sábado, 25 de outubro de 2025

Ó Homem, que pensas quem realmente és?

 Que consciência tens da tua realidade e da realidade em que te inseres?

 É que a realidade ou, se quiseres, a Verdade da Vida é inquestionável e só não a vê, sente ou dela tem consciência quem não quer. E qual é? – perguntarás, feito ignorante:

 ÉS FILHO DO TEMPO E DA MATÉRIA, PARTÍCULA DE MATÉRIA COM A PARTICULARIDADE DE TER UM CÉREBRO QUE, SENDO PURA MATÉRIA, PRODUZ NÃO-MATÉRIA: RACIOCÍNIOS, EMOÇÕES, SENTIMENTOS E TEM CONSCIÊNCIA DE SI E DA SUA FINITUDE.

 Basta? – Sim! Apareces, no Tempo, por puro acaso, na evolução imparável de tudo o que se passa no Universo e… vais desaparecer no Tempo, sem qualquer hipótese de outra alternativa.

Todo o ser – vivo e não vivo – sendo já produto da evolução, evolui desde que aparece até desaparecer/se transformar, naquela evolução imparável em que tudo se move, não se sabe de onde nem para onde. Mas… move-se! Ao ser vivo, cabe a sina de desaparecer como tal e se transformar em átomos e moléculas que se vão integrar noutra qualquer realidade viva ou não viva.

Assim, tu!

Sendo uma partícula de matéria, sem qualquer significado mesmo para a Terra e muito menos para o Universo, alimentas-te dessa Terra que também não passa de uma partícula de matéria sólida, também sem qualquer significado para o mesmo imensíssimo Universo. Não existiras tu nem a Terra e tudo continuaria no eterno retorno do mesmo ao mesmo através do diverso, tal parece ser a sina deste Universo de que nos apercebemos mas que muito provavelmente não será único num Espaço que tudo leva a crer que seja infinito e… eterno.

 Resta-nos perguntar, ó Homem, se tens consciência da tua infinita pequenez e insignificância, porque não consegues, com toda a tua inteligência, criar uma humanidade fraterna e fazer da Terra um Paraíso, Paraíso sempre tão desejado mas, cada vez mais longe de ser alcançado, dando assim sentido pleno à VIDA a que tiveste a sorte de aceder, sem nada teres feito para tal sorte?

 Fica a pergunta. Oxalá não fosse necessária uma resposta de desculpas para tal fracasso humano! Mas, por enquanto - e até quando? - a realidade é triste, não conseguindo alcançar desideratos de Paraíso, preferindo Infernos e seus demónios...

domingo, 19 de outubro de 2025

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 434/?

 À procura da VERDADE no APOCALIPSE – 434/?

 Capítulo 4

 – “Apareceu no céu um grande sinal: uma Mulher vestida com o Sol, tendo a Lua debaixo dos pés e sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas. Estava grávida e gritava, entre as dores do parto, atormentada para dar à luz. Apareceu então outro sinal no céu: um grande Dragão, cor de fogo. Tinha sete cabeças e dez chifres. Sobre as cabeças, sete coroas. Com a cauda varria a terça parte das estrelas do céu, lançando-as sobre a Terra. O Dragão colocou-se diante da Mulher que estava para dar à luz, pronto para lhe devorar o Filho… Travou-se então uma batalha no Céu: Miguel e os seus Anjos guerrearam contra o Dragão. O Dragão batalhou juntamente com os seus Anjos, mas foi derrotado. E no Céu, não houve mais lugar para eles. Esse grande Dragão é a antiga Serpente, é o chamado Diabo ou Satanás. É aquele que seduz todos os habitantes da Terra. O Dragão foi expulso para a Terra e os Anjos do Dragão foram expulsos com ele.” (Ap 12,1-9)

– Esta Mulher, símbolo da vida, e o Dragão, símbolo do mal, não deixam de ser personagens singulares. Que a vida seja consubstancializada num Ser, é… entendível. A consubstancialização do Mal, na pessoa do Dragão e dos seus Anjos, com um trono e habitando também o Céu, pelo menos por uns tempos, é de todo inconcebível…

Aqui, até João teve de se explicar, dizendo que o Dragão era o Diabo…

Só foi pena que o Diabo não tivesse pura e simplesmente sido aniquilado… Para quê ficou ele na Terra ou veio do Céu para a Terra? Se Deus não o quis lá em cima no Céu, porque nô-lo deu a nós como herança, não sabemos de quê?… E mais uma vez, quase brincando com coisas sérias, não conseguimos de modo algum fazer a ponte entre o divino e o humano, entre o Céu e a Terra… Que pena!…

Depois, continuamos na mesma cena de visões fantasmagóricas, totalmente irreais de tal modo que nem em sentido metafórico fazem qualquer sentido. Literariamente, até são de agradável leitura. Mas… não passam de literatura!

– “Vi no Céu, outro sinal grande e maravilhoso: sete Anjos prontos com sete pragas… Depois ouvi uma voz forte que dizia aos sete Anjos: «Ide! Despejai sobre a Terra as sete taças do furor de Deus!»… Caiu do Céu sobre os Homens uma grande chuva de granizo, pedras com mais de trinta quilos…” (Ap 15-16)

– E estamos novamente perante as visões do velho e senil João. Notamos que tem preferência pelo número 7. Seja qual for o simbolismo do 7 (Anjos e pragas) e do simbolismo das pragas…, não deixam de ser pragas despejadas sobre a Terra… E pelos anjos de… Deus!…

   Que Deus!…, meu Deus!

   E onde foi João buscar os trinta quilos para as pedras de granizo? Não bastariam uns… dez?!!! Ou, então, para esmagar qualquer humano que estivesse no local da queda, sem apelo nem agravo, bem poderiam ser de… tonelada! – perdoem-nos a ironia.

Finalmente, a pergunta recorrente: “Como é possível este cenário fantasmagórico ser considerado de inspiração divina?”

sábado, 11 de outubro de 2025

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 433/?

 

À procura da VERDADE no APOCALIPSE 

 Capítulo 3

 – Não vamos escalpelizar, ponto por ponto o texto apresentado no capítulo anterior. Mas, como a visão de João foi a visão do Céu, certamente ainda agora continuam todos – Deus, o Diabo, anjos e anciãos – naquele infernal-celestial frenesim… pois o Céu deve ser imutável como Deus o é…

    Perdoem-nos a brincadeira… certamente de mau gosto para os ouvidos mais pios e devotos! Mas, perante tão fértil - e porque não dizer inútil? - imaginação… É que - perguntemos sem rodeios - para quê serve tal texto em relação à nossa salvação? Para quê iria Deus inspirar João a escrever tais fantasmagorias que obnubilam qualquer verdade acerca do mesmo Deus e da nossa salvação eterna? Não tinha Deus - na sua infinita sabedoria - meios bem melhores e mais eficazes para nos mostrar os caminhos da salvação? Não sabia que tais textos nos levariam mais à descrença – e até ao riso – do que ao fortalecimento na Fé?… Não haveria meios menos fantasmagóricos para obviar à difícil situação político-social vivida pelos cristãos daquele tempo? Aliás, que teriam percebido de tal texto os cristãos de então?…

– “Vi depois… Vi então um anjo forte que proclamava em alta voz… Vi um Cordeiro… Na minha visão, ouvi ainda o clamor de uma multidão de anjos em volta do trono, dos Seres vivos e dos Anciãos. Eram milhares de milhares, milhões de milhões e proclamavam em alta voz: «O Cordeiro imolado é digno de receber o poder, a riqueza, a sabedoria, a força, a honra, a glória e o louvor.» (Ap 5,11-12)

– Que o Cordeiro simbolize Cristo ressuscitado, aceita-se. Mas como entender estas miríades de anjos, este Céu com tronos, com vozes, com…? É que, quer queiramos quer não, não somos capazes de simbolizar tudo e o símbolo tem de corresponder a alguma coisa de real… Afinal, são reais ou… simbólicos os Anjos, os tronos, as vozes, os…, as…?

E alguma vez entenderemos porquê e para quê é que Jesus precisa que Lhe digam que é digno de todo o poder, riqueza, sabedoria, força, honra, glória, louvor?

Ou que O adorem… ou que O sirvam… ou que O defendam… ou que O…?

– “Vi quando o Cordeiro… Vi debaixo do altar… Vi também outro Anjo… Ouvi então o número dos que receberam… Vi uma grande multidão… Vi então os sete Anjos… prontos para tocar a trombeta…” (Ap 6-8)

– Só… visões! E nada mais que… visões!… E tudo leva a crer que são visões de uma mente altamente perturbada. Como pode a Igreja atribuir a este livro o epíteto de “sagrado”, dizendo-o de inspiração divina?...

