quinta-feira, 31 de outubro de 2024

A gente vai embora!

 Com muita pena nossa!

 Como alguém já disse, na hora em que estava partindo: “Não tenho medo de morrer, tenho pena de deixar de viver.”

O Outono lembra-nos estas coisas que, triviais embora, por tão normais, nos deixam numa certa tristeza, numa certa melancolia: vêem-se folhas pelo chão estendidas, outras pelo ar balançando ao vento, que, de amarelas – velhas! – foram deitadas fora pela própria árvore.

Assim, nós! Um dia, cedo ou tarde, a VIDA descartar-nos-á, como peças que já não lhe interessam, sendo RAINHA SOBERANA NO ADN QUE DÁ A CADA SER VIVO! Foi o que aconteceu connosco no acto do nascimento, melhor, da concepção no ventre da mãe, em que o ADN nos determinou, à partida, o nosso ciclo vital.

E podemos presumir quando será o fim, mas nunca a data certa! Essa pertence ao mistério ou ao acaso ou… à própria VIDA!

Com o “A gente vai embora”, haverá uma certa vontade de tudo deixar correr, e de vivermos por aí “aos caídos”, que o mesmo é dizer, “vivendo de outros, decidindo não ter onde cair mortos, tais os sem-abrigo na sua filosofia existencial de subsistência no dia-a-dia, até um dia em que o corpo se cansar de viver. Poucos embora!

A maior parte “puxa” pelo lado energizado, com ambições, vontade de fazer coisas, quer pelo prazer de as fazer quer pelo prazer de as ver feitas devido ao nosso espírito de iniciativa e de inovação.

Mas… nesse comportamento espectável da maioria, quantos desmandos, quantos atropelos a nós próprios e aos que nos rodeiam, desde a pequena sociedade que é a família ao grupo de trabalho, ao país, ao mundo! O Homem é tão imperfeito!

De qualquer modo, sejas santo, sejas diabo, vais embora. Não tens escolha! Assim, tens de escolher semeares amor e paz ou ódio e discórdia, unir num abraço e sorriso fraternos ou fazeres a guerra, derramando sangue quase sempre inocente, ceifando vidas e com elas tantos sonhos que ficaram por realizar.

E se vais embora de qualquer jeito, porque tanta competição desenfreada que só te traz preocupação e frustrações, mesmo com a vã glória de teres superado o teu adversário? Porque corres tanto, te afadigas tanto, te matas tanto com trabalho cujos frutos vais deixar para os outros, outros que estão mortinhos para ocupar o teu lugar, caindo no mesmo erro de ignorantes: o dia deles de ir embora chegará sem apelo nem agravo, nem qualquer excepção: a certeza do desaparecimento eterno é a única certeza que temos no nascimento.

Vivessem todos, interiorizando o “A gente vai embora!” e seria a fraternidade Universal e o Paraíso na Terra, o único Paraíso possível, já que o outro pertence ao reino da fantasia!

Ah, como SABER VIVER É UMA ARTE E UM ACTO DE INTELIGÊNCIA!

Sem comentários:

Enviar um comentário