segunda-feira, 14 de abril de 2025

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 425/?

 

 À procura da Verdade nas Cartas – 425/?

 1ª Carta de S. PEDRO – 1/2

 – É verdadeiramente estranho! Já não digo Paulo, mas os apóstolos que escrevem estas cartas, debitando muitíssimas vezes pensamentos ou mensagens de Jesus; é estranho que só raramente citem o Mestre para darem força a essas mesmas palavras… Que poderá significar tal atitude?

– “Essa herança está reservada no Céu para vós que, graças à fé, estais guardados pela força de Deus para a salvação que está prestes a revelar-se no final dos tempos.” (1Pd, 1,4-5)

– Novamente a ideia da vinda em breve de Jesus Cristo, confundindo-se com o final dos tempos… Já não sabemos o que pensar de tal ideia… Já agora, uma “perguntinha”: Se eles estavam escrevendo inspirados por Deus – como reza a Igreja – como é que Deus deixou passar tal falsidade, falsidade facilmente por nós comprovada? Depois, a herança reservada no Céu é só para os que têm fé. Ora como são muito poucos os que a têm, isso revela um tremendo fracasso de Deus em salvar a sua Criação! Obviamente inadmissível! Obviamente falsa a afirmação de Pedro!

– “Vós, servos, com todo o temor, submetei-vos aos vossos patrões (…) É louvável alguém suportar maus tratos, sofrendo injustamente por amor de Deus. Que mérito haveria em suportar com paciência, se fôsseis esbofeteados por terdes agido mal?” (1Pd 2,18-20)

– Faz-nos lembrar Jesus Cristo. “Amai os vossos inimigos. Se amardes os vossos amigos, que mérito tereis?” (Mt 5,46; Lc 6,27-35) Mas… aqui não se entende… Os servos sofrem e… calam?! Já não falando de que a condição de servos deveria ter sido condenada por Jesus e seus discípulos; mas aí, nem Ele nem eles chegaram, não sabemos se com receio de represálias, se para se integrarem no tempo. E voltamos a perguntar mais uma vez porquê fazer a apologia do sofrimento em nome de Deus, quando o sofrimento imposto pelos patrões aos seus servos deveria simplesmente apelar à revolta destes e não à sua submissão em nome de Deus e do Céu.

– “Vós, mulheres, submetei-vos aos vossos maridos:” (1Pd 3,1)

– Não “batamos” mais no machismo bíblico!… Embora sempre de reprovar em nome da Humanidade, em nome de Deus, o Deus de que estes escritores dizem ser intérpretes…

– “Não pagueis o mal com o mal nem o insulto com o insulto.” (1Pd 3,9)

– Bem poderia Pedro apelar aqui para a frase do Mestre: “Eu digo-vos: não vos vingueis de quem vos fez mal. Pelo contrário, se alguém vos bater na face direita oferecei-lhe também a esquerda!” (Mt 5,39)

E a sua mensagem ficaria bem mais valorizada… Mas aqui vai contra a tradição judaica do “Olho por olho, dente por dente”, tradição humanamente compreensível mas não muito louvável.

– “Terão de prestar contas Àquele que em breve há-de julgar os vivos e os mortos.” (…) O fim de todas as coisas está próximo.” (1Pd 4,5 e 7)

– Afirmações reais ou… simbólicas? Só perguntando a Pedro o que é que realmente pensaria… Para nós, é mais uma “acha” para a nossa confusão… Melhor: é mais uma vez a prova provada da não inspiração divina destes escritores que se enganaram redondamente. Aliás, apelando para a Ciência, bem sabemos que não há fim do mundo nenhum, antes que a Terra cumpra o seu desígnio de viver mais uns 4 a 5 mil milhões de anos, não sabendo nós o que irá acontecendo, neste tão vasto período de Tempo, às espécies vivas, à VIDA em geral, e à espécie humana em particular.

Aqui, todas as hipóteses são possíveis! É que, para já, apenas sabemos que a espécie humana, ramo da classe dos primatas, só apareceu há uns escassos 4 a 5 milhões de anos – foi ontem! – e terá todas as hipóteses de evoluir para formas absolutamente inexpectáveis!

sexta-feira, 4 de abril de 2025

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 424/?

 

 À procura da Verdade nas Cartas - 424/?

 Carta de S.TIAGO

– “Alegrai-vos por terdes de passar por todo o tipo de provações, pois bem sabeis que aprendeis a perseverar quando a vossa fé é posta à prova.” (Tg 1,2-3)

– Não será preferível perseverar sem provação? Quem nos poderá convencer de que o sofrimento é necessário para alcançar a vida eterna? Se custa trabalhar, se custa ter um filho, se custa levantar cedo, se custa suportar calores ou frios ou… indesejáveis companhias e incompreensões, não aceitamos tais sofrimentos só em função de um bem maior?

    Aqui, a vida eterna (no Céu, entenda-se!) seria o maior de todos os bens. Pena é que não tenhamos a certeza de que exista… Pior: temos a certeza de que não existe, simplesmente porque não cabe na categoria existencial a que os humanos pertencem: a VIDA!

    E o sofrimento que nos vem por acréscimo, morte de ente querido, acidente dramático, doenças que nos destroem? – Aí, as religiões têm intervindo com máximas de purificação, auto-domínio, expiação de culpas, outras que não as que originaram porventura tais situações… Ora, como não temos alternativa, melhor mesmo é pensar que tiramos algum partido para o Além da vida desse sofrimento, tornando-o, assim, mais suportável!