É O DESCRÉDITO TOTAL DA RELIGIÃO E DA SUA IGREJA!

sábado, 4 de outubro de 2025

As religiões cristãs na sua relação com o Universo

 

As difíceis relações entre Ciência e Fé

 No tempo de Jesus, os conhecimentos sobre o Universo, e a Terra nele, seriam muito rudimentares, apesar dos avanços na observação celeste por diversas civilizações anteriores, dos Egípcios aos Gregos, séc.s X ao IV A.c. A Terra era considerada plana, só passando a ter-se como redonda com o matemático grego Ptolomeu (séc. I d.C) que continuou a afirmar ser a Terra o centro do Universo e tudo girava à sua volta, teoria aceite e defendida pela Igreja, tanto a Igreja antiga como a medieval. E isto até ao Renascimento de Galileu (Galileu que ainda teve de lutar contra a Inquisição para não ir parar à fogueira, ao afirmar, na senda de Copérnico, que o centro do Universo era o Sol!).

No entanto, há inúmeras referências nos evangelhos, atribuídas a Jesus, sobre os Céus, o Alto, o Lá em cima, o Paraíso, etc., por oposição ao Cá em baixo – a Terra – e aos Ad infera (subterrâneos) – o Inferno, terminologia ainda hoje usada e nunca explicada.

Em tais referências, Jesus não manifesta possuir quaisquer conhecimentos sobre as realidades que a Astronomia já lhe desvendara, nas civilizações do seu tempo, e nos desvendou, posteriormente, acerca do Universo e do lugar que a Terra nele ocupa.

De um ponto de vista meramente religioso-crítico, é pelo menos estranha tal lacuna em Jesus, Jesus que se teve (e os seus seguidores continuam a ter!) por Filho de Deus, por isso, omnisciente e conhecedor de tais realidades que bem poderia ter revelado e explicado, não levando os seus ouvintes (e actuais crentes) a acreditar que toda a saga divina – Paraíso, Deus no seu trono, anjos e santos… – se passasse/passa lá em cima, para lá das nuvens…, para onde iriam/vão os mortos depois de ressuscitados. Lindo, mas… completamente irreal e fantasmagórico: o "Lá em cima" é apenas Espaço e…nada mais!

 Deleitemo-nos, então, um pouco com as belezas/mistério da Astronomia, perguntando: Há um ou muitos Universos, os chamados Pluriversos?

Pelo muito que já conhecemos deste Universo visível, e ao qual pertencemos, pouco ou nada sabendo da sua parte invisível, porque negra, presumindo-se que represente 95% de toda a matéria energizada que o compõe, poderemos concluir com algum grau de certeza:

1 – Este Universo, tido como originado no Big Bang, dadas as suas colossais dimensões que lobrigamos mas não conseguimos delimitar, mesmo com as unidades de medida de distâncias, em anos-luz e parsecs, terá tido início numa espécie de bola de matéria energizada compacta de milhares de milhões de biliões de kms de diâmetro. Só assim se compreendem as colossais dimensões já percepcionadas.

2 – Essa bola estaria num qualquer ponto do Espaço, Espaço que tudo leva a crer que seja infinito, i.é, sem princípio nem fim.

3 – O Big Bang só se entende numa relação dinâmica de Big Bang / Big Crunch, processada de milhares de milhões de biliões a milhares de milhões de biliões de anos. Neste momento, percepcionamos que este Universo visível terá cerca de 15 mil milhões de anos de existência. Estando a matéria energizada que o compõe em afastamento contínuo, estrelas de estrelas, galáxias de galáxias, haverá inevitavelmente um momento em que a expansão atinge o seu ponto de retorno, regredindo-se então até ao Big Crunch, originando-se, quando atingido, um novo Big Bang, numa dinâmica eternamente repetida, nada de energia e matéria se perdendo mas tudo se transformando…

4 – Todo o Universo conhecido parece ser regido por uma força invisível, quase diríamos “divina”, mas real porque bem sentida: a GRAVIDADE. É uma força de duplo sentido – atracção/repulsa – que faz com que os astros se mantenham em equilíbrio, circulem à volta uns (os mais pequenos) dos outros (os maiores), tudo parecendo movimentar-se em perfeita harmonia. Lembremos que é a gravidade que nos faz trazer os pés bem assentes na terra… Os físicos identificam outros tipos de forças mas aquela será porventura a mais importante.

5 – Muitos outros Universos haverá no Espaço Infinito. Quantos? – Se não sabemos se os há, quanto mais saber quantos. Só deduzimos que haver infinitos Universos é conceito que não cabe nas nossas intelectuais percepções. Mesmo que se considere infinito o Espaço em que se movem e se perpetuam, a matéria que os compõem é forçosamente mensurável, logo, limitada, logo, finita.

6 – Haverá, sem qualquer dúvida, neste e nos outros hipotéticos Universos, inúmeros planetas semelhantes ao Planeta Terra, onde existirá VIDA e até seres inteligentes, talvez muito mais inteligentes que nós! Mas, dadas as distâncias entre estrelas e galáxias, duvidamos fortemente que algum dia sejam contactáveis. Mesmo por ondas rádio ou electromagnéticas. Muito menos acessíveis fisicamente: nós, feitos de matéria pesada, nunca poderemos deslocar-nos à velocidade da Luz, velocidade aliás insuficiente para atingir pontos distantes no Universo! Assim, a Terra, como apareceu com o Sistema Solar, há cerca de 5 mil milhões de anos, assim desaparecerá quando esse Sistema deixar de existir, presume-se que daqui a outros 5 mil milhões. E com ela, toda a vida desaparecerá para sempre. E será como se nunca tivesse existido, integrando-se o que restar da Terra num ciclo completamente novo. Aliás, a Terra nada representa para o Universo, limitando-se a ser um pontinho azul perdido na ponta da espiral de uma dos milhares de milhões de galáxias que nele pululam, a Galáxia Via Láctea.

Enfim, e como apontamento filosófico-existencial, cada um de nós nada representa nem para a Terra nem para o Universo. Não tivéssemos existido e tudo se passaria de igual modo. Ou quase! Pior: tudo continuará a existir e a evoluir de igual modo, depois que nos formos. E… vamo-nos inexoravelmente e… para sempre!

RESTA-NOS, NO ENTANTO, O SORRISO, UM GRANDE SORRISO POR SERMOS CAPAZES DE PENSAR TUDO ISTO E DELEITAR-NOS COM TÃO ESTRANHA BELEZA, COM TÃO INSONDÁVEIS MISTÉRIOS!

sábado, 27 de setembro de 2025

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 432/?

 

À procura da VERDADE no APOCALIPSE 

 Capítulo 2

    Difícil é escolher entre as inúmeras efabulações do Apocalipse que mereciam a nossa atenção. Melhor mesmo seria nada dizer e… ler. O texto é - não sei se diabolicamente, se divinamente - belo!… Debrucemo-nos, no entanto, sobre alguns significativos excertos.

    Mas, encaminhando-nos para o fim desta análise crítica da Bíblia, só nos resta perguntar, repetindo-nos: “Como é possível um Deus - DEUS! - limitar-se ou limitar a sua actuação a uma pequeníssima Terra com uns milhares de milhões de seres que, por acaso, até pensam?… Que é feito dos outros mais que prováveis seres existentes por esse imensíssimo Universo? Ou esses inúmeros Universos? Como tomarão parte no dito e apregoado Reino de Deus?”

