segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Imaculada Conceição, mito ou realidade?

Lê-se na Wikipedia:
«A Imaculada Conceição é, segundo o dogma católico, a concepção daVirgem Maria sem mancha ("mácula" em latim) do pecado original. O dogma diz que, desde o primeiro instante de sua existência, a Virgem Maria foi preservada por Deus, da falta de graça santificante que aflige a humanidade, porque ela estava cheia de graça divina. Também professa que a Virgem Maria viveu uma vida completamente livre de pecado.


Rubens, Museu do Prado
festa da Imaculada Conceição, comemorada em 8 de dezembro, foi definida como uma festa universal em 28 de Fevereiro de 1476 pelo Papa Sisto IV.
A Imaculada Conceição foi solenemente definida como dogma pelo Papa Pio IX em sua bula Ineffabilis Deus, em 8 de Dezembro de 1854. A Igreja Católica considera que o dogma é apoiado pela Bíblia (por exemplo, Maria sendo cumprimentada pelo Anjo Gabriel como "cheia de graça"), bem como pelos escritos dos Padres da Igreja, como Irineu de Lyon e Ambrósio de Milão. Uma vez que Jesus tornou-se encarnado no ventre da Virgem Maria, era necessário que ela estivesse completamente livre de pecado para poder gerar seu Filho.»
Os argumentos-base para o papa impor tal dogma aos católicos são, no mínimo e objectivamente, incipientes e sem quase nenhum peso de credibilidade. Vejamos: Maria é cumprimentada pelo anjo como "cheia de graça". Pergunta-se: 1- qual a credibilidade do evangelho, nesta sua narrativa de cariz celestial? 2 - porque é que só Lucas refere tal suposto facto? (Diga-se que outras referências são rebuscadas na Bíblia, pela Igreja, acerca de Maria, quer no AT, quer no NT, mas todas forçadas e sem qualquer referência directa e clara a uma mãe de Jesus - e já não discutimos aqui se Jesus foi ou não Filho de Deus e se os anjos existem ou não - sendo Paulo - o grande fundador do cristianismo - completamente omisso em relação a tal acontecimento tão extraordinário...)
Depois, a outra grande base para que o papa impusesse o dogma é ainda mais caricata ou sem qualquer valor: os primeiros padres - ditos santos não se sabe porquê! -  não fizeram mais do que exprimir uma opinião pessoal, interpretando ou não a mitificação de Maria pelo povo, dando seguimento à construção de uma religião que estava a ter tão grande sucesso e que tanto bem-estar lhes dava, físico, embora alguns tenham morrido mártires, o que é muito interessante do ponto de vista histórico, em geral, e psicológico em particular.
Esta é a chamada "Tradição", que sempre serviu para apoiar as determinações da Igreja ao longo dos séculos; i,é: um padre lembrava-se de criar um rito ou um mito e logo esse mito, com a sua propagação se tornou fonte de revelação divina para a Igreja. Monumental, não é?
Mas, compreende-se a lógica: se Maria ia ser a mãe de Deus, ela deveria ser preservada do suposto pecado original com que todos os humanos nascem, afectados pelo suposto pecado do primeiro suposto homem, Adão.
É fantástico como uma história inventada se torna em uma Verdade e uma Verdade de Vida eterna! Fantástico! E mais fantástico é que essa Verdade inventada chegue aos nossos dias e seja pregada pelo mundo fora sem qualquer crivo de crítica hermenêutica às fontes.
Mas... não é tão linda a imagem de Nossa Senhora da Conceição? Não é tão comovente que tenhamos uma mãe na Terra e outra no Céu?
Então, continuemos a deliciar-nos com tanta emoção e gozemos toda a poesia que, neste dia, enche as nossas almas!

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