sábado, 3 de julho de 2021

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 314/?

 

À procura da VERDADE nos Evangelhos 

Evangelho segundo S. JOÃO – 9/?

 – O Jesus de João continua a falar por enigmas: “A minha comida é fazer a vontade daquele que Me enviou e terminar a obra que Me mandou fazer.(…) Levantai os olhos e vede como as searas já estão maduras para a ceifa. Aquele que colhe recebe desde já o salário e recolhe fruto para a vida eterna.” (Jo 4,34-36)

– A metáfora sempre presente para… nos confundir. Na comida e na ceifa da seara. Alguém entendeu o que João pôs na boca de Jesus? – Não! Logo, um objectivo – o de passar a mensagem da vida eterna – falhado!

– O milagre da cura do filho do funcionário romano “foi o segundo de Jesus”. (Jo 4,54) Esta precisão de “segundo” deixa-nos algumas dúvidas… Não tinha já Nicodemos dito “Ninguém pode fazer os milagres que Tu fazes se Deus não estiver com Ele.”? (Jo 3,2) Então este “segundo” foi lapso histórico ou… de memória do velho João? Aliás, por esta altura da História de Jesus, já Mateus tinha narrado uma boa dezena deles… Se realmente tivessem acontecido, era impossível que João não tivesse conhecimento deles. Logo…

– “E tanto ele como toda a sua família acreditaram em Jesus.” (Jo 4,53) Embora a facilidade de fazer milagres fosse muita, neste caso, foi muito pouco frutífero: uma só família acreditou por ter visto o filho do oficial ficar curado. Deus, SUPREMA INTELIGÊNCIA, não “trabalharia” por tão pouco… Imaginemos que Jesus vinha cá de novo à Terra… Era inconcebível que fizesse um milagre em cada família para que toda a família acreditasse.

– Aliás, Cristo, ao ouvir o pedido do oficial “Vem depressa comigo antes que o meu filho morra” queixou-se: “Vós só acreditais quando vedes prodígios e milagres.” Mas lá lhe fez a vontade: “Podes ir, que o teu filho está vivo.” E naquela mesma hora, o rapaz ficou curado… É realmente espantosa esta suposta capacidade de fazer milagres, mesmo à distância… Gostaríamos de ter visto para acreditar. No entanto, estavam lá os outros que não acreditaram e o mataram. A pouca eficácia dos milagres na conversão das pessoas é o maior argumento para afirmar a sua total invenção, embora sejam narrados como históricos.

– A narrativa da cura do paralítico tem algo de caricato ou… de estranho. Oiçamos: “Existe em Jerusalém (…) uma piscina (…) que tem à volta cinco galerias de colunas. As galerias estavam apinhadas de doentes, cegos, coxos e paralíticos que esperavam o movimento da água. Dizia-se que, de tempos a tempos, um anjo de Deus descia à piscina e agitava a água. O primeiro que entrasse na água depois de agitada pelo anjo, ficaria curado de qualquer doença. Encontrava-se lá um homem que estava doente há trinta e oito anos. Jesus (…) perguntou-lhe: «Queres ficar curado?» O doente respondeu: «Senhor, não tenho ninguém que me lance na piscina quando a água começa a agitar-se. Quando lá chego, já outro entrou na minha frente.» Jesus disse-lhe: «Levanta-te, toma a tua enxerga e vai para casa.” (Jo 5,1-8)

– A situação é realmente estranha e uma avalanche de perguntas nos invade: “Porque perguntou Jesus ao doente se queria ficar curado? Não era… evidente? E porque não curou todos os outros se, em outras ocasiões, curara todos os doentes que lhe apresentaram? Porquê só aquele e não todos? Onde o… critério? Acaso, se Jesus tivesse feito tal pergunta a todos os outros, algum lhe teria respondido: «Não! Estou aqui para ‘confraternizar’, para ser solidário com estes meus irmãos…»? Afinal, quantos dos que entraram na água, depois de agitada - imaginemos a deprimente correria de coxos, paralíticos, estropiados, para um ser o primeiro… - ficaram curados? O agitar da água por um anjo que ficaria milagrosa, mas só para o primeiro, era uma crença, um mito; porque não o desmistificou Jesus Cristo?”

(A análise crítica continua no próximo texto)

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