sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

É Natal! Feliz Natal!

É NATAL! NATAL SEMPRE? FELIZ NATAL! (2/2)
Afinal, é bom haver Natal. Foi boa a invenção do Natal! E foi boa invenção a muitos títulos:
1 – O da solidariedade: muitos pobres, pedintes e sem-abrigo têm, nessa noite “venturosa”, a ventura de comer uma boa refeição servida por almas caridosas e solidárias; muitas crianças sem família ou afins recebem roupas e brinquedos nem que sejam usados pelos filhos dos ricos…
2 – O da reunião das famílias, embora criando-se muitos problemas e muitas dores de cabeça a quem não sabe com quem passar a Noite, pela complexidade de muitas famílias, num bom jantar de bacalhau com os acompanhamentos tradicionais: couves, batatas, grão, etc., bem regado com bons vinhos; depois, a ceia com o peru a pontificar, mas já introduzindo-se o cabrito ou o leitão; depois, alguém se vestindo de pai-natal, a distribuição das prendas, prendas que não foram menor dor de cabeça, havendo mesmo quem faça listas das que quer receber, abarrotando-se as crianças com jogos, muitos jogos e brinquedos que, mal abertos e descobertos, os põem de parte para, sofregamente, açambarcarem o novo que se apregoa muitas vezes nem sequer elas se lembrando de agradecer o quanto não custou “aquilo”  em tempo e dinheiro; mas também as prendas aos “crescidos”: esses então é que foram o pior, pois dar o quê a este e àquele e àquela, se já têm tudo e nada de importante lhes faz falta?
3 – “The last but not the least!” O do desafogo do comércio que nesta época, vê aumentadas as suas receitas pelas muitas vendas efectuadas, venda das muitas bugigangas absolutamente desnecessárias que se vão produzindo por esse mundo fora – agora muitíssimas delas pelo grande e miserável e explorado povo trabalhador da China – incrementadas ou não pelas grandes empresas multinacionais, desperdiçando-se estupidamente recursos naturais que bem poderiam ser utilizados em produtos bem mais necessários e bem mais úteis à humanidade. E é comércio não só de bugigangas, está claro, mas também de roupas, aparelhos de toda a espécie, pontificando os de informática, alimentação, obviamente, que isto Natal sem ser bem comido e bem regado e bem açucarado com fartas guloseimas não é Natal!
4 – Então, esquecíamos o Pai-Natal inventado pela coca-cola? E o Santa Claus – S. Nicolau – que veio do Norte montando o seu carro puxado a renas, inventado pelos americanos, espalhando presentes por toda a parte, deixando, aqui, a Igreja destronar a tradição de ser o Menino Jesus que, à meia-noite, todas as crianças estando dormindo, vinha pela chaminé, encher o sapatinho de guloseimas, mas só aos meninos que se tivessem, durante o ano, portado bem?…
5 – Ah, ainda falta a encantadora árvore de Natal. Essa, então, é que faz as delícias da decoração da casa: enfeita-se com lâmpadas multicolores, anjinhos e bolas de cristal, sinos e figuras celestiais e outras coisas que tais…
6 – Mais: para os mais fervorosos, não se dispensa o presépio. E fazem-se presépios por todo o lado: nas casas particulares, nos palácios, nas assembleias, nas igrejas, nas curvas da estrada… E, assim, se repõe a falsa verdade de um menino que nasceu numa gruta em Belém, filho de uma virgem, mas sendo a encarnação de Deus ou do seu filho, obviamente, Verdade inconcebível, como qualquer racionalista, raciocinando – perdoe-se o pleonasmo! – facilmente constatará, já que Deus não pode ter um Filho assim sem mais nem menos, tendo a Igreja que inventar – ou reinventar, pois já existiam trilogias de deuses em religiões mais antigas – a SS Trindade, com o Pai , o Filho e o Espírito Santo.
7 – E ainda os enfeites de Natal em todas as ruas, em todas as praças da cidade, nas montras, na porta da sua casa e lá dentro também, estrelas e grinaldas e figuras natalícias resplandecendo por toda a parte…
8- Ah, como podíamos esquecer as mil e uma melodias que todos os compositores e o povo compôs para esta quadra festiva? E não são canções de encantar pela sua beleza, a candura das letras, a emoção que se tem ao cantar o aparecimento de uma criança? Ora, se aquela criança era assim tão especial, tão só o Menino Jesus, nascido da Virgem e Filho de Deus…
Afinal, é bom, muito bom haver Natal. Sem Natal, o mundo seria mais pobre, mais triste, mais acomodado a um dia-a-dia sem sabor… Mesmo que o Natal seja uma grande invenção, melhor, uma grande efabulação, mais uma, das religiões, neste caso do cristianismo.
Então, viva o Natal! Boas-Festas! Cantemos, bailemos, comamos, bebamos, pois que importa que o façamos comemorando um não-acontecimento? Não é viver o que realmente importa a qualquer ser vivo, a nós, portanto?!

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