sexta-feira, 16 de setembro de 2022

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 354/?

 

À procura da VERDADE nos Evangelhos 

Evangelho segundo S. JOÃO – 48/?

 (Para mais fácil análise, repetimos o texto de João):

–“«Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz. A paz que vos dou não é a paz que o mundo dá. Não fiqueis perturbados nem tenhais medo. Ouvistes o que vos disse: ‘Eu vou mas voltarei para vós.’ Se Me amásseis, alegrar-vos-íeis porque vou para o Pai, pois o Pai é maior do que Eu. Digo-vos isto agora antes que aconteça, para que, quando acontecer, acrediteis. Já não tenho muito tempo para falar convosco, pois o príncipe deste mundo vai chegar. Ele não tem poder sobre Mim, mas vem para que o mundo reconheça que amo o Pai, e é por isso que faço tudo o que o Pai Me mandou.»” (Jo 14,27-31)

– Que confusão, Santo Deus! Afinal, qual é a paz que Jesus nos deixa? Só no-lo disse pela negativa: que não era a que o mundo dá…

E o “voltarei para vós” era a vinda do Espírito Santo sobre os apóstolos ou era a vinda no fim dos tempos… não entendendo nós claramente nem uma nem outra?

Depois, o Pai é maior do que o Filho!… Não disse há pouco que “Quem Me viu a Mim viu o Pai”? Como é agora maior? Metáfora? Símbolo? Mas… símbolo de quê? E, segundo o mistério da Santíssima Trindade, o Pai não é igual ao Filho e ambos iguais ao Espírito Santo, havendo um só Deus uno e trino?

Alegrar-nos com a morte!… Com a partida!… Com a ida para o Pai!… É! A morte para os crentes deveria ser um dia de festa! Um dia do encontro definitivo do Homem com Deus, do Filho com o Pai, a entrada na vida eterna, em eterna bem-aventurança e felicidade… Então, porque choram, se vestem de luto, se enchem de tristeza?… Que pouca Fé nas palavras de vida eterna de Jesus, a destes crentes! Que pouca Fé!…

Mas parece que a Fé é um dom de Deus que o dá a quem Ele muito bem quiser, e não algo que se adquire com esforço, meditação, amor…

E quem é realmente o príncipe deste mundo? O Diabo ou… a morte?

– Neste contexto, parece nitidamente ser a morte. Mas…

E mais uma vez o total incompreensível: Jesus a ter de morrer para que o mundo reconheça que Ele ama o Pai e que faz tudo o que o Pai Lhe mandou fazer…

Aliás, que importa a Jesus que o mundo reconheça que Ele ama o Pai? Ou… que faz tudo o que o Pai lhe mandou fazer? É para que cumpra o que Ele disse porque disse aquilo que o Pai lhe ordenou que dissesse?

– E parece não haver dúvidas, por muito que nos custe acreditar, de que foi o Pai que ordenou a Jesus que morresse e morresse ignominiosamente numa cruz!…

É caso para repetirmos: “Intolerável por parte de um Pai que diz «Este é o meu filho muito amado.»! Inacreditável que venha de… Deus!”

E tanta incompreensão leva-nos ao descrédito quase total! (Ou total?!) Mas, mais uma vez, a esperança de que haja respostas para as nossas angústias, também nos leva a “aceitar” mesmo o inacreditável, para que nem toda a luz se perca…

1 comentário:

  1. Já há muito que deveríamos ter dito que este Jesus de João é muito diferente do Jesus descrito pelos sinópticos. Afinal, qual é o verdadeiro? E também sabemos que João escreve o seu evangelho nos finais do século, ou seja, cerca de 70 anos depois dos factos e... das palavras.

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