À procura da VERDADE nos Evangelhos
Evangelho segundo S. JOÃO – 23/?
– Perceberam melhor? – Nós,
não! Os do seu tempo, também não: “A partir desse momento, muitos discípulos
voltaram atrás e já não andavam com Jesus. Então Jesus disse aos doze: «Vós
também vos quereis ir embora?» Simão Pedro respondeu: «A quem havemos de
seguir, Senhor? Só Tu tens palavras de vida eterna. Agora nós acreditamos que
Tu és o Messias, o Enviado de Deus. Jesus disse-lhes: «Não sois vós os doze que
Eu escolhi? Apesar disso, um de vós é o demónio.» Jesus falava de Judas (…) que
O iria atraiçoar.” (Jo 6,60-71)
– É estranho: Jesus parece
não se importar com a debandada dos discípulos… Então não vinha Ele para salvar
tudo o que estava perdido?… Como é que agora os afasta com o enigma das suas
palavras que nem nós, dois mil anos após tantas exegeses, não compreendemos, e
não Se importa nem altera a sua forma de falar? Sendo Deus, não sabia que,
falando assim, não convencia ninguém, mas afastava toda a gente?… Ficou apenas
com os doze, afirmando que um deles era o demónio! Nem mais nem menos: o diabo!
Como? Como escolheu o “diabo” para os doze? Há tanto de incongruência nestas
afirmações postas por João na boca de Cristo que a nossa já fraca Fé fica ainda
mais abalada, definhando… definhando…
– No entanto, apetece-nos gritar
como Pedro: «Para quem havemos de ir, Senhor, se só Tu tens palavras de vida
eterna?»
– Também não entendemos é
como Pedro, depois de ouvir tudo quanto Jesus disse e do qual certamente pouco
ou nada percebeu, deduz que Jesus é realmente o Messias, o Enviado de Deus!…
Enfim, como a temática parece
cada vez mais difícil, e inadmissível o fracasso de Jesus, ao ver partir os que
o acompanhavam, por não o entenderem, voltaríamos a perguntar: Estaria o velho João com a cabeça
suficientemente clara e saudável para dar fiel testemunho de tudo quanto coloca
na boca de Jesus? Ou foi um dos últimos milagres deste Novo Testamento, a sua
clarividência para narrar fielmente difíceis conversas, supostamente tidas por Jesus
mais de cinquenta anos antes?…
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