quinta-feira, 7 de abril de 2022

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 346/?

 

À procura da VERDADE nos Evangelhos 

Evangelho segundo S. JOÃO – 40/?

 – “«Neste momento, estou muito perturbado. E o que vou dizer? Pai, livra-Me desta hora? Mas foi precisamente para esta hora que Eu vim.»” (Jo 12,27)

– Além de não entendermos esta perturbação de um “Filho de Deus” que vem fazer a vontade de seu Pai, como entender aquele “Pai, livra-Me desta hora!”, secundado com o posterior bem sentido apelo “Pai, se é possível, afasta de Mim este cálice…” do Jardim das Oliveiras? E com o ainda mais contundente lamento na cruz: “Meu Pai, meu Pai, porque me abandonaste?”

Por outro lado, aquele “foi precisamente para esta hora que eu vim” não faz qualquer sentido. Pois, para quê veio Ele morrer? Os teólogos dizem que foi para salvar a Humanidade. Mas salvar a Humanidade de quê? É muito difícil a uma religião explicar de forma entendível o porquê da morte do seu “ídolo”! Mas como esta religião cristã é uma realidade seguida por milhões, os seus teólogos encontram sempre uma explicação mesmo para o inexplicável ou quando se trata de um total non-sense.

– Entretanto, o maravilhoso acontece! Reza Jesus: “«Pai, manifesta a glória do teu Nome!» Então veio uma voz do Céu: «Eu manifestei a glória do meu Nome e vou manifestá-la de novo.» A multidão que ali estava ouviu a voz e dizia que tinha sido um trovão. Outros diziam: «Foi um anjo que falou com Ele.» Jesus disse: «Esta voz não se fez ouvir por causa de Mim, mas por causa de vós. Agora é o julgamento deste mundo. Agora o príncipe deste mundo vai ser expulso e, quando Eu for levantado da terra, atrairei todos a Mim.» Jesus disse isto para indicar de que morte ia morrer.” (Jo 12,28-33)

– O maravilhoso e… o enigma! Para que precisava o Pai de manifestar a sua glória? Para nos convencer de quê? Para nos levar para a vida eterna, quando nós continuamos, apesar de todas aquelas manifestações divinas, sem saber o que é seguir a Cristo, o que é desprezar a vida neste mundo para conservá-la para a tão desejada vida eterna?!…

Depois, uma voz do… Céu! Quem realmente teria falado? Que tipo de voz? Cavernosa, lenta, pausada, solene, como convinha a Deus-Pai, ou… aflautada, como de… mulher ou… de anjo? Ou foi mais um milagre de Jesus que fez ouvir a cada um dos presentes uma voz que eles identificaram como se tivesse vindo do… Céu?

O que é certo é que uns ouviram-na como se fosse um trovão, outros como se fosse um anjo a falar com Ele… (Isto, caso acreditemos em João… É que é o único evangelista a narrar tal maravilhoso acontecimento e tal resposta de Jesus.)

Contudo, o mais importante é perguntar se alguém percebeu o porquê daquela voz, o que era o Pai manifestar a glória do seu Nome, porque era então a hora do julgamento do mundo, porque o príncipe deste mundo iria ser expulso…

Aliás, que príncipe é este? O Diabo? E como é que ele iria ser expulso? Com a morte de Cristo, cujo significado e finalidade - além do cumprir das Escrituras - ninguém consegue entender plenamente?

Enfim, como é que Jesus iria atrair todos a Si quando fosse levantado da terra, interpretando João este levantamento como o modo “escolhido” por Jesus (ou por Deus-Pai?!) para morrer? Alguém entende?

– Nós não! E a multidão que escutava Jesus também não! “«A Lei diz-nos que o Messias vai permanecer aqui para sempre. Como podes dizer que é preciso que o Filho do Homem seja levantado? Quem é esse Filho do Homem?» Jesus respondeu: «A luz ainda está no meio de vós. Por um pouco de tempo. Procurai caminhar enquanto tendes a luz, para que as trevas não vos surpreendam. Quem caminha nas trevas não sabe para onde vai. Enquanto tendes luz, acreditai na luz, para que vos torneis filhos da luz.»” (Jo 12,34-36)

– Mais uma vez, Jesus “escapa” à pergunta, ali, directa… Refugia-Se na metáfora, na palavra que ninguém entende! Para quê queremos a metáfora da luz? O que é realmente tornar-nos filhos da luz?

Estranho! Se ninguém entendeu nem… entende, porquê falou Jesus de tal modo? Não é neste ponto que se joga toda a nossa Fé e toda a nossa… razão? Não é aqui que descremos completamente do… “doce”, do… “inefável” Jesus a quem apelidaram de Cristo?!


3 comentários:

  1. 1 - Aqui, dada a disparidade da pergunta e da resposta, tudo leva a crer que João pura e simplesmente tenha inventado uma e outra. Aliás, não nos podemos esquecer que João estaria senil e escreve sobre factos passados uns 60 a 70 anos antes.
    2 - Atrás, não referimos que, por exemplo, Mateus, a propósito da cena do derrame do perfume sobre os pés de Jesus, não coloca a cena em casa de Lázaro, o ressuscitado e sua irmã Maria a ser a sua autora, mas em casa de Simão, o leproso, não sendo identificada a mulher que pratica tal acto; ela derrama o perfume não sobre os pés mas sobre a cabeça de Jesus, enquanto ele estava à mesa. É um pormenor divergente que até se pode "desculpar", mas a juntar a tantos outros, pesa muito numa análise crítica que deve ser totalmente imparcial e implacável.

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  2. O episódio atrás referido encontra-se em Mt 26,6-14.

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  3. Meu caro amigo tem uma capacidade infindável de NÃO PERCEBER NADA dos Evangelhos, nem da natureza de Jesus Cristo, nem da missão do SER HUMANO......etc... etc...

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