quinta-feira, 3 de junho de 2021

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 310/?

 

À procura da VERDADE nos Evangelhos 

Evangelho segundo S. JOÃO – 5/?

 – Para ser mais fácil a análise crítica, vamos repetir, na íntegra, o texto de João, narrando o encontro de Jesus com Nicodemos:

“«Fica sabendo que ninguém pode ver o Reino de Deus se não nascer de novo. (…) Só quem nascer da água e do Espírito é que pode entrar no Reino de Deus. Quem nasce de pais humanos é apenas humano, quem nasce do Espírito é espírito. Não te admires por Eu te dizer que todos devem nascer de novo. (…) Repara bem no que te vou dizer: quando falamos é porque sabemos e quando afirmamos qualquer coisa é porque vimos, mas vós não quereis aceitar o que Eu digo. Se não acreditais quando vos falo das coisas deste mundo, como podeis acreditar quando vos falo das do Céu? Ninguém subiu ao Céu a não ser o Filho do Homem que desceu do Céu. Assim como Moisés levantou a serpente no deserto, assim também é necessário que o Filho do Homem seja levantado para que todo aquele que acreditar nele tenha a vida eterna. Deus amou de tal modo a humanidade que lhe entregou o seu Filho único, para que todo aquele que creditar nele, não se perca mas tenha a vida eterna. Não foi para condenar o mundo que Deus lhe enviou o seu Filho mas sim para o salvar. Quem acreditar nele não é condenado, mas o que não acredita já está condenado, por não querer acreditar no Filho único de Deus. A condenação consiste nisto: Deus enviou a luz ao mundo, mas os Homens preferiram as trevas à luz porque as suas obras eram más. Os que fazem o mal detestam a luz e fogem dela para que as suas más obras não sejam descobertas. Mas os que agem conforme a verdade, aproximam-se da luz, mostrando publicamente que as suas obras foram feitas segundo a vontade de Deus.»” (Jo 3,3-21)

– E lemos e relemos estas “longas” palavras e… continuamos, tal como Nicodemos, sem entender… Continuamos sem saber o que é realmente o Reino de Deus. Nascer de novo, para uma vida nova, mais perfeita, entende-se; já não se entende é o que é nascer da água e do Espírito. Apesar de admoestado, acreditamos nas boas intenções de Nicodemos e no seu querer compreender Jesus. Nós de certeza que queríamos aceitar o que Ele diz mas… compreendendo. Se Jesus fala por enigmas como quer que O aceitemos? Como quer que O entendamos?

Pois… o que são realmente “as coisas do Céu”? Ou… o que é realmente o Céu?

E o que é o Filho do Homem descer do Céu e subir ao Céu? Onde é esse Céu donde se desce e aonde se sobe?

Mais: para quê a comparação com a serpente que Moisés levantou no deserto? O Filho do Homem precisa de ser levantado… Como? O que é “ser levantado”? E sendo levantado, as pessoas acreditam nele e têm a vida eterna? Então, basta acreditar para ter a vida eterna? O que é realmente acreditar em Jesus Cristo? É acreditar na sua mensagem que afinal não passa de amar o próximo em fraternidade universal, e que, bela embora, não passa além da Terra, ficando bem longe do inexistente Céu?

Ou… o que é realmente a vida eterna? Alguma vez Jesus no-lo explicou? No-lo disse claramente? Como quer que acreditemos sem… ver, nem entender, nem…? É que afirma que há Céu… que há vida eterna… que há Deus… que há um Filho do Homem – que o mesmo é dizer Filho de Deus, Filho Único de Deus – como verdade absoluta e inalterável e indiscutível, quando nunca apresenta fundamentos para que tais verdades sejam absolutas, inalteráveis, indiscutíveis…. É nitidamente um “dixit” de… Fé! Portanto, sem qualquer valor!

E nós bem queríamos acreditar nesse Filho único de Deus, não só para não sermos condenados mas para O apregoarmos por toda a parte, levando à salvação todos os que connosco partilhassem dúvidas… Mas, não vemos como tal seja possível, se nós que queríamos tanto acreditar não o conseguimos por falta de provas da Verdade anunciada.

É portanto uma injustiça inaceitável por parte de um Deus justo, se formos condenados por aqui publicamente declararmos que não entendemos tantas palavras enigmáticas, nem entendemos porque é que estas palavras são enigmáticas quando deveriam ser claras como a luz, para que todos vissem claramente a salvação e não tivessem de se socorrer de interpretações de “sábios” analistas que, cheios de dúvidas também eles, pouco ou nada acrescentam às nossas…

Todos nós entendemos o que é fazer o mal e o que é fazer o bem… Ao nível do humano, está claro!… Mas… o que é agir conforme a Verdade? Que verdade? E o que é agir realmente conforme a vontade de Deus? O que é a vontade de Deus? Alguém poderá ir além do “ajudar o seu irmão necessitado”?

Enfim, não deixa de ser uma afirmação, por não provada, sem qualquer valor, palavras apenas e sem sentido verosímil: “Deus amou de tal modo a humanidade que lhe entregou o seu Filho único, para que todo aquele que creditar nele, não se perca mas tenha a vida eterna.”

E já nos vamos enfadonhamente repetindo…

 

1 comentário:

  1. Hoje, 3 de Junho, Dia do Corpo de Deus! Ora aqui está uma expressão totalmente contrária à Teologia: Deus, pela sua própria natureza não tem corpo. A invenção da Eucaristia, reduzindo Deus - ou "o Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo", como se reza nas missas - a um pouco de pão e um pouco de vinho sobre os quais o padre, do alto do seu poder sacerdotal - poder dado pelo seu bispo que o ordenou, não sabendo nós com que credibilidade - disse as mágicas palavras "Isto é o meu corpo... Isto é o meu sangue..." é uma daquelas invenções que só convence quem não analisa criticamente todo o mistério que se criou à volta da última Ceia de Jesus com os seus discípulos. Todo o humano dessa Ceia de despedida foi transformado pelos inventores do cristianismo numa das suas chaves-mestras: a Eucaristia, dando às palavras de Jesus um significado e uma força que nunca tiveram nem poderiam ter, querendo convencer os crentes de que Jesus era realmente divino, o Filho de Deus. Obviamente, uma falácia!

    ResponderEliminar