quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

O Homem, esse desconhecido?! (1/2)

"O Homem, esse desconhecido"

é o título, sem a interrogação, 
de um livro famoso para a época, anos 30
 do século passado, do biólogo francês, Alexis Carrel. 
Não vamos referir-nos ao livro. Vamos analisar, 
racionalmente, a problemática da nossa existência, não 
sendo já o Homem “esse desconhecido”. Ou, se quisermos, 
responder às perguntas que, mais cedo ou mais tarde, 
todos nos faremos um dia: 
“Donde viemos? O que fazemos aqui? Para onde vamos?”
Para tanto, temos duas concepções diametralmente opostas: 
uma das religiões, outra da Ciência ou, mais prosaicamente, 
da razão.
As religiões, criaram a Fé e convidam o Homem a acreditar 
em respostas, como: “Viemos de Deus Criador, estamos aqui, 
na Terra, de passagem para a outra vida, a vida verdadeira, 
a vida eterna e, quando morrermos, teremos o Céu se tivermos 
sido bons, o Inferno, se tivermos sido maus. 
Por toda a eternidade!” 
Tal perspectiva não deixa de ser interessante e até agradável às 
emoções humanas, sobretudo à ideia de justiça, já que, na Terra, 
justiça é “coisa” que  não existe, sendo os maus compensados 
com benesses e os bons com sofrimentos e privações…
No entanto, o Homem, como ser inteligente e com capacidade 
crítica, olha para esta proposta com as reservas que lhe são 
próprias, não podendo deixar de questionar: “Que fundamento 
têm as religiões? Como apareceram e que credibilidade merecem 
para que possamos ter Fé na Fé para a qual nos convidam?”
Infelizmente, a resposta é completamente decepcionante. 
As religiões, quer as arcaicas politeístas (egípcias, fenícias, 
caldaicas, mesopotâmicas) quer as antigas, também politeístas 
(hindus, gregas e romanas), quer as monoteístas (judaica, cristã, 
muçulmana), aparecem aos olhos dos analistas críticos, como 
tendo sido criadas em dados contextos históricos, por gurus 
político-religiosos que se disseram inspirados por Deus e, como tal, 
impuseram aos povos da época – povos quanto mais ignorantes, 
mais crentes! - essas suas criações. Tal como hoje… 
Depois, a História – uma curtíssima História: cerca de dez mil 
anos para os politeísmos, entre três mil e mil e quatrocentos anos, 
para os monoteísmos - com outros seguidores não menos criativos 
do que os primeiros gurus, encarregou-se de exarar em livros os 
conteúdos da Fé, livros a que chamaram de “sagrados” ou 
“inspirados por Deus”, com alindamentos próprios de outros 
crentes imaginativos. 
E, assim, nasceram virgens, olimpos, deuses disto e daquilo, 
anjos, santos, céus com os deuses em seus tronos, infernos com 
os diabos a divertirem-se com as almas dos condenados, pecados 
e ofensas aos deuses - deuses a quem era preciso orar para 
acalmar a sua ira ou pedir o seu auxílio..., milagres inexplicáveis, 
ressurreições, encarnações e reencarnações, juízes finais, 
aparições por aqui e por ali de seres celestes ou alados, paraísos 
com mil virgens para os mancebos terrestres (sendo omissos 
quanto à compensação para o sexo feminino…), purgatórios 
para as almas penarem até ficarem purificadas... e muitas 
outras fantasias que foram – e têm sido! - bem aproveitadas 
pelos descendentes dos primeiros gurus para explorarem os 
crentes que se deixam levar sem se interrogarem, sem 
questionarem. Enfim, uma farsa que, quer queiramos ou não, 
domina o mundo actual. Incompreensível, mas verdade!
Ora a razão, baseada na Ciência e no Conhecimento, vê 
claramente que nada do que as religiões afirmam ou 
apregoam é ou pode ser verdade, muito menos, A VERDADE! 
A Verdade é tão simples quanto isto:
“O HOMEM é fruto da evolução do aparecimento da VIDA 
na Terra, há cerca de 3.500 milhões de anos, tendo conseguido 
uma inteligência superior à dos outros animais, embora 
superior apenas na capacidade de raciocínios abstractos, o que 
o leva a ter uma noção mais exacta do que qualquer outro 
animal, do sentido da vida e da morte, da compreensão do 
Universo e da realidade que o rodeia, exprimindo-se em 
linguagem articulada. Como tal, cada ser humano não é mais 
do que algo que aparece e desaparece, na quadrilogia do nasce, 
cresce, vive e morre, realidade igual à de qualquer outro ser 
vivo ou não vivo, tal como o micróbio, tal como as estrelas.” 
Assim – e ao contrário do que falsamente dizem todas as 
religiões – o HOMEM, como indivíduo, está condenado ao 
eterno desaparecimento, restando dele apenas átomos e 
moléculas que irão integrar-se na Natureza, para fazerem 
parte de outros seres, seres que seguirão o mesmo ciclo que 
nós seguimos, no eterno retorno do mesmo ao mesmo através 
do diverso.

