quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Quem me chamou Jesus Cristo? O Menino Jesus existiu? (53/?)

 
 
PARA ALÉM DO FIM
Cinco momentos de reflexão
V
Fundamento das nossas dúvidas, as dúvidas que estão na base desta "Vida de Cristo" narrada pelo próprio.
 
AS ORIGENS DO CRISTIANISMO (1/2)
As origens do cristianismo, tal como nos chegaram, após dois mil anos de História,  e tal como nos continuam a ser pregadas pelas igrejas cristãs, mormente a católica, toda a gente as conhece, cristãos e não cristãos, tendo por base os evangelhos e, em geral, o Novo Testamento. Simples e em resumo:
1 – Pelo ano 750 ab urbe condita (da fundação de Roma), apareceu um Jesus, nascido numa província de Israel, a Galileia, filho de Maria e de José, o carpinteiro, da linhagem de David (que havia sido rei dos judeus pelo ano 900 a.C.)
2 – Aos 30 anos, começou a pregar um reino novo, um reino que não era deste mundo, o Reino de Deus, pregando a fraternidade universal e o amor entre os Homens, sendo todos filhos de Deus, portanto, todos irmãos, acompanhando tal mensagem, segundo o relato dos evangelhos, sobretudo o de Mateus, de muitos milagres. Muitíssimos milagres: cegos de nascença que começavam a ver, coxos que andavam, paralíticos que ficavam curados, água que se transformava em vinho, pães e peixes que se multiplicavam, muito para além da necessidade dos famintos que rodeavam Jesus, pois num deles, segundo o mesmo Mateus, cresceram vários cestos, apesar de, à partida, haver apenas meia dúzia de pães e meia dúzia de peixes… E muitos outros!
3 – Prometeu o Paraíso aos pobres, fracos, humildes e aos que fossem tementes a Deus e o Inferno aos ricos e maus.
4 – Escolheu doze discípulos e foi seguido por multidões.
5 – Disse ao discípulo Pedro: “Tu és Pedro e sobre esta pedra eu edificarei a minha Igreja.”
6 – Perguntando aos discípulos: “ E vós, quem dizeis que eu sou?” Responderam eles: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo:”
7 – Insurgiu-se contra os poderes religiosos instituídos que, artificiosamente, o acusaram de se revoltar contra o poder de Roma, embora Jesus tenha dito, quando interrogado sobre o assunto – sabiamente! – “Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”.
8 - Foi condenado, num julgamento em que inexplicavelmente não se quis defender – o que não teria sido muito difícil, sendo ele quem era (era?!) – morto e sepultado e ressuscitou três dias depois, subindo ao Céu após ter aparecido a alguns discípulos, primeiro a Madalena e aos discípulos de Emaús, depois, a todos os doze, dizendo-lhes “Ide por todo o mundo, pregai a Boa Nova do Reino de Deus a toda a criatura!”.
FIM DA PERSONAGEM apresentada nos quatro evangelhos: os sinópticos de Marcos, Mateus e Lucas e o de João, mais teológico e menos factual.
INÍCIO DO CRISTIANISMO, palavra derivada do cognome atribuído a Jesus, passando-se, após a sua morte, a chamar Jesus Cristo.
9 – Apesar da morte inglória de Jesus e das ameaças dos poderes político-religiosos do tempo, os discípulos continuaram a pregar as ideias do “Mestre”, começando a fundar pequenas comunidades religiosas, mais ou menos clandestinas, com medo de perseguições, partilhando o pão em evocação da última ceia de Jesus com os discípulos. A eles juntou-se uma figura carismática e decisiva na fundação do cristianismo: o gentio Paulo que, de perseguidor se torna pregador fanático, reinventando muitos dos ensinamentos de Jesus.
10 – Muitas comunidades, aliciadas pela mensagem - fraternidade universal, igualdade entre os Homens (todos irmãos porque todos filhos do mesmo Deus), um Paraíso para os bons e um Inferno para os maus - nasceram por todo o Império romano, espalhando-se do Norte de África até aos confins da Ásia Menor e até ao coração do Império: Roma.
11 – Apesar de perseguidas por todos os imperadores, proliferaram. E eram já muitos milhares, de tal modo que o imperador Constantino, com o intuito de unificar o Império, resolveu, em vez de perseguir os cristãos, promover o cristianismo a religião do mesmo Império e, para tal, convocou um Concílio, o de Niceia, em 325.
12 – Aqui, começa a verdadeira saga da expansão do cristianismo, com a preponderância do bispo de Roma a quem começaram a chamar “papa”, havendo logo, cerca de num século mais tarde, os primeiros dissidentes que não aceitavam a autoridade de Roma, elegendo o seu próprio papa que pontificava em Constantinopla, actual Istambul, na Turquia, chamando-se de ortodoxos. A outra grande divisão aconteceria no séc. XVI com Martinho Lutero e o seu Protestantismo, protestantismo que deu origem a numerosas seitas que hoje florescem um pouco por todo o mundo cristão. E as três igrejas continuam a pregar o mesmo Cristo ressuscitado, um Cristo Filho único de Deus, e a sua mensagem de salvação eterna (no Céu), mais do que a da fraternidade universal (na Terra).
 

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