e vós não quereis receber-Me. Mas se outro vier em seu próprio nome, vós já o recebereis. Como é que podereis acreditar em Mim, se viveis a elogiar-vos uns aos outros e não buscais a glória que vem de Deus-Pai? Não penseis que vos vou acusar diante de meu Pai. Já existe alguém que vos acusa: é o próprio Moisés em quem pondes a vossa esperança. Se acreditásseis em Moisés, também acreditaríeis em Mim porque foi a respeito de Mim que Moisés escreveu. Mas se não acreditais naquilo que ele escreveu, como ireis acreditar nas minhas palavras?” (Jo 5,29-47)

– Perdoem-nos ter-nos alongado. O texto é cheio de… desentendimentos. Por isso, perguntamos: “Porque não pode o Filho fazer nada só por Si? O que escuta o Filho do Pai? O que é não fazer a sua vontade e fazer a vontade do Pai? Porque não pode dar testemunho de Si e tem de ser o Pai a dar esse testemunho, nada valendo o que o Filho dá de Si? Que obras dão testemunho de Jesus? Os milagres? Não fez Eliseu também tantos milagres sem no entanto se “arvorar” em Filho de Deus? Ou os milagres de Cristo têm credibilidade e os de Eliseu, não? Como é que se pode acreditar nas palavras de Jesus, dizendo que foi o Pai que O enviou, se Ele próprio nos diz que não ouvimos a sua voz nem vimos a sua face? Como podemos ter a certeza absoluta de que as Escrituras dão testemunho dele? Novamente porque Ele o afirma?”

E novamente a firmação da vida eterna tendo de seguir-se Jesus para a alcançar, sem sabermos o que é realmente seguir Jesus…

Depois, o que é buscar a glória que vem de Deus? O que é “acusar diante de meu Pai”? Porque é que Moisés é aqui chamado para condenar os doutores da Lei que parecem desconhecer que alguma vez tenha falado deste Filho de Deus?

Realmente, os doutores da Lei não o entenderam e… mataram-no! Nós também não o entendemos mas, obviamente, não O “matamos”, na esperança de que alguma vez vislumbremos o caminho para a vida eterna, vida eterna que teimosamente – vá-se lá saber porquê – os humanos desejam alcançar…

Esta longa e enigmática conversa de Jesus com as autoridades judaicas, desencadeada lá atrás pela cura em dia de sábado, não é referida por nenhum dos outros evangelistas. Poderá haver duas explicações: 1 – A dificuldade de entendimento e de reprodução fiel destas palavras e ideias tê-los-á coibido de fazê-lo. 2 – Jesus não teve conversa alguma, não passando de literatura inventada pelo velho João, no intuito de continuar a construir o seu próprio Jesus Cristo como Filho de Deus.

Para nós, esta é a mais provável. Aliás, no confuso emaranhado de ideias expostas – e que irão continuar – revela-se a velhice de João cujo raciocínio, pelos 90 anos, já não deveria estar muito lúcido e capaz de clareza nas revelações. E uma das provas mais evidentes da falsidade de uma mensagem é a sua incompreensão por enigmática.

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