sábado, 17 de julho de 2021

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 316/?

 

À procura da VERDADE nos Evangelhos 

Evangelho segundo S. JOÃO – 11/?

 – As palavras que se seguem, postas por João na boca de Jesus, embora pareçam ser claras como água, são confusas, enigmáticas e de uma complexidade sem sentido: “Ficai sabendo que o Filho nada pode fazer só por si. Faz apenas o que vê fazer ao Pai. O que o Pai faz o Filho também o faz. O Pai ama o Filho e por isso mostra-Lhe tudo quanto faz. E mostrar-Lhe-á obras ainda maiores, que vos deixarão admirados. Assim como o Pai ressuscita os mortos e lhes dá a vida, assim também o Filho dá a vida a quem Ele a quiser dar. O Pai não julga ninguém. Ele deu ao Filho todo o poder de julgar, para que todos honrem o Filho como honram o Pai. Quem não honra o Filho também não honra o Pai que O enviou. Eu vos garanto: quem ouve a minha palavra e acredita naquele que Me enviou, possui a vida eterna. Não será condenado, porque já passou da morte para a vida. Digo-vos mais: chegou a hora em que os próprios mortos ouvirão a voz do Filho de Deus: aqueles que ouvirem a sua voz terão a vida. Como o Pai é a fonte da vida, concedeu ao Filho o poder de dar a vida. Deu-Lhe ainda o poder de julgar porque é o Filho do Homem. Não fiqueis admirados com isto, porque vai chegar a hora em que todos os mortos que estão nos túmulos ouvirão a voz do Filho e sairão dos túmulos: aqueles que fizeram o bem vão ressuscitar para a vida; os que praticaram o mal vão ressuscitar para a condenação. (Jo 5,19-29)

– Realmente longas e…enigmáticas. Mas espanta a determinação com que Cristo (ou João?!) faz tais declarações. Declarações que, obviamente, não se entendem: o Filho nada poder fazer… fazer apenas o que vê fazer… o Pai mostrar ao Filho tudo quanto faz… e mostrará ainda obras maiores que nos vão deixar admirados… Aliás, contradizendo-se, logo a seguir, ao dizer, por exemplo, que “concedeu ao Filho o poder de dar a vida.”

Depois, o contrassenso aumenta: o Pai a ressuscitar os mortos e o Filho… também… mas só a quem Ele quiser… Mais: o Pai a não julgar porque deu ao Filho todo o poder de julgar… Mais ainda: para que honrem o Pai e honrem o Filho, não sabendo nós o que será isso de “honrar” o Pai ou… o Filho…

Enfim, para ter a vida eterna, não ser condenado e passar logo da morte para a vida, temos de ouvir a palavra de Jesus e acreditar naquele que O enviou… sem sabermos o que é ouvir a palavra de Jesus nem muito menos o que é acreditar em Deus-Pai… E sem sabermos, por falta de provas credíveis, que Jesus é o Enviado, o Filho do Homem, o Filho de Deus…

Tantas palavras… enigmáticas, Santo Deus! Para quê precisamos nós de enigmas, ó Jesus Cristo? Para quê? Para quê falares de “vida eterna” se não clarificas os caminhos para a alcançar? Para quê tanta confusão entre um Filho e um Pai que não se sabe onde começa a dimensão de um e acaba a dimensão do outro, ora parecendo que são uma e única pessoa, ora duas com poderes e funções distintos?

Mais confuso ainda e sem qualquer sentido: como é que os mortos ouvirão a voz do Filho? Que voz? E sairão dos túmulos, ressuscitando para a vida ou para a condenação eternas…

Tudo afirmações, tudo palavras, tudo declarações sem… nada que lhes sirva de suporte de validade. Para quê?

– É! Mais uma vez se fala no essencial da vida: a passagem para o outro lado! Com uma ressurreição, uma vida eterna ou uma condenação eterna… Mas… apenas se diz, apenas se afirma, apenas palavras…

E é com palavras que este Jesus de João nos abandona…

Um Jesus confuso, enigmático e paradoxal criado pelo velho João que escreve isto pelos anos 90, pretendendo, de algum modo, já fazer teologia do fenómeno carismático que foi Jesus, uns 50 anos antes, tentando apresenta-Lo como divino ou Filho de Deus-Pai, quando ele não foi mais do que um Judeu inconformado com a sociedade político-religiosa do seu tempo.

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