– “Não foi Deus que escolheu os que são pobres aos olhos do mundo, para os tornar ricos na fé e herdeiros do Reino que Ele prometeu àqueles que O amam? (…) Ai de vós, ricos! Tivestes na Terra uma vida de conforto e luxo; estais a ficar gordos para o dia da matança. (…) Irmãos, sede pacientes pois a vinda do Senhor está próxima.” (Tg 2,5; 5,1-8)

– Isto de dizer que foi Deus que escolheu os pobres é o elogio da pobreza ou o conforto para aqueles que não tendo nada de seu na Terra, herdarão o Reino dos Céus? Mas… para que condenar tanto os ricos? Não podem também eles amar o próximo e serem salvos? Ou todo o rico é-o por meios fraudulentos, roubando o seu próximo? – Se calhar!… Faz-nos obviamente lembrar o Jesus Cristo dizendo que é mais fácil um camelo entrar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino dos Céus… E como nunca poderíamos meter um camelo pelo fundo de uma agulha… Mas não podemos deixar passar a total falsidade do herdar o Reino dos Céus, sendo-se pobre e sofredor nesta vida… Não sabemos onde estes "santos" religiosos foram buscar tal macabra ideia. Pior: continuam ainda hoje a pregá-la por essas igrejas fora, baseando-se exactamente neste e noutros textos da Bíblia, Bíblia que dizem - falsamente, também! - ser "palavra de Deus".

– Novamente, a vinda do Senhor que está próxima… E, afinal, inda estamos à espera que venha… 

– Não digais: «Amanhã, vamos fazer isto ou aquilo.» não sabendo vós se estareis vivos amanhã. Dizei antes: «Se o Senhor quiser, faremos isto ou aquilo».” (Tg 4,13-15)

– É! De facto, “a vida é como a neblina que aparece por um instante e logo desaparece!…” (Tg 4,14)

– Então… “Até amanhã, se Deus quiser”!… Se bem que todos sabemos que Deus nada tem a ver com a nossa longevidade ou precocidade. Está tudo escrito não nas estrelas – que também elas têm os dias contados! – mas no todo-poderoso ADN que nos foi dado no acto da concepção. Tudo? – Não! Nós também dependemos da nossa atitude perante a VIDA: somos o que comemos, o exercício que fazemos, as amizades que alimentamos, o divertimento que causamos a nós e aos outros, o sorriso que conseguimos perante as adversidades, o optimismo que apregoamos. E… viveremos mais uns 10 ou 20 anos felizes e saudáveis até… cair para o lado, porque não fomos feitos para viver para sempre!

sexta-feira, 28 de março de 2025

Eutanásia, pelo amor de Deus! Ou... pelo respeito à VIDA!

 EUTANÁSIA, POR FAVOR!

Egoísmo? Masoquismo? Ignorância? Estupidez?

Talvez de  tudo um pouco, por parte de quem pode agir e não o faz.

 «Eutanásia, por favor! Não quero viver mais porque simplesmente eu já deixei de ser EU! E, como tenho mesmo de partir, porque esperar que a degradação me deixe sem qualquer dignidade?» - Este é o grito angustiado de muitos doentes terminais que ainda conseguem raciocinar. Os que já não conseguem tal feito, deveriam ser ajudados por quem pode/deve decidir por eles.

Os exemplos multiplicam-se a um ritmo anormal, perfeitamente explicável com o acelerado envelhecimento da população e os avanços da Medicina que pode manter vivos, por anos, pessoas que já não vivem mas vegetam, como pedaço de matéria ainda e apenas com forma de corpo humano.

Também um morto, nas suas primeiras horas de morto, fica com a sua forma por mais algum tempo, seja homem ou qualquer outro ser vivo; não por muito tempo, que a degradação não espera: tem pressa de dar lugar a outro e que este se transforme em átomos e moléculas que irão participar na formação de um novo corpo, corpo que servirá de suporte a outro espírito, seja de animal, seja de planta.

Aliás, deveria ser proibido ocupar um lugar de vivo quando já não se está vivo pelos próprios meios do corpo que se teve, mas apenas por meio de “moletas” médicas.

Pior, se acamado, completamente dependente no seu corpo, na sua dignidade para as mais elementares funções, como a higiene pessoal, o alimentar-se, o pensar…

E, aqui, a uns já falta o discernimento, o raciocínio, o falar, o entender; a outros, as funções do corpo: andar, pegar em coisas necessárias ao dia-a-dia, tratar de si; a outros ainda, as duas ao mesmo tempo. Normalmente, tudo acompanhado de muito sofrimento quer físico quer psíquico, muito dispêndio inútil de energia… Dispêndio para o próprio e para o social envolvente, seja o familiar, seja a sociedade em que se insere.

NÃO! Eu não quero! É que não é só a degradação implacável a que o TEMPO sujeita o nosso corpo, arrastando com ele a ALMA, (lembremos que a ALMA/ESPIRITO depende completamente do bom funcionamento do CORPO, já os latinos dizendo “mens sana in corpore sano” – mente sã em corpo são); é também o nosso EU que deixou de o ser. 

Argumentarão alguns mais renitentes (ou mais crentes!) que ainda não deixou totalmente de o ser. Mas importará que se tenha de descer até ao último degrau da degradação para partir? – NÃO! Haja DIGNIDADE!

Não há nada mais belo e mais fantástico, quer a nível pessoal quer a nível universal do que a saga da VIDA. Mas tudo o que tem um começo tem forçosamente de ter um fim. É a Lei mais lei dessa mesma VIDA. Talvez pudesse ser de outro modo. Talvez pudesse haver uma eternidade para quem começa numa qualquer outra dimensão. Talvez! Mas tudo leva a crer que assim não seja. E se não é para o coelho, o gato ou o cão, porque haveria de ser para os humanos, animais como eles, apesar de uma maior inteligência e a sua consciência, mas partilha com eles 99% do mesmo ADN?

Fica a pergunta e quem quiser acredite no que quiser. Mas, por favor a si próprio, não deixe de viver ao máximo a Vida que tem. Esta que é… a CERTA! CERTÍSSIMA! A outra pertence à fantasia e ao mistério…

sexta-feira, 21 de março de 2025

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 423/?

 

 À procura da Verdade nas Cartas de Paulo 

 Carta aos HEBREUS 3/3

 – “Segundo a Lei, quase todas as coisas são purificadas com sangue; e sem derramamento de sangue, não existe perdão dos pecados.” (Hb 9,22)

– Estranha e deprimente esta visão da vida, não é?… Em que mente sanguinária cabe tal raciocínio? Quem é que tem o desplante de ainda afirmar que este é um texto sagrado inspirado por Deus? (Deixamos para outros contextos a ideia de pecado e o que isso representou e representa de trauma para o mundo cristão.)

