À procura da VERDADE nos Evangelhos
Evangelho segundo S. JOÃO – 18/?
– Perante tais palavras, muitas
delas repetidas, as perguntas saltam-nos da mente como angústias
descontroladas!… Pois, quando O havemos de procurar? Porque morreremos no nosso
pecado? Que pecado? O de não acreditarmos nele por incapacidade de entendimento
dos seus argumentos-sofismas?
Que somos cá de baixo, já nós
sabemos. Mas… o que é vir lá de cima? Linguagem popular para indicar o Céu ou
desconhecia Jesus que o “lá em cima” simplesmente não existe, pois tudo é
apenas espaço interplanetário?
Onde será realmente o Seu
mundo, já que não é deste? Como podemos acreditar em tal mundo se apenas
sabemos que existe pelas suas afirmações sem provas?
E compreenderam a resposta de
Jesus à pergunta “Quem és Tu?”? – Sem dúvida! Desde o princípio, que está
dizendo que é o Filho de Deus. Nós é que não entendemos como pode ser o seu
testemunho verdadeiro, apesar de todos os seus esforços, de todas as
explicações, de todos os seus argumentos do Pai que O enviou e que dá testemunho
dele…
E novamente a total
dependência do… Pai: “digo as coisas que Lhe ouvi.” Com que ouvidos? Com que
olhos Jesus viu ou… vê o Pai? Que coisas Lhe diz o Pai? Afinal, quem é o Pai?
Sempre o mesmo mistério
divino de Pai e Filho que ora parecem ser Um ora Dois, obedecendo o Filho
cegamente ao Pai, o que ontologicamente não é possível aceitar…
E se é mistério… como
exigir-nos que o entendamos? Como?…
Enfim, esta constante
obsessão pela dupla Pai-Filho, tantas vezes repetida, leva-nos a descrer que
tenha sido Jesus o seu autor mas o próprio João, confuso pela sua senilidade, a
construir um Jesus utópico, confuso, misterioso e… ignorante, assentando toda a
sua teoria no mistério, retirando-lhe assim qualquer credibilidade que
quiséssemos ter nele.
– O milagre da cura do filho
do funcionário romano “foi o segundo de Jesus”. (Jo 4,54) Esta precisão
“segundo” deixa-nos sérias dúvidas… Não tinha já Nicodemos dito “Ninguém pode
fazer os milagres que Tu fazes se Deus não estiver com Ele.”? (Jo 3,2) Então
este “segundo” foi lapso histórico ou da memória do velho João…
– “E tanto ele como toda a
sua família acreditaram em Jesus.” (Jo 4,53) Embora a facilidade de fazer
milagres fosse muita, parece ter sido pouco frutífero uma só família acreditar
por ter visto o filho do oficial ficar curado. Imaginemos que Jesus vinha cá de
novo à Terra… Se tivesse de fazer um milagre em cada família para que toda a
família acreditasse… Inconcebível, não?!…
Aliás, ao ouvir o pedido do
oficial “Vem depressa comigo antes que o meu filho morra” Jesus queixou-se:
“Vós só acreditais quando vedes prodígios e milagres.” Mas lá lhe fez a
vontade: “Podes ir, que o teu filho está vivo.” E naquela mesma hora, o rapaz
ficou curado.
É realmente espantosa esta
capacidade de fazer milagres, mesmo à distância. Tão espantosa que duvidamos
seriamente dela, considerando os milagres como “factos” arquitectados pelos
evangelistas para divinizarem, junto dos novos adeptos da nova religião, o seu
Jesus misterioso…
Sabemos que do NT só temos cópias do século III, tendo-se perdido todos os originais. Por estes anos, discutia-se a verdadeira natureza de Jesus e da sua ligação de Filho a Deus, havendo muitos que contestavam a teoria da Trindade, baseada em Mateus: "... baptizai-os em nome da Pai, do Filho e do Espírito Santo". Estes textos de João poderão eventualmente ter sido alterados do original para tentarem - obviamente sem o conseguir - definirem essa natureza.
ResponderEliminarMeu caro Francisco, de Jesus acredito que foi pelo menos um grande homem, fez uma história moral global que dura há dois mil anos, e toda a gente do Ocidente continua a andar com ele na boca.
ResponderEliminarPara distrair deixo uma canção dos "Cabeças no ar" com o título "Jesus no secundário" ;)
https://www.youtube.com/watch?v=EDBTPeEPkNs
Fez uma história moral global, dignificando a pessoa humana, apelando à igualdade e fraternidade universais. Infelizmente, os Homens, na sua globalidade, continuam a não ouvi-Lo!
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