À procura da VERDADE nos Evangelhos
Evangelho segundo S. JOÃO – 49/?
– Espanta, no entanto, a
“precisão” com que se referem perguntas e respostas dos intervenientes… Mais
parece escrito amanhã aquilo que se ouviu hoje… Claro que estamos excluindo a
hipótese de milagre ou de revelação ou de inspiração do Espírito Santo que foi
enviado aos discípulos, encontrando-se João sempre presente, como faz questão
de afirmar mais tarde. (Jo 19,35) Infelizmente, mesmo a haver milagre de
inspiração, Jesus, através de João, deixou mais dúvidas do que certezas, mais
confusão do que clara luz.
– “«Eu sou a videira e o meu
Pai é o agricultor (…) Vós sois os ramos. Quem fica unido a Mim e Eu a ele dará
muito fruto, porque sem Mim não podeis fazer nada.»” (Jo 15,1 e 5)
– A comparação com a videira
em que o Pai é o agricultor, Jesus a videira e nós os ramos, é… bonita mas… mas
não nos traz novidades, e nada adianta à Verdade que procuramos: a da vida
eterna após a vida terrena! Depois, não será arrogância infundada ao dizer que
“Sem Ele não podemos fazer nada”? Não somos nós que, pelo nosso esforço, temos
de alcançar a vida eterna (se a houver, claro! – coisa totalmente improvável, já
que pertencemos ao Tempo…)?
– “«Se ficardes unidos a Mim
e as minhas palavras permanecerem em vós, pedi o que quiserdes e ser-vos-á
concedido.»” (Jo 15,7)
– Novamente, uma afirmação de
esperança mas continuando nós sem saber o que pedir para que nos seja concedido…
Afinal, sempre que os discípulos lhe pediram alguma coisa, lhe puseram alguma
questão, ele não quis/pôde/soube responder! E será mais uma afirmação que deve
ter saído da cabeça de João e não de Jesus enquanto vivo…
– “«Assim como o Pai Me amou,
Eu também vos amei: permanecei no meu amor. Se obedecerdes aos meus
mandamentos, permanecereis no meu amor, assim como Eu obedeci aos mandamentos
de meu Pai e permaneço no seu amor. Disse-vos isto para que a minha alegria
esteja em vós e a vossa alegria seja completa.»” (Jo 15,9-11)
– Novamente, o Pai! Estas
relações de amor ou outras de Pai-Filho já nos vão cansando até à exaustão...
E que mandamentos são os do Pai
aos quais Jesus obedeceu e quais os seus aos quais nos pede que obedeçamos? Enfim,
que alegria é aquela de Jesus? A do salmo: “Que alegria quando me disseram: vamos
para a casa do Senhor!”(Sl 121)?
Primeiro, não sabemos o que é
“ir para a casa do Senhor”; depois, o que será a nossa “alegria completa”? – Certamente
a de irmos para o Céu… Infelizmente, um Céu nunca provado como existente ou
como possível! Se provar a existência do Céu era a missão de Jesus, podemos
afirmar sem qualquer dúvida que foi… uma missão completamente falhada! Uma
frustração total!
– Agora, repete João uma das
mais célebres frases de Jesus: “«O meu mandamento é este: amai-vos uns aos
outros como Eu vos amei. Não existe amor maior do que dar a vida pelos amigos.
Sereis meus amigos se fizerdes o que vos mando. Não vos chamo empregados pois o
empregado não sabe o que o patrão faz; chamo-vos amigos porque vos comuniquei
tudo o que ouvi a meu Pai. Não fostes vós que Me escolhestes mas fui Eu que vos
escolhi. Eu destinei-vos para irdes e dardes fruto e para que o vosso fruto
permaneça. O Pai dar-vos-á tudo o que Lhe pedirdes em meu nome. O que vos mando
é que vos ameis uns aos outros.»” (Jo 15,12-17)
– O amor! Podemos escrevê-lo
com maiúsculas: AMOR! É a palavra fetiche
de Jesus! O amor a Deus, o amor ao próximo… Aqui, no “amai-vos uns aos outros”,
até esqueceu o amor a Deus!…
Certamente por ter
“percebido” que nenhum de nós entenderia bem o que é isso de amar a Deus…
(A análise continua no próximo texto)
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