À procura da VERDADE nos Evangelhos
Evangelho segundo S. JOÃO – 40/?
– Além de não entendermos
esta perturbação de um “Filho de Deus” que vem fazer a vontade de seu Pai, como
entender aquele “Pai, livra-Me desta hora!”, secundado com o posterior bem
sentido apelo “Pai, se é possível, afasta de Mim este cálice…” do Jardim das
Oliveiras? E com o ainda mais contundente lamento na cruz: “Meu Pai, meu Pai,
porque me abandonaste?”
Por outro lado, aquele “foi
precisamente para esta hora que eu vim” não faz qualquer sentido. Pois, para
quê veio Ele morrer? Os teólogos dizem que foi para salvar a Humanidade. Mas
salvar a Humanidade de quê? É muito difícil a uma religião explicar de forma
entendível o porquê da morte do seu “ídolo”! Mas como esta religião cristã é uma realidade seguida por milhões, os seus teólogos encontram sempre uma explicação mesmo para o
inexplicável ou quando se trata de um total non-sense.
– Entretanto, o maravilhoso
acontece! Reza Jesus: “«Pai, manifesta a glória do teu Nome!» Então veio uma
voz do Céu: «Eu manifestei a glória do
meu Nome e vou manifestá-la de novo.» A multidão que ali estava ouviu a voz
e dizia que tinha sido um trovão. Outros diziam: «Foi um anjo que falou com
Ele.» Jesus disse: «Esta voz não se fez ouvir por causa de Mim, mas por causa
de vós. Agora é o julgamento deste mundo. Agora o príncipe deste mundo vai ser
expulso e, quando Eu for levantado da terra, atrairei todos a Mim.» Jesus disse
isto para indicar de que morte ia morrer.” (Jo 12,28-33)
– O maravilhoso e… o enigma!
Para que precisava o Pai de manifestar a sua glória? Para nos convencer de quê?
Para nos levar para a vida eterna, quando nós continuamos, apesar de todas
aquelas manifestações divinas, sem saber o que é seguir a Cristo, o que é
desprezar a vida neste mundo para conservá-la para a tão desejada vida
eterna?!…
Depois, uma voz do… Céu! Quem
realmente teria falado? Que tipo de voz? Cavernosa, lenta, pausada, solene,
como convinha a Deus-Pai, ou… aflautada, como de… mulher ou… de anjo? Ou foi
mais um milagre de Jesus que fez ouvir a cada um dos presentes uma voz que eles
identificaram como se tivesse vindo do… Céu?
O que é certo é que uns ouviram-na como se fosse um trovão, outros como se fosse um anjo a falar com Ele… (Isto, caso acreditemos em João… É que é o único evangelista a narrar tal maravilhoso acontecimento e tal resposta de Jesus.)
Contudo, o mais importante é
perguntar se alguém percebeu o porquê daquela voz, o que era o Pai manifestar a
glória do seu Nome, porque era então a hora do julgamento do mundo, porque o
príncipe deste mundo iria ser expulso…
Aliás, que príncipe é este? O
Diabo? E como é que ele iria ser expulso? Com a morte de Cristo, cujo
significado e finalidade - além do cumprir das Escrituras - ninguém consegue
entender plenamente?
Enfim, como é que Jesus iria
atrair todos a Si quando fosse levantado da terra, interpretando João este
levantamento como o modo “escolhido” por Jesus (ou por Deus-Pai?!) para morrer? Alguém entende?
– Nós não! E a multidão que
escutava Jesus também não! “«A Lei diz-nos que o Messias vai permanecer aqui
para sempre. Como podes dizer que é preciso que o Filho do Homem seja
levantado? Quem é esse Filho do Homem?» Jesus respondeu: «A luz ainda está no
meio de vós. Por um pouco de tempo. Procurai caminhar enquanto tendes a luz,
para que as trevas não vos surpreendam. Quem caminha nas trevas não sabe para
onde vai. Enquanto tendes luz, acreditai na luz, para que vos torneis filhos da
luz.»” (Jo 12,34-36)
– Mais uma vez, Jesus
“escapa” à pergunta, ali, directa… Refugia-Se na metáfora, na palavra que ninguém
entende! Para quê queremos a metáfora da luz? O que é realmente tornar-nos
filhos da luz?
Estranho! Se ninguém entendeu
nem… entende, porquê falou Jesus de tal modo? Não é neste ponto que se joga
toda a nossa Fé e toda a nossa… razão? Não é aqui que descremos completamente
do… “doce”, do… “inefável” Jesus a quem apelidaram de Cristo?!
1 - Aqui, dada a disparidade da pergunta e da resposta, tudo leva a crer que João pura e simplesmente tenha inventado uma e outra. Aliás, não nos podemos esquecer que João estaria senil e escreve sobre factos passados uns 60 a 70 anos antes.
ResponderEliminar2 - Atrás, não referimos que, por exemplo, Mateus, a propósito da cena do derrame do perfume sobre os pés de Jesus, não coloca a cena em casa de Lázaro, o ressuscitado e sua irmã Maria a ser a sua autora, mas em casa de Simão, o leproso, não sendo identificada a mulher que pratica tal acto; ela derrama o perfume não sobre os pés mas sobre a cabeça de Jesus, enquanto ele estava à mesa. É um pormenor divergente que até se pode "desculpar", mas a juntar a tantos outros, pesa muito numa análise crítica que deve ser totalmente imparcial e implacável.
O episódio atrás referido encontra-se em Mt 26,6-14.
ResponderEliminarMeu caro amigo tem uma capacidade infindável de NÃO PERCEBER NADA dos Evangelhos, nem da natureza de Jesus Cristo, nem da missão do SER HUMANO......etc... etc...
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