“A 13 de
Outubro, foi o seu Adeus”
Sobre Fátima já foi tudo dito! E o fenómeno, sintetizando, tem de se
analisar sob dois prismas: o da emoção e o da razão.
A razão diz-nos que, depois das invenções dos evangelistas sobre os actos
de Jesus a quem fizeram de Cristo e Filho de Deus: todos os milagres, desde o
nascimento de uma virgem até à sua ressurreição e ascensão aos Céus…, depois
destas invenções que deram origem ao cristianismo, as aparições de santos e
santas, seus milagres e sobretudo as aparições da Virgem são a invenção que
faltava para consolidar o suposto divino em que assenta a religião cristã,
baseada nas crenças e crendices dos seres humanos, limitados que estão ao enfrentar
as contrariedades da vida, vida que se acaba na indesejada morte.
Mas a emoção comanda a vida de muitos, obviamente a de todos os crentes e
de todos os dados a crendices.
E assim se explicam os milhares de peregrinos que se deslocam a Fátima,
quase todos para pagar promessas feitas à Virgem, em tempos de aflição.
E compreende-se: perante tamanha dor ou infelicidade, a quem recorrer
senão a Deus, à Virgem, aos santinhos da sua devoção para que façam qualquer
coisa? É que, ao nível do humano, pouco ou nada já se pode fazer…
E voltamos sempre ao dilema: para viver melhor esta curta vida a que
tivemos o privilégio de aceder, por um misterioso destino, será melhor ser
crente ou racionalista?
Creio que os racionalistas gostariam, naqueles tempos de aflição e
perante a inevitabilidade da morte, de ser crentes. E tudo seria mais fácil…
Mas é tão difícil aceitar que ser enganados é bom!...
Fica-se com o desabafo de alguns, depois de terem feito centenas de quilómetros
a pé: “É um alívio e um prazer este sentir de paz interior e de dever cumprido,
ao chegarmos aqui ao santuário.”
NOTA: Sobre Fátima, leia-se, aqui, a meia-dúzia de textos publicados, de
Junho a Setembro de 2012. Uma análise crítica do fenómeno, feita a partir dos
documentos que nos são ofertados pelas entidades religiosas. Lê-los ou relê-los,
será uma agradável surpresa…
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