sexta-feira, 26 de junho de 2020

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 270/?


À procura da VERDADE nos Evangelhos

Evangelho segundo S. MATEUS – 66/?

– Agora, o momento que se vai perpetuar como o centro do cerimonial religioso cristão, celebrado no que se convencionou chamar de “missa”: a Eucaristia dominical, substituindo os cristãos o sagrado sábado dos Judeus pelo domingo, ou “Dia do Senhor”: 
“Durante a ceia, Jesus tomou um pão e, tendo pronunciado a bênção, partiu-o, distribuiu-o aos discípulos, dizendo: «Tomai e comei, isto é o meu corpo.» Em seguida, tomou um cálice, deu graças e deu-lho, dizendo: «Bebei dele todos, pois isto é o meu sangue, o sangue da aliança que é derramado em favor de muitos, para a remissão dos pecados.” (Mt 26,26-29)
– Analisando o texto, a interpretação mais óbvia e correcta seria: “Este pão simboliza o meu corpo e este vinho simboliza o meu sangue; lembrai-vos de mim quando comerdes e beberdes em conjunto.” Ora, a interpretação que lhe foi dada pelos criadores do cristianismo coloca uma pergunta crucial: “Quem entenderá que este pão seja realmente o corpo de Cristo, que este vinho seja realmente o seu sangue?” – Ninguém! Ainda se fosse metaforicamente… Mas não: “é realmente o corpo e sangue de Cristo” – dizem as igrejas. Uma falácia! Uma falácia intelectualmente aberrante para os crentes adultos, raiando o crime emocional, tratando-se de crianças de tenra idade ao serem, na catequese, preparadas para a primeira comunhão!
– Outras perguntas não menos cruciais: “O que é realmente a remissão dos pecados? E que pecados? Contra quem ou contra que Deus? E redimiu Jesus, com o seu sangue, todos os pecados da humanidade antes dele, do seu tempo, depois dele, na Terra e… no Universo? Que efeitos de salvação ou de condenação teve tal remissão? E onde, quando e como essa salvação ou condenação, essa… remissão?”
Não há dúvida: uma religião baseada no pecado e no temor do inferno e da condenação eterna deveria ser banida da cultura da Humanidade. Infelizmente, continua fortemente implementada. Claro que as outras religiões – todas inventadas por homens – não são melhores: ou são iguais ou ainda piores!...
– Também é naquela “Eucaristia” que se baseiam as igrejas cristãs para ordenar os sacerdotes que – presunção das presunções! – ficam com o poder de, em cada missa, transformar o pão e o vinho no corpo e no sangue do Senhor Jesus, ao proferirem sobre eles as poderosas e fantásticas palavras. Perguntaríamos quantos desses sacerdotes acreditam realmente nesse poder. Cremos que, honestamente e de um ponto de vista intelectual e racional, nenhum! Mas não o podem dizer: seria o seu próprio descrédito e o descalabro total do sistema que alimentam e em que estão inseridos…
– “«Esta noite, ireis ficar desorientados por minha causa porque a Escritura diz: ‘Ferirei o pastor e as ovelhas do rebanho dispersar-se-ão.’ Mas, depois de ressuscitar, irei à vossa frente para a Galileia.»” (Mt 26,31-32)
– As Escrituras, de que Jesus se mostra profundo conhecedor, estão sempre presentes… Porquê tamanha importância? Para justificar o quê?
E aí está a ressurreição! Afirmada assim, naturalmente, como se de total objectividade se tratasse… E agora? Acreditamos nessa ressurreição e também temos a esperança de um dia ressuscitarmos ou… ficamos sem esperança nenhuma…, sem nenhuma ressurreição!
Pior: a ressuscitar, ressuscitaremos para o céu ou… para o inferno! Ora, quem quererá ressuscitar para um inferno eterno?… Mais: se um ressuscita, todos ressuscitarão no último dia, não é? Não poderá haver escolha de uns ressuscitarem e outros não… E qual será o último dia?
Tantas perguntas sem resposta, santo Deus!
– “Nisto, começou a ficar triste e angustiado. E então disse-lhes: «A minha alma está numa tristeza de morte.» (…) E rezou: «Meu Pai, se é possível, afaste-se de Mim este cálice. Contudo, que não seja feito como eu quero mas como Tu queres. (…) O espírito está pronto mas a carne é fraca.» (Mt 26,37-45)
– Três vezes assim rezou, suando sangue…, não sabendo nós se é o homem ou o Deus que está em Jesus que se angustia, que está numa aflição de morte!…
E como entender uma vontade de um Pai-Deus diferente da vontade de um Filho-Deus, Deus também com Ele, segundo os teóricos da SSª Trindade? Não são ambos o mesmo Deus? Não conseguiu aqui Jesus ser totalmente divino? Ou sofria enquanto homem, prevendo a morte, com o seu poder divino de ler o futuro, e aceitava como Deus que aquele seu corpo fosse assim maltratado, flagelado e crucificado? Enfim… sofria ou não sofria?
Esta magna questão continuará a atormentar-nos na próxima mensagem, nesta contundente mas intelectualmente honesta crítica da “suposta palavra de Deus” aos Homens…



1 comentário:


  1. 1 – A Eucaristia cristã – comungar o corpo e sangue de Cristo – quis perpetuar e substituir os ritos pagãos do comer pão e beber vinho em honra dos deuses, celebrando-os, sendo esta uma tradição religiosa antiga. Depois, o cerimonial que se criou à sua volta e o poder de que se revestiu e revestiu os sacerdotes foi-se avolumando. Na catequese, ensinava-se o temor da hóstia: era o corpo de Cristo! Não se lhe podia tocar: pecado! Tinha de se estar em jejum para comungar! Etc., etc., etc. Quem não se recorda do trauma da chamada “Primeira comunhão”, aos 6/7 anos, com festa de arromba, mais tarde repetida na “Comunhão solene”!

    E à volta desta falácia criou-se todo um cerimonial ao qual se deu pompa a condizer com o divino que ali está presente, tendo descido do Céu à Terra, ignorando-se completamente que não há Céu nenhum mas apenas atmosfera, que o Homem é apenas um minúsculo ser vivo, por acaso inteligente e consciente de o ser, que a Terra é um minúsculo ponto perdido na franja de uma Galáxia!... e que Deus – mesmo entendido como o SENHOR CRIADOR DO IMENSÍSSIMO UNIVERSO, ETERNO E INFINITO – não pode estar sujeito a estas mesquinhices ridículas criadas por alguns homens que as impuseram a outros homens como VERDADES, quando não passam de puras invenções!

    Mas já sabemos: invenções, efabulações, mentiras vendidas como verdades, é o que são as religiões!

    2 – Também na catequese, perante o mistério da SSª Trindade – Deus uno e trino! – nos tentavam dar uma ingénua explicação: Deus-Pai tinha uma imagem de si que era o Filho e o amor que unia Pai e Filho era o Espírito Santo… Bizarra explicação narcisista, não era?!

    Nota: não é que o recurso ao mistério, largamente utilizado na religião cristã, deu óptimos frutos junto dos crentes? “Não te perturbes porque não percebes: são os mistérios insondáveis do BOM DEUS!” – afirmaram-nos e afirmam-nos displicentemente sempre que a invenção é inexplicável por absurda…

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