Os factos que apontam para a sua inequívoca falsidade
Em assunto de tão magna
importância para o Cristianismo, seria de esperar unanimidade naquelas
narrativas. No entanto, constatamos acentuadas divergências, embora sendo
constante, nos quatro, o momento do dia “primeiro dia da semana, de madrugada”
e a vidente “Maria Madalena”.
Resumamos:
Mateus: Envolve
o “acontecimento” de mais dois ou três milagres além de pôr dois anjos a
remover a pedra e a mostrar a Maria Madalena e à outra Maria o túmulo vazio,
dizendo que Jesus tinha ressuscitado e seguira para a Galiléia onde se
encontraria com os discípulos.
Marcos: Mais
sóbrio, fala em três mulheres: Maria Madalena, Maria mãe de Tiago e Salomé; a
pedra já estava removida e dentro do túmulo estava um anjo que lhes disse mais
ou menos o que os dois anjos de Mateus disseram.
Lucas:
Acrescenta alguns pormenores. Fala em três mulheres específicas: Maria
Madalena, Joana e Maria mãe de Tiago, mas também em outras mulheres que
estariam presentes na cena; a pedra estava removida e dois homens (não anjos)
com vestes brilhantes contaram-lhes mais ou menos o que Mateus e Marcos
disseram. Ao anunciarem aos discípulos o acontecido, Pedro não acreditou nelas
e foi constatar que o túmulo estava realmente vazio.
João: Mais
prolixo e mais confuso. Coloca apenas Maria Madalena (e mais nenhuma mulher)
a ir ao sepulcro; ao constatar que a pedra estava removida, Madalena foi avisar
Pedro e João; estes correram e, verificando o facto, foram-se embora. Madalena
continuou junto ao túmulo a chorar; entretanto, viu dois anjos lá dentro que
lhe perguntaram porque chorava. Depois, o próprio Jesus apareceu-lhe como se
fosse o jardineiro. Reconhecendo-o, quis abraçá-lo mas Jesus não permitiu e Madalena
voltou a anunciar o acontecido aos discípulos.
Estes narradores, lançada que
foi a “pedra” falsa da ressurreição, tiveram de alicerçá-la com acontecimentos
posteriores: as aparições de Jesus ressuscitado, mas sempre e só aos seus
discípulos e a alguns escolhidos, comendo e bebendo com eles, entrando com as
portas fechadas, no local onde eles se encontravam, havendo aquela cena – cena
apenas narrada por João, cujo evangelho é escrito uns 50 anos após os factos, o
que leva por si só a desconfiar da sua veracidade (Jo, 20, 26-27) – do incrédulo
Tomé que, para acreditar, foi convidado por Jesus a meter a mão no lado do
peito e o dedo no buraco dos pregos das mãos…; finalmente, puseram Jesus a subir
aos Céus. Aliás, o Jesus ressuscitado era espírito que entrava em casa, estando tudo fechado, ou de carne e osso, com pés e mãos já cicatrizados dos golpes sofridos, comendo e bebendo e... falando? Não é absurdo?
Mas onde está, além dos já
mencionados e outros desencontros que não referimos, o grande problema da
ressurreição e a nossa convicção da sua total falta de credibilidade, é a narrativa das aparições de Jesus. Se Ele
era a Luz do Mundo, teria de se mostrar, ressuscitado, a toda a gente, pelo
menos a todos os daquela região. O facto de só aparecer a alguns eleitos deita
por terra todos os objectivos da suposta missão de um suposto filho de Deus
vindo à Terra para salvar o Homem e oferecer-lhe a Vida eterna. Só atingiria tais objectivos, se aparecesse
a todo o povo, sobretudo aos seus agressores, tanto judeus como romanos. Tão
simples quanto isso!
Qualquer inteligência humana era
o que faria; não se pode exigir menos de uma inteligência divina…
Nem adianta Paulo, escrevendo
uns 30 anos após os factos, dizer que “Se Ele não ressuscitou é vã a nossa fé.”