– “Ao entrar no mundo, Cristo disse: «Tu, ó Deus, não quiseste sacrifício nem oferta. Em vez disso, deste-Me um corpo. Eis-me aqui, ó Deus, para fazer a tua vontade conforme está escrito a meu respeito na Escritura!» (Hb 10,5-7)

– Isto de um Filho de Deus ter um corpo, subjugado aos ditames de umas Escrituras, cuja interpretação raramente é clara, é… terrível! E, afinal, Deus quis ou não quis o sacrifício do seu Filho Jesus?

– “Vede que se aproxima o Dia do Senhor. (…) Falta apenas um pouco e Aquele que deve vir vai chegar e não tardará.” (Hb 10,25 e 37)

– Afinal, o Senhor não… veio! Que poderemos concluir deste estrondoso falhanço profético?… Falhanço do próprio Jesus Cristo? Falhanço de Deus? Falhanço de toda uma religião que estava nascendo?…

– “A fé é um modo de possuir aquilo que se espera, é um meio de conhecer realidades que não se vêem.” (Hb 11,1)

– Que bela frase! Por ela, perdoamos ao autor toda a sua arrogância inicial… Mas… adianta-nos para a nossa vida eterna “conhecer realidades que não se vêem”? E se as realidades não se vêem, não se sentem, não se experimentam, serão realidades, como, por exemplo, as energias?

– Manifesta o autor conhecer bem as Escrituras. Mas é assustador o à-vontade com que as interpreta, não tendo pejo de afirmar categoricamente que… e que… Que presunção! Apenas um exemplo: “Depois de o sumo-sacerdote ter oferecido o sangue no santuário pelos pecados do povo, os corpos dos animais oferecidos em sacrifício são queimados fora do recinto sagrado. Por esse motivo, também Jesus sofreu a sua paixão fora de Jerusalém, quando purificou o povo com o seu próprio sangue.” (Hb 13,11-12)

– Não podemos aceitar tal absurda comparação. Aliás, totalmente gratuita pois como é que Jesus purificou o povo ao morrer na cruz, por ordem do Governador romano, a pedido dos sacerdotes desse mesmo povo?

E assim nos despedimos, com algum desagrado e muito desconsolo, deste autor… “sagrado”.

 

segunda-feira, 17 de março de 2025

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 422/?

 

 À procura da Verdade nas Cartas de Paulo – 422/?

 Carta aos HEBREUS 2/3

 – “Deus disse: «Eu jurei na minha ira: jamais entrarão no meu descanso.» Aqui trata-se do descanso de Deus, depois de ter realizado as suas obras no princípio do mundo.” (Hb 4,3)

– Que catequese! Que explicação mais descabida!… Isto, para não dizer totalmente estúpida. O termo não é exagerado. É que Deus não sofre de ira, não precisa de descansar. A referência aos seis dias da Criação e ao sétimo Ele descansou, como já dissemos, é uma história da Carochinha.

– “Todo o sumo-sacerdote, escolhido entre os Homens, é constituído para o bem dos Homens nas coisas que se referem a Deus.” (Hb 5,1)

– Quem diria! Que dizer dos sumos-sacerdotes que mandaram matar Jesus?… Ou esta afirmação é só para… alguns? Esqueceu-se aqui o autor de que o próprio Cristo lhes tinha chamado “raça de víboras, hipócritas, sepulcros caiados de branco”…

– “Durante a sua vida na Terra, Cristo fez orações e súplicas a Deus, em voz alta e com lágrimas, ao Deus que O podia salvar da morte. E Deus escutou-O.” (Hb 5,7)

– Escutou-O permitindo que O matassem, obrigando-O a beber aquele cálice ou… ressuscitando-O dos mortos? Esqueceu-se o autor daquele brado desesperado de Jesus: “Pai, se é possível, afasta de mim este cálice mas faça-se a tua vontade e não a minha!”? Se Jesus era filho de Deus não há qualquer dúvida de que Deus o tratou muito mal. Nenhum pai da Terra trataria de tal modo um filho seu.

– “O ponto central das nossas explicações é este: temos um sumo-sacerdote tão grande que Se sentou à direita do trono da Majestade de Deus no Céu.” (Hb 8,1)

– “Sentar-Se”, “direita do trono”, “Majestade de Deus”, “Céu”… que palavras tão esvaziadas de… significado! Mas sobre a inexistência de Céus e de tronos já dissemos tudo…

– “De facto, se a primeira aliança não tivesse defeito, nem lugar haveria para uma nova aliança.” (Hb 8,7)

– É! É a confusão de alianças. Mas, se a primeira Aliança foi feita por Deus, porque não a fez bem da primeira vez? Aqui, o autor talvez se tenha baseado no que Jesus dissera na última ceia: “Este é o sangue da nova e eterna Aliança…” (Mt 26,27-28), frase que continua a repetir-se em todas as missas por esse mundo cristão fora...

– Deus, em boa verdade, deveria fazer connosco uma Aliança de tal modo bem feita que nos convencesse de que Ele realmente existe e que está lá no Céu à nossa espera - seja o que isso for! - não como um carrasco-juiz, mas com mão benevolente para nos receber na eterna felicidade, a nós que vamos por aqui tendo paciência e “suportando” o nosso irmão… E... debatendo-nos com estes mistérios todos com que Ele nos “brindou”, mistérios apregoados por falsos profetas, como é o caso deste autor!

sexta-feira, 7 de março de 2025

Acalma-te, que tudo isto vai acabar. Tal como começou!

 

Impreterivelmente! E à hora marcada! Avisando-te ou não…

E… acabar para sempre!

 Nem mais nem menos! O todo-poderoso ADN determinou-nos, de acordo com os genes que nos foram dados no acto da concepção, X tempo de vida, tempo que pode sempre ser encurtado por qualquer circunstância adversa, física ou mental, acidente ou doença.