    O mistério é mais uma vez a única resposta…

– Visões… muitas visões! Tudo visões! E vozes… Vozes de anjos, de anciãos, de mártires, do Cordeiro que tem um trono e do… Diabo - que também tem um!…

   “Ouvi uma voz forte como trombeta… Vi sete… Tive uma visão… Havia no Céu um trono. Aquele que estava sentado parecia uma pedra de jaspe e cornalina; um arco-íris envolvia o trono com reflexos de esmeralda. Ao redor desse trono, havia outros vinte e quatro; e neles, vinte e quatro Anciãos estavam sentados, todos eles vestidos de branco e com uma coroa de ouro na cabeça. Do trono, saíam relâmpagos, vozes e trovões. Diante do trono, estavam acesas sete lâmpadas de fogo que são os sete Espíritos de Deus. Na frente do trono, havia como que um mar de vidro, como cristal. No meio do trono e ao redor, estavam quatro Seres vivos, cheios de olhos pela frente e por detrás. O primeiro ser vivo parece um leão; o segundo parece um touro; o terceiro tem rosto de homem; o quarto parece uma águia em pleno voo. Cada um dos quatro Seres vivos tem seis asas e são cheios de olhos ao redor e por dentro. Dia e noite, sem parar, eles proclamam: «Santo! Santo! Santo! Senhor Deus todo-poderoso! Aquele que é, que era e que há-de vir!» Os Seres vivos dão glória, honra e acção de graças ao que está sentado no trono e que vive para sempre. E todas as vezes que os Seres vivos fazem isso, os vinte e quatro Anciãos ajoelham-se diante daquele que está sentado no trono, para adorar Aquele que vive para sempre.” (Ap 4,2-10)

– Ó meu Deus, que teria passado pela mente do velho João para fantasiar tal cenário dantesco? O que é certo é que - aceitando todas as simbologias que se queiram – não fugimos à certeza de ser um cenário criado da Terra para o Céu e não do Céu para a Terra…

    Depois, se os Seres vivos não param de proclamar «Santo! Santo! Santo!» e todas as vezes que o fazem, os Anciãos se ajoelham, então estes anciãos muita ginástica hão-de fazer, num contínuo ajoelha-levanta, ajoelha-levanta!…

    Lamentamos dizer que dá vontade de rir ou… de sorrir. O “palco” assim encenado só poderia ser para teatro e teatro de comédia…

quarta-feira, 17 de setembro de 2025

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 431/?

 

À procura da VERDADE no APOCALIPSE 

 Capítulo 1

 – Talvez para toda a Bíblia, mas especialmente para o Apocalipse, poderíamos dizer que tantas vezes se diz existir uma coisa, ser ou pessoa, que essa coisa, ser ou pessoa passam a existir, senão no real, pelo menos no imaginário das pessoas, tendo os mesmos efeitos de como se realmente existissem… Assim, para os crentes, a existência do Deus da Bíblia. Assim, Jesus Cristo, como Filho de Deus e como Messias… Assim O Pai de Jesus Cristo… Assim o Céu… o inferno… a vida eterna… o Diabo!

    Aqui, no Apocalipse, o cenário é… sublime! Produto de uma prodigiosa imaginação… E, com tanta imaginação, ficamos literalmente sem saber se há algo de real em toda a cena, se tudo é simbólico, se não é uma efabulação fantástica do velho João, imitando o A. T., na sua invenção de um Javé-Deus, com um trono de safiras, servido por miríades de anjos, querubins e serafins…

    Bem se esforçam comentadores e exegetas por dar sentido a toda esta efabulação, dizendo tratar-se de artifício utilizado por João, devido às condições de perseguição em que os cristãos se encontravam, por parte de Roma e dos seus imperadores sanguinários.

    Louvamos o esforço! Às vezes, até parece conseguido. Outras, bem parece não passar de… esforço, havendo afirmações que, embora categóricas, não nos incutem qualquer confiança! Mas a mistificação das realidades é tanta!… A falta de clareza e de certezas tão aflitiva!… Pois, quem poderá realmente dizer o que é simbólico e o que é real, no meio de tanta fantasmagoria?

    Assim, somos forçados a perguntar novamente: “Que Deus é este que nos é apresentado como querendo salvar-nos mas que nos dá a beber e a comer o veneno da dúvida e, consequentemente, da morte?” E a quem disser que estamos blasfemando, desafiamos, mais uma vez, a que nos dê certezas de que uma vida eterna existe, de que um qualquer Céu existe! Dêem-nos estas certezas e festejaremos tal dia, noite e dia, até ser dia, até sermos mortos para esta vida terrena que, então, sim, nada nos interessará, pois melhor mesmo é ir para a eterna e o mais brevemente possível!… Que bom que seria! Mas… infelizmente… não acreditamos que haja alguém que nos retire de tal angústia!

    Só mesmo Deus! Só Deus!… Mas… Deus – melhor, o Deus da Bíblia – é exactamente o “culpado” de toda esta nossa perplexidade. Então…, então, não sabemos se conseguimos acreditar...

quarta-feira, 25 de junho de 2025

Do Fantástico ao Fantástico e dramático, ao Trágico

 O Destino e a saga de qualquer SER VIVO

  Nascer, viver e morrer são os três "momentos" em que um ser vivo, queira ou não, se vê envolvido. E tudo no Tempo! E, pelo que nos é dado saber, apenas no Planeta Terra, onde a VIDA apareceu – ninguém ainda sabe como nem exactamente o que é! – há cerca de 3.5 mil milhões de anos.

    Nascer é realmente fantástico: do nada ou, se quisermos, de um impulso vital entre dois seres já existentes – seja lá isso o que for! – unem-se células masculinas e femininas para gerar um novo ser. Com uma energia, uma força de viver que rapidamente ganha autonomia, mesmo dentro do corpo da mãe, não se coibindo de lhe gastar estrutura óssea ou molecular para se alimentar, formar, crescer e… vir ao mundo para ver o Sol brilhar… Um milagre! Não como os das religiões – todos falsos, todos inventados com propósitos vários – mas milagre real a dar sentido ao mistério que é a própria VIDA.

    Depois, a Vida é tantas vezes fantástica e há tantas coisas fantásticas na Vida que não sabemos por onde começar a enumerá-las. Talvez a mais importante, por ser a mais comum a todos, seja o próprio impulso que leva o ser a multiplicar-se para que a espécie não se extinga. E isso envolve paixão física, paixão emocional, paixão sentimental em que o físico e o psíquico (no caso do Homem e talvez da maior parte dos primatas) se misturam num sentimento chamado AMOR, embora muitas vezes não passe de uma atracção física irresistível.

     Isto no Reino animal. No vegetal, a falta de órgãos sensoriais sanguíneos gera toda uma outra dinâmica não menos bela não menos fantástica de pólens que se cruzam, de sementes que voam, de carbono que é absorvido e oxigénio que é libertado e que é vital para a respiração do mundo animal, de seivas que circulam e alimentam o ser. Mas lá está, no seu ADN, o misterioso impulso vital para que a espécie não se extinga!

    E, quanto a nós, é fantástico tudo o que deleita os nossos sentidos, tudo o que nos enche a alma, tudo o que nos faz sorrir, sonhar, amar…: a luz, as cores, as flores, a panóplia infinita de espécies vivas (que também se multiplicam, tendo lá os seus “amores” e as suas “paixões”…), a matéria e a energia que se manifestam em toda a realidade que nos envolve e nos propicia a mesma vida. Não houvera Sol, nem água e não existiria VIDA. Pelo menos, como a conhecemos. Enfim, o imenso prazer de pensar o fantástico e misterioso Universo onde este pequeníssimo astro que dá pelo nome de Terra, envolto em estrelas, teve um dia vida e um dia a perderá...

    O outro lado, o lado menos bom, o lado por vezes tenebroso da vida, existe mas não vale a pena ocupar-nos dele. Engloba toda a dor, todo o sofrimento, todo o desespero do corpo e da alma, vivido em tantos momentos que gostaríamos que não acontecessem. Mas, como inevitavelmente acontecem devido à nossa finitude, à nossa fraqueza, à nossa muitas vezes tão pouca inteligência no decidir a melhor opção perante situações ou – mais dramático! – devido ao azar que nos bate à porta, o melhor é tentar sorrir-lhe, ignorando-o como o mau da fita que é.

    Finalmente, temos o Trágico. O Inevitável! O inexorável fim! E como é inevitável e inexorável, melhor mesmo é também ignorá-lo, simplesmente, para nos focarmos em aproveitar ao máximo o tempo que nos resta de Vida – seja qual for a idade! – esta aventura única e irrepetível para cada ser que vem à vida. E brindemos a cada nascer de dia! E festejemos todos os dias! E riamos! E deliciemo-nos com todo o Belo que nos invade os sentidos! E… amemos, cantemos, dancemos, dando festa à nossa alma e ao nosso corpo para que resista o mais possível e o mais tempo possível, tentando ir para além do inexorável Fim.

    E também não vale a pena concluir nem dizer o que será o tenebroso DEPOIS! Os ignorantes dizem conhecê-lo e falam em eternidade; os sábios dizem que nada sabem a não ser que não há eternidade nenhuma para o que pertence ao Tempo... 

     Então, lancemos apenas um grande, um enorme, um fantástico, um imenso grito que ecoe para lá do Universo: VIVA A VIDA, CARAMBA!... Enquanto há VIDA!

quarta-feira, 18 de junho de 2025

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 430/?

