À procura da VERDADE nos Evangelhos
Evangelho segundo S. JOÃO – 47/?
– Acaso Judas ficou
esclarecido? Não fugiu Jesus, mais uma vez, à resposta directa, clara,
necessária?…
Mas que havia Judas de fazer?
Repetir a pergunta? Protestar? Como, se Jesus era o Senhor, o Mestre? Se ele,
Judas, não entendia era porque a inteligência não o ajudava para tanto…
Nós também não conseguimos
entender! Aliás, que iluminado haverá no mundo que consiga explicar-no-lo sem
qualquer sombra de dúvida? Que se apresente!… Mas com certezas e não com muitos
“Talvez…”!…
Fácil! Fácil, no entanto, é
entender a simbologia do Pai e de Jesus virem morar naquele que cumpre os seus
mandamentos… Falta, porém, o resto! E o que resta é tanto ou quase tudo ou…
mesmo tudo!
Mais: não contente por deixar
Judas sem nada entender, ainda, para mais o confundir, lhe anuncia a vinda de um Espírito, o Santo que
o Pai lhes vai enviar em seu nome.
Se Judas fosse rebelde,
ter-lhe-ia dito: “Para quê, Senhor, para quê precisamos mais de um Espírito que
certamente fará como Vós que nada explicais do que nós perguntamos mas fugis a todas
as questões, com palavras enigmáticas?” E, assim, Jesus “escapou-se mais uma
vez, por entre os pingos da chuva…”
–“«Deixo-vos a paz, dou-vos a
minha paz. A paz que vos dou não é a paz que o mundo dá. Não fiqueis
perturbados nem tenhais medo. Ouvistes o que vos disse: ‘Eu vou mas voltarei
para vós.’ Se Me amásseis, alegrar-vos-íeis porque vou para o Pai, pois o Pai é
maior do que Eu. Digo-vos isto agora antes que aconteça, para que, quando
acontecer, acrediteis. Já não tenho muito tempo para falar convosco, pois o
príncipe deste mundo vai chegar. Ele não tem poder sobre Mim, mas vem para que
o mundo reconheça que amo o Pai, e é por isso que faço tudo o que o Pai Me
mandou.»” (Jo 14,27-31)
– Eis mais um emaranhado de ideias: a sua paz que não é deste mundo; o alegrar-nos porque ele vai para o Pai; a aproximação da morte; ele amar o Pai porque vai... morrer. Infelizmente, ideias confusas e sem nexo entre si.
(Análise no próximo texto)
Já o dissemos, mas vamos repetir:
ResponderEliminarCustando-nos admitir que Jesus tenha sido tão pouco claro no que ia dizendo aos discípulos, sobretudo acerca das suas relações com o Pai, mas não só, somos levados a crer que João põe na boca de Jesus o que ele pensava dos assuntos para, assim, lhes dar crédito. Esta foi uma táctica utilizada ao longo de toda a Bíblia, a começar por Abraão, depois por Moisés e os profetas que, para convencer o povo, quase sempre pelo medo do castigo, punham na boca de Javé o que eles queriam dizer ao mesmo povo.