E é um tempo dentro do TEMPO UNIVERSAL que assiste a tudo quanto começa a existir, do átomo à célula viva, ao maior dos seres vivos, às estrelas, ao Universo ou Pluriversos que existirão certamente no Espaço Infinito. Tudo em perpétuo movimento, tudo em transformação, nada se perdendo pois não tem por onde perder-se, apenas evoluindo sem parar um momento que seja, presume-se que desde sempre e para sempre! "Ab aeterno et ad aeternum!"

Mas mais do que o aparecer de uma estrela que dure os seus milhares de milhões de anos (O nosso Sol tem uma vida aproximada de 10 mil milhões!), é uma aventura fantástica, esta de um ser vir à VIDA e dure o tempo que durar!

Por puro acaso – para quem não é crente em qualquer explicação religiosa para a existência da vida e dos seres humanos, crenças todas inventadas sem qualquer fundamento por alguns homens ditos iluminados – apareceu, na saga da VIDA, já passados 3.5 mil milhões de anos, um ser que dá pelo nome de Homem. Com uma tipicidade: é inteligente capaz de raciocínios e de ter consciência de si e dos outros e de tudo o que o rodeia e de que se apercebe. Mais: tem consciência do seu início e da sua finitude, apesar de haver um mundo de realidades que o ultrapassam, como, por exemplo, a distância entre as estrelas e outras que se verificam por todo o Universo conhecido.

Assim sendo, quem é inteligente, quem é? Aquele que acredita em historiazinhas inventadas e pregadas pelas religiões da existência de céus, infernos, anjos, demónios, deuses – ou Deus! – existência da eternidade?

- Não nos parece! Inteligente será aquele que simplesmente procura aproveitar ao máximo todos os momentos da Vida a que teve a sorte de aceder, em todas as suas valências, procurando valorizar as suas capacidades e os seus talentos para seu prazer físico, intelectual e emocional, convencendo-se de que se sentirá tanto mais feliz quanto mais felizes fizer os que o rodeiam. Sempre sem paixões ou emoções exacerbadas mas num perfeito equilíbrio com o seu interior e o seu próximo e o lar que habita e do qual tira o seu sustento, a TERRA: Homem algum é uma ilha!

É que não teremos outra oportunidade. O tempo de viver a nossa Aventura é este e não outro! E jamais se repetirá! Pese embora toda a nossa capacidade de pensar, de raciocinar, de ter consciência, sabendo, no entanto, quanto ignoramos da realidade em que nos inserimos, neste misterioso Universo e mais misterioso ainda Espaço Infinito!

Então, vamos ser inteligentes? CARPE DIEM! VIVE A VIDA!... Enquanto é tempo! Enquanto há tempo!

 

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 421/'

 

 À procura da Verdade nas Cartas de Paulo – 421/?

 Carta aos HEBREUS 1/2

 – Fala o autor desta carta - que alguns duvidam que seja de Paulo - de “cátedra”, como se possuísse toda a sabedoria acerca de Jesus Cristo. Atente-se no começo: “Deus falou-nos por meio do Filho. Constituiu-O herdeiro de todas as coisas e, por meio dele, também criou os mundos. O Filho é a irradiação da sua glória e nele Deus exprimiu-Se tal como é em Si mesmo. O Filho, pela sua palavra poderosa, é aquele que mantém o Universo. Depois de realizar a purificação dos pecados, sentou-se à direita da Majestade de Deus, nas alturas. Ele está acima dos anjos, da mesma forma que herdou um Nome muito superior ao deles.” (Hb 1,2-4)

– Ena, tanta palavra sem sentido! Tanta afirmação que tanto pode ser como não ser! Melhor: que não é com toda a certeza. Pura fantasia do autor que se sentiria inspirado pelo divino.

    E novamente o Filho com poderes que não se entendem…

    E porquê comparar o Filho de Deus aos… anjos que, se existissem, não seriam senão meras criaturas, habitantes dos reinos celestiais?

– Também, displicentemente, chama “crianças de leite” a quem não percebe tais coisas (Hb 5,13)… Ora, nós não somos crianças de leite e não percebemos tais coisas, por serem fora da razão e da lógica das coisas que conhecemos pela Ciência. Por isso, ele é que age com infantilidade ao afirmar coisas que não prova.

    Argumenta ora com as Escrituras, não poucas vezes com duvidosas interpretações, ora com a sua auto-suficiência arrogante… E mesmo que quiséssemos ser simpáticos e aceitantes de suas afirmações, não sabemos como o faríamos pois as deduções e raciocínios são totalmente ou quase totalmente falazes, por falta de provas ou de assentamento em realidades concretas e certezas absolutas… Realmente, gostaríamos de saber quantos hebreus teriam compreendido-aceitado tais palavras ex-cátedra!… Mas… vamos ao deslindar de alguns conceitos mais… mais paradigmáticos, apenas esses, para não nos alongarmos, maçadoramente…

– O apelo ao medo ou ao temor de Deus - entenda-se castigo eterno! - é constante: “Como poderemos nós escapar ao castigo?” (Hb 2,3) “Irmãos, tende cuidado para que não haja entre vós nenhum Homem de coração perverso.” (Hb 3,12) “Resta apenas uma terrível espera do julgamento e o ardor de um fogo para devorar os rebeldes.” (Hb 10,27) “Vós podereis então imaginar o castigo…” (Hb 10,29) “É terrível cair nas mãos do Deus vivo.” (Hb 10,31)

– É! Que poderemos dizer de… tal concepção da vida? Vida terrena ou eterna?

   E... de tal Deus vivo?… Aliás, que poderemos dizer de uma religião baseada no medo e no temor de Deus e do seu castigo? Só nos lembra dizer que é uma religião anti-vida. É que viemos à Vida não para sofrer mas para usufruir de todas as belezas e prazeres que a Vida ofertou aos seres que nela tomam parte. Infelizmente, aos inventores das religiões fugiu-lhes a fantasia para o outro lado, lado que também existe: o sofrimento… Mas que são perversos ao apregoarem o sofrimento como meio de salvação, não temos dúvida.

