À procura da VERDADE nos Evangelhos
Evangelho segundo S. JOÃO – 41/?
– O próprio João certamente,
também como nós, intrigado por tal facto - realmente incompreensível, pois que
tão pouca força tinham aqueles milagres para tão poucos convencerem! – refugia-se
nas Escrituras: “Assim se cumpriu a palavra dita pelo profeta Isaías: «Senhor,
quem acreditou na nossa mensagem? A quem foi revelada a força do senhor?» O
próprio Isaías mostrou a razão pela qual eles não podiam acreditar: «Deus cegou-lhes
os olhos e endureceu-lhes o coração, a fim de que não se convertam e Eu tenha
que curá-los.» Isaías falou assim porque viu a glória de Jesus e falou a
respeito dele.” (Jo 12,38-41)
– Não nos parece ter sido
feliz João na escolha que fez das Escrituras para explicar a não crença dos
judeus em Jesus Cristo. É que as palavras de Isaías são um total nonsense, postas na boca de Javé-Deus. Afinal Javé queria ou não queria que os Homens acreditassem na sua mensagem? Mesmo que acreditemos na inspiração divina dos textos bíblicos, aquelas
palavras de Isaías nunca poderiam ter sido inspiradas por Deus pois se voltam
contra Si próprio! E quem não estiver de acordo com tal afirmação, que prove o
contrário mas… convincentemente! Aliás, já alguém, de bom senso – e imparcial!
– percebeu como e porque a Bíblia é de inspiração divina?
– Enfim, que certeza tinha
João ao afirmar que Isaías falara assim porque tinha visto a glória de Jesus e
falara a respeito dele? Não foi antes mera interpretação da Bíblia que
certamente também não entendia mas … tinha de aceitar como revelada?!…
– De novo… o Pai! O Pai com
os seus mistérios! O Pai e um Filho a confundirem-nos cada vez mais! E se para
Jesus era fácil entender o que dizia de Si e do Pai, para nós - os que deviam
interessar Jesus, para os quais Jesus disse que veio! - para nós, só resta a…
confusão!
– E confusão total: “«Quem
acredita em Mim não é em Mim que acredita mas naquele que Me enviou. Quem Me
vê, vê também aquele que Me enviou. Eu vim ao mundo como luz para que todo
aquele que acredita em Mim não fique nas trevas. Eu não condeno quem ouve as
minhas palavras e não lhes obedece, porque Eu não vim para condenar o mundo,
mas para salvá-lo. Quem Me rejeita e não aceita as minhas palavras já tem o seu
juiz: a Palavra que Eu anunciei será o seu juiz no último dia. Porque Eu não
falei por Mim mesmo. O Pai que Me enviou é que Me ordenou o que Eu devia dizer
e ensinar. Eu sei que aquilo que Me mandou ensinar é a vida eterna. Portanto o
que digo, digo-o conforme o Pai mo disse.»” (Jo 12,44-50)
– Perceberam? Nós… nós não
vimos Jesus. Mas aqueles que O viram, acaso compreenderam que, vendo-O, viam
também o Pai? Que Pai?!
E se Jesus é a luz, porque
continuamos nas trevas, sem ver tal luz? Nós e os do seu tempo!
E como é que Jesus quer
salvar o mundo? E salvar o mundo de quê?
E o que é rejeitar as palavras
de Jesus? Nós, que aqui não as compreendemos, somos considerados no rol dos que
as rejeitam?
Aliás, se não as aceitarmos
já temos o nosso juiz… no último dia!…
E portanto haverá julgamento
e… último dia! Haverá?!
E como é que o Pai deu ordens
a Jesus?
Novamente a vida eterna! Tem
mesmo de existir esta vida eterna! Só nos resta descobrir como é que
conseguimos acreditar que realmente exista!…
Afinal, o que é que Jesus nos
ensinou? A rezar? A louvar o Pai? A amar os nossos inimigos? A perdoar não sete
vezes mas setenta vezes sete? (Mt 18,22) A amar o próximo? Enfim, a amar a Deus
e ao próximo como a nós mesmos? Bastando isto para termos a vida eterna? Não
parece afinal tanto e… tão pouco?
Deixem-nos repetir: “Só nos
resta descobrir como é que conseguimos acreditar que a vida eterna realmente
exista!…” Mas isso, cremos que ficará para sempre no “segredo dos deuses”… É
que Jesus bem diz “Eu sei que aquilo que Me mandou ensinar é a vida eterna.” Mas
não apresenta nenhuma prova credível de que realmente exista! Apenas… palavras
ocas e sem sentido!
Por estes dias, celebra-se a Paixão, morte e ressurreição de Jesus. Das suas narrativas em Mateus, Marcos e Lucas já tecemos profundas críticas. Não as repetiremos. Apenas referimos que toda a história de Jesus narrada pelos evangelistas terá muito pouco de História e muito de ficção, com o único objectivo de firmar na Fé na nova religião nascente os muitos que iam aderindo. Por isso, se a narrativa da paixão e morte terão muito de histórico, já a da ressurreição e de tudo o que a circunda, bem como os tremendos milagres que dizem ter acontecido quando Jesus deu o último suspiro na cruz, nos parecem fruto da fértil imaginação dos seus autores: pura fantasia com intuitos religiosos, nada tendo realmente acontecido como narrado.
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