terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Antigo Testamento (AT) - 50/?

À procura da VERDADE no livro dos JUÍZES – 5/5

- “Os israelitas tornaram a fazer o que Javé reprova. E Javé entregou-os 
aos filisteus durante quarenta anos.” (Jz 13,1) A saga de ser Javé a 
conduzir os destinos de Israel continua. Mas se, historicamente, os 
filisteus dominaram os israelitas durante quarenta anos, porque dizer 
que foi Javé que castigou Israel? É a mesma não lógica pela qual 
atribuímos a Deus uma doença que nos aparece ou um acidente de que 
somos vítimas, pensando que estamos a ser castigados pelos nossos 
pecados… E uma coisa são as doenças que o destino nos coloca no 
caminho, outra, aquelas que contraímos por descuido ou incúria nossa. 
Tal como o acidente ser ou não da nossa responsabilidade. 
Logicamente, mais um nonsense bíblico.
- E, se não é Javé a intervir directamente, é o seu anjo! Desta vez, 
em missão anunciadora de mais um acontecimento milagroso: a do 
nascimento de Sansão de uma mulher estéril. (Jz 13)




                                                        Sansão e Dalila (no filme)

- Sansão! Que história mais estranha! “Consagrado a Deus desde o seio 
de sua mãe” (Jz 13,7), parece ter sido gerado para… matar! Que 
destino, Santo Javé! Que consagração a Deus! Instável quanto aos 
amores, apaixona-se - amor à primeira vista! - por uma filisteia - facto 
inaceitável para o povo israelita - mas Sansão casa com ela. Depois, 
abandona-a. Querendo recuperá-la e não lho permitindo o pai da rapariga 
que já a havia dado a outro, serve o pretexto - certamente pela mão 
de Javé! - para matar uns quantos filisteus: “Caiu sobre eles, fazendo um 
massacre terrível.” (Jz 15,8) Isto é tudo tão estranho! Tudo tão impróprio 
de um livro dito sagrado e inspirado por Deus!
- Um dia, “Sansão foi a Gaza, viu ali uma prostituta e dormiu com ela.” 
(Jz 16,1) “Depois disto tudo, Sansão apaixonou-se por Dalila”(Jz 16,4) que, 
após três tentativas e muito o ter importunado, lhe arrancou o segredo da 
sua força: os longos cabelos que nunca haviam visto a navalha. Apanhado 
pelos seus inimigos, não morre sem levar consigo uns milhares de filisteus, 
ao desviar as colunas mestras do Templo onde todos estavam festejando a 
sua humilhação! (Jz 16)
- É! Uma história longa, com intriga bastante, mas sem divindade nenhuma… 
Ou, se quisermos, mais uma vez, serve Sansão de braço a Javé para… 
matar filisteus, inimigos de Israel!
- Entre o povo, imperava a cobiça, tal como sempre imperou ao longo da 
História humana: “Vamos lutar contra eles pois vimos que a terra deles 
é excelente.” (Jz 18,9) Então, caríssimo Javé, este pecado é castigado pela 
tua ira ou sancionado em favor de Israel? Onde o Mandamento que deste 
a Moisés: “Não cobiçarás as coisas alheias.” (Ex 20,17)?
- O livro dos JUÍZES acaba… mal! É uma guerra civil entre israelitas: 
todas as tribos contra uma, a tribo de Benjamim. Razões? - Uns ociosos 
da tribo de Benjamim abusaram, violentaram e mataram a concubina de 
um levita que por ali passava. Esta violência sobre uma pessoa arrasta para 
a violência um povo inteiro. Que história! Mas não é o que hoje se repete 
por esse mundo fora em pequena escala ou a nível mundial como a razão das 
duas últimas grandes guerras?

- Acaba o livro. Fica-nos a… frustração total! A frustração de continuarmos 
a falar de um Javé – tido por Deus único e verdadeiro, tanto pelos israelitas 
como pelos seus sucessores na religião: os cristãos – que tem tudo de humano 
e nada de divino!

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