quinta-feira, 7 de outubro de 2021

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 324/?

 

À procura da VERDADE nos Evangelhos 

Evangelho segundo S. JOÃO – 19/?

 – A narrativa da cura do paralítico tem algo de caricato ou… de estranho. Oiçamos: “Existe em Jerusalém (…) uma piscina (…) que tem à volta cinco galerias de colunas. As galerias estavam apinhadas de doentes, cegos, coxos e paralíticos que esperavam o movimento da água. Dizia-se que, de tempos a tempos, um anjo de Deus descia à piscina e agitava a água. O primeiro que entrasse na água depois de agitada pelo anjo, ficaria curado de qualquer doença. Encontrava-se lá um homem que estava doente há trinta e oito anos. Jesus (…) perguntou-lhe: «Queres ficar curado?» O doente respondeu: «Senhor, não tenho ninguém que me lance na piscina quando a água começa a agitar-se. Quando lá chego, já outro entrou na minha frente.» Jesus disse-lhe: «Levanta-te, toma a tua enxerga e vai para casa.” (Jo 5,1-8)

– A situação é realmente estranha e uma avalanche de perguntas nos invade: Porque perguntou Jesus ao doente se queria ficar curado? Não era… evidente? E porque não curou todos os outros se, em outras ocasiões, curara todos os doentes que lhe apresentaram? Porquê só uns e não todos? Onde o… critério? Acaso, se Jesus tivesse feito tal pergunta a todos os outros, algum lhe teria respondido: «Não! Estou aqui para ‘confraternizar’, para ser solidário com estes meus irmãos…»? Afinal, quantos dos que entraram na água, depois de agitada - imaginemos a deprimente correria de coxos, paralíticos, estropiados… - ficaram curados? E deixemos o pormenor dos 38 anos…

– “Ora isto aconteceu em dia de sábado. (…) Os judeus começaram a perseguir Jesus porque Ele curara em dia de sábado. Jesus então disse-lhes: «Meu Pai trabalha continuamente e Eu também trabalho.» Por isso, as autoridades judaicas tinham cada vez mais vontade de matar Jesus porque, além de violar a lei de sábado, chegava até a dizer que Deus era seu Pai, fazendo-Se assim igual a Deus.” (Jo 5,9 e 16-18)

– Já dissemos tudo acerca deste fundamentalismo judaico quanto ao sábado. No A.T. e agora com Jesus. Claro: inaceitável! Aos olhos de Deus e aos olhos dos Homens! A justificação de Jesus com o Pai que “trabalha continuamente” é que… humaniza tanto o seu Deus-Pai que ficamos sem saber que trabalho anda Deus a fazer ou tem Deus de… fazer! Depois, é muito estranho que os judeus, em vez de se admirarem com o milagre e acreditarem, preocuparam-se com a violação da lei, o que nos leva a pôr em causa a veracidade do acontecimento.

– “Mais tarde, Jesus encontrou aquele homem no Templo e disse-lhe: «Ficaste curado. Não tornes a pecar para que não te aconteça ainda pior.»” (Jo 5,14)

– Temos vontade-necessidade de perguntar a Jesus: “É a doença resultado do pecado? Quem não peca não adoece? Então, esses justos todos que andam por aí sofrendo e esses pecadores todos que andam respirando saúde?… De que jeito tal lhes acontece?…”

– Última pergunta: A quem aproveitou este milagre? – Aos judeus, não, porque só acirrou neles a vontade de serem o braço de Javé-Deus para fazerem cumprir em Jesus as Escrituras. Aos outros doentes da piscina, também não porque certamente, se souberam, ficaram com inveja e não sem alguma revolta por não terem sido contemplados com a benesse da cura. Outros que por ali estivessem, parece que nem deram pelo prodígio… Então? Deus anda assim a desperdiçar milagres?...

– Só resta dizer que aquele acreditar “cego” na cura das águas agitadas pelo anjo… é pelo menos lamentável e que Jesus deveria ter desmistificado tal crendice que era, com total certeza, invenção de algum “piedoso” judeu, sacerdote ou levi, sabe-se lá se bem pago pelo dono da piscina que lucraria com tais ajuntamentos…

É que era uma questão de intervenção divina. E não tinha sido dado todo o poder divino a Jesus? Como passa Ele por ali sem… “reivindicar” as suas prerrogativas? Sem pôr ordem na “casa” de… Deus?

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