 

 À procura da Verdade nas Cartas

 1ª Carta de S. JOÃO – 2/2

 – “Esta é a promessa que Ele nos fez: a Vida Eterna!” (1Jo 2,25)

– Promessa! Se pudéssemos ter a certeza de que era promessa divina!… Que revolta, meu Deus! Que revolta por não serdes capaz de Vos manifestardes de forma a nos deixares com certezas!… Dá vontade de blasfemar contra Vós. Mas também não vale a pena, pois os Vossos ouvidos não ouvem nem blasfêmias nem louvores simplesmente porque Vós – como os Homens Vos criaram – Vós simplesmente não existis, nem o Vosso Céu nem a Vossa Vida Eterna. Por isso…

–“Sabemos que quando Jesus Se manifestar, seremos semelhantes a Ele, porque O veremos como Ele é.” (1Jo 3,2)

– Perceberam? - Não! Realmente ser semelhante a alguém por vermos como ele é, mesmo que esse alguém seja Jesus, não se percebe mesmo… Nem nos interessam “sábias” interpretações de exegetas estudiosos… pois não passam de… interpretações mais ou menos facciosas e mirabolantes que valem o que valem, i.é, NADA!

–“Os que praticam a justiça, isto é, amam o seu irmão, são filhos de Deus; os outros são filhos do Diabo. (…) Amar a Deus significa observar os seus mandamentos. (1Jo 3,10; 5,3

– Nada de novo!… De qualquer modo, atribuir ao Diabo o mal que os Homens fazem uns aos outros é, no mínimo, descartar as culpas. Os Homens fazem mal aos outros porque ou são egoístas, ou invejosos, ou perversos ou… maus mesmo! E é só! O Diabo também não existe. Se os Homens criaram os deuses das religiões à sua imagem e semelhança, de igual modo criaram o Diabo, o senhor do Mal… “Lindo”!

– “Deus deu-nos a Vida eterna e esta Vida está em seu Filho. Quem tem o Filho tem a Vida; quem não tem o Filho de Deus, não tem a Vida.” (1Jo 5,11-12)

– Embora todo o entendimento seja possível, estas afirmações valem… ZERO. É um simples falar sem conteúdo, sem nexo, sem qualquer base de sustentabilidade. Mais lhe valera estar calado. Aliás, porque fala do que não sabe, mas apenas fantasia? Ao menos que tivesse a hombridade de dizer: A mim parece-me que… Ou: Eu imagino ou penso que… E não faria figura ridícula de “convencido”!

–“Nós sabemos que somos de Deus ao passo que o mundo inteiro está sob o poder do Maligno.” (1Jo 5,19)

– Não estarás exagerando, caro João? És mesmo ridículo – desculpa o desabafo. Quando dizes “Nós”, a quem te referes? Depois, “o mundo inteiro ser do Diabo” é tão deprimente que deixas o teu Deus em muitos maus lençóis: não enviou Ele o seu Filho para salvar o Mundo? Então, em que ficamos? Que fracasso é este do teu Deus?

    E com este exagero, nos despedimos… deixando de lado a segunda e terceira Cartas de João, por serem repetições desta primeira, deixando também a Carta de S. Judas, que não esquece as tristemente célebres Sodoma e Gomorra, indo, assim, directamente, ao… Apocalipse!

domingo, 15 de junho de 2025

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 429/?

 

 À procura da Verdade nas Cartas – 429/?

 1ª Carta de S.JOÃO – 1/2

 – Mais difícil ou tão difícil de entender, como Paulo, é João: “É esta a mensagem que ouvimos de Deus e que agora vos comunicamos: «Deus é luz e nele não há trevas.»” (1Jo 1,5)

– Perceberam? - Nós, não! Ou é tão óbvio que nem merece comentário: se é luz não é trevas!... E depois, aquela certeza de que é Deus que lhe está a revelar tal frase que não se entende é tão, tão… difícil de acreditar!… Pois para que quer Deus confundir quem dizem que quer salvar? Seria fazer estúpido Deus!…

– “Jesus Cristo é a vítima de expiação pelos nossos pecados; e não só pelos nossos, mas também pelos pecados do mundo inteiro. (…) Os vossos pecados foram perdoados pelo poder do Nome de Jesus. (…) Vós vencestes o Maligno. Não ameis o mundo (…) pois tudo o que há no mundo - baixos apetites, olhos insaciáveis, ganância das riquezas - são coisas que não vêm do Pai mas do mundo.” (1Jo 2,2-16)

– Repete Paulo, também sem nos convencer… E volta a mencionar o Diabo, sem qualquer prova de que exista. Afirma simplesmente. Fácil, não é?!…

    E… o mundo! Também do agrado de Jesus Cristo: “Eu venci o mundo… O meu Reino não é deste mundo…” Mas… o mundo não somos todos nós com as nossas virtudes, os nossos defeitos, os nossos desejos e a nossa alma que os controla? Ou o mundo são os nossos baixos apetites que nos levam aos ditos nossos “pecados”, a nossa consciência do mal, o… Maligno?

    Tudo bem! Problema é saber o que afinal nós somos… Só a metade que não é corpo de apetites, nem alma de desejos, nem sentimentos de ambições? Afinal, quem somos nós em ordem à salvação eterna pregada por estes ditos iluminados de Deus? Melhor: que credibilidade merecem estes pregadores de uma vida eterna fantasiada e nunca provada como existente?

– “Já chegou a última hora. Vede quantos anticristos já vieram! Daí reconhecemos que a última hora já chegou.” (1Jo 2,18

– Também João!… Depois de Paulo, Pedro e o próprio Jesus Cristo. E, afinal, a última hora não chegou! Também pediríamos a João que viesse cá abaixo, lá do lugar onde certamente se encontra nos etéreos Céus, para nos dizer se afinal enganou ou não os seus fiéis. Mas… como nem Deus parece ser capaz de fazer tal milagre… quanto mais João, mísero ser humano, como todos nós…

    E deveríamos ser, de uma vez por todas, intelectualmente honestos: Se os ditos que estão no Céu não conseguem vir cá à Terra e mostrarem-se aos humanos como existentes, como querem que os humanos acreditem que eles ainda existem e estão nesses Céus? Como?

Enfim, nós que escrevemos e que analisamos criticamente estes textos ditos inspirados por Deus, tentamos ser intelectualmente honestos. Parece-nos que todos os outros - crentes e pregadores destas inacreditáveis crenças - é que o não são!

sábado, 31 de maio de 2025

Os gritos da Terra para salvar a espécie humana

 A sensação que temos é que o Homem atual não quer saber...

A Terra "queixa-se" sobretudo de todas as formas de poluição que a impedem de oferecer às espécies vivas que a povoam o melhor dos mundos.

Se a Terra é vítima dos caprichos do seu "senhor", o Sol, Sol que, de vez em quando se "lembra" de lançar ventos solares por esse céu fora, atingindo quem está à sua volta, os planetas que aí giram, havendo neles forçosamente alterações climáticas - alterações que se têm sucedido com intervalos de milénios, donde, por exemplo, as épocas glaciares - aconteceu-lhe,  dentro da saga da VIDA que nela brotou há cerca de 3.5 mil milhões de anos, ter aparecido uma espécie, os hominídeos que, dotados de inteligência e emoções, não consegue que aquela domine estas, levando a que toda a governação se mova por emoções e não pela razão/inteligência.

Pior: o Homem põe a sua inteligência ao serviço das emoções em todos os aspectos da vida, quer privada, quer social, quer em si próprio, na família, no país, no mundo.

Resultado: uma mistura de sucessos e retrocessos, de avanços e recuos, de descobertas e fracassos, de criação de paraísos e de infernos. Talvez, olhando a sua curtíssima História de cerca de 6 milhões de anos, muito mais de infernos do que paraísos.

Neste momento, tornou-se espécie infestante, multiplicando-se desreguladamente, ocupando, sem qualquer preocupação que não seja o seu bem-estar e prazer, o habitat de milhões de outras espécies que fazem parte da VIDA. E não se apercebe de que, destruindo o habitat das outras espécies, destrói o seu próprio habitat, acabando por se extinguir. É que a Terra, neste momento, já não tem recursos para alimentar e suportar tanto hominídeo. Mais de 8 mil milhões!...

A Terra "sorri" perante tamanha estupidez de alguém que se arvora de inteligente. Aliás, faça o Homem o que fizer, inverta ou não a armadilha em que voluntariamente está caindo, tudo leva a crer que a Terra continuará impávida e serena a girar à volta do Sol por mais os 4.5 mil milhões de anos que ainda tem de existência, e, se este tipo de VIDA como o conhecemos se extinguir, seja por que motivo for, outro brotará, talvez com espécies humanas muito mais inteligentes e equilibradas do que a actual se revela.

