À procura da VERDADE nos Evangelhos
Evangelho segundo S. JOÃO – 48/?
–“«Deixo-vos a paz, dou-vos a
minha paz. A paz que vos dou não é a paz que o mundo dá. Não fiqueis
perturbados nem tenhais medo. Ouvistes o que vos disse: ‘Eu vou mas voltarei
para vós.’ Se Me amásseis, alegrar-vos-íeis porque vou para o Pai, pois o Pai é
maior do que Eu. Digo-vos isto agora antes que aconteça, para que, quando
acontecer, acrediteis. Já não tenho muito tempo para falar convosco, pois o
príncipe deste mundo vai chegar. Ele não tem poder sobre Mim, mas vem para que
o mundo reconheça que amo o Pai, e é por isso que faço tudo o que o Pai Me
mandou.»” (Jo 14,27-31)
– Que confusão, Santo Deus! Afinal,
qual é a paz que Jesus nos deixa? Só no-lo disse pela negativa: que não era a
que o mundo dá…
E o “voltarei para vós” era a
vinda do Espírito Santo sobre os apóstolos ou era a vinda no fim dos tempos…
não entendendo nós claramente nem uma nem outra?
Depois, o Pai é maior do que
o Filho!… Não disse há pouco que “Quem Me viu a Mim viu o Pai”? Como é agora
maior? Metáfora? Símbolo? Mas… símbolo de quê? E, segundo o mistério da
Santíssima Trindade, o Pai não é igual ao Filho e ambos iguais ao Espírito
Santo, havendo um só Deus uno e trino?
Alegrar-nos com a morte!… Com
a partida!… Com a ida para o Pai!… É! A morte para os crentes deveria ser um
dia de festa! Um dia do encontro definitivo do Homem com Deus, do Filho com o
Pai, a entrada na vida eterna, em eterna bem-aventurança e felicidade… Então,
porque choram, se vestem de luto, se enchem de tristeza?… Que pouca Fé nas
palavras de vida eterna de Jesus, a destes crentes! Que pouca Fé!…
Mas parece que a Fé é um dom
de Deus que o dá a quem Ele muito bem quiser, e não algo que se adquire com
esforço, meditação, amor…
E quem é realmente o príncipe
deste mundo? O Diabo ou… a morte?
– Neste contexto, parece
nitidamente ser a morte. Mas…
E mais uma vez o total
incompreensível: Jesus a ter de morrer para que o mundo reconheça que Ele ama o
Pai e que faz tudo o que o Pai Lhe mandou fazer…
Aliás, que importa a Jesus
que o mundo reconheça que Ele ama o Pai? Ou… que faz tudo o que o Pai lhe
mandou fazer? É para que cumpra o que Ele disse porque disse aquilo que o Pai
lhe ordenou que dissesse?
– E parece não haver dúvidas,
por muito que nos custe acreditar, de que foi o Pai que ordenou a Jesus que
morresse e morresse ignominiosamente numa cruz!…
É caso para repetirmos:
“Intolerável por parte de um Pai que diz «Este é o meu filho muito amado.»!
Inacreditável que venha de… Deus!”
E tanta incompreensão
leva-nos ao descrédito quase total! (Ou total?!) Mas, mais uma vez, a esperança
de que haja respostas para as nossas angústias, também nos leva a “aceitar” mesmo
o inacreditável, para que nem toda a luz se perca…
Já há muito que deveríamos ter dito que este Jesus de João é muito diferente do Jesus descrito pelos sinópticos. Afinal, qual é o verdadeiro? E também sabemos que João escreve o seu evangelho nos finais do século, ou seja, cerca de 70 anos depois dos factos e... das palavras.
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