(Conclusão na próxima semana. Não perca!)

4 comentários:

  1. Cristina Ferreira escreveu:

    Será que Cristo quis fundar uma religião?! Eu tenho duvidas se seria esse o seu objectivo Maior, pois a sua mensagem vai para além disso…uma praxis que demonstra que estamos todos interligados.
    “Mas também é a ambição do Conhecimento que faz avançar o mundo” – Exacto!!! Mas temos que ressuscitar a consciência dos indígenas - Ligação à Terra e aí esse conhecimento pode e deve ser usado na preservação da Casa Comum onde o respeito por toda a Criação tem que imperar.
    Cristina Ferreira

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    1. A minha resposta:
      De acordo. Também creio que Jesus não quis formar nenhuma religião. Foram os seus seguidores que tudo arquitectaram, assistindo-se depois a toda a história conhecida de papas, cismas, guerras. O que ele pregou foi apenas a Fraternidade Universal, sendo todos os seres vivos irmãos porque todos filhos do mesmo Deus a quem ele chamou de Pai.

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  2. "Para tanto, temos duas concepções diametralmente opostas:
    uma das religiões, outra da Ciência ou, mais prosaicamente,
    da razão."

    Mas como vamos ler e debater contigo já demonstras logo de saída que defendes uma ideologia... Você não tem provas cientificas de que a ciência humana ate' este seculo seja a voz da razão. O que pode ser razão senão a imagem real da natureza real projetada dentro de um cérebro... ou seja, a razão humana como espelho da natureza real. E esta ciência tendenciosa que elegeu apenas um dos muitos aspectos da natureza e continua perseguindo-o sem dar chance aos outros blocos paralelos de informações naturais, não e' a razão naturalista. E o fato desta ciência ter sido e continuar sendo financiada e usada como poder apenas por uma classe social minoritário para subjugar a grande maioria dos humanos não pode representar a razão comum humana. Entre a analisar o mundo com o espirito desarmado sem ideologias, por favor.

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  3. "Para tanto, temos duas concepções diametralmente opostas:
    uma das religiões, outra da Ciência ou, mais prosaicamente,
    da razão."

    Mas como vamos ler e debater contigo já demonstras logo de saída que defendes uma ideologia... Você não tem provas cientificas de que a ciência humana ate' este seculo seja a voz da razão. O que pode ser razão senão a imagem real da natureza real projetada dentro de um cérebro... ou seja, a razão humana como espelho da natureza real. E esta ciência tendenciosa que elegeu apenas um dos muitos aspectos da natureza e continua perseguindo-o sem dar chance aos outros blocos paralelos de informações naturais, não e' a razão naturalista. E o fato desta ciência ter sido e continuar sendo financiada e usada como poder apenas por uma classe social minoritário para subjugar a grande maioria dos humanos não pode representar a razão comum humana. Entre a analisar o mundo com o espirito desarmado sem ideologias, por favor.

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