sábado, 20 de novembro de 2021

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 330/?

 

À procura da VERDADE nos Evangelhos 

Evangelho segundo S. JOÃO – 25/?

 – A história da mulher adúltera é realmente singular e manifesta a “classe” de Jesus a “lidar” com a malvadez dos fariseus… “«Mestre, esta mulher foi apanhada a cometer adultério. A Lei de Moisés manda apedrejar tais mulheres. E Tu, que dizes?» (…) «Quem de vós não tiver pecado, atire-lhe a primeira pedra.» Ao ouvirem isto, foram saindo um a um, começando pelos mais velhos. (…) E Jesus ficou sozinho. (…) «Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou?» Ela respondeu: «Ninguém, Senhor.» E Jesus: «Eu também não te condeno. Vai e não voltes a pecar.»” (Jo 8,4-11)

– É… é de ficarmos sem palavras! E não sabemos que mais admirar: se a graciosidade da cena, se aquele passar de acusadores a acusados, se as palavras de não condenação, se o motivo pelo qual aquela mulher cometera adultério…

Enfim, estamos perante uma lei que manda apedrejar uma mulher por se enamorar de outro homem que não o seu marido… Acaso a Lei mandava também apedrejar o homem que tal “perversidade” cometesse?!…

– E voltamos ao enigma das palavras! “Eu sou a luz do mundo. Quem me seguir, deixa de andar nas trevas e possuirá a luz da vida. (…) Embora Eu dê testemunho de Mim mesmo, o meu testemunho é válido, porque Eu sei de onde venho e para onde vou. Vós julgais como homens, mas Eu não julgo ninguém. Mesmo que Eu julgue, o meu julgamento é válido, porque não estou sozinho, mas o Pai que Me enviou está comigo. Na vossa Lei está escrito que o testemunho de duas pessoas é válido. Eu dou testemunho de Mim mesmo e o Pai que Me enviou dá testemunho de Mim.” (Jo 8,12-18)

– Fez-se luz no vosso espírito? – No nosso, não! Porque é válido o testemunho de Jesus pelo facto de Ele saber de onde vem e para onde vai?… O seu testemunho não é para que nós O entendamos ou aceitemos e nós não sabemos nem de onde Ele vem nem para onde Ele vai, a não ser pelas suas próprias palavras?

Por ouro lado, como pode Jesus argumentar que o testemunho dele é válido porque é o de duas pessoas - Ele e o Pai - se continua a não nos mostrar o Pai, obrigando-nos a acreditar na sua palavra?

Jesus incorre no mesmo “erro” de querer provar aquilo que diz com aquilo que diz. Faz-nos lembrar os sofistas gregos, embora acreditemos que não tenha intenção de nos enganar, como é suposto na argumentação dos sofistas…

– “Perguntaram-Lhe: «Onde está o teu Pai?» Jesus respondeu: «Vós não Me conheceis nem a Mim nem ao meu Pai. Se Me conhecêsseis, também conheceríeis o meu Pai.»” (Jo 8,19)

– A resposta não esclareceu as dúvidas dos doutores da Lei - que continuavam à procura de uma boa oportunidade para o prenderem - nem… as nossas!

É! Como queria Jesus que O conhecêssemos para assim conhecer o Pai? E partindo do princípio que nós não conseguimos conhecê-Lo e portanto não conseguiremos conhecer o Pai, como quer que aceitemos o seu testemunho como válido se a validade está alicerçada no testemunho dele e do Pai que afinal não conhecemos? Novamente o sofisma a… atormentar-nos!

Continuamos é a não compreender como é que Jesus, tendo dito que nos vinha salvar, nos diz todas estas coisas que não entendemos nem conseguimos aceitar, parecendo depender de tal compreensão e aceitação a salvação ou condenação eternas. É que se não houver ninguém que compreenda totalmente tais palavras… ninguém se salvará! E a missão de um Filho de Deus e do Pai que O enviou será um logro total.

Infelizmente, logro total para um Deus que logo ali deixou de o ser… Mas, muito mais infelizmente, logro total para nós que ficámos sem nada a que nos agarrarmos como tábua de salvação para alcançar o tal Céu e a tal vida eterna no… Céu!

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