segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Antigo Testamento (AT) - 49/?

À procura da VERDADE no livro dos JUÍZES – 4/5

- A história de guerra que se segue mais parece um conto de fadas 
que uma realidade histórica. É que Javé ordena a Gedeão que mande 
para casa “Quem estiver com medo e a tremer” e “os que se 
ajoelharem (na fonte) para beber”. Restaram apenas trezentos. “Com 
os trezentos que lamberam a água (levando as mãos à boca), vou 
salvar-vos entregando Madiã em teu poder.” E a vitória é tão estrondosa 
quanto inverosímil, do ponto de vista histórico. Mas quem poderá 
lutar contra Javé? Gedeão distribui trombetas aos trezentos homens 
que cercam o acampamento inimigo. É noite. As trombetas tocam. 
“O acampamento inimigo ficou alvoroçado e começaram a gritar e a 
fugir. Enquanto os trezentos homens tocavam as trombetas, Javé fez 
com que no acampamento se matassem uns aos outros ao fio da espada.” 
(Jz 7,3-22) Razão de tal matança? - Tão simples quanto imprópria de 
Javé. Mas é Ele que no-la apresenta: “Então Javé disse a Gedeão: 
O povo que está contigo é numeroso demais para que Eu entregue 
Madiã em teu poder. Israel poderia orgulhar-se dizendo: Eu consegui 
a vitória graças ao meu poder!” (Jz 7,2) Inverosímil, claro! E 
conta-se que aquela região viveu em guerra durante séculos: aliás, 
quem semeia a guerra, como fez Javé ao entregar todas aquelas 
cidades nas mãos dos Israelitas, que paz lograria colher?
- Tremenda! Horrível! Tal é a promessa do israelita Jefté a Javé, se 
este lhe concedesse vitória sobre os amonitas: “Quando eu voltar 
vitorioso da guerra contra eles, a primeira pessoa que me receber à porta 
de casa pertencerá a Javé e eu a oferecerei em holocausto. (…) E foi 
precisamente a sua filha que saiu para o receber, dançando ao som de
 tamborins. (…) Pai, se fizeste promessa a Javé, cumpre o que prometeste, 
porque Javé concedeu-te vingares-te dos inimigos.” (Jz 11,31-36)
- Se não fosse a sua filha, que outra pessoa poderia ter sido? Sua mulher? 
Sua concubina? Sua escrava? Que direito tinha Jefté de fazer tal promessa 
que não o sacrificava a ele mas a vida de outrem? E - mais tremendo 
ainda! - porque aceitou Javé tal promessa e não a condenou logo ali - como 
aliás havia feito com o filho de Abraão - e para todo o sempre, para que 
nos nossos dias não houvesse tantas promessas que se fazem em 
momentos de aflição insuperáveis, obrigando depois as pessoas a tão 
horríveis quanto inúteis sofrimentos, no corpo e na alma?




- É! Olha esses santuários em que tantos e tantas rastejam em sangue, suor e 
lágrimas, cumprindo promessas que os sustos da vida lhes fizeram brotar do 
coração e da alma martirizada! Que duplo sofrimento, santo Deus! Que 
inútil, inutilíssimo sofrimento! A quem aproveita? Acaso comprazer-se-á 
Deus nele? Que Deus? O Deus verdadeiro de certeza que não é! Aliás, como 
poderia sê-lo sem deixar de o ser? Aqui, a Igreja tem uma enorme culpa ao 
defender e apregoar o sofrimento redentor: “Seja tudo em desconto dos 
meus pecados!”, ensinaram-nos a rezar na catequese, para sublimar o 
sofrimento. Mas é uma falácia, uma mentira, um non-sense. E tudo por 
causa da suposta morte redentora de Jesus na cruz, já tendo sido feito Filho
de Deus. Sejamos intelectualmente honestos: Jesus não redimiu o Homem
de pecado nenhum, pecado inventado pela Igreja, baseada numa Bíblia que,
neste caso do Génesis, apenas conta histórias de fantasia e… nada mais.
O sofrimento não serve, pois, para nada!
- Pior: constata-se que, quase três mil anos passados sobre estes
acontecimentos bíblicos, o Homem religioso continua a pactuar com tais
práticas, os mentores fazendo lavagens ao cérebro dos crentes, estes
agravando ainda mais, com crendices, as fantasias que lhes vendem como
Verdades, e… Verdades eternas! Que desonestidade, Santo Deus!

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