segunda-feira, 26 de setembro de 2022

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 355/?

 

À procura da VERDADE nos Evangelhos 

Evangelho segundo S. JOÃO – 49/?

 – O discurso de Jesus está longe de terminar… Aliás, o velho João, escrevendo uns sessenta anos depois dos acontecimentos, velho já dos seus oitentas, teria feito grande esforço de memória para reproduzir tal discurso de conteúdos tão complicados… Daí talvez este repetitivismo - e não pouca confusão! – sobretudo quando se fala do Pai e do Filho e das suas relações de dependência e de igualdade…

– Espanta, no entanto, a “precisão” com que se referem perguntas e respostas dos intervenientes… Mais parece escrito amanhã aquilo que se ouviu hoje… Claro que estamos excluindo a hipótese de milagre ou de revelação ou de inspiração do Espírito Santo que foi enviado aos discípulos, encontrando-se João sempre presente, como faz questão de afirmar mais tarde. (Jo 19,35) Infelizmente, mesmo a haver milagre de inspiração, Jesus, através de João, deixou mais dúvidas do que certezas, mais confusão do que clara luz.

– “«Eu sou a videira e o meu Pai é o agricultor (…) Vós sois os ramos. Quem fica unido a Mim e Eu a ele dará muito fruto, porque sem Mim não podeis fazer nada.»” (Jo 15,1 e 5)

– A comparação com a videira em que o Pai é o agricultor, Jesus a videira e nós os ramos, é… bonita mas… mas não nos traz novidades, e nada adianta à Verdade que procuramos: a da vida eterna após a vida terrena! Depois, não será arrogância infundada ao dizer que “Sem Ele não podemos fazer nada”? Não somos nós que, pelo nosso esforço, temos de alcançar a vida eterna (se a houver, claro! – coisa totalmente improvável, já que pertencemos ao Tempo…)?

– “«Se ficardes unidos a Mim e as minhas palavras permanecerem em vós, pedi o que quiserdes e ser-vos-á concedido.»” (Jo 15,7)

– Novamente, uma afirmação de esperança mas continuando nós sem saber o que pedir para que nos seja concedido… Afinal, sempre que os discípulos lhe pediram alguma coisa, lhe puseram alguma questão, ele não quis/pôde/soube responder! E será mais uma afirmação que deve ter saído da cabeça de João e não de Jesus enquanto vivo…

– “«Assim como o Pai Me amou, Eu também vos amei: permanecei no meu amor. Se obedecerdes aos meus mandamentos, permanecereis no meu amor, assim como Eu obedeci aos mandamentos de meu Pai e permaneço no seu amor. Disse-vos isto para que a minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja completa.»” (Jo 15,9-11)

– Novamente, o Pai! Estas relações de amor ou outras de Pai-Filho já nos vão cansando até à exaustão...

E que mandamentos são os do Pai aos quais Jesus obedeceu e quais os seus aos quais nos pede que obedeçamos? Enfim, que alegria é aquela de Jesus? A do salmo: “Que alegria quando me disseram: vamos para a casa do Senhor!”(Sl 121)?

Primeiro, não sabemos o que é “ir para a casa do Senhor”; depois, o que será a nossa “alegria completa”? – Certamente a de irmos para o Céu… Infelizmente, um Céu nunca provado como existente ou como possível! Se provar a existência do Céu era a missão de Jesus, podemos afirmar sem qualquer dúvida que foi… uma missão completamente falhada! Uma frustração total!

– Agora, repete João uma das mais célebres frases de Jesus: “«O meu mandamento é este: amai-vos uns aos outros como Eu vos amei. Não existe amor maior do que dar a vida pelos amigos. Sereis meus amigos se fizerdes o que vos mando. Não vos chamo empregados pois o empregado não sabe o que o patrão faz; chamo-vos amigos porque vos comuniquei tudo o que ouvi a meu Pai. Não fostes vós que Me escolhestes mas fui Eu que vos escolhi. Eu destinei-vos para irdes e dardes fruto e para que o vosso fruto permaneça. O Pai dar-vos-á tudo o que Lhe pedirdes em meu nome. O que vos mando é que vos ameis uns aos outros.»” (Jo 15,12-17)

– O amor! Podemos escrevê-lo com maiúsculas: AMOR! É a palavra fetiche de Jesus! O amor a Deus, o amor ao próximo… Aqui, no “amai-vos uns aos outros”, até esqueceu o amor a Deus!…

Certamente por ter “percebido” que nenhum de nós entenderia bem o que é isso de amar a Deus…

(A análise continua no próximo texto)

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