segunda-feira, 28 de junho de 2021

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 313/?

 

À procura da VERDADE nos Evangelhos 

Evangelho segundo S. JOÃO – 8/?

 – O episódio do encontro de Jesus com a Samaritana é belo, sem dúvida. As questões que nos levanta talvez não tenham beleza nenhuma… (Repita-se a sua leitura no texto anterior).

– É!… Comecemos pelos judeus… Os judeus não se davam bem com os samaritanos, naquele tempo e, pelo tempo fora, ao longo da História, espalhados pelo mundo, em todo o lado fizeram tais judiarias que de muitas nações foram expulsos, não se vendo actualmente que não sejam eles a causa última de grande parte dos conflitos mundiais… E era deles que vinha a salvação?… (Em abono da verdade e da justiça, digamos que também é o povo que coleciona mais prémios Nóbel, em todos os domínios, da Arte à Ciência, tendo-nos dado, entre outros, um Jesus e um Einstein.)

– “O dom de Deus… a água viva… Aquele que te pede de beber…” Porque fala Jesus com a mulher do povo em linguagem que nem letrados entenderam ou… entendem? Porquê comparações de água que leva à vida eterna, se a samaritana não entendeu que água nem que vida eterna?

E mandou-lhe Jesus ir chamar o marido, sabendo Ele que o não tinha, para que ela exclamasse: “Vejo que és um profeta.”? Porque não lhe falou mais claramente quando falou da água viva para que ela O sentisse como… divino?

Novamente, palavras de não fácil entendimento… para a samaritana e… para nós: “Todos podem adorar o Pai neste monte e em Jerusalém… Nós, os judeus, sabemos quem adoramos porque a salvação vem dos judeus… Todo o que adora Deus deve fazê-lo em espírito e com verdade…” Pois, o que é adorar a Deus? E o que é adorá-Lo em espírito e com verdade?

Tanto não entendeu que a samaritana disse esperar pelo Messias para lhe explicar aquelas coisas… Não sabemos se a afirmação de Cristo: “Eu sou esse Messias” foi realmente credível para aquela mulher. É que, em boa verdade, Jesus nada explicou… Tudo deixou no ocultismo de palavras bonitas… A samaritana apenas entendeu que Cristo “adivinhara” o seu “jogo aos maridos” e que não tinha balde para lhe dar a água viva: “Nem sequer tens um balde e o poço é fundo. Donde é que tiras a água viva?”

E porque teriam ficado admirados os discípulos por encontrarem Jesus a falar com… uma mulher? Parece estranha a concepção que eles faziam de Jesus…

Ainda uma pergunta inoportuna mas talvez plena de interesse: “Se nenhum dos discípulos foi testemunha destes deliciosos mas não menos complicados diálogos, como os refere João, com tanta… “fidelidade”? Quem lhos teria contado?”

Só resta dizer que o cenário se prestaria ao… romance… Aquela mulher que já ia no sexto homem, como olharia aquele belo Jesus?… Com que olhos gulosos O desejaria?… E o Jesus-homem… que sentimentos teriam perpassado pelo seu cérebro-coração?… Como se entrelaçaria ali a dimensão humana com a dimensão divina?

Enfim, João volta a um dos seus temas preferidos para adensar o mistério: a água (já presente no suposto milagre das bodas de Caná, no diálogo com Nicodemos, na fala de João Baptista). Aqui, a água viva! É refrescante, sem dúvida, mas ficar-se-á por aí…


1 comentário:

  1. Cada vez estamos mais convencidos de que João, bom escritor, criou um Jesus ao seu modo de pensar a vida e a vida eterna. Baseado certamente em alguns factos de que se recordava, por ter privado com Jesus, vai inventando e criando, como se fora um romance. Repetimos: é impossível que ele retivesse da boca de Jesus, este como outros diálogos, belos mas confusos do ponto de vista doutrinal e teológico. E o Jesus que ele criou só o descredibiliza como Filho de Deus que veio à Terra para salvar a Humanidade, como se reza na religião… Então, nas missas, não se deveria dizer: “Evangelho de Jesus Cristo se segundo São João”, mas: “Evangelho de João, interpretando o seu Jesus Cristo…”

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