A quem se debruça sobre estes temas, causa tanta pena olhar o mundo e ver tanta desgraça que nele se passa, tudo ou quase tudo por causa do Homem que insiste em criar infernos para os seus semelhantes, logo que tenha o poder para o fazer! Que pena! Que pena que esses mesmos senhores do poder não sintam, não se apercebam que são meras centelhas de vida que passam pela Terra e logo ali se apagarão - e para sempre! - levando tal percepção a usarem todo o seu poder para construir o Paraíso possível para todos os humanos na Terra! 

Que pena!

Talvez um dia!

quinta-feira, 22 de maio de 2025

A realidade que percepcionamos

 O que o nosso cérebro consegue alcançar

     Embora as nossas capacidades intelectuais sejam muito limitadas, mesmo com os milhares de milhões de neurónios em actividade, podemos “olhar” para a realidade em que nos movemos - a realidade que percepcionamos através dos nossos sentidos - e fazer alguns raciocínios lógico-dedutivos. Isto, quer partamos do átomo para o Universo, quer invertamos a situação e formos do macro para o micro.

    Do muito pouco que já conhecemos da Terra e, sobretudo, do Universo visível, podemos afirmar, embora sem qualquer suporte científico, que:

1 – O Espaço é eterno e infinito

2 – Este Universo visível – embora na sua grandíssimaa parte invisível já que feito de matéria escura, 95% – será apenas um “peão de matéria e energia” no Espaço Infinito, desconhecendo nós totalmente quantos universos povoam esse mesmo Espaço onde todo o existente se situa e evolui. Atentemos por momentos na colossal grandeza deste Universo: os milhares de milhões de estrelas, os milhares de milhões de galáxias e todos os astros que já conseguimos “ver” no CÉU, representam apenas 5%. É de fazer perder a cabeça a qualquer cientista…

3 – Tudo o que é matéria-energia será eterno, embora não infinito, porque tem princípio e fim nalgum lugar desse Espaço, qualquer que seja a sua forma ou conteúdo ou grandeza.

4 – Como se constata que NADA está parado e que tudo está em transformação, deduz-se facilmente que o movimento é próprio da matéria-energia, presumindo-se que seja eterno como eterna é a mesma matéria-energia, não tendo começado porque sempre existiu.

5 – O Tempo é uma categoria inerente ao próprio movimento da mutação contínua em que se encontra a matéria-energia: há tempo porque as transformações começam e acabam, criando a todo o momento novas formas, mesmo que sejam apenas diferentes do segundo anterior, em micropartículas.

Escolhamos o Homem como exemplo: é concebido, nasce, cresce, vive e morre. Neste preciso momento, eu sou A e no momento seguinte já serei B, sejam embora imperceptíveis as mudanças alteradas. Mas sempre caminhando de um ponto X (concepção e nascimento) para um ponto Y (fim e morte), retornando, então, aos átomos e moléculas primitivos ou iniciais, átomos e moléculas que irão integrar um novo ser, seja animado ou inanimado.

    De qualquer objecto ou ser perceptível aos nossos sentidos se poderá dizer o mesmo: sempre em movimento, sempre em transformação, indo de um ponto para outro. E a isso chamamos o “seu tempo”. E isto, do átomo às estrelas – que também têm o seu tempo, pois começam e acabam – a este Universo visível e de que viemos a fazer parte, vindo à VIDA, aos incontáveis Universos que povoarão o Espaço Infinito, constituídos de uma matéria-energia eterna mas que, desde sempre e para sempre, estará em perpétuo movimento ou transformação.

    O que Lavoisier dizia em relação aos elementos da Terra: “Nada se perde, nada se cria, tudo se transforma”, dir-se-á com igual propriedade a tudo o existente por esse Espaço que é Infinito (não tem princípio nem fim) e eterno (existiu desde sempre e existirá para sempre)

    Esta a nossa visão da REALIDADE de que fazemos parte, nós que somos apenas uma faísca de luz que apareceu no Tempo e que irá desaparecer sem deixar qualquer rasto neste querido, fantástico, misterioso Universo que nos deu VIDA, quando o “nosso tempo” se acabar… 

Para sempre! For ever! Ad aeternum!

sexta-feira, 16 de maio de 2025

O Conclave-Show ou a eleição de um Papa

 O Espírito Santo e o seu papel no Conclave

     Morre um papa, pois, como diz o povo, “À morte ninguém escapa, nem o rei nem o papa!”. E todo o mundo espera pelo fumo branco saído da Capela Sistina onde estão reunidos os cardeais elegíveis para que um deles seja eleito pelos seus pares, o sucessor do falecido.

    Tudo normal se não houvesse uma anormalidade intelectualmente intolerável: A Igreja católica quer fazer crêr ao mundo dos crentes, neste caso, os católicos – os outros cristãos (ortodoxos e protestantes e suas seitas) têm lá os seus papas que são eleitos muito mais discretamente – que não são propriamente os cardeais que elegem o sucessor do falecido mas o Espírito Santo, através deles, esta Terceira Pessoa da Divindade que já iluminara os Apóstolos quando, depois da morte de Jesus, estavam reunidos no Cenáculo em Jerusalém, discutindo o que iriam fazer a seguir, já não tendo o mestre a guiá-los.

    Ora, tal “imposição de Fé” é “interessante” por várias razões:

1 – Até ao séc. XIII, os papas da Igreja católica eram eleitos mais ou menos como os políticos de hoje. Havia candidatos e o povo ou os nobres de Roma escolhiam este ou aquele. Como esta situação gerava muitos problemas – mas foram precisos mais de mil anos, para se constatar o facto!!! – a partir do séc. XIII, com o papa Gregório X, organizou-se um colégio de cardeais que mais não eram do que bispos eleitores, para o efeito.

2 – Portanto, o Espírito Santo inspirador da escolha do novo papa só a partir daquela época começou a actuar e a influenciar essa escolha. Pode dizer-se – com alguma ironia, claro! – que Deus levou mais de mil anos para se decidir enviar o seu Espírito inspirador nestas importantes ocasiões. Embora se diga que para Deus, mil anos é como o dia de ontem que já passou, aos olhos dos humanos para quem Ele “trabalha”, é realmente muito e descredibiliza-Se completamente no seio da Sua Igreja.

3 – Ora, o que realmente se passou neste Conclave de Maio de 2025 foi: os cardeais não se conheceriam uns aos outros, na sua maioria. E, antes de serem enclausurados na Capela Sistina para lá votarem secretamente no seu preferido, andaram uns com os outros durante cerca de dez dias, exactamente para se conhecerem, trocarem impressões sobre, obviamente, quem gostariam de ver como papa, etc., etc., pois era para isso que eles ali estavam e tinham vindo de todo o mundo.

4 – Chegados à Capela Sistina, cada um sabia, com elevado grau de probabilidade, em quem votar e quem tinha mais possibilidades de reunir consenso. E não foi preciso nenhum Espírito Santo, podendo nós afirmar – ironicamente, está claro – que Deus pôde descansar e não se preocupar com enviar o seu Espírito para dentro da Capela para inspirar a votação…

5 – Enfim, caros leitores e analistas críticos destas “histórias” dos pregadores das religiões, neste caso a católica, a VERDADE é que não há Espírito Santo nenhum, nem aquela bizarra invenção medieval da Santíssima Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo, sendo um só Deus Uno e Trino ao mesmo tempo, tendo cada uma dessas pessoas a sua função específica. Um absurdo e uma invenção maquiavélica que obrigou os teólogos exegetas às mais extravagantes explicações sobre a unidade na Trindade.

    Mas, mais uma vez, Habemus papam!”. E o fumo branco – tradição que tem pouco mais de um século – saiu glorioso pela chaminé montada temporariamente na Capela Sistina, fazendo ecoar pela Praça de S. Pedro um grito de alegria saído do coração dos milhares de fiéis/crentes que ali se acumularam durante dias à espera da Boa Nova!

    E… viva o Papa!

domingo, 11 de maio de 2025

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 427/?

 

 À procura da Verdade nas Cartas – 428/?