– “Jesus, vemo-Lo agora coroado de glória e honra, por causa da morte que sofreu. Pela graça de Deus, Ele experimentou a morte em favor de todos. Deus queria conduzir para a glória um grande número de filhos. Por isso, pareceu-Lhe conveniente levar à consumação, por meio do sofrimento, o Iniciador da salvação de todos eles. (…) Pela sua própria morte, Jesus pôde destruir o poder do diabo que reina por meio da morte.” (Hb 2,9-14)

    Perceberam? - poderia o autor perguntar aos que o “ouviam”. Quantos responderiam que “Sim!”, sinceramente? – Cremos que nenhum. Pelo contrário: colocar-lhe-iam um sem-número de perguntas. Tudo o que ele acaba de dizer é pura demagogia alicerçada em preconceitos de pecado e da existência – obviamente falsa! – do Diabo.

    E quem entenderá o sofrimento de Jesus Cristo? Quem? Já o dissemos: a existir Deus, e sendo Jesus Cristo o seu Amado Filho, não há razão nenhuma, nem humana nem muito menos divina para O fazer sofrer… e de tal modo! E repetimos: dizer que o sofrimento redime e salva é uma perversa e aberrante tolice!

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 420/?

 

 À procura da Verdade nas Cartas de Paulo – 420/?

 Carta a TITO

  Repete-se Paulo em conselhos e em doutrina acerca da promessa da vida eterna…

– Repete também o seu machismo, dizendo: “As mulheres idosas (…) dêem bons conselhos às recém-casadas para que estas aprendam com elas a amar os seus maridos e filhos, a serem ajuizadas e castas, boas donas de casa, submissas aos seus esposos, amáveis, a fim de que a Palavra de Deus não seja difamada.” (Tt 2,3-5)

– Do mesmo modo, repete: “Os servos devem ser em tudo obedientes aos seus senhores (…) para em tudo honrar a doutrina de Deus.” (Tt 2,9-10)

– Podíamos dizer apenas que é… pena! Muita pena! No plano humano… no plano divino… Mas somos forçados a dizer mais sobre a vida eterna e sobre os escravos e as mulheres a obedecerem para que a palavra de Deus não seja difamada e seja honrada a doutrina de Deus. (Obviamente, falso porque Deus não tem nenhuma doutrina: foi inventada por homens e por estes colocada na Sua “boca”!).

    E perguntamos: como é possível Paulo falar da vida eterna sem apresentar qualquer argumento minimamente válido da sua existência? Pior: Ele afirmou-a como existente e, agora, a Igreja, obriga os crentes a acreditar que o que Paulo disse é a – vejam só o desplante! – a Verdade. E todos sabemos que a vida eterna é impossível para os humanos como para qualquer ser que aparece no Tempo, acedendo à Vida. Imperdoáveis ele, Paulo e ela, a Igreja.

    Já atrás referimos o machismo de Paulo e criticámos a sua aceitação da escravatura. Parece-nos bastante. As mulheres é que deveriam deixar de ser crentes nestas doutrinas que descredibilizam toda uma religião. Mas perguntar-nos-ão: A religião conseguirá persistir sem esta e outras doutrinas?  Sem este e outros Paulos?

E não temos resposta…

    Só mais uma nota: dizer que as mulheres obedecerem aos seus maridos e os escravos aos seus senhores é louvar a doutrina de Deus é colocar Deus em muito maus lençóis. Mas será mais uma acha na descredibilização deste Deus apregoado por Paulo e pelo Cristianismo.

 Carta a FILÉMON

 – Um caso! Certamente inédito para Paulo! Um escravo - Onésimo - rouba e foge do seu senhor, Filémon. Vai ter com Paulo e converte-se ao cristianismo. Filémon também era cristão. Paulo tenta ignorar o que ainda há pouco dissera sobre a actuação dos escravos face aos seus senhores: “Peço-te em favor de Onésimo, o ‘filho’ que eu gerei na prisão. (…) Agora tê-lo-ás não já como escravo, mas muito mais do que escravo: tê-lo-ás como irmão querido. Ele é querido para mim e sê-lo-á muito mais para ti, seja como homem, seja como cristão.” (Fm 10-16)

– Redime-se Paulo ou… não tinha alternativa perante a situação criada! Aliás, que outra coisa poderia fazer senão apelar para o amor entre irmãos?

   E a conversão do Onésimo foi sincera ou… modo fácil de salvar a pele e a… vida?

domingo, 9 de fevereiro de 2025

Da Inteligência Emocional

 Ah, se o Homem fosse apenas RAZÃO!

Também não! Homem sem emoções deixaria de ser pessoa para se assemelhar a um robot.

Mas não há dúvida de que o Mundo só será um Paraíso para o Homem quando este conseguir equilibrar as duas inteligências que possui: a racional e a emocional.

Constatamos facilmente - basta analisar o que se passa dentro do próprio indivíduo, depois, restritamente, entre indivíduos  ou, mais latamente, num país ou ainda a nível do mundo inteiro - que o Homem age por impulsos, emoções, sentimentos, raivas, ódios, desejos, paixões..., ítens todos pertencentes ao domínio do EMOCIONAL.

Há suicídios e sofrimentos psicológicos porque o indivíduo não consegue controlar as suas emoções; há lutas e violência doméstica porque os casais, filhos, e familiares não conseguem controlar as suas emoções; há lutas nas fábricas e locais de trabalho porque os trabalhadores e patrões não conseguem controlar-se emocionalmente; há guerras entre países, sejam políticas, sociais, ou comerciais porque os dirigentes dos países e suas empresas se deixam levar pelo desejo do poder, do possuir, do aniquilar o seu vizinho e roubar-lhe gentes e territórios...

É a História do Homem! Todo o seu passado - e o seu presente! - bem analisados, resumem-se a isso: sempre a contínua tentativa de um Homem subjugar o outro Homem, matando-o, massacrando-o, roubando-o, escravizando-o!

E a vítima, se deixar de o ser e, por golpes de sorte ou de espada, conquistar o poder, fará o mesmo ou ainda pior ao que anteriormente a fizera sofrer. Na guerra, ai dos vencidos!

