segunda-feira, 14 de setembro de 2020

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 280/?

 

À procura da VERDADE nos Evangelhos 

Evangelho segundo S. MATEUS – 76/76

 Como que despedindo-nos de Mateus!

 – Discípulo de Jesus ou talvez não! (Não é relevante a controvérsia). Testemunha ocular – ou talvez não! - de quase tudo o que narra no seu Evangelho que escreveu pelo ano 70 DC. Conhecedor das Escrituras que cita ou põe na boca de Jesus para justificar “factos” e actuações do mesmo Jesus. Parece que deveria merecer-nos credibilidade histórica.

O Cristo que nos apresenta é cheio de autoridade, de poder e de coragem… Contudo, não deixa de ser um Cristo enigmático, que nos fez fazer tantas perguntas para as quais não obtivemos respostas, apesar das suas palavras de vida eterna, como dirá Pedro noutra narrativa: “Só tu és o Cristo, o Filho de Deus Vivo! Só Tu tens palavras de vida eterna.” (Jo 6,68)

Mas perguntaríamos ainda a esse Jesus de Mateus: “Para que nos servem as tuas palavras de vida eterna se não as entendemos? Para quê, se não sabemos pô-las em prática? Se não podemos ter certezas absolutas de que - perdoem-nos todos os anjos e santos e sobretudo os Homens, a enfadonha repetição! - a vida eterna existe, o Céu existe, o inferno também existe, Deus (o teu Deus-pai…) existe, pois tudo fica na Fé em palavras, palavras ditas por um suposto Filho de Deus supostamente feito homem?”

Tantas perguntas que fizemos, ao longo destes 75 textos de análise crítica, tantas perguntas que vamos fazendo, Santo Deus! E todas perguntas sem resposta! Realmente, assim, nesta incerteza que nos corrói a alma, sem a certeza do Céu para podermos prepará-lo nesta efémera vida terrena, de nada nos importa aquela bela mensagem de paz e de amor ao próximo do mesmo Cristo-

E, também repetindo-nos, talvez a pergunta mais paradigmática, a mais importante de todas seja: “Como é que Deus nos criou com uma inteligência para raciocinarmos e agora faz depender da Fé a vida que deve ser a essencial - a eterna - pois que esta bem sabemos da sua efemeridade? Não é injustiça inaceitável em Deus? Não é um inadmissível nonsense de Deus?”

Nota final:

Gostámos de ler Mateus. Mas o nosso juízo crítico não lhe pode ser favorável nem considerá-lo verdadeiro no que afirma ou considerar como verdades históricas o que narra sobre Jesus. A sua falta de veracidade histórica ficou bem patente na análise que fizemos aos milagres ou aos estranhos acontecimentos que rodearam a morte e ressurreição de Jesus, o que nos levou a considerar o espírito inventivo/criativo de Mateus – inspirado, se quiserem e, se quiserem, pela enigmática figura do Espírito Santo.

Descredibilizando-se totalmente como historiador com tal criação/invenção/inspiração, Mateus induz formalmente a destruição das bases do cristianismo, desmitificando-se a divindade da figura do Cristo, tornando-O apenas no que parece ter sido: um judeu culto e revoltado com o que via à sua volta, sobretudo nas classes religiosas dirigentes exploradoras do povo, tendo pregado a igualdade de todos os Homens, pois todos filhos do mesmo Deus-Pai, e pregando o amor ao próximo, na construção da fraternidade universal. É por isso, que a sua mensagem continua tão actual e tão necessária de ser ouvida pelos Homens!

Mas… será que Marcos nos vai trazer novidades em relação a esta evidente falta de historicidade de Mateus? Vamos ver!

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