 2ª Carta de S. PEDRO 2/2

 – E terminamos com esta “deliciosa” referência de Pedro a Paulo: “É verdade que há nas suas cartas alguns pontos difíceis de entender que os ignorantes e vacilantes distorcem como fazem com as outras Escrituras, para a sua própria perdição.” (2Pd 3,16)

– Não! Desculpa, Pedro, - e oxalá que realmente te encontres no lugar para onde acreditaste que irias após esta vida que é efémera para todo o ser vivo… Oxalá, porque mereces pela rectidão do teu pensar, assim o cremos…

… Só é pena que - como já dissemos a Paulo - não venhas cá dizer-no-lo para que, vendo, acreditemos pois somos muito mais como Tomé do que como todos os outros crentes que acreditam no que lhes é pregado sem quaisquer provas dessa pregação!…

   Depois, não somos assim tão ignorantes, nem tão vacilantes… Nem estamos aqui a distorcer nem as Escrituras do A.T., nem as de Paulo, nem as tuas. Estamos aqui, simplesmente - como já o confessámos a Jesus Cristo e como o confessamos continuamente a Deus! - estamos aqui à procura da VERDADE. E se tu possuíste a Verdade, de certeza que não foste capaz de no-la revelar para que pudéssemos crer sem hesitações… Mas de tal incapacidade já nos queixámos a Jesus Cristo e Ele também nada nos disse. Melhor e mais justo e correcto: Ele também não conseguiu dizer-nos nada com provas. Nem do seu Pai, nem do seu Céu e seus anjos, nem do Inferno e o seu Diabo…, nem da sua vida eterna. Por isso… estás desculpado! Adeus e até ao… Céu!

    Enfim, a incapacidade de entender Paulo não está em nós mas no próprio Paulo que não teve pejo de afirmar o que não sabia, mas aquilo que lhe convinha dizer/afirmar para defender a tese de que o judeu Jesus, a quem vocês chamaram de Cristo, era/foi realmente Filho de Deus. Como já o provámos, ao longo destas quase 500 páginas, tal afirmação é totalmente falsa por totalmente infundada e improvada e física e metafisicamente inconsistente.

   E oxalá que o “Adeus e até ao Céu!” seja para nós que aqui falamos com Pedro mas também para todos os Homens antes e depois de Cristo, de todos os credos e religiões e mesmo os sem credo nenhum e todos os seres pensantes do Universo. Neste ou noutro qualquer tempo, se é que este ou qualquer outro tempo não são apenas momentos da… ETERNIDADE!

   

sexta-feira, 2 de maio de 2025

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 427/?

 

 À procura da Verdade nas Cartas – 427/?

2ª Carta de S. PEDRO 1/2

 – “Sabei que nenhuma profecia da Escritura provém de interpretação particular, pois a profecia jamais veio por vontade humana. Impelidos pelo Espírito Santo, os Homens falaram como porta-vozes de Deus.”(2Pd 1,20-21)

– Diz-se em comentário: “Os profetas do Antigo Testamento, que anunciavam a glória do Messias, não se fundamentavam numa visão pessoal e subjectiva; o seu testemunho era expressão do que Deus queria comunicar aos Homens através do Espírito. A Bíblia inteira é inspirada pelo Espírito Santo, o qual não ditou os livros ou fez revelação particular aos seus autores. Estes apenas escreveram movidos pelo Espírito e fizeram-no com o seu estilo próprio e conforme a cultura do seu tempo. Tinham consciência de expressar a fé genuína do seu povo, mas não necessariamente se davam conta de que estivessem a obedecer ao Espírito Santo.” (ibidem)

– E nós perguntamos: Que credibilidade merecem tais afirmações quer de Pedro quer do exegeta? Onde as provas?… É tão fácil afirmar sem nada ter de provar!…

    Aliás, se dissermos exactamente o contrário, como nada temos de provar, não merecerá tal contrário a mesma credibilidade? Assim, fica-se logo no domínio da Fé. E acredita quem quiser. Mas… se toda a Bíblia é inspirada pelo Espírito Santo, que resposta nos dá Ele a todas as críticas que fizemos ao longo destes 426 textos de análise crítica dessa mesma Bíblia? Nenhuma! E há tanto de sanguinário e de partidário ao longo da Bíblia que não sabemos onde está a santidade de um tal Espírito.

– “Cada um é escravo daquele que o vence.” (2Pd 2,19)

– A frase é bonita e… real! Se for o vício o vencedor é pena… Mas se for o amor… Claro que, humanamente, é inaceitável que se seja escravo seja do que for. A liberdade é um dom inalienável. Embora todo o Homem, ao exercê-la, se tenha de lembrar da máxima: “A minha liberdade acaba onde a tua começa.”

– “Deus usa de paciência para convosco porque não quer que ninguém se perca, mas que todos cheguem a converter-se. O dia do Senhor chegará como um ladrão e então os céus dissolver-se-ão com estrondo…” (2Pd 3,9-10)

– Que Deus não queira que ninguém se perca é de elementar justiça! No entanto, deixou-nos cheios de dúvidas quanto ao Céu, à vida eterna, ao meio de lá chegar, ao próprio Jesus Cristo, sobre Ele mesmo! Então, que Deus é este que, querendo salvar-nos, nos condena à dúvida perene ou – pior! – a termos uma Fé sem lógica nem humana nem divina? De certeza que não é DEUS, o DEUS VERDADEIRO. Este é o Deus inventado pelos Homens, um Deus que, aliás, já vem da Bíblia e que pouco ou nada tem de divino.

    E não são virtuais aquela paciência e aquele querer de… Deus? Pedro e o Espírito que o inspirava enganaram-se quanto à dissolução dos céus. Não houve nem haverá nenhuma dissolução. É elementar conhecimento astrofísico.

 Assim é a Fé dos Homens, seja ela qual for… Um pouco como se um humano dissesse a outro humano faminto:

“Toma lá esta imagem de pão e come-o em imaginação e ficarás saciado!”…

   

segunda-feira, 28 de abril de 2025

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 426/?

 

 À procura da Verdade nas Cartas – 426/?

 1ª Carta de S. PEDRO – 2/2

 – “Felizes de vós quando fordes insultados por causa do nome de Cristo.” (1Pd 4,14)

– O Mestre Jesus já havia dito o mesmo. Nós não concordamos nem com um nem com outro. Insultar, claro, que não vale a pena; mas questionar e pôr em causa afirmações como muitas do judeu Jesus a quem chamaram de Cristo, faz todo o sentido, pois nas suas afirmações joga-se o Além da Vida e a sua veracidade ou falsidade.

– “Os que sofrem de acordo com o projecto de Deus…” (1Pd 4,19)

– O que será isso de “sofrer segundo o projecto de Deus”? Que Deus é este - já tantas vezes o perguntámos! - que Deus é este que baseia o Céu para o Homem no sofrimento num vida efémera terrena? Como duvidamos de tal “interpretação” de Pedro, Paulo ou do próprio Jesus Cristo, cuja morte e morte de cruz nunca entendemos/aceitámos como vinda de Deus! Como somos levados a pensar - e diria com total razão, sem qualquer sentimento de arrogância mas com toda a humildade de quem procura ansiosamente a VERDADE - como somos levados a pensar que todas as interpretações religiosas do sofrimento humano não passam de paliativos para que o sofrimento seja o menos insuportável possível para quem dele é vítima!

    Aliás… vejamos a incongruência e até o caricato da questão, posta de um ponto de vista religioso: se o sofrimento tem assim tanto valor em ordem a alcançar a vida eterna, porque não nos “devotamos” ao sofrimento e o maior possível - flagelação e morte de cruz, seria óptima opção!… - para o mais rapidamente possível alcançarmos a plenitude e o Céu que nos é prometido em recompensa por tal sofrimento? Porquê? E é pergunta que fazemos a todos os Santos mas sobretudo a… Jesus Cristo!

    É! Jesus Cristo terá mesmo de vir de novo à Terra, explicar-nos tal nonsense, sob pena de, se o não fizer, não sabermos mais se mesmo nele poderemos ter alguma confiança!…

    Se é que alguma vez já a tivemos! Não o “subjugámos” com dezenas, centenas, milhares de perguntas ao longo da leitura dos “seus” Evangelhos? Acaso nos respondeu a alguma delas?… Então…

terça-feira, 22 de abril de 2025

FRANCISCO, O PAPA, MORREU! No dia de PÁSCOA de 2025!

 Irá ressuscitar, como acreditou na Ressurreição de Jesus Cristo?

Francisco, foi uma luz numa Igreja decadente, envolta em numerosos escândalos de sexo e de dinheiros do Banco do Vaticano, com lucrativos negócios, diz-se, em drogas e armas.

Além de pôr alguma ordem na estrutura hierárquica da Igreja, foi um paladino da paz, da fraternidade universal, do humor, do riso, da alegria de se ser cristão. E do que é ser cristão: tolerante, pacífico, pobre, fraterno, solidário.

Por isso, se dentro da Cúria criou inimigos, no mundo inteiro foi aplaudido por ter defendido e implementado aqueles valores. Excepto pelos senhores da guerra, pelos medíocres, pelos fanáticos, pelos ambiciosos sem medida, pelos que têm o DINHEIRO como o seu Deus e o seu valor de referência. Seja a que preço for.

