sábado, 18 de dezembro de 2021

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) -334/?

 

À procura da VERDADE nos Evangelhos 

Evangelho segundo S. JOÃO – 29/?

 – Jesus vai curar um cego de nascença: “Mestre, quem foi que pecou para que nascesse cego? Foi ele ou seus pais?” Aqui está uma pergunta bem ao nosso modo humano. Realmente, se o mal vem do pecado, sendo a cegueira um mal, deveria vir do pecado… Mas Jesus não respondeu! Orientou a resposta noutro sentido: “Não foi ele que pecou nem seus pais mas é cego para que nele se manifeste o poder de Deus.” (Jo 9,2-3)

– Que estranho! Alguém já nascer cego para que nele se manifeste o poder de Deus, fazendo Jesus mais um milagre!… Então, também os doentes curados por Jesus adoeceram para que neles se manifestasse o poder de Deus? Mais uma vez, é uma não-resposta de Jesus. Inconcebível!

– E mais palavras de fácil entendimento mas de fundo realmente obscuro: “Nós temos que realizar as obras daquele que Me enviou, enquanto é dia. Vai chegar a noite e ninguém poderá trabalhar. Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo.” (Jo 9,4-5)

– É! Se és a luz do mundo, a nós deixas-nos completamente nas trevas do não-entendimento do… Céu! Que pena, Jesus Cristo! Como nos decepcionas! Nem colhem as metáforas de “dia” significar “vida” e “noite” significar “morte”. Apenas algum estilo do narrador João.

E parece que as obras daquele que O enviou - o Pai - são portanto os milagres que confirmariam a sua origem divina. Mas – perguntamos mais uma vez – como podem ter sido verdadeiros os milagres se, com eles, não convenceu os do seu tempo dessa sua suposta divindade? Como?

Também não conseguimos entender como é que Cristo faz a ponte entre a Terra e o Céu, entre Ele e o Pai, entre o corpo perecível e o espírito incorruptível… Acaso no-lo explicou claramente? E acaso não era isso que precisávamos de saber? E acaso, não sabia Ele que, sem sabermos isto, não conseguíamos aceitá-Lo, apesar dos seus milagres? Então?…

– Há todo um ritual na cura deste cego de nascença: “Jesus cuspiu no chão, fez com a saliva um pouco de lama e com a lama ungiu os olhos do cego. Depois disse-lhe: «Agora vai lavar-te à piscina de Siloé.» (…) O homem foi lavar-se e ficou a ver.” (Jo 9,11)

– O povo quase não acreditava, menos ainda os fariseus, que argumentavam estupidamente: “Quem fez isso não é homem de Deus porque não respeitou a lei do sábado.”, pois era sábado, aquele dia.

E, duvidando que o cego fosse realmente cego, foram perguntar aos pais…

E, após confirmação, voltaram a importunar o miraculado que, já farto de tamanha teimosia em não quererem ver o que era evidente, lhes respondeu: “Já vos contei como foi mas vós não acreditais em mim. Porque é que quereis ouvir novamente? Será que também quereis tornar-vos seus discípulos?”

– Aí, os fariseus, feridos na sua “alta dignidade”, não se contiveram e… oiçamos: “«Tu é que és discípulo dele. Nós somos discípulos de Moisés. Sabemos que Deus falou a Moisés, mas quanto a este homem, nem sabemos de onde Ele é.» Ele replicou: «Isso é de admirar! Não sabeis de onde Ele é e, no entanto, Ele abriu-me os olhos. Sabemos que Deus não ouve os pecadores mas ouve aqueles que O respeitam e fazem a sua vontade. Nunca se ouviu dizer que alguém tenha aberto os olhos de um cego de nascença. Se esse homem não viesse de Deus, nada poderia fazer.» Disseram-lhe então os fariseus: «Tu nasceste cheio de pecados e queres ensinar-nos?» E expulsaram-no dali.” (Jo 9,27-34)

E não é que falava bem este miraculado que fora cego!...

(Não referimos todos os pormenores da descrição que João faz deste episódio, por não serem relevantes; a análise crítica continua no próximo texto.)

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