(1Cor, 15-14). Obviamente, dando o facto como certo, queria convencer disso os
crentes na nova religião que ele estava a ajudar a fundar, alicerçando-a
exactamente na ressurreição dos mortos. Se lá tivéssemos estado, tê-lo-íamos
contestado seguramente…
Então, poderemos concluir que as grandes bases do Cristianismo
– a ressurreição e a vida eterna – assentam em fragilíssimas areias movediças…
Olá viva! O sr. anda há tantos anos sempre a bater na mesma tecla dando a impressão de que o sr. é que é o iluminado e não sai do mesmo ponto. Não consegue avançar. Pronto, se está convencido daquilo que afirma (coisa que eu não acredito, pois o que o sr. é mesmo é um negacionista militante...) então parta para outra, mas não, o sr. tem a religião de simplesmente negar, porque não vê tudo em pratos limpos. Não, as suas lucubrações não têm nenhuma credibilidade e o facto é que o sepulcro estava vazio. Porquê? Roubaram o corpo? E porque não foi apresentado, quando os apóstolos proclamavam que O tinham visto vivo? Não há hipótese: a ressurreição é o facto mais bem estudado da História e só a certeza de que ela tinha ocorrido foi o cimento aglutinador para o surgimento do Cristianismo que não se instalaria se tivesse como origem um crucificado morto vulgar.
ResponderEliminarOra, viva também, caríssimo! Não nego que seja um "negacionista militante". Mas que hei-de fazer? Tudo o que digo parece-me fundamentado... Acredite: eu gostaria de acreditar no que me ensinaram em criança, na catequese, mas o meu racionalismo impede-me que o faça. Para o bem e para o mal... Só lhe queria dizer que o túmulo vazio poderá ter muitas explicações, além da ressurreição. O que mais me impressiona é que aqueles homens, enganados ou não, pregaram e deram a vida por aquilo em que, deste o primeiro momento, acreditaram. E eles, além de acreditar, também deveriam pensar, apesar do peso que tinham sobre eles as Sagradas Escrituras.
ResponderEliminar"... Só lhe queria dizer que o túmulo vazio poderá ter muitas explicações, além da ressurreição"
ResponderEliminarIsto também me parece uma das suas típicas afirmações gratuitas. Diga lá então o meu caro, que outras explicações há para o túmulo vazio ( além da ressurreição e roubo/ocultação do corpo) .
Desculpe só agora responder, por não ter vindo aqui. Claro que havia motivos para que, dados os últimos acontecimentos de agressividade da populaça para com Jesus e seus seguidores, os discípulos e simpatizantes temessem pelo seu corpo. E qualquer deles, corrompendo os guardas - isto a acreditar numa guarda ao sepulcro, facto narrado apenas pelo suspeitável Mateus - levaria o corpo para local mais seguro, mantendo dele segredo para que não fosse incomodado. Uma boa hipótese é ter sido levado para o cemitério dos monges de Qumran, os essénios, seita a que Jesus, segundo alguns estudiosos, terá pertencido antes do início da sua pregação, portanto até aos 30/33 anos de idade. Mas, obviamente, continua por explicar como é que mais ninguém soube deste facto concreto e partiram para a ressurreição, ressurreição anunciada nas Escrituras e pelo próprio Jesus, ao terceiro dia.
EliminarMas também lhe queria dizer, caro Cisfranco, que, se não foi roubo ou ocultação, não há nenhum motivo para aceitar logo apenas a hipótese de ressurreição. E não é estranho que só há dois mil anos é que tenha havido ressurreições? Porque não agora em que se podia provar cientificamente que um morto reviveu?
Enfim, contra a Fé não há argumentos. Estes pertencem à razão, aquela à todo-poderosa Emoção. E "Bem aventurados os que acreditam porque deles é o Reino dos Céus." Tenha um Bom Dia!