E, infelizmente, são esses medíocres, fanáticos, ambiciosos sem limites que governam o mundo e o tornam num inferno quando deveriam ser neles os construtores de um Paraíso.

E era tão fácil! Bastava saber-se distribuir melhor a riqueza, cada um recebendo conforme as suas aptidões e trabalho; pôr-se toda a capacidade e saber humanos ao serviço da Ciência, da Paz e da Fraternidade universal; cuidar do Planeta Terra, a nossa casa, não o conspurcando nem o invadindo de seres humanos, controlando a natalidade, para dar lugar ao maior número de espécies vivas possível e, assim, a diversidade ser ainda mais bela e mais adoradora da VIDA!

Já todos sabem o quanto somos contra todo o tipo de religiões, pois pensamos, neste ponto, como Karl Marx: "A religião é o ópio do Povo." É que são alienadoras e pregadoras de falsidades e acreditar em falsidades não cremos que dignifique as pessoas. Embora, para muitas delas, a religião seja um lenitivo na dor, na falta de esperança, nas frustrações, nas desilusões, no cansaço de viver, não se pensando mais que a VIDA foi um dom gratuito que nos foi dado pela Natureza, por acaso, e que é/será dom único e irrepetível e só nos resta vivê-lo o melhor que pudermos, em harmonia connosco e com tudo e todos os que nos rodeiam e fazem parte da nossa Vida. 

Enfim, não podemos esquecer que muitas guerras foram e são motivadas por fanatismos religiosos, embora a ganância seja o seu motivo maior.

Mas, aqui, evocando Francisco, fazemos uma excepção. Não fosse a religião cristã, não teríamos um S. Francisco de Assis, nem este Papa Francisco que "apenas" deixou duas coisas importantes por fazer nesta velha e anquilosada Igreja, dominada por velhos e barrigudos - há quem diga cheios dos vícios da gula e outros afins... - cardeais que compõem a Cúria romana: 1 - Acabar com o celibato obrigatório dos padres; 2 - Permitir às mulheres o acesso ao Sacerdócio.

Com o primeiro acto, evitaria muitos escândalos de abusos sexuais; com o segundo, abandonaria definitivamente o machismo bíblico que, vindo do AT, se prolongou pelo NT, e se manteve, na sua matriz, até agora, embora com nuances de modernidade.

Quanto à Páscoa e à suposta Ressurreição do judeu Jesus a quem chamaram de Cristo e de Filho de Deus, já provámos aqui a sua impossibilidade, logo a sua total falsidade, com argumentação histórica sólida, no texto de 30 de Março de 2023. Sugere-se a sua nova leitura.

Mas... VIVA A FESTA! VIVA  PÁSCOA! É que estamos vivos, caramba!



segunda-feira, 14 de abril de 2025

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 425/?

 

 À procura da Verdade nas Cartas – 425/?

 1ª Carta de S. PEDRO – 1/2

 – É verdadeiramente estranho! Já não digo Paulo, mas os apóstolos que escrevem estas cartas, debitando muitíssimas vezes pensamentos ou mensagens de Jesus; é estranho que só raramente citem o Mestre para darem força a essas mesmas palavras… Que poderá significar tal atitude?

– “Essa herança está reservada no Céu para vós que, graças à fé, estais guardados pela força de Deus para a salvação que está prestes a revelar-se no final dos tempos.” (1Pd, 1,4-5)

– Novamente a ideia da vinda em breve de Jesus Cristo, confundindo-se com o final dos tempos… Já não sabemos o que pensar de tal ideia… Já agora, uma “perguntinha”: Se eles estavam escrevendo inspirados por Deus – como reza a Igreja – como é que Deus deixou passar tal falsidade, falsidade facilmente por nós comprovada? Depois, a herança reservada no Céu é só para os que têm fé. Ora como são muito poucos os que a têm, isso revela um tremendo fracasso de Deus em salvar a sua Criação! Obviamente inadmissível! Obviamente falsa a afirmação de Pedro!

– “Vós, servos, com todo o temor, submetei-vos aos vossos patrões (…) É louvável alguém suportar maus tratos, sofrendo injustamente por amor de Deus. Que mérito haveria em suportar com paciência, se fôsseis esbofeteados por terdes agido mal?” (1Pd 2,18-20)

– Faz-nos lembrar Jesus Cristo. “Amai os vossos inimigos. Se amardes os vossos amigos, que mérito tereis?” (Mt 5,46; Lc 6,27-35) Mas… aqui não se entende… Os servos sofrem e… calam?! Já não falando de que a condição de servos deveria ter sido condenada por Jesus e seus discípulos; mas aí, nem Ele nem eles chegaram, não sabemos se com receio de represálias, se para se integrarem no tempo. E voltamos a perguntar mais uma vez porquê fazer a apologia do sofrimento em nome de Deus, quando o sofrimento imposto pelos patrões aos seus servos deveria simplesmente apelar à revolta destes e não à sua submissão em nome de Deus e do Céu.

– “Vós, mulheres, submetei-vos aos vossos maridos:” (1Pd 3,1)

– Não “batamos” mais no machismo bíblico!… Embora sempre de reprovar em nome da Humanidade, em nome de Deus, o Deus de que estes escritores dizem ser intérpretes…

– “Não pagueis o mal com o mal nem o insulto com o insulto.” (1Pd 3,9)

– Bem poderia Pedro apelar aqui para a frase do Mestre: “Eu digo-vos: não vos vingueis de quem vos fez mal. Pelo contrário, se alguém vos bater na face direita oferecei-lhe também a esquerda!” (Mt 5,39)

E a sua mensagem ficaria bem mais valorizada… Mas aqui vai contra a tradição judaica do “Olho por olho, dente por dente”, tradição humanamente compreensível mas não muito louvável.

– “Terão de prestar contas Àquele que em breve há-de julgar os vivos e os mortos.” (…) O fim de todas as coisas está próximo.” (1Pd 4,5 e 7)

– Afirmações reais ou… simbólicas? Só perguntando a Pedro o que é que realmente pensaria… Para nós, é mais uma “acha” para a nossa confusão… Melhor: é mais uma vez a prova provada da não inspiração divina destes escritores que se enganaram redondamente. Aliás, apelando para a Ciência, bem sabemos que não há fim do mundo nenhum, antes que a Terra cumpra o seu desígnio de viver mais uns 4 a 5 mil milhões de anos, não sabendo nós o que irá acontecendo, neste tão vasto período de Tempo, às espécies vivas, à VIDA em geral, e à espécie humana em particular.

Aqui, todas as hipóteses são possíveis! É que, para já, apenas sabemos que a espécie humana, ramo da classe dos primatas, só apareceu há uns escassos 4 a 5 milhões de anos – foi ontem! – e terá todas as hipóteses de evoluir para formas absolutamente inexpectáveis!

sexta-feira, 4 de abril de 2025

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 424/?

 

 À procura da Verdade nas Cartas - 424/?

 Carta de S.TIAGO

– “Alegrai-vos por terdes de passar por todo o tipo de provações, pois bem sabeis que aprendeis a perseverar quando a vossa fé é posta à prova.” (Tg 1,2-3)

– Não será preferível perseverar sem provação? Quem nos poderá convencer de que o sofrimento é necessário para alcançar a vida eterna? Se custa trabalhar, se custa ter um filho, se custa levantar cedo, se custa suportar calores ou frios ou… indesejáveis companhias e incompreensões, não aceitamos tais sofrimentos só em função de um bem maior?

    Aqui, a vida eterna (no Céu, entenda-se!) seria o maior de todos os bens. Pena é que não tenhamos a certeza de que exista… Pior: temos a certeza de que não existe, simplesmente porque não cabe na categoria existencial a que os humanos pertencem: a VIDA!

    E o sofrimento que nos vem por acréscimo, morte de ente querido, acidente dramático, doenças que nos destroem? – Aí, as religiões têm intervindo com máximas de purificação, auto-domínio, expiação de culpas, outras que não as que originaram porventura tais situações… Ora, como não temos alternativa, melhor mesmo é pensar que tiramos algum partido para o Além da vida desse sofrimento, tornando-o, assim, mais suportável!