E o lamento é: 

PORQUÊ, Ó HOMEM, NÃO PÕES A RAZÃO EM PRIMEIRO LUGAR E SÓ DEPOIS, AS EMOÇÕES?

Só quando tal acontecer, veremos um Homem a criar uma sociedade justa, equilibrada no seu domínio da Terra, no seu trato social, cada um recebendo conforme contribui para a mesma sociedade, sociedade de que depende - "Homem algum é uma ilha" - indo, aos poucos, criando o Paraíso na Terra para os que vêm à VIDA e aqui vivem os seus "cem" anos que é, para já, o tempo que grande parte pode almejar viver.

Seria um equilíbrio que começaria dentro do próprio indivíduo, alastrando ao seu habitat familiar, depois ao social e ao mundo inteiro.

Vivemos uma época em que o Homem atingiu um patamar nunca pensado de desenvolvimento tecnológico-científico inacreditável. E, em vez de colocar todo esse conhecimento ao serviço da construção de uma humanidade em que as sociedades se autoajudassem, em equilíbrio com todos os seres vivos da Terra, não! Parece fazer exactamente o contrário, deixando-se levar pelas EMOÇÕES.

E é pena! E não se vê luz ao fundo do túnel...

Vai levar talvez milhões de anos a mudança do Homem de paradigma por ser uma mudança genética. Até lá, os que vierem à VIDA terão de viver apenas no desejo de um sonhado PARAÍSO.

sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 419/'

  À procura da Verdade nas Cartas de Paulo – 419/?

 2ª Carta a TIMÓTEO – 2/2

 – “O meu sangue está para ser derramado. Combati o bom combate. Só me resta a coroa da justiça que o Senhor, justo juiz, me entregará naquele Dia. (…) Ele me levará para o seu Reino eterno.” (2Tm 4,6-8 e 18)

– Oxalá! Oxalá, Paulo, tenhas recebido tal coroa que bem mereceste por tudo quanto sofreste por teres acreditado em que Cristo ressuscitou dos mortos e que tu também ressuscitarias nessa mesma ressurreição! Oxalá!…

    Ah, quem pudera ter certezas de que Paulo está mesmo lá em cima, no Céu, certamente sentado muito perto do Jesus Cristo por quem se imolou! Quem dera!…

    É isso! É isso que tínhamos o direito de saber e Deus terá sem dúvida obrigação de nos conceder tal certeza, seja de que maneira for, mas nunca matando-nos nesta vida com sofrimentos estúpidos, nem com a miséria no corpo ou na alma, nem com pestes ou guerras ou mortes em acidentes do… Destino, que não aproveitam a ninguém, nem ao próprio Deus, se é que realmente nos ama, nos quer salvar, por intermédio do seu Filho ou de outro modo qualquer, mas salvar, para que gozemos com Ele, por toda a eternidade sem fim, ámen, a glória que foi destinada aos eleitos que forçosamente seriam todos os Homens que, conhecendo perfeitamente as “regras do jogo”, não jogassem o jogo do inferno, pois é para esses que o inferno tem realmente de existir…

    Se bem que nunca conseguiríamos entender porque é que a estupidez do Homem o levaria a escolher o inferno quando tem ali o Céu mesmo à… mão! Cairíamos no paradoxo de mais uma vez dizer que Deus seria o culpado por não lhe ter dado inteligência - ou seja lá o que for - suficiente para discernir entre a salvação eterna e a eterna condenação…

    E, mesmo assim, continuaria o magno problema-mistério como é que “jogo” jogado no tempo, acarretaria consequências para a eternidade…

– Mas - ó desgraça das desgraças, desespero dos desesperos! - continuamos sem saber claramente as “regras do jogo”… e sem saber como jogá-lo… e sem saber se Deus no-las vai dar ou não… dizendo-nos claramente qual a ponte que liga a Terra ao Céu, o Tempo à Eternidade… Ficamos à espera, meu Deus! Ficamos à espera!… Por favor, não nos desiludas e age depressa que para nós, que estamos no tempo, o tempo voa e em breve já não teremos mais tempo para… jogar! Um obrigado antecipado! Um grande obrigado! O maior obrigado possível deste mundo… em nome de Jesus Cristo que, afinal, nos deixou em toda esta incerteza!

    Problema dos problemas é que não há céu, nem inferno, nem lá em cima, com Deus e anjos e santos, nem lá em baixo, com Lúcifer e todos os diabos. Tudo mirabolantes invenções de uns tantos ditos inspirados, há uns escassos dois mil anos, nascidos num povo tão problemático, mas tão sábio como é o povo judeu. Grandes inventores!...

    Quanto a ti, Paulo, adeus! E mais uma vez… OXALÁ!…

sábado, 25 de janeiro de 2025

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 418/?

 

 À procura da Verdade nas Cartas de Paulo 

 2ª Carta a TIMÓTEO – 1/2

 – Paulo está de novo preso e… vai ser morto por pregar Jesus Cristo ressuscitado.

    Não é fácil admitir, sem cair nas raias do mistério, que um pregador de uma religião tão cheia de esperança para a vida eterna, seja assim crucificado pelos muitos que não conseguem acreditar nele. Será porque, em vez da vida eterna, prega o sofrimento para a… alcançar? Será porque a ressurreição da carne confunde tanto as pessoas? Será que se não é ressurreição de um corpo material, ninguém consegue entender como é a ressurreição para um corpo espiritual?

