segunda-feira, 6 de junho de 2022

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 351/?

 

À procura da VERDADE nos Evangelhos 

Evangelho segundo S. JOÃO – 45/?

 Jesus amava realmente aqueles discípulos! (Já não estava entre eles, o desventurado do Judas!) Voltará para os levar com Ele para estarem todos juntos no mesmo lugar! Nós é que continuamos a não compreender-aceitar que o Pai tenha uma casa, que haja lá muitas moradas, que seja necessário preparar lugares… É tudo visão demasiado humana para que o divino “rasteje” pela mesma nomenclatura! Que crédito nos pode merecer tal descrição do Céu, mesmo vinda de Jesus Cristo?

– É símbolo, dirão alguns! É simbólico! São imagens! Senão, como poderiam entendê-lo os humanos mortais?

– Já nos insurgimos noutros lugares contra a simbologia! Contra as imagens! Contra as parábolas! Pois nunca se sabe onde acaba o símbolo e começa a realidade e - pior! - parece que quando convém, diz-se que é símbolo e logo a seguir afirma-se tudo como real! Tal arbitrariedade não pode, não cabe dentro das nossas mentes que realmente não se alimentam de símbolos mas de realidades!…

– Aliás, a pergunta de Filipe revela querer resposta concreta, clara, real. E Jesus, o que faz? - Dá uma resposta - tão bonita! tão comovente! tão cheia de significado! - mas… evasiva!… Pois, como é que Ele é o Caminho? Como é a Verdade? Como é a Vida? -  Nada! Não diz! Que seja o caminho do bem, da justiça, do amor ao próximo e até ao inimigo, do perdão, da paz, do desapego às riquezas terrenas, segundo o fulcro da sua mensagem… entende-se. Mas, porque não conseguiu fazer a ponte entre este viver humano, terrenal, temporal e a vida eterna, o Céu, Deus? Porque esta limitação de… um Filho de Deus, igual a Deus e, portanto, limitação do próprio Deus? Como entendê-la? – Não se entende! E por isso, o descrédito total na realidade divina que lhe atribuíram e que Ele se atribuiu a si próprio. Tivesse-lo provado sem apelar para a Fé e, então, sim, então acreditaríamos nele!

– E mais uma vez se “refugia” no Pai. E, apesar de tantas vezes ter falado no Pai, Filipe ainda não percebeu aquela relação de Pai igual ao Filho e Filho igual ao Pai! Claro que nós também não! Mas porque é que Jesus fica admirado com a pergunta de Filipe? Ele que sabia tudo, que conhecia o íntimo dos que O rodeavam, não sabia que as suas palavras não eram compreendidas? E, se não eram compreendidas, como queria que eles, os discípulos, e nós as aceitemos… sem mais? Mesmo apoiadas nos seus milagres? É que uma coisa é vermos um milagre, outra coisa é termos de aceitar palavras daquele que tal realizou sem as entendermos!

– A solução estará na… Fé! A misteriosa Fé! Temos de acreditar sempre, quer queiramos quer não, em alguma coisa, não pela força da evidência e da razão, mas pela força das palavras de quem as pronuncia.

– Mas porque é que esse “QUEM”, se tem poder para fazer milagres, não tem poder para fazer a ponte entre o humano e o divino? Porquê? Temos também aqui de ter Fé e esperar para… ver?!

– Aquele apelo de Filipe “Mostra-nos o Pai e isso nos basta!” merecia melhor resposta de Jesus. Realmente Filipe queria que Jesus fizesse a ponte, queria acreditar com… provas evidentes! E Jesus? - Novamente, foge à questão. Novamente, nos induz na confusão do Pai que está no Filho e do Filho – Ele! – que quem o vê vê o Pai e que só faz aquilo que o Pai Lhe manda realizar. Mais: - custe-nos embora a palavra, por tão forte! - cinicamente pede que Filipe acredite e que nós acreditemos também…

1 comentário:

  1. 1 - Já nos referimos à pouca credibilidade que têm os milagres narrados nos evangelhos porque - além de outras fortíssimas razões - não tiveram eco naquelas regiões nem são notícia nos historiadores da época como, por exemplo, em Flávio Josefo que não se refere a nenhum deles. E são tantos...
    2 - Muitas vezes a linguagem que João coloca na boca de Jesus não nos parece que seja realmente de Jesus mas do próprio João, escrevendo uns 60 anos depois dos "factos", com uma idade já quase centenária. É o caso de Jesus, na casa dos 30, chamar de "meus filhos" ou "filhinhos" aos discípulos quase todos bem mais velhos que ele.

    ResponderEliminar