– “Não foi Deus que escolheu os que são pobres aos olhos do mundo, para os tornar ricos na fé e herdeiros do Reino que Ele prometeu àqueles que O amam? (…) Ai de vós, ricos! Tivestes na Terra uma vida de conforto e luxo; estais a ficar gordos para o dia da matança. (…) Irmãos, sede pacientes pois a vinda do Senhor está próxima.” (Tg 2,5; 5,1-8)

– Isto de dizer que foi Deus que escolheu os pobres é o elogio da pobreza ou o conforto para aqueles que não tendo nada de seu na Terra, herdarão o Reino dos Céus? Mas… para que condenar tanto os ricos? Não podem também eles amar o próximo e serem salvos? Ou todo o rico é-o por meios fraudulentos, roubando o seu próximo? – Se calhar!… Faz-nos obviamente lembrar o Jesus Cristo dizendo que é mais fácil um camelo entrar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino dos Céus… E como nunca poderíamos meter um camelo pelo fundo de uma agulha… Mas não podemos deixar passar a total falsidade do herdar o Reino dos Céus, sendo-se pobre e sofredor nesta vida… Não sabemos onde estes "santos" religiosos foram buscar tal macabra ideia. Pior: continuam ainda hoje a pregá-la por essas igrejas fora, baseando-se exactamente neste e noutros textos da Bíblia, Bíblia que dizem - falsamente, também! - ser "palavra de Deus".

– Novamente, a vinda do Senhor que está próxima… E, afinal, inda estamos à espera que venha… 

– Não digais: «Amanhã, vamos fazer isto ou aquilo.» não sabendo vós se estareis vivos amanhã. Dizei antes: «Se o Senhor quiser, faremos isto ou aquilo».” (Tg 4,13-15)

– É! De facto, “a vida é como a neblina que aparece por um instante e logo desaparece!…” (Tg 4,14)

– Então… “Até amanhã, se Deus quiser”!… Se bem que todos sabemos que Deus nada tem a ver com a nossa longevidade ou precocidade. Está tudo escrito não nas estrelas – que também elas têm os dias contados! – mas no todo-poderoso ADN que nos foi dado no acto da concepção. Tudo? – Não! Nós também dependemos da nossa atitude perante a VIDA: somos o que comemos, o exercício que fazemos, as amizades que alimentamos, o divertimento que causamos a nós e aos outros, o sorriso que conseguimos perante as adversidades, o optimismo que apregoamos. E… viveremos mais uns 10 ou 20 anos felizes e saudáveis até… cair para o lado, porque não fomos feitos para viver para sempre!

sexta-feira, 28 de março de 2025

Eutanásia, pelo amor de Deus! Ou... pelo respeito à VIDA!

 EUTANÁSIA, POR FAVOR!

Egoísmo? Masoquismo? Ignorância? Estupidez?

Talvez de  tudo um pouco, por parte de quem pode agir e não o faz.

 «Eutanásia, por favor! Não quero viver mais porque simplesmente eu já deixei de ser EU! E, como tenho mesmo de partir, porque esperar que a degradação me deixe sem qualquer dignidade?» - Este é o grito angustiado de muitos doentes terminais que ainda conseguem raciocinar. Os que já não conseguem tal feito, deveriam ser ajudados por quem pode/deve decidir por eles.

Os exemplos multiplicam-se a um ritmo anormal, perfeitamente explicável com o acelerado envelhecimento da população e os avanços da Medicina que pode manter vivos, por anos, pessoas que já não vivem mas vegetam, como pedaço de matéria ainda e apenas com forma de corpo humano.

Também um morto, nas suas primeiras horas de morto, fica com a sua forma por mais algum tempo, seja homem ou qualquer outro ser vivo; não por muito tempo, que a degradação não espera: tem pressa de dar lugar a outro e que este se transforme em átomos e moléculas que irão participar na formação de um novo corpo, corpo que servirá de suporte a outro espírito, seja de animal, seja de planta.

Aliás, deveria ser proibido ocupar um lugar de vivo quando já não se está vivo pelos próprios meios do corpo que se teve, mas apenas por meio de “moletas” médicas.

Pior, se acamado, completamente dependente no seu corpo, na sua dignidade para as mais elementares funções, como a higiene pessoal, o alimentar-se, o pensar…

E, aqui, a uns já falta o discernimento, o raciocínio, o falar, o entender; a outros, as funções do corpo: andar, pegar em coisas necessárias ao dia-a-dia, tratar de si; a outros ainda, as duas ao mesmo tempo. Normalmente, tudo acompanhado de muito sofrimento quer físico quer psíquico, muito dispêndio inútil de energia… Dispêndio para o próprio e para o social envolvente, seja o familiar, seja a sociedade em que se insere.

NÃO! Eu não quero! É que não é só a degradação implacável a que o TEMPO sujeita o nosso corpo, arrastando com ele a ALMA, (lembremos que a ALMA/ESPIRITO depende completamente do bom funcionamento do CORPO, já os latinos dizendo “mens sana in corpore sano” – mente sã em corpo são); é também o nosso EU que deixou de o ser. 

Argumentarão alguns mais renitentes (ou mais crentes!) que ainda não deixou totalmente de o ser. Mas importará que se tenha de descer até ao último degrau da degradação para partir? – NÃO! Haja DIGNIDADE!

Não há nada mais belo e mais fantástico, quer a nível pessoal quer a nível universal do que a saga da VIDA. Mas tudo o que tem um começo tem forçosamente de ter um fim. É a Lei mais lei dessa mesma VIDA. Talvez pudesse ser de outro modo. Talvez pudesse haver uma eternidade para quem começa numa qualquer outra dimensão. Talvez! Mas tudo leva a crer que assim não seja. E se não é para o coelho, o gato ou o cão, porque haveria de ser para os humanos, animais como eles, apesar de uma maior inteligência e a sua consciência, mas partilha com eles 99% do mesmo ADN?

Fica a pergunta e quem quiser acredite no que quiser. Mas, por favor a si próprio, não deixe de viver ao máximo a Vida que tem. Esta que é… a CERTA! CERTÍSSIMA! A outra pertence à fantasia e ao mistério…

sexta-feira, 21 de março de 2025

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 423/?

 

 À procura da Verdade nas Cartas de Paulo 

 Carta aos HEBREUS 3/3

 – “Segundo a Lei, quase todas as coisas são purificadas com sangue; e sem derramamento de sangue, não existe perdão dos pecados.” (Hb 9,22)

– Estranha e deprimente esta visão da vida, não é?… Em que mente sanguinária cabe tal raciocínio? Quem é que tem o desplante de ainda afirmar que este é um texto sagrado inspirado por Deus? (Deixamos para outros contextos a ideia de pecado e o que isso representou e representa de trauma para o mundo cristão.)

– “Ao entrar no mundo, Cristo disse: «Tu, ó Deus, não quiseste sacrifício nem oferta. Em vez disso, deste-Me um corpo. Eis-me aqui, ó Deus, para fazer a tua vontade conforme está escrito a meu respeito na Escritura!» (Hb 10,5-7)

– Isto de um Filho de Deus ter um corpo, subjugado aos ditames de umas Escrituras, cuja interpretação raramente é clara, é… terrível! E, afinal, Deus quis ou não quis o sacrifício do seu Filho Jesus?

– “Vede que se aproxima o Dia do Senhor. (…) Falta apenas um pouco e Aquele que deve vir vai chegar e não tardará.” (Hb 10,25 e 37)

– Afinal, o Senhor não… veio! Que poderemos concluir deste estrondoso falhanço profético?… Falhanço do próprio Jesus Cristo? Falhanço de Deus? Falhanço de toda uma religião que estava nascendo?…

– “A fé é um modo de possuir aquilo que se espera, é um meio de conhecer realidades que não se vêem.” (Hb 11,1)

– Que bela frase! Por ela, perdoamos ao autor toda a sua arrogância inicial… Mas… adianta-nos para a nossa vida eterna “conhecer realidades que não se vêem”? E se as realidades não se vêem, não se sentem, não se experimentam, serão realidades, como, por exemplo, as energias?

– Manifesta o autor conhecer bem as Escrituras. Mas é assustador o à-vontade com que as interpreta, não tendo pejo de afirmar categoricamente que… e que… Que presunção! Apenas um exemplo: “Depois de o sumo-sacerdote ter oferecido o sangue no santuário pelos pecados do povo, os corpos dos animais oferecidos em sacrifício são queimados fora do recinto sagrado. Por esse motivo, também Jesus sofreu a sua paixão fora de Jerusalém, quando purificou o povo com o seu próprio sangue.” (Hb 13,11-12)

– Não podemos aceitar tal absurda comparação. Aliás, totalmente gratuita pois como é que Jesus purificou o povo ao morrer na cruz, por ordem do Governador romano, a pedido dos sacerdotes desse mesmo povo?

E assim nos despedimos, com algum desagrado e muito desconsolo, deste autor… “sagrado”.