– E foi o sofrimento de Paulo, e foi o sofrimento de Cristo, e o de todos ou quase todos os apóstolos e, ao longo dos séculos, o de tantos mártires, martirizados pela mesma causa… Não é estranho? Religião revelada pelo único Deus realmente existente - permitam-nos mais uma vez a repetição - não deveria cativar em vez de repelir, não deveria chamar e conquistar em vez de martirizar? Não nos venham dizer que é o mistério da… Redenção ou o mistério da Igreja ou… outro mistério qualquer! Estamos verdadeiramente fartos de mistérios! Pois com mistérios não vamos a parte alguma, nem da Terra nem… do Céu! É tempo de a Igreja acabar com os mistérios e dar explicações de udo o que afirma e obriga os crentes a acreditar, para ter alguma credibilidade…

– “Foge das paixões da juventude; segue a justiça e a fé, o amor e a paz com aqueles que invocam de coração puro o nome do Senhor,…”

– Parece que aqui Paulo se esqueceu do amor aos inimigos pregado por Jesus Cristo…

– “…Evita questões loucas e não educativas que provocam brigas. Não sejas quezilento mas manso para com todos, competente no ensino, paciente nas ofensas sofridas. Com suavidade educa os teus opositores…” (2Tm 2,22-25)

– Redime-se Paulo do seu anterior esquecimento, aconselhando mansidão para com todos e suavidade no trato com os opositores… Mas… se são belos conselhos de convivência social, acaso ultrapassam a dimensão humana, o bom viver entre irmãos e não-irmãos?

– É! Nunca entenderemos como passar desta dimensão humana para a dimensão divina que procuramos! E a pena é tanta!…

– “Toda a Escritura é inspirada por Deus e é útil para ensinar, para refutar, para corrigir, para educar na justiça.” (2Tm 3,16)

– Teria Paulo consciência de que também esta carta seria considerada “Escritura” mas da Nova Aliança? Talvez nada importe saber. O que importa é saber como é que a Escritura é inspirada por Deus ou, se quisermos, como é que Deus pôde inspirar tudo quanto se diz na Escritura… Mas já escalpelizámos o assunto, quando procurámos a VERDADE no Antigo Testamento, provando a falácia total de que as Escrituras tenham sido inspiradas por Deus. Por isso, não nos macemos mais… E reafirmamos solenemente que a Bíblia foi escrita por homens e Deus não teve nada a ver com o que se lá diz, descreve, narra, conta…, sendo apenas um conjunto de narrativas ligadas à história, cultura e tradições do povo hebreu. Ponto!

– No entanto, Paulo, seguindo aliás Jesus Cristo, tem as Escrituras como palavra de Deus, logo verdades absolutas, inquestionáveis, onde se pode basear qualquer raciocínio ou argumento,… E nós, por aqui, acreditando sem qualquer dúvida, de que Deus não foi – NÃO PODIA SER! – o “autor” de tais textos, de tais histórias, de tais máximas, de tais salmos, em que Ele se humaniza completamente, sendo levados a dizer exactamente o contrário do Génesis: 

E o Homem criou Deus à sua imagem e semelhança.”!…

sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 417/?

  À procura da Verdade nas Cartas de Paulo – 417/?

 1ª Carta a TIMÓTEO – 2/2

    Paulo, falando da subalternidade da mulher em relação ao homem, justifica-se com a Bíblia, a história simbólica da criação do Homem, da criação da mulher da costela do Adão enquanto dormia… e do Paraíso onde a Eva foi tentada pela serpente… dando a maçã a Adão… Ingenuidade de Paulo ou… conveniência para alimentar o seu machismo? A ideia que passa é a de que Adão – coitado! – foi levado!… não teve culpa de pecado! Intolerável num fundador de uma religião!

….É! Como poderemos admitir no fogoso Paulo, no inspirado Paulo como poderemos admitir-lhe tal… deslize? Faltou-lhe aqui a inspiração do Espírito de que dá tão grande testemunho, ao longo da sua pregação?

….Também S.to Agostinho, nas “Confissões”, tenta justificar com o tempo, com a época, costumes que no seu tempo, aliás no tempo de Jesus Cristo, já não eram permitidos. Era o caso de os Patriarcas terem tido várias mulheres e filhos das suas escravas… O que nos parece é que não é necessário andar a explicar com o tempo tais costumes… Não podemos é atribuir a Deus a origem desses costumes ou de normas que tal permitiam, quando são apenas costumes de homens.

    Em boa verdade, os inventores de religiões tudo complicaram ao inserirem Deus na História do Homem, neste caso, tornando-O o motor de todas as Leis que os Patriarcas e a classe sacerdotal iam fazendo e impondo ao povo, muitas delas em seu belo proveito… Não se aperceberam de que, com tal atitude, descredibilizam completamente o Deus a quem atribuem os epítetos de Infinito, Eterno, Todo-poderoso, etc.

    Aliás, porque é que, ainda hoje, os sacerdotes de todas as religiões não dão ao divino o que é próprio de Deus e ao humano o que é próprio dos Homens?… E tudo ficaria mais fácil… Tudo bem mais claro… Mas, compreende-se: se fossem claros, deixavam de ter crentes e tinham que ir sujar as mãos para comerem o pão-nosso-de-cada-dia!

– “A raiz de todos os males é o amor ao dinheiro.” (1Tm 6-10)

– Não diríamos “todos os males” mas “quase todos os males”… Parece que o mundo seria muito mais humano sem o vil metal… logo muito mais fraterno e no “caminho de Deus”… Mas, como o Homem é por natureza ganancioso, se não houvesse o dinheiro, inventaria outra cosia qualquer com que satisfaria a sua ganância e desejo de possuir muito e muitas coisas… Estúpido: não se apercebe de que não vai levar nada para o Além e que, para viver bem e com qualidade a curta vida que lhe foi ofertada “pelos deuses”, não é preciso ter muito mas saber viver com o que tem em razoabilidade.

    E é devido à ganância que haverá sempre guerras, mas – reverso da medalha! – é também decido a ela que há o nosso tão “querido” progresso e o avanço da ciência e da tecnologia que nos fazem descobrir até o para-além das Estrelas.

    Pois é! Que seria o Homem sem a ambição do poder e do… dinheiro?

– E terminamos com um conselho de amigo: “Não continues a beber somente água; toma um pouco de vinho por causa do estômago e das frequentes fraquezas que tens.” (1Tm 5,23)

– Simpático! Solícito, este Paulo! Só poderia ter explicitado que deveria ser do tinto e… do bom! Senão, a azia estomacal aumentaria pela certa…

sexta-feira, 10 de janeiro de 2025

Ó morte, faz--me um favor: já que vim à VIDA, vem-me buscar bem tarde!

