quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Quem me chamou Jesus Cristo? O Menino Jesus existiu? (54/?)

 
 
PARA ALÉM DO FIM
Cinco momentos de reflexão
V
Fundamento das nossas dúvidas, as dúvidas que estão na base desta "Vida de Cristo" narrada pelo próprio.
 
AS ORIGENS DO CRISTIANISMO (2/2)
Análise crítica
De tudo o que se referiu – números 1 a 8 – as dúvidas acerca da factualidade apresentada são mais que muitas. Já provámos, em outros textos e nos itens anteriores, que os evangelhos não nos merecem qualquer credibilidade histórica. 
Repetimos a razão fundamental: terem sido escritos com o simples e único intuito de firmar na Fé em Jesus Cristo, Filho de Deus, as comunidades que iam nascendo aqui e acolá. Por isso, os evangelistas inventaram tudo o que lhes parecia corroborar tal intuito, sobretudo milagres que fossem a prova de que Jesus era Deus ou Filho de Deus encarnado no homem sobre o qual falavam.
Outros argumentos a favor da não credibilidade histórica dos evangelhos merecem ser relembrados, mas serão de menor importância: 1 – terem sido escritos 40 a 70 anos após os acontecimentos referidos; 2 – não ter chegado até nós nenhum original mas apenas cópias dos sécs. III e IV, portanto sujeitos a toda a espécie de corrupção; 3 – não haver nenhuma referência, nos historiadores da época, sobretudo Flávio Josefo e Fílon de Alexandria, aos factos que são narrados nos evangelhos como acontecidos; é que são “factos” tão fora das leis normais que regem a actividade humana que, se tivessem sido verdadeiros, teria sido completamente impossível que não tivessem dado brado por todo império romano, chegando, obviamente, ao conhecimento daqueles historiadores. Aliás, a própria História do mundo de então teria sido completamente diferente: não haveria perseguições mas uma conversão universal… 4 – A imagem que os evangelhos dão de Jesus é completamente antagónica aos objectivos que o próprio Jesus se propunha: pregar a todas as gentes a Boa Nova do Reino de Deus. Então ele não sabia que era vencendo a morte perante todo o Império Romano, ressuscitando e mostrando-se a toda a gente, a começar pelos que o tinham condenado, que convenceria e converteria todos os Homens do mundo conhecido de então e, por arrastamento, todas as gerações vindouras e todas as gentes ainda desconhecidas? (Noutra análise crítica, este será, porventura, o maior argumento contra a veracidade da ressurreição de Jesus e contra o seu carácter de divino ou filho de Deus.)
Mas basta de aduções. E repetimos o que já em outros textos dissemos: o cristianismo nasceu como uma seita judaica que teve como mentor Paulo, o qual, tendo conhecido Jesus através dos discípulos, o elegeu como protótipo de um guru capaz de encabeçar uma nova religião de que ele seria o grande pregador, ultrapassando largamente, pela sua inteligência e conhecimentos – e até influência política – a pregação daqueles discípulos.
O resto da verdadeira história do cristianismo não passa de uma história, história que, no entanto, se avolumou ao longo dos séculos, por múltiplas razões, se desmembrou, guerreando-se as suas facções, sobretudo católicos e protestantes (veja-se ainda a actual Irlanda do Norte!), e atingiu a bonita soma de cerca de dois mil milhões que dizem acreditar no tal Jesus Cristo, Filho de Deus, fazedor de milagres.
E foram os papas e os padres, pelos mais diversos interesses, normalmente de poder sobre as consciências, mas também – ou sobretudo? – pela sede de poder político e económico, que alimentaram toda a aquela história, história arquitectada a partir de uma efabulação, uma falsidade, um engodo para enganar o Homem, toda a humanidade que, por ignorância ou falta de espírito crítico, se vai deixando embalar em crendices que fazem bem à alma e alimentam o sonho de um Paraíso eterno após a morte!
Só resta dizer que, no séc. VII, apareceu o grande rival do Cristianismo: o Maometismo. (O Judaísmo , a outra religião monoteísta, tinha-se ficado pelo Estado de Israel ou espalhou-se pelo mundo, não ultrapassando actualmente os 20 milhões, mas tendo dado à humanidade os maiores cérebros conhecidos, quer para o bem quer para o mal…) Este não se impôs pela mensagem de fraternidade universal, como, no geral, o Cristianismo, mas pela espada: “Ou te convertes ou morrres”! Mas também o Maometismo, que conta com mais de mil milhões de seguidores, se dividiu em seitas que perduram activas e ferozmente antagónicas, obviamente pela sede de domínio – poder político e económico! – de uma sobre a outra. Falamos das duas principais seitas: a dos sunitas e a dos xiitas cujos seguidores, todos os dias cometem atentados uns contra os outros, sobretudo em terras onde, há dois mil anos, imperava o incipiente cristianismo com a sua mensagem de paz e fraternidade: o Iraque, a Síria, o Irão e alguns dos seus vizinhos. Claro que, embora imitem o seu guru, Maomé, chefe guerreiro toda a vida, além de ter escrito o Corão com a ajuda do dinheiro da sua mulher Cadidja, todos esquecem os cinco pilares do Islão: 1 – Afirmar que só Alá é Deus e Maomé o seu profeta; 2 – Rezar cinco vezes ao dia, prostrados por terra e virados para Meca (Que rezarão eles? Planearão mais um ataque bombista, suicida ou não, invocando a protecção de Alá, para que matem, em tal acto, o maior número de inocentes possível?!!!) 3 – Dar esmola 4 - Observar o Ramadão (jejuar faz bem ao corpo e purifica o espírito!) 5 – Ir, se possível, ao menos uma vez, na vida, a Meca! (fazer o quê, santo Deus, santo Alá?!!!)
Ah, perante tais realidades, a vontade que se tem é de desabafar, perguntando:
 “NÃO SERIA O MUNDO MUITO MELHOR SEM A PRAGA DAS RELIGIÕES?”
 E isto, sem menosprezar o grande impacto que a religião, em geral, tem de benéfico sobre as consciências, sobretudo em momentos de grandes frustrações ou perdas, momentos em que só a Fé pode dar algum conforto, alguma serenidade, alguma força para a aceitação do sofrimento. Nem se devem esquecer as muitas organizações que, com base nas igrejas, se dedicam a ajudar os mais carenciados da sociedade. Louvor, pois, a quem dedica parte da sua vida ou a sua vida inteira a tais actividades, estas, sim, bem de acordo com a pregação da fraternidade universal de Jesus Cristo!
Mas, dada a complexidade do ser humano, também poderíamos perguntar se tais movimentos de solidariedade não apareceriam numa sociedade sem qualquer religião. Não surgem, por toda a parte, movimentos de ajuda humanitária quando em alguma parte do Globo, a catástrofe acontece, não se ouvindo falar que estejam conectados com qualquer religião??
 

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