À procura da Verdade nas Cartas de Paulo
Carta
aos Filipenses - 1
–
Quem teria sido o primeiro a falar no “Dia da Ira”, “Dia do Juízo Final”, “Dia
do Filho do Homem”, chamado aqui por Paulo de “Dia de Cristo”? Talvez não
interesse pesquisar. Parece que se perde na memória dos tempos bíblicos…
Importa é notar que o apelo ao temor de tal dia é propiciador de boas obras e
de fuga ao pecado… Quem tiver pecado, naquele dia não se salvará! Jesus há-de
empolgar os efeitos catastróficos de tal Dia do Juízo Final. Veja-se, por
exemplo, Mt 24,42-45; 25,13.
O temor!… De Deus ou do Juízo Final ou do
Além… Da recompensa eterna ou do castigo eterno: “Vinde benditos de meu Pai…”
(Mt 25, 34-40) Não necessita o Homem de um temor de um castigo para não cair no desregramento
total? Na total promiscuidade de valores e costumes? Na total avareza, luxúria,
inveja, corrupção, só não matando o seu irmão se não puder, explorando-o no
corpo e na alma sem se importar que para isso o outro morra, desde que ele
viva? Ah, a natureza humana, como parece frágil e facilmente corrompível!
E foi esse temor, o temor de Javé,
utilizado no A.T., nomeadamente por Moisés, para dominar aquele povo a quem o
próprio Javé chamava “povo de cabeça dura”.
–
“Para mim, o viver é Cristo e o morrer é lucro. (…) O meu desejo é partir desta
vida e estar com Cristo, o que é muito melhor.” (Fl 1,21-23)
– Era mesmo apaixonado por Cristo este Paulo… Ah, se ele pudesse cá vir dizer-nos onde está agora! Ah, se ele pudesse falar e expressar toda a sua felicidade de finalmente ter o Cristo que tanto defendeu, pregou, deu a conhecer, com todos os mistérios a Ele inerentes, sem no entanto, nunca de tal nos convencer!… Ah, se ele pudesse! Ah… se Deus “pudesse” deixá-lo vir cá convencer-nos agora sim, totalmente, de que o Céu de Deus Pai existe e é a recompensa eterna para os justos! Ah… se… Mas - ó desespero! ó raiva! ó total frustração! - ficamo-nos sempre pelos Ses… E Paulo ou o próprio Cristo não virão mesmo. Disso temos a total certeza!
Mas então, que Deus é este que tudo pode
mas não pode fazer um pequeno, pequeníssimo milagre de mostrar o Céu à Terra,
melhor, mostrar-Se aos Homens? Poderemos continuar a acreditar nele, na sua
real existência, no seu total poder?…
….É! É a VERDADE de que continuamos à procura. E nem Jesus Cristo nos consegue, nos conseguiu dar respostas… A pergunta é sempre a mesma:
“Se não há nada – MESMO
NADA! – que prove a existência de um Céu, porque milhões – biliões! – continuam
a acreditar nos seus pregadores, pregadores que, obviamente, lucram com tal
pregação e vivem dela, como ofício, sendo os primeiros a saber que tal Céu, tal
Cristo, tal Deus, são tudo invenções do cérebro de uns quantos humanos?”
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