À procura da VERDADE nos Evangelhos
Evangelho segundo S. JOÃO – 25/?
– É… é de ficarmos sem
palavras! E não sabemos que mais admirar: se a graciosidade da cena, se aquele
passar de acusadores a acusados, se as palavras de não condenação, se o motivo
pelo qual aquela mulher cometera adultério…
Enfim, estamos perante uma lei
que manda apedrejar uma mulher por se enamorar de outro homem que não o seu
marido… Acaso a Lei mandava também apedrejar o homem que tal “perversidade”
cometesse?!…
– E voltamos ao enigma das
palavras! “Eu sou a luz do mundo. Quem me seguir, deixa de andar nas trevas e
possuirá a luz da vida. (…) Embora Eu dê testemunho de Mim mesmo, o meu
testemunho é válido, porque Eu sei de onde venho e para onde vou. Vós julgais
como homens, mas Eu não julgo ninguém. Mesmo que Eu julgue, o meu julgamento é
válido, porque não estou sozinho, mas o Pai que Me enviou está comigo. Na vossa
Lei está escrito que o testemunho de duas pessoas é válido. Eu dou testemunho
de Mim mesmo e o Pai que Me enviou dá testemunho de Mim.” (Jo 8,12-18)
– Fez-se luz no vosso
espírito? – No nosso, não! Porque é válido o testemunho de Jesus pelo facto de
Ele saber de onde vem e para onde vai?… O seu testemunho não é para que nós O
entendamos ou aceitemos e nós não sabemos nem de onde Ele vem nem para onde Ele
vai, a não ser pelas suas próprias palavras?
Por ouro lado, como pode
Jesus argumentar que o testemunho dele é válido porque é o de duas pessoas -
Ele e o Pai - se continua a não nos mostrar o Pai, obrigando-nos a acreditar na
sua palavra?
Jesus incorre no mesmo “erro”
de querer provar aquilo que diz com aquilo que diz. Faz-nos lembrar os sofistas
gregos, embora acreditemos que não tenha intenção de nos enganar, como é
suposto na argumentação dos sofistas…
– “Perguntaram-Lhe: «Onde
está o teu Pai?» Jesus respondeu: «Vós não Me conheceis nem a Mim nem ao meu
Pai. Se Me conhecêsseis, também conheceríeis o meu Pai.»” (Jo 8,19)
– A resposta não esclareceu
as dúvidas dos doutores da Lei - que continuavam à procura de uma boa
oportunidade para o prenderem - nem… as nossas!
É! Como queria Jesus que O
conhecêssemos para assim conhecer o Pai? E partindo do princípio que nós não
conseguimos conhecê-Lo e portanto não conseguiremos conhecer o Pai, como quer
que aceitemos o seu testemunho como válido se a validade está alicerçada no
testemunho dele e do Pai que afinal não conhecemos? Novamente o sofisma a…
atormentar-nos!
Continuamos é a não
compreender como é que Jesus, tendo dito que nos vinha salvar, nos diz todas
estas coisas que não entendemos nem conseguimos aceitar, parecendo depender de
tal compreensão e aceitação a salvação ou condenação eternas. É que se não
houver ninguém que compreenda totalmente tais palavras… ninguém se salvará! E a
missão de um Filho de Deus e do Pai que O enviou será um logro total.
Infelizmente, logro total
para um Deus que logo ali deixou de o ser… Mas, muito mais infelizmente, logro
total para nós que ficámos sem nada a que nos agarrarmos como tábua de salvação
para alcançar o tal Céu e a tal vida eterna no… Céu!
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