domingo, 12 de agosto de 2018

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Antigo Testamento (AT) - 183/?



À procura da VERDADE no livro de AMÓS 4/4


- “Naquele dia - oráculo do Senhor Javé - farei com que o Sol se 
esconda ao meio dia (…) Vou mandar a fome sobre o país: não será 
fome de pão nem sede de água, mas fome de ouvir a Palavra de Javé.”
 (Am 8,9-11)
- Comenta-se: “O fim é iminente: (…) Javé recusará falar a essa gente 
que não quis ouvi-lo. Será a fome da Palavra. Os fenómenos cósmicos, 
esboçados no v. 9 e ampliados depois por outros autores (cf. Jl 2,10-11) 
e evangelistas, não são para tomar à letra.” (ibidem)
- É “interessante” esta anotação. Afinal, o que há na Bíblia que se 
possa tomar à letra? O que é que em toda a Bíblia do Antigo 
Testamento é realmente real e não simbólico? E que fim iminente 
é aquele? O cativeiro, cerca de duzentos anos depois das visões de 
Amós? A queda de Jerusalém? A destruição do Templo? Que 
destruição, se foram várias ao longo dos tempos?
- “No céu, Deus fez a sua alta morada (…)” Am 9,6)
- Que céu? Que morada? Que significado? Que Deus é este que está 
tão localizado no espaço, como qualquer humano? Há pouco, era em 
Jerusalém, agora, no céu… E… toma-se à letra ou é simbólico? É que
 a VERDADE divina - só pelo facto de sê-lo - não pode estar 
escondida ou camuflada entre nuvens de palavras, símbolos ou 
parábolas, enevoeirando as nossas mentes, mas tem de se apresentar 
clara e inequívoca a toda a gente, pois é para toda a gente que Ela 
existe e não apenas para alguns ditos iluminados que afinal passam 
a vida a tentar encontrar explicações, interpretações, 
contradizendo-se uns com os outros que têm opinião contrária. Muito 
mais interessante será considerar a VERDADE o próprio Deus, mas 
o DEUS realmente existente, que não pode ser o da Bíblia, pelo menos 
tal como nos é apresentado, como um Deus escondido e que apenas se
manifesta nas “artes” da guerra e da ira, do castigo e da espada para 
matar, ou para se queixar da infidelidade do “seu povo”…

- E… acabámos mais um livro. Este, mais pequenino!
Embora termine com palavras de esperança na restauração de 
Israel – palavras que alguns comentadores consideram um 
acrescento feito pelos exilados na Babilónia, duzentos anos mais 
tarde – nada de novo nos trouxe. Por isso, continuamos, procurando… 
Mas parece que, por muito que procuremos, não encontramos, neste 
como em outros autores bíblicos, mais nada além de um estilo 
literário que se pode apelidar de “profético” sem que isso represente 
qualquer ligação ao divino como os teólogos cristãos pretendem.


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