sexta-feira, 1 de julho de 2022

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 353/?

 

À procura da VERDADE nos Evangelhos 

Evangelho segundo S. JOÃO – 47/?

 –“Judas, não o Iscariotes, perguntou: «Senhor, porque vais manifestar-Te a nós e não ao mundo?» Jesus respondeu: «Se alguém Me ama, guarda a minha palavra e meu Pai o amará. Eu e meu Pai viremos e faremos nele a nossa morada. Quem não me ama não guarda as minhas palavras. E a palavra que ouvis não é minha mas é a palavra do Pai que me enviou. Estas são as coisas que tinha para vos dizer, estando ainda convosco. Mas o Espírito Santo que o Pai vai enviar em meu nome, ensinar-vos-á todas as coisas e far-vos-á recordar tudo o que Eu vos disse.»” (Jo 14,22-26)

– Acaso Judas ficou esclarecido? Não fugiu Jesus, mais uma vez, à resposta directa, clara, necessária?…

Mas que havia Judas de fazer? Repetir a pergunta? Protestar? Como, se Jesus era o Senhor, o Mestre? Se ele, Judas, não entendia era porque a inteligência não o ajudava para tanto…

Nós também não conseguimos entender! Aliás, que iluminado haverá no mundo que consiga explicar-no-lo sem qualquer sombra de dúvida? Que se apresente!… Mas com certezas e não com muitos “Talvez…”!…

Fácil! Fácil, no entanto, é entender a simbologia do Pai e de Jesus virem morar naquele que cumpre os seus mandamentos… Falta, porém, o resto! E o que resta é tanto ou quase tudo ou… mesmo tudo!

Mais: não contente por deixar Judas sem nada entender, ainda, para mais o confundir, lhe anuncia a vinda de um Espírito, o Santo que o Pai lhes vai enviar em seu nome.

Se Judas fosse rebelde, ter-lhe-ia dito: “Para quê, Senhor, para quê precisamos mais de um Espírito que certamente fará como Vós que nada explicais do que nós perguntamos mas fugis a todas as questões, com palavras enigmáticas?” E, assim, Jesus “escapou-se mais uma vez, por entre os pingos da chuva…”

–“«Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz. A paz que vos dou não é a paz que o mundo dá. Não fiqueis perturbados nem tenhais medo. Ouvistes o que vos disse: ‘Eu vou mas voltarei para vós.’ Se Me amásseis, alegrar-vos-íeis porque vou para o Pai, pois o Pai é maior do que Eu. Digo-vos isto agora antes que aconteça, para que, quando acontecer, acrediteis. Já não tenho muito tempo para falar convosco, pois o príncipe deste mundo vai chegar. Ele não tem poder sobre Mim, mas vem para que o mundo reconheça que amo o Pai, e é por isso que faço tudo o que o Pai Me mandou.»” (Jo 14,27-31)

– Eis mais um emaranhado de ideias: a sua paz que não é deste mundo; o alegrar-nos porque ele vai para o Pai; a aproximação da morte; ele amar o Pai porque vai... morrer. Infelizmente, ideias confusas e sem nexo entre si.

(Análise no próximo texto)

 

1 comentário:

  1. Já o dissemos, mas vamos repetir:
    Custando-nos admitir que Jesus tenha sido tão pouco claro no que ia dizendo aos discípulos, sobretudo acerca das suas relações com o Pai, mas não só, somos levados a crer que João põe na boca de Jesus o que ele pensava dos assuntos para, assim, lhes dar crédito. Esta foi uma táctica utilizada ao longo de toda a Bíblia, a começar por Abraão, depois por Moisés e os profetas que, para convencer o povo, quase sempre pelo medo do castigo, punham na boca de Javé o que eles queriam dizer ao mesmo povo.

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