 Da total impotência perante a irreversibilidade da morte

 Olha, morreu o Fulano! Tinha 20, 40, 60, 80, 100 anos? – A idade importa. Morrer aos oitenta, ou depois disso, na actual sociedade ocidental, tem lógica e é facilmente aceitável pelos seus próximos. O morrer antes, não! E quanto mais novo menos aceitável se torna. É que a gente não se despede de uns pais já no fim do seu ciclo, mas de um filho, um irmão, um amigo de farras ou de trabalho.

Imaginemos um de 40. O peso da impotência é enorme. Impotência do não haver nada a fazer. Nem importam muito as causas, normalmente, incompreensíveis. Importa o facto, o real de ontem ainda estar vivo e saudável e, hoje, ali encaixotado para a última viagem: o pó da Terra, apenas átomos e moléculas prontos a voltarem para o donde vieram inicialmente e foram vindo ao longo da vida.

Os crentes rezam, gemidos daqui, choros dali, lamentos por uma vida que se foi e que ainda tinha tanto para dar a si e aos outros. Mas todos sofrem, crentes e não crentes, partilham dor, comentam causas, fazem promessas de cuidar melhor do corpo que os traz vivos.

No velório, há encontros dos que já não se viam há muito e, após os primeiros momentos de pesar e lamentos, a conversa instala-se, animada, esquecendo-se completamente os mais próximos que continuam de semblante carregadíssimo, olhos marejados de lágrimas, rostos sofridos. Enfim, parece inevitável que estes encontros também façam parte dos rituais fúnebres.

Mas os próximos, os pais, os irmãos, os amigos mais amigos como suportar a dor da perda?

E lá vem a religião consoladora, apregoando, baseando-se nos evangelhos, a vida eterna e a esperança na ressurreição, já que Cristo ressuscitou dos mortos e foi-nos preparar um lugar na casa do seu Pai, lá no Céu. Lindo, não é? Nestas ocasiões, que bom é ser-se crente! Pronto: ficámos sem ele “cá em baixo”, mas nada está perdido, pois iremos encontrá-lo, mais tarde, quando nos formos, “lá em cima”. E continua-se: “Esta vida é apenas uma passagem para a verdadeira vida, a eterna. Quem acredita em Mim, mesmo que morra, viverá”!

Problema maior é para os que não acreditam, para os que sabem que o que as religiões dizem não é conforme à realidade, nem à lógica, nem à História de qualquer ser vivo: pertencendo ao Tempo, a única certeza absoluta que tem, ao nascer, é que, mais tarde, irá acabar. Inexoravelmente!

Para estes, se próximos, a perda é muito mais irreparável. Para estes, a impotência perante o facto consumado é avassaladora, levando a uma dor muito mais profunda. Resta a consciência de que a vida continua para os que ficam. E que há que apressar o luto, sem esquecer que faz parte da vida, e pensar mais racionalmente do que emocionalmente. E fica a esperança de que a vida dos que ficaram perdure, e perdure com mais apego à alegria de viver! 

Então, a morte será uma lição de vida, apelando, mesmo na dor, ao sempre eterno “Carpe diem!” – Desfruta da vida o melhor que puderes!

Ámen!...

terça-feira, 7 de janeiro de 2025

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 416/?

 

 À procura da Verdade nas Cartas de Paulo 

 1ª Carta a TIMÓTEO - 1/2

 – “A Lei não é para o justo mas para os iníquos e rebeldes, ímpios e pecadores, sacrílegos e profanadores, parricidas e matricidas, homicidas, impúdicos, homossexuais, mercadores de escravos, mentirosos, para os que juram falso e para tudo o que se oponha à sã doutrina, de acordo com o Evangelho.” (1Tm 1,9-11)

– Parece que Paulo não conseguiu enquadrar-se totalmente entre a Lei mosaica – pois era defendida acerrimamente pelos judeus e suas autoridades, judeus que mataram Jesus Cristo (1Tm 2,15) e perseguem Paulo por anunciar Cristo ressuscitado – e o Evangelho que aqui “casa” com a Lei…

….A Lei também foi problema para Jesus Cristo. Lembremos a polémica com os sacerdotes por causa do sábado e também o capítulo 5 de Mateus: “Não vim abolir a Lei e os Profetas mas dar-lhe pleno cumprimento” (5,17) E logo a seguir, em flagrante contradição, opõe o adultério real ao adultério em pensamento (5,27-28), o divórcio permitido à condição de adultério (5,31-32), o juramento em nome de Deus a juramento nenhum (5,33-37), o “olho por olho, dente por dente” ao oferecer a face esquerda a quem tiver batido na direita (5,38-40), o amar ao próximo e odiar o inimigo ao… amor aos inimigos (5,43-48)…

    Também aqui considera Paulo os homossexuais ao nível dos pecadores e ímpios. Se cá viesse hoje teria uma desagradável surpresa. Mas, ao longo da História, esta sua intervenção contribuiu para que muitos destes fossem condenados à fogueira, quando, afinal, não são pecadores mas apenas fruto de uma anormalidade da Natureza, ao distribuir mal os androgénios, tendo-lhes cabido em sorte o suportarem tal anormalidade e durante toda a vida…

– Onde Paulo não foi realmente “feliz” foi com… as mulheres! Quando fala delas, não consegue deixar de ser tremendamente machista… “Durante a instrução, a mulher deve ficar em silêncio, com toda a submissão. Eu não permito que a mulher ensine ou domine o homem. Portanto, que ela permaneça em silêncio. Porque primeiro foi formado Adão, depois Eva. E não foi Adão que foi seduzido, mas a mulher que, seduzida, pecou.” (1Tm 2,11-14)

– Que pensariam as mulheres de então, desta arrogância machista? Que poderão pensar as mulheres de hoje? Não lhe dão importância? Dizem que tal atitude foi fruto da época em que Paulo viveu? Mas… isto de uma religião, revelada por Deus… andar ao sabor das correntes da História não lhe retira credibilidade? Ou – e já nos repetindo – damos importância àquilo que ainda não passou de moda, historicamente, e não damos àquilo que já passou à História?