sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Quem me chamou Jesus Cristo? O Menino Jesus existiu? (55/?)

 
 
PARA ALÉM DO FIM
Cinco momentos de reflexão
 
Fundamento das nossas dúvidas, as dúvidas que estão na base desta "Vida de Cristo" narrada pelo próprio.
 
 
Advertência final
    Importa tornar claro que toda a pesquisa efectuada ao longo deste ensaio, colmatada com um toque romanesco quando escasseiam os dados considerados históricos, já que há apenas documentos – evangelhos, actos e cartas – cuja historicidade é facilmente posta em causa, quer pelos seus conteúdos fantasiosos (vejam-se, por exemplo, os inúmeros milagres impossíveis), quer pela sua finalidade: cimentar na Fé as comunidades cristãs nascentes, nada pretende de acintoso contra a religião católica; insere-se na busca incessante da Verdade da Vida, essa necessidade profunda, intrínseca a qualquer ser humano, de saber qual o seu desfecho após a curta existência a que teve o privilégio de aceder, um dramático problema existencial para o qual se procura uma resposta.
    Pela Filosofia, o Homem apercebeu-se da sua realidade: um ser que aparece no tempo, num dado tempo, vive um certo tempo – curto, curtíssimo em relação ao Tempo universal em que se movimentam todas as coisas nos seus ciclos de vida, sejam oitenta, noventa ou cem anos, mil que fossem! – e, depois, inexoravelmente morre. Então, aparecem as religiões a dar-lhe n respostas para o Além da morte, “inventando” a Teologia! E vêm, primeiro, deuses em catadupa, deuses antropomórficos e geomórficos, deuses que permanecem no imaginário do Homem durante muitos milénios, condicionando-lhe a vida. Depois – e simultaneamente com aqueles – um Deus único com os judeus de há três a quatro mil anos, retomado ou “retocado” por Jesus dito o Cristo, há dois mil, voltando a ter créditos de Livro com Maomé, há apenas cerca de mil e quatrocentos anos.
    Mas, afinal, nenhuma religião responde ao problema existencial do Homem: o Para-além da vida – esta vida! – a única que ele pode ter como certa. Começam os seus mentores – que se arvoraram e arvoram em guardiães da Verdade – por clamar de inspiração divina os super-conhecidos livros que apelidam de sagrados: a Thora judaica, a Bíblia cristã, o Corão muçulmano, devendo-se também referir os Vedas para os hindus. Argumentos? – Nenhum que tenha qualquer credibilidade à luz da razão, razão que é o grande distintivo do ser humano, face a todos os outros seres. Então, sabendo que não têm argumentos credíveis, apelam para a Fé e para o Mistério e, a quem pretenda ou exija tais argumentos, não se satisfazendo com Fé e Mistérios, apelidam de ateus ou agnósticos, indivíduos de má-fé, arrogantes face ao divino – divino que eles não conseguem provar como existente! – e de outros epítetos que levam as gentes menos informadas a descrerem de qualquer tentativa dos que querem “agitar as águas” que, no que toca às Religiões em geral, bem tresandam de estagnadas...
    Ora, tudo seria mais simples se os arvorados em guardiães das Religiões descessem dos seus pedestais, onde se auto-guindaram, e viessem discutir a Religião na praça pública, isto é, nos Media de todo o mundo, para lhes dar credibilidade, pondo em discussão a “indiscutível” sacralidade dos “seus” Livros. Mas não! E a razão é óbvia, embora sempre desmentida e mais uma vez apelidada de acintosa e de má-fé: não tendo argumentos, seriam cilindrados por um sem-número de perguntas com que seriam confrontados e lá se lhes acabava o seu modus vivendi, para uns, de sobriedade e de franca missão de solidariedade social, para outros – muitíssimos! – de vida regalada e não poucas vezes faustosa. A começar e a acabar no papa da Igreja católica, com o seu luxuosíssimo Vaticano. Tudo para louvor de Deus Nosso Senhor...
    A realidade nua e crua, no entanto, mantém-se para todo o ser humano: só sabe que existe; o “depois” fica-se no mistério de todos os que já partiram – um sem-número, desde que se considera a existência do Homem, nos seus cerca de quatro a sete milhões de anos – e nunca mais voltaram dando notícias de Paraísos ou Infernos existentes e um Deus ou um Diabo neles... Perderam-se pura e simplesmente no... Nada! Melhor: integraram-se, átomos e moléculas, na matéria universal donde um dia vieram, tendo apenas sido, durante os tais oitenta ou cem anos, matéria transformada em vida, uma vida que, tal como qualquer ser vivo, tal como as estrelas, tinha o seu destino marcado: desaparecer para sempre...
    Embora o tema seja inesgotável, bastam estas palavras para fazer meditar todos os que quiserem ser eles próprios a dissecarem a realidade que lhes assiste, não cedendo a ninguém tal inalienável direito.
“A busca da Verdade da Vida deveria ser a preocupação suprema de todo o Homem, como ser racional que é”. (Autor desconhecido)
 

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