quarta-feira, 9 de junho de 2021

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 311/?

 

À procura da VERDADE nos Evangelhos 

Evangelho segundo S. JOÃO – 6/?

 – Últimas perguntas sobre o encontro de Jesus com Nicodemos:

“Se Deus-Criador existe, como verá Ele o Homem? Serão mais os que praticam o mal ou mais os que praticam o bem? Porque enviar o seu Filho único ao mundo, para salvar tal Homem? E num dado tempo (apenas há dois mil anos)… e num dado lugar… e a um dado povo que… o não recebeu… e subjugado a umas Escrituras ditas reveladas por Deus, quando mais não são que simples relatos de histórias ou de guerras ou de bons costumes e de sabedoria popular daqueles povos?”

Ah, como tudo isto se torna mais questionável face ao conhecimento que temos do Homem e da sua idade de já - ou apenas! - quatro milhões de anos, conhecimento da Terra e da evolução da vida nela, do Universo com todas as suas galáxias, das energias que tudo movem e em que tudo se move, dos confins que bem parecem infinitos deste mesmo Universo!…

Como tudo se torna questionável e quase… ridículo! Mas… que havemos de fazer? Se a nossa ânsia de Além é insaciável? Se não conseguimos aceitar-nos como seres tão limitados num tempo, desaparecendo sem nos prolongarmos para além desse tempo em que um dia fomos?… E com uma identidade que nos seja perceptível a este nosso intelecto que gostamos de chamar alma? Alma espiritual? E por isso, não corruptível com o corpo que, de matéria feito, terá de voltar ao donde veio - a mesma matéria?…

Enfim, deixemos Nicodemos entregue às suas dúvidas… Mas antes, perguntemos-lhe: “Onde estás agora Nicodemos? Foste condenado por não teres acreditado em Jesus ou… estás no Céu porque, como nós, quiseste acreditar mas só não o fizeste porque Jesus não conseguiu dar-te bases para a tua certeza, além da sua palavra que é muito, mas que… visivelmente, não chega para quem tem uma razão como nós? Ou… estás realmente no NADA para onde todos nós caminhamos inexoravelmente com o tempo que inexoravelmente não pára e não nos deixa descansar um bocadinho sequer que seja, nem atrasar-nos no nosso irreversível processo de degradação até um dia?…”

E se ainda pudesses pensar, pensarias então que afinal Jesus era ou foi um total logro, pois prometeu aquilo que não podia provar que poderia dar, ou seja, um Céu, um Pai, um Deus, uma Vida Eterna, na bem-aventurança para aqueles que… “amaram o seu próximo”, que o mesmo é amar a Deus!…

Onde realmente estás, Nicodemos? Onde? Gostaríamos tanto de saber como e… onde? Como o teu testemunho seria vital para nós! Mas… parece ser milagre - voltamos a repetir - impossível de realizar por Jesus Cristo, que tanto poder manifestou em todas as maravilhas que realizou naqueles três anos em que percorreu as terras da Palestina. É pena, não é? Para ti que certamente já não são mistérios todas estas coisas… Para nós que… continuamos a pensar que ainda, um dia, haveremos de encontrar resposta para… esses mistérios!!! Oxalá!!!

– Só falta falar no “Filho único de Deus”!… Porque haveria Deus de ter um Filho?… Ou… chamar a uma das suas manifestações Filho, à outra Pai e à outra, Espírito Santo, gerando o mistério dos mistérios, o mistério da Santíssima Trindade? Porquê tanta… confusão? Para nos confundir a nós seres racionais que preferimos a luz às trevas? A clareza à confusão? Enfim, é mais um “facto-fenómeno” que temos de aceitar… sem perceber! E cujo objectivo ou finalidade nos escapa completamente…

É que temos o direito de saber e… de perceber tal facto, tal objectivo!

1 comentário:


  1. Pela complexidade que o texto revela, relatando o encontro de Jesus com Nicodemos, quase com toda a certeza que todas as palavras foram arquitectadas e postas na boca de Jesus pelo velho João, já que o seu objectivo era apresentar Jesus aos cristãos emergentes como o Messias, o Filho de Deus. Aliás, seria um “milagre” que João pudesse reproduzir ipsis verbis um diálogo ouvido – se é que ouviu – mais de cinquenta anos antes...

    E ainda temos a não existência desta narrativa nos outros evangelhos. Logo, concluímos facilmente que se trata de uma invenção/ficção, criando João o seu próprio Jesus divinizado…

    Mais: é um texto hermético, sendo o hermetismo e o mistério as bases em que as religiões se movem para poderem facilmente ENGANAR os incautos, os não-críticos… Aliás, os padres, nas missas, ainda dizem depois da suposta sacralização da hóstia e do vinho: “Mistério da Fé!” Que falácia, santo Deus!

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